Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 12
Chapter 12: Expectations


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, este capítulo é dedicado a Ninha Chan pela primeira e linda recomendação da fic! Espero que você goste!

Obrigada TheSecretM pela recomendação, fiquei muito feliz quando a li!! Obrigada também pelos reviews, vocês são maravilhosos!



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Capítulo 12 - Expectations

Hermione se olhou mais uma vez no espelho. Usava um vestido branco - como o previsto - que Ginny havia lhe emprestado. Ele era justo e um pouco curto e ela estava se sentindo desconfortável. Pela vigésima vez, puxou a barra do vestido para baixo tentando ao máximo esconder suas pernas mas não teve sucesso. Ao menos ninguém a reconheceria quando colocasse a máscara.

Tinha os cabelos presos em cascata e, com a ajuda de uma poção, estavam macios e com cachos definidos. Já estava quase pronta quando Ginny saiu do banheiro de seu dormitório e entrou no quarto.

As duas tinham combinado de se arrumarem juntas. Na verdade, Ginny tinha insistido até Hermione cansar dizendo que ela precisava de sua ajuda para se arrumar. Irritada, Hermione concordou.

"Ficou ótimo em você!" A ruiva exclamou quando viu a amiga através do espelho.

"Você não acha que está um pouco indecente?" Perguntou receosa. Ainda puxava insistentemente a bainha do vestido para baixo.

"Bobagem, está ótimo."

"Certo."

Hermione suspirou e sentou-se na cama. Ginny se vestiu e se maquiou sob o olhar vago da castanha.

"Aconteceu alguma coisa?" Ginny perguntou preocupada vendo a falta de animação da outra.

Ainda perdida em pensamentos, acenou negativamente com a cabeça. A verdade era que não conseguia parar de pensar sobre o diário de Mary Anne Giordano que estava escondido em sua gaveta.

Ela queria contar à Ginny sobre o diário mas para isso, teria que contar tudo, o que envolvia contar sobre seus pais. Ela ainda não estava preparada para compartilhar isso. Só Malfoy tinha conhecimento de seus segredos, embora isso soasse bastante irônico. Será que ele a ajudaria?

"Hermione!" Ginny gritou impaciente.

A castanha olhou para cima e sorriu amarelo.

"Desculpe." suspirou.

"Esqueça, vamos logo, ou vamos nos atrasar."

Ela assentiu e se levantou da cama, mais uma vez puxando a barra do vestido e em seguida colocando a máscara. As duas amigas saíram do dormitório do monitor-Chefe e seguiram pelo corredor do quinto andar, encontrando com alguns Corvinais um pouco mais à frente.

Do corredor de frente para o Grande Salão já era possível ouvir a música. As portas estavam totalmente abertas e era possível ver a decoração de Halloween da festa.

A decoração inteira era predominantemente em dourado, mas havia alguns toques de preto, branco e vermelho. Alguns morcegos em papéis encantados voavam pelo salão, obrigando alguns alunos a se abaixarem para não serem acertados. Todas as mesas das quatro casas haviam sido retiradas para dar espaço ao público. No canto esquerdo do Salão haviam duas mesas enormes e elegantes de ferro escuro onde ficavam comidas e bebidas; Hermione e Ginny quiseram ter certeza de que haveria todos os tipos possíveis para ser escolhido. No meio do salão estavam as mesas para os alunos sentarem-se; essas eram redondas e forradas com um tecido branco e rodeada por quatro cadeiras, também de ferro negro. Nos cantos, em formação de meia lua ao redor da pista de dança, tinham vários sofás vermelhos com cortinas transparentes para dar a aparência de privacidade. A pista de dança era a melhor parte da decoração; um tapete com a aparência de veludo vermelho sangue e, com um simples feitiço, um névoa de fumaça fraca dava ao ambiente o toque final. De frente á pista, havia um palco de madeira com enormes cortinas vermelhas como num teatro trouxa e uma banda tocava músicas dançantes. Para completar, as velas haviam sido trocadas por luxuosos lustres que iluminavam fracamente o salão dando um ar íntimo.

Hermione entrou e olhou em volta, maravilhada; Ginny, ao seu lado, não cabia em si de orgulho. Reparou de um lado, os professores impecavelmente vestidos em suas vestes de festa, deixando claro que não participariam do tema imposto por ela e Ginny. Ao menos, todos estavam mascarados.

A pista de dança ainda estava vazia, mas era cedo. Alguns alunos conversavam sentados nos sofás, outros bebiam cerveja amanteigada em suas mesas. Todos estavam mascarados e irreconhecíveis e se dividiam em roupas vermelhas, pretas e poucas brancas. Hermione notou que a maioria das mulheres presente no salão vestia vermelho. Típico. Ela bufou e puxou Ginny pelo braço até uma mesa onde estavam dois garotos vestidos de preto. Os cabelos ruivo e preto não negavam quem eram.

"Preto também?" Perguntou Hermione ao sentar-se na mesa junto a eles.

"Hermione?" Perguntou cauteloso o que deveria ser Ron.

"Não, o bicho papão." Ela ironizou mas riu em seguida. O ruivo bufou e voltou a beber o conteúdo de seu copo.

"Vocês estão lindas!" Exclamou Harry fazendo Hermione ruborizar e os olhos de Ginny brilhar através da máscara negra. A máscara da amiga era deslumbrante, com pequenas pedras de turmalina encrustadas nas laterais; havia sido presente de Harry. A máscara do moreno era de um preto fosco e elegante e tinha pouquíssimos detalhes além de alguns desenhos na curvatura do nariz. A máscara de Ron era bem parecida, embora o preto fosse mais vivo e o formato da máscara parecer se adaptar perfeitamente ao seu rosto. A de Hermione era branca e tinha, assim como de Ginny, algumas pedras enfeitando as laterais e um punhado de penas; no início, Hermione havia achado a máscara extravagante mas a ruiva tinha convencido-a a levar, mas agora achava bonita e elegante.

"Obrigada, meu amor." respondeu Ginny e deu-lhe um beijo de agradecimento, sentando-se a seu lado em seguida.

"Obrigada, Harry." Hermione sorriu para o amigo.

"Como vai o braço, Ron?" Ginny perguntou.

"Melhor, mas ainda dói um pouco." Ron respondeu. Ele puxou a manga do blusão que usava, mostrando uma cicatriz bastante feia mas que segundo Madame Pomfrey sumiria completamente em algumas semanas.

"Afinal, o que foi que aconteceu?" Hermione perguntou. Ainda lembrava claramente do momento desesperador do acidente e das longas horas seguintes em que Ron passou inconsciente na Ala Hospitalar.

"Foi um acidente. Eu não estava realmente prestando atenção no que a Professora Sprout estava dizendo." o ruivo deu de ombros envergonhado. Suas orelhas escarlate o denunciava.

"Novidade." Hermione estalou a língua em desaprovação.

"Eu estava cansado, a detenção têm levado o melhor de mim. Passo as noites limpando o castelo ao lado de Filch." Ele resmungou.

"Isso é inteiramente culpa sua. Talvez na próxima vez pense melhor antes de fazer besteira." Hermione retrucou mas se arrependeu por ser tão dura ao ver a mágoa no rosto de Ron.

"Vou pegar mais uma bebida." Ron bufou e levantou com brusquidão, saindo cambaleante até a mesa de bebidas.

"Quanto ele já bebeu?" Perguntou Hermione, agora preocupada, vendo Ron fazer um caminho meio torto através do Salão para a mesa de bebidas.

"Eu é que sei?" Respondeu Harry. "A propósito, a festa está realmente incrível. Acho que vocês se superaram." Comentou Harry sorrindo apreciativamente. Depois levantou-se e estendeu a mão á ruiva. "Vamos dançar, amor?" Perguntou à Ginny.

"Claro." Ela colocou sua mão na dele e também levantou-se. Ambos caminharam até a pista de dança deixando Hermione sozinha na mesa.

Sentada na mesa, no centro do salão, ela conseguia ver praticamente todos. Agora a pista de dança estava razoavelmente cheia e na mesa de bebidas, alguns professores monitoravam os menores.

Um grupo de garotos, possivelmente do seu ano, entrou no salão, chamando a atenção das garotas concentradas naquela região. Uma dessas garotas, aproximou-se de um dos garotos e sussurrou em seu ouvido. O garoto balançou a cabeça e a menina saiu agitada em direção à suas amigas. Ela tinha os cabelos loiros, lisos e longos e parecia ser bonita. O vestido vermelho justo que usava mostrava o tanto de curvas que possuía. Ainda observando o grupo de garotos, viu-os sentar em uma mesa mais para o canto do Salão, próximo á pista de dança.

Ela suspirou entediada. Ginny e Harry ainda dançavam e se divertiam na pista de dança e mais ao canto, Ron conversava com uma garota. Ela estava vestida de branco, assim como Hermione, e seus cabelos loiros e cacheados tornavam-a totalmente angelical.

Um morcego passou voando por eles e Hermione viu Ron puxar a garota de encontro a si e para fora do caminho do morcego. Os dois cambalearam e Ron se apoiou na parede, com as mãos ainda apertando sua cintura. Eles se olharam por um instante e a menina se afastou sem graça.

"Acho que é uma boa hora para uma bebida." Hermione argumentou para si mesma sentindo seu coração se apertar dolorosamente dentro do peito. Ela levantou e andou até a mesa de bebidas, desviando de alguns morcegos pelo caminho.

"Boa noite, prof. Marshall." Hermione cumprimentou o professor que estava vigiando a mesa de bebidas. Era reconhecível pelos seus inconfundíveis cabelos claros, compridos e lisos.

"Boa noite, Hermione, ótima festa, parabéns." O professor sorriu por detrás da máscara.

"Obrigada." Ela agradeceu e se afastou, olhando a variedade de bebidas dispostas. "Qual será a mais forte?" Perguntou para si mesma em voz alta.

"Uísque de fogo." Respondeu uma voz à sua esquerda.

Ela conhecia a voz mas não tinha ideia de quem poderia ser. Olhando para o lado, tentou ver alguma coisa que ajudasse seu cérebro a descobrir, mas a luz do salão estava baixa e o máximo que ela conseguiu foi notar que tinha os cabelos claros.

"Obrigada." Ela agradeceu quando o garoto deu-lhe um copo de uísque de fogo e após pegar um para si mesmo, afastou-se.

Ela olhou para a parte do Salão onde Ron deveria ainda estar com a garota loira mas não os encontrou. Tentando afastar o sentimento horrível que sentia naquele momento, olhou ao redor e parou para assistir as dezenas de pessoas rindo e dançando na pista de dança.

Depois do seu quinto copo de uísque de fogo, Hermione finalmente ouviu o anúncio vindo do palco.

"Agora, com vocês, pela segunda vez em Hogwarts: As Esquisitonas!"

Era a voz de Ginny, sim, isso era certo. Hermione olhou para o palco a tempo de ver a euforia da amiga anunciando sua banda favorita e depois a multidão de gente correr na direção do palco assim como havia acontecido no Baile de Inverno todos aqueles anos atrás. Mas dessa vez, Hermione permaneceu onde estava, com medo de ser arrastada pela multidão. Quando o show começou de fato, pouquíssimas pessoas ainda estavam sentadas em suas mesas.

O início do show das Esquisitonas marcava o fato de que os professores fariam vista grossa e deixariam o local só para os alunos. A única condição era de que todos tinham de estar em suas camas às 2 horas da manhã e Filch continuaria a patrulhar incansavelmente os corredores atrás dos espertinhos.

O som ecoava pelo salão oco e abarrotado de gente, fazendo as paredes e o chão sob seus pés estremecerem. Hermione tomou mais um gole do seu uísque de fogo e fez uma careta. Aquela bebida era horrível e amarga, queimava sua garganta; mas no estado de espírito em que se encontrava, não conseguia se importar tanto. 

Ao fim do sexto copo, sentiu sua mente ficar mais leve e tudo parecer bastante nítido e ao mesmo tempo desfocado. Ela já estava ficando bêbada, podia sentir. Largou o copo vazio em uma das mesas vagas e começou a andar, ainda ouvindo com clareza o show que acontecia a poucos metros de si e os gritos dos alunos empolgados. Enquanto ia até a mesa que estivera sentada antes, pegou um vislumbre de cabelos ruivos mais uma vez em um canto do Salão. Ele estava com um copo, de algo que ela não conseguiu identificar àquela distância, na mão e estava encostado na parede com os olhos fechados.

Sem pensar duas vezes, correu aos tropeços até ele.

"Ron?" Chamou ao se aproximar.

"Herm-one, ah, Herrrmone." Ele cantarolou. Hermione franziu o cenho ao vê-lo naquele estado. Todo o sentimento de ciúme e mágoa havia sido substituído pelo sentimento de preocupação.

"Ron, você está bêbado." Ela constatou o óbvio e poderia se bater por isso se não estivesse tão preocupada com o homem á sua frente.

"Claro que não." Ele prolongou-se desnecessariamente no "a" de "claro" e riu ao fim da frase.

"Venha, vou te levar para o quarto." Ela desencostou-o da parede e quase tombou quando seu peso foi todo sobre ela.

"Hum..." Ele resmungou, riu e soluçou. "Não sabia que tinha isso em você, 'ermone." provocou. Aquela situação era patética na opinião da castanha.

"Cala boca." Ela bufou, irritada.

"Herrrmone, você tá tãão linda hoje." Elogiou. Em seguida, ele a abraçou desajeitado e olhou para seu rosto. Uma mão preguiçosa levantou até seus cabelos ainda perfeitamente arrumados e afundou neles. Hermione instintivamente fechou os olhos para apreciar o carinho, toda a irritação de segundos atrás havia sido esquecida. O coração da castanha parecia querer sair de sua caixa torácica. 

"Ron..." Ela sussurrou incerta. Acima de tudo, uma voz no fundo de sua mente lembrava-a que ele estava bêbado, mas a voz ficava cada vez mais distante conforme os olhos do ruivo passavam sobre seu rosto. Ele não parecia mais tão embriagado quanto estava segundos atrás.

"Shhh..." Ele sussurrou de volta. A mão que estava em seu cabelo se enredou ainda mais e segurou-os com força. Ela fechou os olhos, o coração batendo mais forte no peito antecipando o que iria acontecer em questão de segundos.

Então, os lábios de Ron chocaram-se contra os seus, sedentos e ela sentiu seu corpo sendo jogado indelicadamente contra a parede. Ela hesitou em colocar as mãos em seu pescoço mas o fez. Ele aprofundou o beijo e Hermione deu espaço para que sua língua se afundasse em sua boca. Ele apertou sua cintura e uma das mãos desceu até seu quadril. Com isso, rapidamente ela recuperou a consciência. Hermione se afastou assustada e de olhos arregalados.

Ron tinha gosto de álcool e as mãos atrevidas. O beijo não tinha sido nada do que ela esperava. Ela deveria estar eufórica, mas estava decepcionada. Não houveram fogos de artifício por detrás das pálpebras, não houve calor se espalhando por seu corpo, não houve vontade de ficar em seus braços para sempre. Não foi mágico como havia sido da primeira vez, na verdade, havia sido terrível.

Ela se afastou atordoada e assistiu Ron encostar na parede e escorregar até o chão, praticamente desmaiado. Talvez ela não tenha sentido nada porque ambos estavam bêbados. Não, ela sequer acreditava nisso.

Sentiu seus olhos arderem e as lágrimas ameaçarem cair. Ele não devia tê-la beijado. Todo seu sonho com Ron tinha acabado de ser destruído por um simples beijo sem sentido. Antes que pudesse desabar por completo, passou por Harry e Ginny que, felizmente, havia saído da muvuca da pista de dança e pediu para que ajudassem Ron; ela sentiria-se culpada por acabar com a noite dos amigos mais tarde. E, antes que qualquer um pudesse dizer alguma coisa sobre seu estado, ela disparou para a saída do salão e correu desesperada pelos corredores e escadas. Ao subir as escadas da Torre de Astronomia, o salto virou, torcendo seu pé.

Ela se arrastou até o topo sem forças e sentou-se encolhida no chão, finalmente chorando enquanto arrancava seus sapatos com força desnecessária.

Por que ela não tinha sentido nada ao beijar Ron? Por que não tinha sido mágico e lindo? A bebida tinha nublado seus pensamentos e a confundido? Ela não sabia dizer.

O som de passos interromperam seus pensamentos e ela rapidamente limpou as lágrimas com as costas da mão. Só uma pessoa ia naquela torre além dela. A grifinória quis gritar por não conseguir um segundo sequer de paz.

"O que quer, Malfoy?" Perguntou ríspida.

"Vim apenas observar a bela noite." Comentou sarcástico enquanto apontava para o céu escuro e cheio de nuvens.

"Sinta-se à vontade." Ela resmungou. "Estou de saída."

Ela levantou e ao apoiar seu peso sobre o pé machucado, gemeu de dor, apoiando-se precariamente na parede.

"Não estava de saída, Granger?" Ele riu maldosamente.

"Idiota." Murmurou sob a respiração. Mais uma vez ela tentou andar e o tornozelo doeu. "Droga!" Ela chorou, completamente despida de controle das suas emoções.

Malfoy balançou a cabeça e se aproximou dela.

"Se apoie em mim." Ele pediu. Ela o olhou desconfiada. "Anda, Granger, eu não tenho a noite toda."

"Certo." Ela murmurou e apoiou um braço em seu pescoço. Ele tomou a sandália de sua mão para que ela pudesse se segurar melhor e ambos começaram a descer a escada.

"Vou te deixar na Ala Hospitalar e você se resolva com Madame Pomfrey." Malfoy avisou em tom de quem não discutiria.

"Não, me leva pro meu quarto, por favor." Pediu Hermione. Ela recomeçou a chorar fracamente. Malfoy não sabia dizer se era por causa do machucado em seu tornozelo mas acreditava que não. Passou a mão livre pelos cabelos e olhou para a mulher em seus braços; tinha a maquiagem borrada, os olhos vermelhos e inchados e o vestido amassado. Se aquela não fosse Hermione Granger, simpatizaria por ela.

"Tudo bem, Granger." Ele suspirou. Não sabia porque mas estava fadado a suspirar de cansaço na ausência daquela grifinória.

Começou a descer degrau por degrau lentamente em um pé só. Impaciente com a vagareza, Malfoy respirou fundo e com um único movimento a pegou no colo. Ela soltou um gritinho assustado e sua cabeça agitou, fazendo a bebida, que ainda estava correndo em seu sangue, fazer mais efeito. Ela começou a rir de nada em particular. Logo a risada tornou-se uma gargalhada e a gargalhada em choro. Malfoy apertou-a mais de encontro ao corpo e ela afundou seu rosto em sua camisa preta.

Draco passou pelos corredores com pressa, verificando se não havia ninguém nele primeiro. Se houvesse alguém para vê-los naquela situação, não ia dar certo.

"Bichento." Draco murmurou para a Medusa que havia acabado de acordar.

"Hum, parece que a noite não foi nada boa." A mulher do quadro comentou maldosamente aos risos. Mas Hermione estava ocupada demais chorando e molhando a camisa de Draco para ouvir. Ele entrou no dormitório, jogou sua sandália no canto da sala e a colocou com calma no sofá. Ela parou de chorar brevemente e olhou para ele.

"De-desculpe por isso." Ela gaguejou. Ela estava longe da sobriedade, isso era óbvio.

"Sem problemas, só descanse." Ele resmungou.

"Obrigada."

Draco fez uma careta e não respondeu. Quando estava prestes a sair, ele deu meia volta e dirigiu seu olhar afiado para ela. Os dois se encararam por alguns instantes antes dele se aproximar.

"Por que está chorando, Granger?" Ele finalmente perguntou. Seu tom era curioso mas confuso. Ela se ajeitou no sofá e ele sentou-se ao seu lado. "Eu vi você beijando o Weasley, não deveria estar feliz?" Ele riu com seu típico sarcasmo.

"Isso é certo, eu deveria, mas..." Ela falou com a voz rouca do choro. Se se permitisse pensar mais um pouco sobre isso começaria a chorar novamente. A bebida havia deixado suas emoções voláteis e ela se sentia vulnerável com Malfoy ali. Mas, ao olhar o loiro ao seu lado a única coisa que via era a simples curiosidade.

"Mas?" Ele insistiu quando ela continuou em silêncio.

"Mas... não foi o que eu esperava. Eu não senti nada do que achei que fosse sentir. E Ron estava bêbado. Se ele precisa ficar bêbado pra me beijar... Eu não quero isso." Ela fungou e recusou a olhar para o homem á sua frente.

Malfoy bufou e ergueu uma sobrancelha para ela, indignado.

"Sabe o que acontece? Você cria expectativas demais, Granger, por isso se decepciona. Você colocou o Weasley num pedestal e agora está chorando porque ele não correspondeu à imagem que você criou em sua cabeça? Isso não faz sentido algum!"

"Eu sei." Ela confessou baixinho envergonhada. Os dois se olharam e permaneceram assim por alguns segundos. Draco levantou a mão e acariciou seu rosto, fazendo-a fechar os olhos.

"Você espera demais dos outros." Ele sussurrou no espaço entre eles.

Ela abriu os olhos de novo e percebeu que os dele estavam muito perto. Perto demais para poder se afastar. Eles ficaram ainda mais perto e ela sentiu a respiração dele bater em sua boca levemente aberta. Ele intercalou olhares entre seus olhos castanhos e sua boca e seu coração começou a bater forte no peito.

Ele se aproximou ainda mais e ela fechou os olhos. Em seguida, os lábios dele estavam sobre os seus. Então ela sentiu. Um frio no estômago e logo depois um calor correndo por seu corpo. Ela deixou que ele aprofundasse o beijo e quase se derreteu quando sua língua invadiu sua boca com carinho. Seu coração ameaçou sair do peito e suas entranhas se contorceram. Seu cérebro estava nublado pelas sensações que ela imaginava, há minutos atrás, que nunca mais sentiria.

Em um lapso de consciência, se afastou assustada. Não, isso não podia estar acontecendo. Ela abriu os olhos e encontrou os de Malfoy, tão ou mais assustados que os seus. Seus lábios estavam vermelhos e ele estava com a boca entreaberta respirando ofegante.

Ela não sabia se estava assustada por ter acabado de beijar Malfoy, ou por ter sentido tudo aquilo enquanto estava beijando-o.

"Me desculpe, eu..." Ele começou, aflito.

"Por favor, não fala nada." Ela sussurrou. Sabia que se ele falasse algo, tudo aquilo terminaria pior.

Hermione ficou em silêncio e sentiu Malfoy levantar do sofá.

"Não conte nada pra ninguém." Ele pediu já de pé na porta.

"Não farei." Ela garantiu, ainda sem olhar para ele.

"Ótimo. Boa noite, Granger."

Ele sumiu pelo buraco do retrato e Hermione se jogou para trás no sofá. Sua cabeça estava prestes a explodir com um milhão de pensamentos. O que diabos tinha acabado de acontecer ali?


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Notas finais do capítulo

Vai uma prévia aí?

'Talvez tivesse algo sobre isso no diário de Mary Anne o qual estava em posse de Granger. Ele suspirou. Se quisesse matar sua curiosidade teria que falar com ela.

"Não hoje, absolutamente." Ele murmurou para si mesmo.'