Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 11
Chapter 11: Diary


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei, demorei pra postar, isso já tá ficando clichê né? Mas eu vou tentar explicar o porque:

Estou no último ano de escola, e minha escola acabou de sair de greve, ou seja, tá tudo uma loucura! Inclusive, nesse exato momento, estou fazendo três trabalhos pra serem entregues amanhã.
Também estou trabalhando no meu TCC pra apresentar semana que vem(ME DESEJEM SORTE!) e eu tô tão nervosa e estressada com isso que não consigo ter cabeça pra outra coisa.

Felizmente, tudo estará acabando em breve e eu vou poder me dedicar totalmente a outras coisas, assim como a essa fanfic.

Agora, falando sobre a dita cuja...
Teremos nesse capítulo algumas ~descobertas~ por assim dizer.
Lógico que eu não vou contar do que se trata, hahahahaha

Então, vão ler e divirtam-se; Assim que eu puder, respondo os comentários.

E Ninha Chan MUITO obrigada pela recomendação, pulei de alegria quando a li. O próximo capítulo farei especialmente a você, como um presente!



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Capítulo 11 - Diary

Ginny e Hermione tinham passado o final de semana em Hogsmeade. Embora as visitas ainda não estivessem liberadas para os alunos, as duas tiveram permissão para fazerem as compras para o baile de Halloween que aconteceria na próxima sexta-feira.

"Estou morta de cansada." Hermione comentou ao sentar-se na mesa da Grifinória na manhã de Segunda-feira. "Tive que passar a noite em claro fazendo trabalhos porque não tive tempo sábado ou domingo." Continuou.

"Ah, Mione, pensa pelo lado positivo." Ginny, que parecia ter dormido como um anjo, falou.

"E qual seria?" Hermione retrucou sem interesse.

"O baile vai ser incrível." Ela sorriu radiante.

"E nós por acaso podemos saber como será o baile?" Harry perguntou casualmente.

"Claro, junto com todo mundo." Respondeu Ginny. Hermione riu quando o amigo fez beicinho para a namorada.

"Achei que fôssemos amigos." Ele reclamou para Hermione fingindo estar magoado e as duas riram.

"Onde está Ron?" Hermione perguntou fingindo desinteresse.

Harry deu de ombros e balançou a cabeça negativamente. "Estava dormindo quando saí, parece que foi dormir tarde noite passada."

Os dois foram interrompidos quando uma voz friamente conhecida chamou Hermione.

"Granger, McGonagall pediu para avisar que as suas idéias para o baile estão aprovadas." Malfoy disse com desdem, mas era possível notar o quão desconfortável ele estava. Era óbvio que ele não queria estar ali.

"Obrigada pelo recado, Malfoy." Ela agradeceu para provocar.

Malfoy resmungou algo ininteligível e se foi. Hermione seguiu, com os olhos, seus passos até sua figura sumir pelas portas do Grande Salão. Depois virou-se para Ginny sorrindo.

"Parece que está tudo certo, então. Que tal darmos o aviso sobre o tema do baile hoje no jantar?" Ela perguntou.

Ginny assentiu. “Por mim tudo bem.”

"Eu vou ver se Ron está acordado, nos encontramos em sala." Harry interrompeu as duas levantando-se, deu um beijo em Ginny e saiu do Salão.

"Então, o que está rolando entre você e Malfoy?" perguntou a ruiva curiosa.

A pergunta pegou Hermione de surpresa e ela se engasgou com o mingau.

"O que você disse?" Ela pediu entre tosses.

"Qual é, Hermione, eu não sou burra. Não há mais aquele ódio entre vocês. Eu vi seus olhos acompanhando-o até ele sumir de vista."

Ainda incrédula, Hermione forçou um gole de suco garganta abaixo para desengasgar.

"Não há nada acontecendo entre mim e Malfoy. Nós só não nos importamos mais em brigar o tempo todo. Além disso, acho que estou cansada de toda aquela infantilidade." Respondeu Hermione,

"Bem, se você diz… Vou indo pois não quero me atrasar, nos vemos no almoço."

"Boa aula." 

"Você também."

Ginny levantou-se e foi embora. Alguns minutos depois o sinal tocou e Hermione rumou para as masmorras para a aula de Poções.

Poções era sempre uma aula longa e meio entediante. A sala de aula era sempre escura e fétida, fazendo os alunos menos preparados ficarem enjoados. Por isso, Ron, Harry e Hermione respiraram de alívio quando deixaram saíram de lá e avistaram a luz do dia.

A próxima aula era Herbologia. O dia estava frio mas não chovia. Não ainda. Os três, Harry, Hermione e Ron, saíram do castelo acompanhados dos outros grifinórios. A professora Sprout recebeu os alunos na entrada da Estufa número 2 e os mandou entrar.

"Boa tarde alunos." Ela cumprimentou quando os alunos da Corvinal se juntaram aos demais. "Hoje vamos estudar as propriedades da Mimbletonia Mimbulus. Alguém sabe me dizer o que é e para quê ela é usada?”

Hermione levantou a mão, tradicionalmente.

"A Mimbletonia Mimbulus é uma planta mais parecida com um pequeno cacto cinzento, exceto que é recoberto de pústulas, em vez de espinhos. Ao ser espetada, espirra um líquido verde-escuro, pegajoso e malcheiroso de todas as suas pústulas. Se em contato com a pele, causa queimaduras graves. Esse líquido é principalmente usado como ingrediente da Poção Revigorante. Essa poção tem propriedades mágicas rejuvenescedoras se usada sozinha, muitas bruxas mais velhas usam como cosmético.”

"Muito bem srta. Granger, 10 pontos para a Grifinória." A professora elogiou. "Como a srta Granger nos informou, o líquido que sai da Mimbletonia é usado para fazer uma Poção Revigorante, embora devo lhes avisar que é perigoso se colocarmos a quantidade errada. Uma gota a mais e a Poção pode tornar-se um pesadelo. Já houveram casos de bruxos que exageraram na dose e passaram dias acordados. A insônia induzida por meio de poção mágica causa loucura e insanidade, levando o usuário a ter alucinações e até mesmo machucar a si próprio ou a quem estiver por perto.

Como um cosmético, não apresenta perigo algum se usado da forma correta. O líquido da Mimbletonia, misturado com sangue de unicórnio anula os efeitos da queimação ao encostar na pele.

Hoje, nós vamos, com muito cuidado, retirar o líquido de todas essas plantas" A professora Sprout apontou para a fileira numerosa de plantas no fim da sala. "E levarmos para Madame Pomfrey para que ela possa reabastecer seu estoque da Ala Hospitalar. Assistam primeiro e prestem bastante atenção."

Todos os alunos acompanharam com os olhos a professora caminhar até uma das plantas e leva-la para a mesa. Ela vestiu as luvas de borracha e pegou uma das agulhas depositadas na mesa. Com uma concentração invejável, ela acertou em cheio uma das pústulas da planta. A planta sacudiu e espirrou com força um líquido verde-escuro gosmento, ao mesmo tempo em que a professora Sprout pegou um copo de aço e colocou à sua frente antes de atingir seu rosto.

"Tomem bastante cuidado quando forem espeta-la, vocês precisam saber exatamente para onde o líquido vai ou poderão se machucar. Agora é com vocês."

Hermione vestiu suas luvas, assim como Harry, Ron, Simas, Dino e todo o restante da turma. Houve um silêncio quando todos se entreolharam com uma pontada de medo. Hermione pegou a agulha à sua frente e observou a planta. Ao seu lado, Ron parecia inquieto e ela tentou ignorar.

Ela observou a planta mais um pouco e preparou o copo em sua mão. Ela respirou fundo e escolheu uma pústula. Ela avançou com a agulha e parou no meio do caminho quando um grito de dor veio diretamente do seu lado.

Assustada, ela largou a agulha na mesa e virou-se para Ron que se contorcia de dor. Todos pararam o que estavam fazendo e observaram assustados.

A professora, atraída pelos gritos correu na direção de Ron. Os olhos dele estavam cheios de água e parecia prestes a chorar. Desesperada, Hermione puxou o braço que ele segurava com força e quase gritou quando viu o que tinha acontecido.

Seu braço esquerdo, o qual ele tinha levantado a manga da blusa para trabalhar estava em carne viva enquanto a gosma verde-escuro se espalhava sem pressa pela pele, queimando tudo pelo caminho.

"Venha comigo, agora!" A professora gritou para ele e o puxou pela camisa, correndo porta afora para dentro do castelo.

Hermione continuou parada, olhando fixamente para a porta que os dois haviam sumido alguns segundos atrás. Harry aproximou-se, também visivelmente assustado, e a abraçou.

"Ele vai ficar bem." Sussurrou em seu ouvido. Hermione deixou as lágrimas escorrerem silenciosamente.

Todos permaneceram em um silêncio tenso até a professora voltar, visivelmente preocupada.

"Como ele está? Ele vai ficar bem?" Hermione perguntou alarmada.

"Madame Pomfrey conseguiu parar o líquido antes que ele queimasse o braço completo. Ele vai sobreviver." Ela deu um suspiro cansado, olhando para as plantas ainda dispostas na frente dos alunos. "Vocês estão dispensados."

Harry e Hermione juntaram suas coisas e saíram da Estufa número 2. Quando colocaram os pés nos jardins, a garoa fina os atingiu. Hermione apertou a capa em volta de si mesma e correu acompanhada de Harry para dentro do castelo. Em poucos minutos os dois pararam na porta da Ala Hospitalar ofegantes e entraram.

"Nada de visitas!" Madame Pomfrey brigou antes mesmo dos dois terminarem de entrar no local.

"Por favor, nós ficaremos quietinhos." Hermione pediu chorosa.

Madame Pomfrey olhou para ela e suspirou.

"Tudo bem."

Os dois amigos se aproximaram da cama de hospital e observaram Ron deitado. A manga da camisa branca escolar estava rasgada até o ombro, deixando todo o ferimento a mostra.

"Ele está-"

"Dormindo? Sim. Foi a única forma que encontrei de amenizar a dor. Mas ele vai ficar bem."

A enfermeira se aproximou com um pote onde continha uma pasta cinza, parecida com areia. Com cuidado ela espalhou a pasta sobre o ferimento, cobrindo-o por completo.

"Vou avisar Ginny sobre o que aconteceu." Harry avisou quando ouviu o sinal do fim das aulas soar. Hermione assentiu e sentou na poltrona ao lado da cama de Ron.

"Ele não vai acordar hoje, querida." Madame Pomfrey avisou.

"Tudo bem, eu não me importo."

Um sorriso repuxou os lábios da velha enfermeira. O amor adolescente era uma coisa realmente bonita. Pomfrey voltou para seu escritório no fundo da sala, deixando Hermione sozinha com o ruivo.

Ela segurou a mão dele e observou seu rosto. Parecia estar cada vez mais relaxado. Talvez o remédio estivesse funcionando. A castanha suspirou exausta; aquela situação era tão familiar, ela sentada naquela poltrona e Ron deitado inconsciente na maca. O sentimento também era o mesmo de quando ele havia sido envenenado. Um sentimento de medo misturado com alívio de saber que ele ficaria bem apesar de não parecer. As vezes Hermione sentia raiva de Ron por ser tão desastrado e fazer todos sentirem esse sentimento de desespero ao vê-lo mais uma vez na Ala Hospitalar. Há quem diga que é uma coisa que se acaba acostumando, mas quem seria capaz de se acostumar a ver alguém que ama machucado?

A castanha não imaginava quanto tempo havia passado perdida em seus próprios pensamentos enquanto segurava firmemente a mão de Ron, mas quando olhou a hora ficou assustada. Já tinha quase meia hora desde o início do jantar e ela precisava ir até o Grande Salão dar o aviso do baile junto com Ginny. Ela deu um aperto na mão de Ron antes de levantar da cadeira e sair da Ala Hospitalar.

Hermione entrou pelas portas duplas e encontrou uma Ginny aparentemente muito nervosa sentada na mesa da Grifinória. As duas se olharam e Hermione correu até a mesa sob o olhar preocupado da ruiva.

"Como ele está?" Perguntou aflita.

"Melhor, mas ainda não acordou. Madame Pomfrey disse que ele não vai acordar hoje." Ela suspirou mas tentou sorrir confiante para a amiga.

"Vou visita-lo depois do jantar. Vocês vêm comigo?" Ginny perguntou.

"Eu vou. E você, Hermione, precisa ir descansar. Nós te mantemos informada, eu prometo." Disse Harry olhando bem o estado em que Hermione se encontrava. Estava com os olhos levemente inchados do choro de mais cedo e isso pronunciava ainda mais as olheiras escuras que vinha portando durante os últimos meses. Parecia que a castanha não dormia bem havia um bom tempo e isso deixava Harry preocupado.

"Mas eu quero-"

"Sem mas, amanhã você pode ir vê-lo sem problemas." respondeu firmemente o moreno. Essa era uma das coisas da qual não abriria mão no momento. Já era demais ter um melhor amigo inconsciente na Ala Hospitalar, não queria outro doente.

Ela bufou mas assentiu. "Tudo bem."

A voz da Diretora de cima do pódio à frente do Salão interrompeu qualquer assunto que poderia surgir naquele momento. Todo o falatório do lugar rapidamente cessou e todas as atenções se voltaram para a velha bruxa em suas deslumbrantes vestes roxas.

"Com licença, senhores. Nossa monitora-Chefe têm um aviso a dar sobra a nossa Festa de Halloween, por isso, prestem atenção." A diretora McGonagall levantou e aguardou que Hermione fizesse o mesmo.

Nervosa, ela levantou e seguiu para o centro do Salão onde todos poderiam vê-la.

"Bom, nesta sexta-feira, como vocês sabem, é dia de Halloween. Com a permissão da Diretora, faremos um baile de máscaras cujo tema será Diabo Vs. Anjo. O que isso significa? Aqueles que se consideram maus, travessos ou coisa do tipo, virão vestidos de vermelho ou preto, aqueles que se consideram puros ou inocentes, virão vestidos de branco. Acredito que tenham pegado a essência da coisa. Mas para a brincadeira ficar mais interessante, todos deverão estar mascarados, sem exceção. Na noite de sexta-feira será o dia em que você poderá ser o que quiser, sem julgamentos. E não esqueçam, na noite de Halloween tudo poderá acontecer." Ela sorriu ao finalizar o seu discurso, agradeceu a atenção e voltou a sentar.

"Sabe Ginny, eu acho que essa sua ideia foi maravilhosa." Hermione comentou observando os burburinhos animados que corriam pelo Salão. Um grupo de meninas sentadas no fim da mesa da Grifinória conversavam alto sobre irem vestidas de vermelho, pois elas eram tudo menos ingênuas e puras.

"Bom, já que a festa vai ser um sucesso, eu vou visitar Ron. Nos vemos amanhã pela manhã." Respondeu a ruiva fingindo indiferença. Mas Hermione podia ver o brilho nos olhos e o sorriso de lado que parecia não querer sair mais dali.

"Tudo bem, Ginny, boa noite." Riu a castanha enquanto despedia-se da amiga e acenava para Harry.

Os dois namorados saíram deixando Hermione sozinha na mesa da Grifinória jantando. Depois de um tempo, ela levantou-se e caminhou para fora do Salão. Quando virou no primeiro corredor à direita, uma mão segurou seu braço. Por instinto, ela puxou a varinha do bolso e apontou para a pessoa que havia impedido-a de continuar seu caminho. Ele afastou uns bons passos para trás e ergueu as mãos. Hermione suspirou e abaixou a varinha quando reconheceu os cabelos loiros de Malfoy.

"Calma, Granger, não precisa de tanta agressividade." Ele resmungou e ela bufou.

"O que você quer, Malfoy?"

"Temos que fazer o trabalho de Estudo dos Trouxas que a Sra. Paver nos deu, ou não se lembra?" Ele fez uma careta.

"Gostaria de não lembrar." ela resmungou. "Malfoy, não podemos fazer isso outra hora?" pediu.

"Sabe que não, temos que ter algum progresso para mostrar amanhã na aula." Ele insistiu.

"Tudo bem." Ela suspirou cansada.

"Vamos para a biblioteca então." Ele tomou a frente e começou a caminhar. Ela puxou seu braço obrigando-o a parar.

"A biblioteca fica muito cheia nesse horário, vamos para meu quarto."

"Eu não vou para o seu quarto, Granger." Ele reclamou irritado.

"E eu não vou para a biblioteca, Malfoy." Ela retrucou.

"Droga, Granger!" Ele exclamou com raiva. "Vamos logo, antes que eu mude de ideia." Ele suspirou.

Hermione subiu as escadas sendo acompanhada por Malfoy e recebendo alguns olhares curiosos pelo caminho. Sendo horário livre dos alunos, os corredores estavam razoavelmente cheios.

Hermione parou no quadro da Medusa e esperou a mulher arrogante lhe dar passagem.

"Hum, quem é esse Deus Grego?" Perguntou em um sibilo a mulher dos cabelos de cobra.

"Ninguém que te interesse." Hermione retrucou com raiva. Era sempre a mesma coisa quando trazia alguém consigo para o quarto.

"Não estou falando com você." Medusa desdenhou e voltou a olhar Malfoy. "Você é muito bonito para estar de namorico com essa daí."

Hermione bufou e quase gritou. "Já chega! Abre essa porta, AGORA!"

"A senha por favor?" Perguntou indiferente a exaltação de Hermione, mal olhava a garota, seus olhos ainda focados em Malfoy.

"Bichento." Murmurou entredentes.

"Fique a vontade."

E o quadro moveu-se mostrando a passagem para dentro do cômodo. Hermione entrou jogando a mochila no sofá e Malfoy entrou logo atrás. Ele parou por um momento e olhou para todos os cantos, enrugando o nariz quando viu quão grifinório era o pequeno apartamento.

Ainda xingando a Medusa, Hermione se jogou no sofá e tirou os sapatos.

"Brigando com um quadro, Granger?"

"Isso realmente não te diz respeito."

"Diz sim, principalmente quando você está brigando por mim." Ele sorriu cínico.

"Você é um bastardo, maldito, pretensioso. Você me dá nojo!" Ela acusou. Estava cansada e irritada demais para ter qualquer controle sobre seu temperamento e Malfoy simplesmente não estava ajudando.

"E você é uma maldita sabe-tudo, sangue-ruim que discute com quadros. Sinceramente, Granger, você precisa relaxar." ele retrucou divertido.

"Como relaxar quando tenho pessoas como você por perto?" Ela atirou de volta.

"Você preferia pessoas como o idiota do Weasley, não?" 

"Não. Fale. De. Ron." Ela gritou e levantou do sofá num pulo apontando para ele. Estava chegando ao ápice da sua raiva.

"E por que não? Por que a namoradinha dele vai defende-lo? Acorda pra vida, Granger, o Weasley nunca vai olhar pra você. Quem olharia?" Ele gritou de volta. Um brilho maldoso estava em seus olhos e um sorriso sarcástico em seus lábios.

Em fúria, Hermione pegou a primeira coisa que viu na frente e arremessou de encontro a ele. Malfoy se abaixou e a caixa passou voando direto para a parede, fazendo um barulho oco e caindo no chão com um estalo.

"Seu Comensal da Morte de merda, olha o que me fez fazer!" Ela gritou, correndo em sua direção para atingir seu rosto.

Ele segurou suas mãos e a empurrou direto para o sofá, fazendo ela bater a cabeça de leve na madeira do mesmo ao mesmo tempo que via o que havia sido jogado.

"Merda." Ela exclamou e levantou em seguida com a mão na cabeça, desviando de Malfoy que permanecia em estado de alerta.

Ela foi até a caixa caída no chão e pegou as fotos espalhadas. Quando ela puxou a caixa, o fundo soltou, fazendo um caderno velho e amarelado cair com um estrondo no chão.

Hermione olhou para o caderno e o pegou, Malfoy apenas observava tudo. Ela abriu com cuidado e viu uma letra bonita e redonda na primeira página. Na capa do caderno estava escrito: Pertence a Mary Anne Giordano.

"É um diário!" Ela exclamou para si mesma quando começou a folhear as páginas.

Malfoy abaixou ao seu lado e ficou observando-a interrogativo.

"O que é isso, Granger?"

"Um diário."

"De quem?"

Ela vasculhou as fotos espalhadas e achou a de Mary Anne.

"Dela."

Malfoy pegou a foto e olhou, depois virou a parte de trás e leu o nome.

"Essa foto foi a que achamos no corredor naquele dia." Ele constatou.

"Sim. Não sei como ela foi parar lá, era pra ter estado aqui o tempo todo.”

"Por que você tem essas coisas, Granger?" Perguntou curioso. Todo o momento de raiva que havia acontecido minutos antes havia desaparecido dando lugar a uma aura de curiosidade no ambiente. Os dois haviam ate esquecido os xingamentos que haviam trocado.

"Achei no quarto dos meus pais antes de vir pra Hogwarts." Ela confessou.

"Isso é no mínimo estranho." Ele comentou.

"Você acha que eu não sei?" Ela suspirou. "Talvez tenha alguma explicação aqui nesse diário."

"Tá esperando o quê pra ler então?" Ele perguntou exasperado. Hermione mais uma vez conseguia fazer a comparação entre Malfoy e uma criança de cinco anos que não conseguia segurar a curiosidade. 

"Certo."

Os dois sentaram no chão e Hermione abriu o diário.

"25 de Janeiro, 1968.

Querido Diário,

Acho um pouco infantil escrever algo para que ninguém vá ler mas eu tenho precisado conversar. Sei que não irá me responder e por isso me sinto livre para falar o que quiser.

Ontem à noite, eu e minha família fomos a um jantar na casa da família Cavali. Eu conheci Amon e Stela e eles são bem legais, embora eu tenha notado que Stela gostou mais de minha irmã. Amon é um garoto legal e bonito, acho que gosto dele.

Droga! Minha mãe está me gritando, volto pra contar mais uma outra hora.

Mary Anne.”

Hermione passou algumas páginas até avistar um trecho que lhe interessou.

"30 de Julho, 1969.

Querido Diário,

Ontem recebi minha carta para ir à Beauxbeatons. Estou muitíssimo feliz e ansiosa para começar meu aprendizado como bruxa. As vezes assisto meu pai fazer magia com a sua varinha e sinto vontade de fazer também. Katherine ainda não recebeu a dela e passou o dia chorando. Mamãe diz que ela receberá a dela em breve e que era para não se preocupar porque eu não a superaria quando estivesse no colégio. Papai me deu os parabéns e disse estar orgulhoso de mim. Ele disse também que eu serei a melhor bruxa que Beauxbeatons já teve mas mamãe discorda. Eu particularmente não me importo em ser a melhor, ou qualquer coisa assim, tudo que eu quero é ser uma medi-bruxa para ajudar as pessoas que precisam.

Mary Anne.”

"Ela é bruxa." Hermione sussurrou. "Ela foi para Beauxbeatons."

"Eu havia lhe dito antes, Granger, que a família Giordano era uma das famílias puro-sangues mais importantes da Itália."

Hermione folheou mais um pouco o diário.

“1 de Setembro, 1969.

Querido Diário,

Em poucas horas estarei indo para Beauxbeatons. Minhas malas já estão prontas e meu material comprado. Eu nunca estive tão ansiosa na vida quanto estou hoje. Eu não conheço ninguém lá e mamãe disse que é uma escola de magia e bruxaria somente para meninas. Não tenho certeza se farei amigas mas papai disse para eu não me preocupar com isso porque eu sempre fui ótima para conseguir amizades.

Amon e Stela vieram aqui em casa na noite passada para jantar. Stela está no segundo ano em Beauxbeatons e Amon está indo para Durmstrang. Stela disse que a escola é realmente fantástica e que eu vou adorar. Espero que ela esteja certa.

Eu e Amon conversamos bastante após o jantar. Ele disse que também estava com medo de não ser bom, me disse também que eu não deveria me preocupar se não fizer amizades pois ele me mandaria cartas todos os fins de semana para contar o que havia acontecido e vice e versa. Nós nos tornamos tão amigos e eu estou tão triste de ter que partir e deixa-lo para trás.

Combinamos de nos encontrar nas férias de Natal e também nas férias de Verão. Amon, Stela e os Srs. Cavali foram embora antes das 22 horas pois todos teríamos de acordar cedo no dia seguinte. Amon deu-me um beijo no rosto e nos despedimos.

Eu já estou pronta e com um frio na barriga. Espero que tudo ocorra bem.

Mary Anne.”

Hermione parou para pensar e Malfoy puxou o diário da sua mão.

"Você é muito lerda pra ler, Granger, deixa que eu faço isso."

Ele limpou a garganta e olhou para a página. Ele olhou para o diário com uma expressão confusa e depois olhou para Granger.

"Como você conseguiu ler isso?" Perguntou.

"Como assim?" Ela puxou o diário de volta e analisou, voltando o mesmo olhar confuso para ele.

"As letras estão embaralhadas." Ele bufou como se fosse óbvio. As sobrancelhas de Hermione subiram.

"Não estão não."

"É claro que estão." Ele estalou a língua e virou o diário para ela.

"Eu consigo ler perfeitamente. Talvez você tenha algum problema de dislexia."

"Dis o que?" Ele perguntou aborrecido.

"Dislexia. Um distúrbio genético em que a pessoa têm problemas para associar as sílabas e formar as palavras."

"Eu não tenho doença nenhuma, Granger."

O relógio de Malfoy apitou, despertando os dois do transe curioso em que estavam; quando ele olhou a hora, teve que conter um xingamento feio.

"Droga. Temos que ir pra ronda, Granger."

"E o trabalho da Sra. Paver?" Ela perguntou.

"Esquece, nós inventamos alguma coisa pra ela amanhã." Murmurou irritado. Hermione Granger tinha o dom de deixá-lo naquele estado. 

Juntando as coisas e colocando-as de volta na caixa, Hermione foi a primeira a sair pelo buraco do retrato. Dessa vez, Malfoy ignorava os elogios de Medusa completamente perdido em pensamentos. Num acordo silencioso, cada um seguiu por um caminho diferente para começar sua ronda.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo é o baile de Halloween, o que vocês acham que vai acontecer?

Previa's Timeeeeee:

'Ouviu passos e rapidamente limpou as lágrimas com as costas da mão. Só uma pessoa ia naquela torre além dela.

"O que quer, Malfoy?" Perguntou ríspida, ainda de costas.

"Vim apenas observar a bela noite." Ele comentou sarcástico. '

Não sei se por aqui tem leitores da minha outra fic, a House of Night, mas eu queria falar que eu fiquei MEGA feliz em ser indicada pro Dramione Awards Brasil. Aproveitando a oportunidade, você que ainda não leu e queira ler, procurem no meu perfil. A fic já está concluída e, modéstia à parte, é ótima! hehehe
Pra quem quiser votar (http://fanfiction.com.br/u/394551/), a votação vai até o dia 12!