Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 13
Chapter 13: Reasons


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente, finalmente estou de férias e com tempo de sobra pra vocês!
(eu ouvi um "aleluia"?)

Aqui vai mais um capítulo, espero que gostem!



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Capítulo 13 - Reasons

Draco saiu no corredor e praguejou. Que merda ele tinha acabado de fazer? Ele deu um soco na parede de pedra do corredor e não se importou com a dor.

O fato era que ele sentiu-se maravilhosamente bem enquanto beijava-a e era por isso que estava tão nervoso. Ela era Hermione Granger e tinha sido torturada no chão de sua sala enquanto ele assistia impotente.

E agora ele a tinha dado conselhos e em seguida beijado-a. Se o mundo soubesse disso ele com certeza iria pra Azkaban por tocar a menina de ouro.

Ele bufou e começou a andar até a Torre de Astronomia. Chegando lá, puxou o maço de cigarros fechado de dentro do bolso da calça e abriu. Acendeu um cigarro e tragou.

Ele devia ter aceitado se encontrar com Meg depois da festa. Sem dúvidas teria sido mais produtivo. Uma garoa fina começou no lado de fora e um vento frio e cortante o fez estremecer. Estava cansado e talvez fosse melhor voltar para seu quarto e tentar dormir. Ele duvidava que conseguisse.

Apagou o cigarro na chuva e jogou-o fora. Desceu as escadas e passou pelos corredores desertos. O castelo estava em silêncio absoluto, já devia passar das 2 horas e todos já deviam estar em suas camas.

No corredor do quarto andar, de frente para a entrada da biblioteca, Draco congelou. Madame Norra estava em seu pé, miando alto, chamando seu dono. Ele não podia pegar uma detenção. Pensando rapidamente, ele encontrou duas saídas. Primeira, ele poderia sair correndo com Filch em seu encalço e se desse sorte chegaria nas masmorras antes dele. Ou segunda, ele poderia entrar na escuridão da biblioteca e se refugiar por lá até estar seguro para fazer seu caminho até seu quarto.

A segunda opção soou mais atrativa e com rapidez ele entrou na biblioteca. Agradeceu a Merlin quando as grandes portas de madeira não rangeram como sempre faziam.

Lá dentro, tudo que ele viu foi escuridão. Apurando os ouvidos, ouviu o miado da gata e a voz de Filch.

"Quem está aí?" o velho gritou no corredor. "Quem está aqui, minha querida?" perguntou para a gata.

Prendendo a respiração, Draco ouviu o zelador resmungar alguma coisa e sair as pressas.

"Eu te pego, aluno atrevido, ah se eu te pego."

Draco suspirou de alívio quando o silêncio reinou outra vez. Buscando sua varinha no bolso, acendeu a ponta dela, iluminando a biblioteca atrás de si.

Ele estava prestes a sair quando lembrou-se de algo que tinha mantido-o curioso a semana inteira. Com a varinha acesa, andou até as prateleiras de madeira e procurou incessantemente pelo título “Bruxos puro-sangue na Itália.”

Encontrou minutos depois ao lado do título “Guerras Italianas Bruxas, Séc XIV.

Ele abriu o livro que estava nas mãos e procurou no índice pela família Giordano.

"Página 64." Murmurou para si mesmo enquanto caminhava até uma mesa.

Ele apoiou o livro na mesa e abriu na página indicada.

Família Giordano, da antiguidade até os tempos de hoje.

A Família Giordano era uma das famílias mais antigas de sangues puros da Itália. Através dela, deu-se origem a várias outras famílias puro-sangue, tais como, Lazzaros e Scollete.

Sabe-se que o primeiro herdeiro sangue puro de nome Giordano nasceu no meio da Guerra Italiana Bruxa de 1359. Sua mãe, Marieta, deu à luz em um dos muitos esconderijos espalhados pela Itália. O menino, nomeado Enzo, nasceu, pelas graças de Merlin, saudável e forte e futuramente tornou-se um dos maiores vingadores do massacre aos bruxos daquele ano.

Enzo, anos depois à morte de sua mãe e o sumiço de seu pai, Giovanni, declarou vingança à todos aqueles que levaram bruxas para serem queimadas na fogueira, incluindo sua mãe. Enzo matou mais de mil homens durante vinte anos.

Finalmente, sentindo-se vingado, Enzo juntou sua fortuna adquirida ao longo dos anos e comprou uma casa de campo aos arredores de Veneza, uma cidadezinha esquecida da Itália naquela época. Ele, então conheceu Antonella, uma bruxa foragida da Inglaterra. Ambos puro sangues, casaram-se meses depois e tiveram três filhos. Dois meninos e uma menina.

Em 1418, um de seus filhos, Camillo, foi morto após uma briga com um dos fazendeiros da região. Camillo e Leandro, dono da propriedade ao lado, odiavam-se com fervor. Ninguém sabe ao certo de onde veio tanto ódio mas os dois travaram uma briga e Camillo, mesmo sendo um puro-sangue, levou a pior e morreu nas mãos de um trouxa. Antonella, sua mãe, entrou em depressão meses depois, vindo a falecer um ano e meio mais tarde.

Enzo criou seus filhos da melhor forma que conseguiu. Já velho, assistiu satisfeito, sua filha casar com um bruxo da elite da sociedade mágica enquanto seu filho tornava-se membro do alto escalão bruxo.

Em 1430, Enzo morreu, deixando seus filhos com suas famílias prontas, fazendo-os prometerem que manteriam a pureza de sua linhagem até o fim dos tempos pois nenhum trouxa merecia possuir sangue mágico.

A última família Giordano existente no mundo foi em 1969. Francesca e Vicenzo Giordano tiveram duas filhas, Katherine e Mary Anne. Em 1979, Mary Anne, uma das filhas do casal estava prometida em casamento com Amon Cavali mas, no final de 79, Mary Anne desapareceu misteriosamente. Sua família foi encontrada morta na famosa Mansão Giordano em Veneza. Há boatos de que Mary Anne matou a família por não estar de acordo com o casamento arranjado e fugido em seguida. A família Cavali ainda vive nos arredores da Itália até os tempos atuais.

A seguir, uma listagem de todos os Giordano que já habitaram o planeta...

Draco sacudiu a cabeça atordoado. O texto era pequeno e especulativo mas ainda sim, macabro. Procurou nas páginas seguintes algumas imagens mas não havia nenhuma. O que será que tinha acontecido com Mary Anne? Será que ela tinha mesmo matado sua família? Ele não conseguia acreditar nisso.

Fechou o livro com força e massageou as têmporas. Ele lembrava vagamente o que foi o Massacre aos Bruxos. Tinha ouvido sua mãe falar sobre isso inúmeras vezes, dizendo como os Black e os Malfoy tinham sido perspicazes durante aquele tempo. Poucos ancestrais de Draco haviam morrido na guerra. As guerras bruxas não tinham sido tão fatais na Inglaterra, já que o país possuía o maior número de bruxos no mundo.

Talvez tivesse algo sobre isso no diário de Mary Anne o qual estava em posse de Granger. Como foi que ela tinha conseguido mesmo? Ele pensou, Claro, com seus pais. Ele suspirou. Se quisesse matar sua curiosidade teria que falar com ela.

"Não hoje, absolutamente." Ele murmurou para si mesmo.

Colocando o livro de volta no lugar, Draco deixou a biblioteca às pressas com medo de encontrar Filch novamente.

Ao chegar nas masmorras, a escuridão era sombria. A lareira estava apagada e o Salão Comunal estava bastante frio. Em silêncio, Draco subiu até seu dormitório e se jogou em sua cama, fechando a cortina em seguida.

Ele queria dormir e não pensar no que tinha acontecido pouco tempo atrás mas era simplesmente inevitável. Xingando baixinho, ele enterrou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos.

(…)

Hermione já tinha trocado de roupa. O vestido branco emprestado de Ginny estava jogado em um canto qualquer do quarto. A luz da vela estava acesa, iluminando parcialmente o quarto e fazendo a sombra de uma Hermione inquieta dançar na parede.

Seus pensamentos estavam em colapso. Ela pensava em Ron e em Malfoy e chorava. Era muita coisa para um dia só. Com a conclusão de que não conseguiria dormir, tentou ler um livro, sem sucesso.

Pegou o diário de Mary Anne de cima da escrivaninha e abriu novamente de onde havia parado.

31 de outubro, 1969

Querido diário,

Eu tenho feito algumas amigas e tenho me dado muito bem com as meninas por aqui, ao contrário do que mamãe havia me falado, todas são muito educadas e simpáticas, o que me lembra de Stela. Stela tem sido uma grande amiga pra mim por aqui, sempre me ajuda no que eu preciso e ela é bastante inteligente.

Hoje foi o baile de Halloween aqui em Beauxbeatons. Foi realmente incrível. Toda aquela decoração tradicional, aquelas comidas e bebidas e muita música, mas, infelizmente a festa termina meia-noite para os primeiros, segundos e terceiros anos. Pelo menos me diverti bastante, até sinto dor nos pés.

Aqui nós temos quartos separados, o que me faz sentir bastante sozinha depois de tanto tempo compartilhando quarto com Katherine, mas é algo que eu tenho certeza que vou apreciar futuramente.

Já passa da 1 hora da manhã e eu realmente preciso dormir. Boa noite.

Mary Anne.

1 de dezembro, 1969.

Querido diário,

Hoje eu acordei cedo mas foi por uma boa causa. Uma coruja muito bonita e enfezada bateu na minha janela até eu abrir. Ela deixou uma carta em cima da minha cama e foi embora. Era uma carta de Amon e é por isso que eu estou de tão bom humor hoje.

Pelo que ele disse, tudo está indo muito bem em Durmstrang e eu fico extremamente feliz por ele. Ontem também teve uma festa de Halloween lá e ele disse que foi incrível e um pouco bizarro. Vou transcrever o que ele me disse na carta:

'Ontem teve uma festa de Halloween aqui em Durmstrang. Muitas bebidas e um banquete digno de Deuses para todos os alunos. Eu e uns amigos comemos até inchar enquanto outros preferiam só beber até cair. É estranho uma festa de Halloween sem uma decoração realmente legal; um morcego voador, ladrão de comidas, não conta como decoração. Talvez seja algo de homens não ter tais tradições. Foi bom apesar de tudo.'

Como fazem uma festa de Halloween sem uma decoração? Vai entender os homens…

Ainda preciso responder a carta e a coruja dele está aqui esperando e me olhando com uma cara de quem vai arrancar meus olhos se eu demorar mais um pouco. Até mais.

Mary Anne.

23 de dezembro, 1969.

Querido diário,

Finalmente estou indo para casa. Estou morta de saudades de todo mundo lá em casa e do Amon também. As férias de Natal prometem ser as melhores já que vamos todos para a casa de campo da família Cavali no Sul da Itália como avisou papai na última carta.

O trem para Kings Cross parte em alguns minutos e estou trancada no banheiro por não conseguir conter a ansiedade de chegar logo. Minhas amigas me expulsaram da nossa cabine porque eu não paro de falar. Que culpa tenho se eu não consigo me controlar? Espero que esse trem chegue logo à Londres.

Preciso ir, estão batendo na porta do banheiro. Até mais.

Mary Anne.

2 de janeiro, 1970.

Querido diário,

Como eu havia dito, esse foi um dos melhores natais que já tive. Eu e Amon passamos o tempo inteiro juntos jogando conversa fora. Eu nunca encontrei um amigo como ele, é como se sempre tivéssemos nos conhecido. Katherine parece estar com ciúmes da nossa amizade e mamãe me obrigou a passar algum tempo com ela e Stela.

Eu recebi muitos presentes, entre eles um lindo cordão do meu pai e um globo de neve enfeitiçado de Amon. Papai disse que o cordão é relíquia de família e sempre é dado para o primeiro filho a ir para uma escola de magia. Eu achei o cordão lindo e prometi nunca mais tira-lo do pescoço.

O globo de neve que Amon me deu muda de cenário ao meu gosto. Ele disse que pediu a um amigo do quinto ano para ajuda-lo a montar. Tudo que eu preciso fazer é pensar em um lugar e murmurar um feitiço com a minha varinha.

Ganhei muitos doces e vestidos, incluindo um vestido um pouco chamativo de Stela.

Agora, estou voltando para Beauxbeatons e em algumas horas estarei de volta no meu dormitório e em breve às aulas.

Mary Anne.”

Hermione recostou na cabeceira da cama e esfregou os olhos enquanto sorria. Estava cansada mas não queria parar de ler. A exaustão tomou conta dela na segunda linha da página seguinte e ela deixou o diário ao lado da cama, se aconchegando entre as cobertas.

Talvez, se conseguisse bloquear os pensamentos sobre Malfoy, Ron ou até mesmo Bellatriz, ela poderia dormir tranquilamente.

É claro que ela não conseguiu tal feito. Depois de minutos com os olhos fechados, Malfoy apareceu em sua mente. Ele estava sorrindo para ela, de um modo tão Malfoy que ela achou que ele estivesse realmente ali.

Sua mente mergulhou com leveza na inconsciência e seus pensamentos tornaram-se sonho.

Malfoy não estava mais lá, Ron estava. Ele sorriu e se aproximou perigosamente. Sua mão grande e quente, tocou seu rosto em um carinho gentil. A Hermione de seus sonhos fechou os olhos e quase ronronou. Ron enredou as mãos em seu cabelo rebelde e puxou seu rosto de encontro ao dele. Seus lábios formigaram ao toque e suas mãos voluntariamente abraçaram-no pelo pescoço, trazendo-o para mais perto. O gosto dele era inebriante e seu cérebro falhou por instantes para voltar à tona em seguida e fazê-la tornar-se totalmente consciente dos efeitos que ele estava causando nela. Mãos suadas, coração disparado, calor morno se espalhando pelo corpo e uma vontade infinita de permanecer em seus braços.

Os dois se separaram ofegantes e Hermione buscou seus olhos. Em seguida acordou assustada.

Ela sentou na cama, ainda ofegante, sentindo os efeitos do sonho que acabara de ter. Seu coração apertou quando ela fechou os olhos, absorvendo a informação mais importante de todo o sonho. Os olhos que ela encontrou antes de acordar eram cinzas. Este era um fato indiscutível. Nada de azul céu e sardas, mas sim pele branca acetinada e olhos cinzas feito o céu nublado.

Se isso viesse a acontecer novamente, ela preferia ficar acordada. Levantou com disposição da cama, desenrolando-se dos lençóis quentes e andou pelo quarto. O relógio em cima da mesa de cabeceira dizia que amanheceria em poucos minutos.

Quanto tempo ela tinha dormido? Pouco, provavelmente.

Saiu do quarto e com a varinha em mãos acendeu todas as tochas. Abriu uma das janelas ao lado da porta da cozinha e debruçou-se sobre ela. O campo de quadribol podia ser visto à grande distância dali. Os aros eram quase invisíveis em meio a neblina de fim de noite. O vento forte balançava seus cabelos e a fazia tremer de frio. Era 1 de dezembro e o frio já prometia vir com força total.

Ela se encolheu, passou os braços em volta de si mesma e olhou para o céu. Estava cinza chumbo e parecia pesado, as nuvens carregadas sendo arrastadas de um lado para o outro pelo vento forte. Cinza. Ela detestava o cinza. Preferia o azul, claro, revitalizante. Preferia a primavera, ao inverno. Sempre tinha preferido as cores, o vento morno batendo em seu rosto enquanto caminhava pelos jardins magníficos de Hogwarts.

O céu começou a clarear gradativamente e isso marcava o amanhecer. O sol não apareceria, não hoje. Parecia que o céu desabaria a qualquer segundo.

Quando o frio tornou-se insuportável, ela afastou-se da janela e virou para a sala. As tochas não eram mais necessárias devido à claridade do nascer do dia.

Hermione dirigiu-se para o banheiro a fim de tomar um banho quente e relaxante.

Ela despiu-se assim que a banheira encheu e entrou.

(…)

Draco acordou com um mau humor que ele presumiu que tenha sido pela sua falta de sono. Pelas suas contas, tinha conseguido dormir pouco menos de 3 horas. Muitas coisas martelavam em sua cabeça, incluindo o beijo que ele havia dado em Hermione Granger.

Ele tinha passado a madrugada pensando no que tinha levado-o a fazer aquilo. Instinto? Desejo? Algo próximo disso, embora não quisesse admitir. Para onde havia ido a repulsa que sentia pela sangue-ruim? Ainda estava lá, ele podia sentir, mas não parecia mais algo que corria por suas veias como a alguns anos atrás.

Ele voltou ao baile, na noite anterior. Ele sentiu seus olhos correr em sua direção no momento em que pisou no Salão, junto com Blaise, Theo, Goyle e alguns outros sonserinos.

Ele sabia que era ela quando a viu. Ele só sabia. Então ele a observou durante o baile inteiro sem realmente se dar conta. E ele viu quando Weasley a beijou e viu quando ela fugiu em seguida. Ele sabia pra onde ela iria e ele foi atrás. A intenção inicial era zombar dela e tornar, seja lá o que for que ela estivesse sentindo, pior.

Mas então ele a viu aos prantos e aquilo o desarmou. Ele odiava, com todas as suas forças, vê-la chorar. Trazia a tona a única lembrança que o atormentava até hoje. A lembrança do dia em que a realidade o atingiu. A realidade de que tudo aquilo não fazia nenhum sentido para ele. Naquela noite, tinha sido a primeira vez que tinha se dado conta de que tudo aquilo não era o que queria para sua vida. Torturar e matar pessoas as quais convivera durante anos era demais para ele.

Os gritos aterrorizantes de Granger tinham quebrado a neblina que habitava sua mente, criada por seu pai e todos os outros ao seu redor. Ela o tinha feito acordar e repensar suas atitudes.

Quando ele a viu chorando na Torre de Astronomia, na noite passada, tudo o que ele queria fazer era confortá-la. Talvez ele ainda sentisse culpa por aquele dia, por não ter sido capaz de ajuda-la. Sim, provavelmente era isso.

"Mas isso não explica o beijo." Ele sussurrou para si mesmo enquanto olhava-se no espelho.

Seu cabelo molhado estava desgrenhado e seus olhos pareciam cansados. Ele suspirou avaliando as manchas escuras debaixo dos olhos. Parecia que ele estava de volta à guerra. As lembranças o desgastavam.

"Não tenho estado com alguém tão próximo a muito tempo." Ele murmurou, desviando o olhar do espelho. "Foi puro impulso, loucura, nunca mais vai se repetir."

Talvez ele só precisasse de uma mulher para distraí-lo. Isso definitivamente era uma boa ideia. Aproveitaria o fim de semana para conseguir uma das garotas de Hogwarts. Se Blaise estivesse certo, ele ainda tinha seu charme e pouco importava a marca que carregava em seu braço.

Ele saiu do banheiro e sorriu ao encontrar um Blaise de ressaca na porta do banheiro.

"E aí, parceiro!" Draco cumprimentou.

"Cara, não grita, vai." Ele pediu rouco.

"Pelo visto a noite foi boa." Draco sorriu de lado.

"Foi ótima, mas a manhã está péssima, então por favor, se me der licença preciso usar o banheiro."

Sem esperar resposta, Blaise entrou no banheiro e bateu a porta. Draco ouviu seu gemido de dor do outro lado e riu com gosto.

Voltou para seu quarto e encontrou seus companheiros ainda dormindo. Era algo já esperado. Remexeu em seu malão e tirou de dentro um frasco com um líquido transparente. Voltou a sair do quarto e sentou confortavelmente no sofá no Salão Comunal já bastante cheio.

Mais de quarenta minutos depois, Blaise apareceu. Embora parecesse melhor, fazia caretas a cada menor ruído.

"Tome isso." ele jogou o frasco em cima do colo de Blaise que havia sentado na poltrona em frente a ele.

Blaise bebeu e em segundos sentiu-se melhor.

"Valeu cara."

"Me deve uma reposição de poção pra ressaca." cobrou. "Onde está Theo?"

"Não o vejo desde ontem à noite quando ele saiu da festa com a Jessy. E você, onde esteve?" Blaise perguntou curioso.

"Por aí. Não importa agora, temos algo a fazer. Vamos!"

O loiro levantou e o moreno o seguiu para fora do Salão Comunal saindo nas masmorras frias e úmidas. Ambos apertaram o casaco contra o corpo e se dirigiram para o Salão Principal. No caminho, Draco contou as suas intenções para o amigo.

"Finalmente!" Blaise divertiu-se. "Por que a mudança?" perguntou curioso.

"Tenho necessidades, Blaise."

"Então vamos lá…" Blaise falou enquanto sentavam-se à mesa. "Que tal…" ele olhou em volta do Grande Salão já razoavelmente cheio.

"Lufa-lufa está fora de cogitação." Draco lembrou.

"Grifinória será difícil, acho que podemos descartar a maioria." Blaise continuou. "Com isso nos resta Corvinal e Sonserina. Que tal a Meg? Pelo que eu me lembro ela estava dando em cima de você ontem no baile."

"Talvez seja uma boa ideia."

"Então aproveita que ela vem aí."

"Oi Draco." ela cumprimentou e sentou-se a seu lado.

"Oi Meg." Draco sorriu sedutor.

"Dormiu bem?" ela perguntou aproximando-se dele e passando o dedo pelo lado do seu rosto.

"Sabe, poderia ter dormido melhor." ele comentou sugestivo.

"Isso a gente pode sempre resolver." ela sorriu afetada e Draco, ousadamente, depositou uma mão em sua perna descoberta.

Ela sorriu e puxou o rosto dele em direção ao dela para compartilharem um beijo. Eles se separaram minutos depois sob alguns olhares curiosos. O beijo tinha sido bom, mas não se comparava com… Ele apertou o olhar em direção à mesa da Grifinória e ficou surpreso ao vê-la olhando para ele com uma carranca. Quando ela percebeu que havia sido pega, seu olhar desviou do dele e ele viu seu rosto ficar vermelho de vergonha.

(…)

Hermione se xingou mentalmente por ter sido pega. Ela tinha acompanhado Malfoy desde a hora que ele havia entrado no Grande Salão até o seu beijo desentupidor de pia na garota Sonserina. Ela sentiu um embrulho no estômago e uma raiva crescente em seu peito. Ela não compreendia o motivo da raiva, mas a raiva estava lá.

Harry e Ron apareceram e sentaram de frente para ela. Hermione endureceu imediatamente ao olhar para Ron, assim como o garoto ruivo fez o mesmo.

"Bom dia, Mione." Harry cumprimentou.

"Bom dia, Harry." Respondeu mecanicamente.

Ron pegou um copo de suco de abóbora e tomou. Um silêncio desconfortável caiu sobre os dois e Harry olhou estranho.

"Aconteceu alguma coisa?" Ele perguntou.

Ron se remexeu inquieto ao seu lado e Hermione concentrou-se em seu mingau.

"Tudo bem, vocês não querem falar, ótimo." Harry encerrou.

Ginny chegou interrompendo o silêncio desconfortável.

"Bom dia! Que caras são essas?"

"Não é nada, Ginny. Com licença, tenho muitas coisas pra fazer." Hermione desculpou-se e saiu do Salão Principal.

Ela não queria pensar no que tinha acontecido na noite anterior. Nem sobre Ron, nem sobre Malfoy. Principalmente sobre o último. Levando em consideração o que tinha visto ainda pouco no café da manhã, ele provavelmente se sentia da mesma forma. Quanto a Ron… Ele era um belo imbecil.

Hermione bufou com raiva. Ele nem sequer conseguia falar sobre o que tinha acontecido entre eles. Merlin, como foi que ela se apaixonou por ele em primeiro lugar?

Dizendo a senha pra Medusa, Hermione entrou no quarto. Estava cansada e sua cabeça era um turbilhão de pensamentos nada saudáveis. Foi até a cozinha e preparou um café. Era tudo o que ela precisava para agora.

Foi para o quarto e deitou na cama. Parecia que tinha uma bigorna em cima de sua cabeça. Ela tomou um gole do café para tentar dispersar o sono que estava nublando seu raciocínio mas aparentemente não estava funcionando. Por fim, o sono levou a melhor e Hermione praticamente desmaiou.


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Notas finais do capítulo

Preview's timeeee:

'"Não, Granger." ele pediu rouco. "Por favor."

"Você precisa de cuidados." ela sussurrou.

"Apenas… me deixe aqui." ele pediu.

"Você me conhece o suficiente pra saber que não farei isso."'



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