Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 16
Chapter 16: Imperio


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, quase um mês sem postagem, me desculpem por isso mas esse mês foi mais conturbado do que eu pensei que seria.

Mas aí está o capítulo novo, espero que gostem!!

Ah, e obrigada Aquelinne e Miss B pelas recomendações



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Capítulo 16 - Imperio

O fim de semana começou agitado. Todos estavam bastante animados para o primeiro passeio à Hogsmeade do ano letivo. O café da manhã foi composto por muita comida e bastante falatório. Ao fim dele, a maioria dos alunos se dirigiram para a área externa do castelo.

Filch estava na entrada com seu típico mau humor recolhendo as autorizações. Os alunos maiores de idade felizmente não precisavam mais delas. Hermione, Harry, Ginny e Ron deixaram o Grande Salão e seguiram o fluxo de alunos para fora do castelo.

Hermione sentia-se um pouco desconfortável por ter sido obrigada a estar ao lado de Ron como se os quatro formassem dois casais, o que não era o caso.

Quando todos saíram nos jardins externos o frio arrepiante os engolfou, mas em nada diminuiu a animação do pessoal. Hermione apertou os braços em volta de si e ficou surpresa quando sentiu um calor agradável no interior de seus agasalhos.

Ela olhou para o lado e notou o que tinha acabado de acontecer. Ron havia lançando um feitiço de aquecimento nele e em seguida nela. Ela sorriu tímida para ele e agradeceu.

"Disponha." ele sorriu de volta.

"Bom, acho melhor vocês irem logo. Nos encontramos no Três Vassouras." Hermione falou para os amigos.

"Não vai com a gente?" Ron perguntou.

"Tenho que monitorar os alunos mais novos, Ron."

"Tudo bem, vamos logo então." Harry se pronunciou.

Os três entraram em uma das carruagens e seguiram viagem. Hermione virou-se para a multidão de gente ainda para embarcar e suspirou. Ela ia demorar para chegar em Hogsmeade. Indo em direção aonde os outros monitores estavam reunidos, Hermione cumprimentou a todos.

"Cho, você e Malfoy ficam com a Corvinal e a Sonserina, enquanto eu e Michael ficamos com Grifinória e Lufa-lufa."

Michael levantou a mão e olhou incisivamente para Cho.

"Sim?" a monitora chefe perguntou.

"Será que eu… hum… poderia ficar com a Cho ao invés de você?" Hermione piscou rapidamente surpresa com o pedido incomum. "Não é nada com você é só que…" ele tossiu e olhou para Cho.

Entendendo tudo, Hermione suspirou e assentiu. Os dois saíram felizes deixando só ela e Malfoy que não havia se manifestado ainda.

"Como você está?" ela perguntou olhando para ele e sorrindo levemente.

"Curado." ele sorriu minimamente de volta.

"Isso é bom, não sabia se meus feitiços realmente seriam o suficiente." ela murmurou nervosa. Os dois conversavam baixo e próximos, temendo que alguém pudesse ouvi-los. A cena era definitivamente estranha para aqueles que viam de fora.

"Não se subestime, Granger, até onde me lembro você é a bruxa mais inteligente da nossa geração."

Atordoada com seu comentário, Hermione assistiu Malfoy sair andando e parar quando não a percebeu ao seu lado.

"Vai ficar parada aí, Granger? Temos trabalho a fazer."

Finalmente ela saiu do torpor e caminhou rapidamente em direção à ele.

(…)

Hermione chegou ao Três Vassouras irritada. Essas crianças eram realmente terríveis, ela teve que gritar com um grupo de garotas Sonserinas para elas entrarem logo na carruagem, sendo veemente ignorada. Felizmente, Malfoy apareceu para salvá-la. As garotas rapidamente fizeram o que o loiro pediu e lançaram vários olhares indiscretos para o mesmo. Enojada, ela havia praticamente empurrado-o para longe das garotas.

"Ciúmes, Granger?" ele riu quando ouviu ela bufar.

"Eu, com ciúmes de você? Me poupe, Malfoy!" e saiu andando para a última carruagem restante, a dos Monitores.

Agora, ela estava andando em direção à mesa onde seus amigos estavam sentados conversando e rindo.

"Hermione, finalmente!" Ginny exclamou quando a viu se aproximar.

"Meu Deus, aquilo foi um inferno. Sabem como é difícil fazer um aluno da sonserina te obedecer, principalmente se ela for uma garota? Graças a Merlin que Malfoy estava lá!" ela respirou fundo e chamou Madame Rosmerta para pedir uma cerveja amanteigada. "Sobre o que estavam conversando?" ela perguntou, não reparando os olhares de surpresa dos amigos.

"Espera aí, você acabou de agradecer por Malfoy ter estado lá?" Ron perguntou boquiaberto. Os outros dois amigos apenas observavam Hermione responder.

"Bem, sim…" ela murmurou incerta franzindo as sobrancelhas, pensativa. "Digamos que eu e Malfoy tenhamos feito uma trégua por um tempo." ela suspirou quando viu o semblante irritado de Ron.

"Como assim, Hermione? Você diz isso como se ele não tivesse infernizado nossa vida durante os últimos sete anos."

"Ron, apenas estamos tentando sermos agradáveis um para o outro, não é como se fôssemos nos casar." ela bufou. "Eu preciso de paz e já estou cansada desse nosso joguinho de ofensas, além do mais, Malfoy está realmente diferente esse ano."

"Não acredito que você está caindo no papo de que ele mudou e deixou de ser o bastardo arrogante que sempre foi." Ron tinha a voz tão irritada, que a frase quase inteiramente como um rosnado.

"Não seja idiota, ele nunca vai deixar de ser um bastardo arrogante, mas isso não quer dizer que ele tenha que ser isso o tempo todo." ela retrucou dando de ombros.

"Okay, chega, vamos parar de falar de Malfoy!" Ginny interrompeu no momento em que Ron iria revidar o que a castanha disse. "Como você havia perguntado antes Hermione, estávamos falando sobre o Natal que está quase aí."

"Pensamos em passarmos todos juntos n’A Toca. A não ser, claro, que queira passar com seus pais, nós entenderíamos completamente." Harry sorriu.

Ela pensou por um momento se aquela era a hora de contar a verdade para seus amigos, mas ao observar o rosto feliz de cada um, não teve coragem. Então ela apertou as mãos uma nas outras, forçou um sorriso e falou:

"Vou passar com meus pais." respirou fundo. "Mas quem sabe eu apareça n’A Toca pouco antes de voltarmos pra Hogwarts."

"Sem problemas, Mione." Ron disse.

"Estou preocupada com Jorge." Ginny falou depois de alguns minutos de silêncio. "Nas cartas que mamãe têm enviado durante a semana ela mal fala dele. E quando fala, diz que ele mal sai do quarto. Estou com medo do que vou encontrar quando voltarmos pra casa, nada mais é o mesmo desde que Fred se foi." ela apoiou o queixo numa mão e com a outra brincou com o copo de cerveja amanteigada fazendo círculos na borda molhada.

"Ele vai ficar bem, Ginny. Eventualmente." Hermione respondeu triste.

Ninguém falou mais nada durante muitos minutos, cada um absorto em seus próprios pensamentos.

(…)

Parecia que ia nevar em breve. O frio cortante era evitado por um feitiço de aquecimento, não fosse por isso, talvez os três amigos estariam com hipotermia em breve. Draco, Theo e Blaise estavam sentados nas pedras em frente à Casa dos Gritos conversando. Tinham escolhido evitar as pessoas do vilarejo pois elas ainda tinham medo deles como ex-Comensais da Morte.

"Preciso beber alguma coisa." Blaise resmungou.

"Por que não vamos ao Três Vassouras?" questionou Theo.

"Também preciso de uma bebida." Draco disse e os três fizeram o caminho de volta para o vilarejo.

Pararam em frente ao Três Vassouras e foi Theo quem empurrou a porta, Blaise e Draco seguindo logo atrás. O lugar estava lotado, como sempre. A maioria dos estudantes de Hogwarts estavam ali dentro para se protegerem do frio que tinha chegado com força  quase sobrenatural.

Os três caminharam em direção a uma mesa vaga no fundo do bar quando Draco foi interceptado.

"O que faz aqui menino?" questionou Madame Rosmerta com os olhos em brasa. O estômago de Draco afundou. Ele tinha pensado que a mulher nunca descobriria o que fizera. "Eu o proíbo de entrar no meu bar! Saia!"

Respirando fundo e deixando os amigos para trás, Draco deu meia volta com a cabeça baixa e saiu do bar de volta para o frio congelante, agora sem o feitiço de aquecimento. Ele sentia vontade de morrer e pouco se importou quando pegou um vislumbre de alguém o seguindo para a estradinha de terra que levava de volta à Casa dos Gritos.

Ele sentou na pedra onde estivera sentado antes e tirou do bolso do casaco um maço de cigarros fechado. Ele tinha prometido a si mesmo que iria parar, mas toda vez que a situação ficava difícil e as consequências do que ele fizera no passado caíam sobre ele, era inevitável querer fumar.

Acendeu o cigarro com a ponta da varinha, uma vez que havia perdido seu isqueiro, e tragou. Era quase um calmante. Seus nervos e pensamentos desaceleraram e ele fechou os olhos, deixando o frio dar o melhor de si. Passos se aproximaram e de repente ele parecia simplesmente saber quem era. O cheiro daquele perfume já estava ficando tão presente em sua vida.

Ela sentou-se ao seu lado mas ele não se atreveu a abrir os olhos. Levou o cigarro aos lábios secos e rachados e tragou profundamente. Talvez ela percebesse que ele não queria companhia e fosse embora. Soltou a fumaça em curtas baforadas e, ainda de olhos fechados, aguardou os passos sinalizando que ela havia ido embora. O barulho dos passos não apareceu e o perfume dela parecia ainda mais calmante para sua mente do que o cigarro em suas mãos.

"Está frio demais aqui fora." ela comentou.

Finalmente ele abriu os olhos e olhou para ela. Seu cabelo estava bagunçado e emaranhado, provavelmente pela corrida que fez até ali para alcançá-lo, a ponta do nariz estava avermelhada pelo vento frio e seus lábios levemente arroxeados.

"O que trouxe a Princesa Grifinória, heroína de guerra, até aqui?" ele riu da sua própria ironia. Ignorando-o, ela respondeu.

"Eu vi o que aconteceu n-

"Todos viram, Granger." ele cortou ferozmente.

"Eu nunca a vi com tanto ódio." comentou baixinho. "O que você fez pra ela?" perguntou calmamente.

Draco bufou. “Isso não lhe diz respeito.”

"Tudo bem." ela suspirou derrotada.

Os dois continuaram sentados em silêncio, até que Draco se mexeu e tragou mais uma vez o cigarro.

"Eu lancei um Imperio nela, e obriguei-a a entregar o cordão enfeitiçado à Cátia Bell, para que levasse à Dumbledore. O resto você já sabe." Draco queria sentir raiva dela; ele estava descobrindo recentemente, tinha alguma coisa em Hermione Granger que o fazia querer confessar todos seus pecados. Por isso, sentia raiva de si mesmo.

Ele falou calmamente, como se falasse de algo banal, como se comentasse sobre o tempo. Ele ouviu a respiração dela engatar, provavelmente lembrando de Cátia.

"Não espero que você entenda…" ele começou já se arrependendo da confissão.

"Eu entendo. Mesmo." ela olhou para ele. "Você fez o que tinha que fazer pra salvar sua família." ela deu-lhe um sorriso triste.

"Você teria feito o mesmo?" ele perguntou de repente, realmente curioso.

"Se não houvesse outra saída…" ela disse devagar, pensativa. "Sim, eu teria feito o mesmo."

Depois de um momento de silêncio, ela levantou e estendeu a mão para ele.

"Vamos sair desse frio. Além do mais, devem estar procurando por nós." Draco assentiu e segurou sua mão como apoio para levantar. No fim da estradinha de terra, de volta ao vilarejo, ambos se separaram com um sorriso.

(…)

De volta ao castelo, protegida do frio, Hermione sentou de frente para a lareira de seu dormitório com um livro em mãos. Dali a duas semanas seria Natal e ela estaria de volta em casa, sozinha. Nos últimos tempos, não havia se permitido pensar muito em seus pais, mas o Natal tornaria isso inevitável. Ela preferia estar sozinha quando todos os sentimentos dolorosos a invadissem de uma só vez forçando-a a mergulhar no fundo do poço.

Além disso, ela precisava pensar. Deus, tanta coisa havia acontecido desde o início do ano letivo. De uma forma ou de outra, não conseguia esquecer a noite do baile. Ela também não se permitia pensar muito sobre isso pois sentia medo. Medo da conclusão que chegaria.

Puxando as pernas de encontro ao corpo, deitou no sofá observando as chamas laranjas dançarem freneticamente como se quisessem sair dali. O laranja do fogo lembrava os cabelos de Ron. Ainda era difícil pensar sobre Ron e no que tinha acontecido. Eles tinham nascido para estarem juntos, disso tinha certeza, então por que diabos ainda não estavam? Era uma pergunta tão difícil de ser respondida.

Cansada de ficar olhando para o fogo e sem conseguir ler uma linha do livro que tinha nas mãos, levantou do sofá, puxou seu casaco que havia sido colocado no cabideiro e saiu do quarto. Ainda era cedo, talvez pudesse ir até a Torre da Grifinória.

(…)

"Ainda não acredito que foi expulso do Três Vassouras." comentou Theo vagamente.

"Você deve ter feito algo muito mal pra ela." continuou Blaise.

"Eu fiz." disse Draco. Já estava ficando cansado disso.

"E não vai nos dizer o que?" insistiu Blaise.

"Não." ele respondeu simplesmente.

Os três continuaram em silêncio observando os colegas de casa conversarem escandalosamente entre si. Draco estava quieto, pensativo. O Natal estava cada vez mais próximo e ele não tinha certeza se realmente queria voltar para casa. Ele sentia saudades de sua mãe, isso era óbvio, mas voltar para casa era voltar para uma realidade que ele não gostava.

Ele suspirou e jogou a cabeça para trás no sofá.

"Draco?" o loiro levantou a cabeça e focou seus olhos na garota loira à sua frente.

"Meg." ele reconheceu. Ela sorriu e sentou ao seu lado.

"Você não tem me procurado mais." ela fez bico e se aconchegou no sofá. 

"Tenho andado um pouco ocupado. Sabe como é, deveres de monitor." ele murmurou. Theo e Blaise se levantaram, despedindo-se com um aceno de cabeça e deixando os dois a sós.

"Sei."

Draco continuou em silêncio, olhando para nenhum lugar em especial quando sentiu Meg mudar de posição no sofá. Ele virou o rosto em sua direção e ficou surpreso ao encontra-la sentada de pernas cruzadas e de frente para ele.

"Soube do que aconteceu mais cedo…" ela começou.

Draco soltou uma risada irônica. “Quem não soube?” perguntou amargo. “Onde quer chegar com isso? Não quero sua pena, White.” irritou-se.

"Olha, eu não vim aqui pra sentir pena de você, eu apenas queria fazê-lo sentir-se melhor, mas se vai me tratar mal, eu vou embora." ela começou a levantar mas Draco a parou.

"Desculpe, eu só…" ele suspirou.

"Esqueça isso. Eu gosto de você, Draco, e me deixa triste te ver assim."

"Assim como?" ele questionou.

"Perdido." ela segurou as mãos dele nas suas. "Não sei o que você fez pra Madame Rosmerta, ou o que você fez durante a guerra, o que importa é no que você se tornou após isso tudo." ela olhou fundo em seus olhos. "E eu sei que você não é mais aquele idiota arrogante que era e isso já é um bom começo."

Draco olhou para Meg e viu nela tudo o que um dia quis para o seu futuro. Uma mulher linda, sexy e de boa família. Mas agora ele não tinha mais certeza de que era isso que queria. Ele queria alguém que ele fosse capaz de amar e ele não sabia se seria capaz de amar Meg. Provavelmente não.

"Obrigada por ter me salvado das mãos daquele crápula do McLaggen." ela sorriu, tentando quebrar o clima.

Se ele não podia ama-la como mulher algum dia, ele provavelmente poderia te-la como amiga. Ele sorriu, contagiado pelo sorriso dela.

"Ao seu dispor, madame." respondeu sarcástico, mas ria.


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Notas finais do capítulo

Preview's time!

'Ela entrou no barco, seguida pelo auror. Draco engoliu em seco e olhou mais uma vez para a construção ao longe. Ele não conseguiria fazer aquilo. Seu estômago estava dando voltas e mais voltas a cada segundo.

"Vamos rapaz, não temos o dia todo!" murmurou o Auror Johnson.

"Venha Draco, ele está esperando por nós." Narcisa sorriu.'