I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 42
Aquelas três temidas palavrinhas


Notas iniciais do capítulo

Waaaazzzaa! Tudo bem com vocês? Eu estou bem! õ/

Estou de volta, com mais um capítulo fresquinho de ICFY! (E eu nem demorei dessa vez! #Milagre).

Bom, como eu disse no capítulo anterior, esse tem Hames! Espero que vocês gostem.

* Capítulo pelo ponto de vista da Hanna.

Enfim, boa leitura!



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POV HANNA:

— Vamos Han, anime-se!

Mas como eu podia ficar animada? Minha vida estava um caos.

Primeiro, as coisas lá em casa estavam estressantes.

Meu pai não para de falar um só minuto sobre Ethan como se ele fosse um prêmio. Só porque ele está finalmente terminando a faculdade de Contabilidade. E então vem a cobrança em cima de mim, por parte do meu pai óbvio, falando coisas como: “Você deveria seguir o exemplo do seu irmão. Quem sabe assim, você deixa de ser um fardo para essa família”. O que resultou em eu perdendo a cabeça e gritando: “Eu não pedi para nascer!”.

Dizer isso foi um grande erro da minha parte, porque era exatamente isso que meu pai queria ouvir. Afinal, ele nunca quis que eu nascesse mesmo. Eu sempre fui a “filha indesejada”, a “ovelha negra da família” para ele. Minha mãe sempre está do meu lado, mas isso não é o bastante. Pois ela não consegue enfrentar meu pai sozinha, e eu realmente nem quero que ela faça isso. Não quero que eles briguem por minha causa.

Sempre que eu e meu pai discutimos, penso em ligar para Ethan e contar tudo. Ele não faz a mínima ideia que a casa de sua família parece um campo de guerra enquanto está lá em Nova York. E eu conheço meu irmão bem o suficiente para saber que, quando ele descobrir a verdade, vai brigar com o meu pai. Sei que ele irá me defender, pois é isso que ele sempre fez por mim. Desde o tempo de escola, quando algum valentão roubava meu lanche, ele ia lá e pegava de volta.

Eu queria que ele estivesse perto de mim, aqui em Los Angeles. Seria muito mais fácil de lidar com todos os problemas se ele estivesse do meu lado, me dando conselhos, me dizendo o que é o certo a se fazer.

Se Ethan estivesse aqui, talvez eu não tivesse feito a burrada de arruinar as chances que eu tinha com o único garoto que realmente se interessou por mim.

O que me leva ao item dois: James.

Eu estava arrependida do modo que falei com ele naquela noite. James tinha me levado em um restaurante incrível, com um clima bem romântico. Tudo estava saindo perfeito até que ela apareceu e me disse aquelas coisas. Eu nunca fui de me deixar ser influenciada pela opinião dos outros, mas ela conseguiu. Acabei me sentindo um pouco ameaçada pelas coisas que Hillary disse, ela conhecia James a mais tempo do que eu. Ela foi namorada dele.

Naquele momento, achei que James não era diferente dos outros caras, como eu pensava. Que ele era só mais um cara bonitão que conseguia convencer garotas tolas com o seu charme.

Mas ele não era assim, e eu sabia muito bem disso.

Só que eu não queria admitir a mim mesma que havia errado, e senti vergonha de falar com ele depois de tudo isso. Foi então que eu comecei a ignorar todas as chamadas dele, e também as suas mensagens de texto. Eu não tinha coragem de enfrentá-lo depois das coisas que eu disse a ele. E essa acabou se tornando a pior semana de todas.

Eu podia ter resolvido as coisas hoje, mas eu não tive coragem. Ash e Sam me ligaram ontem, perguntando se eu queria ir na casa dos meninos almoçar. Eu inventei uma desculpa qualquer para rejeitar o convite, mas é claro que elas sabiam o que estava acontecendo. Eu mesma contei para elas. Mas não entrei em detalhes, porque afinal, eles não eram assim tão importantes. A questão era que eu havia arruinado tudo e eu me odiava por isso.

E a única coisa que me restava agora, era tentar seguir em frente. Eu não podia ficar trancada em casa me lamentando. Foi por isso que, depois de muito insistir, eu acabei aceitando o convite de Ben para sair. Mas o que eu não sabia, era que ele iria me trazer para a nova sorveteria do nosso bairro.

— Não tem como se animar — finalmente respondi.

— Mas é claro que tem. E sabe como? — Ben perguntou. Balancei a cabeça negativamente. Ele colocou um colher do seu sundae de chocolate na boca. — Tomando muito sorvete!

— Sorvete não é a solução para todos os problemas ­— disse.

— Eu sei, mas é uma boa desculpa para se empanturrar de sorvete sem ficar com a consciência pesada por estar ingerindo uma tonelada de calorias.

— Você sabe que eu não me importo com essas frescuras — respondi.

— Sabe, às vezes parece que eu que sou uma garota, e não você.

— Mas você é uma garota, Ben. Só o seu corpo que não sabe disso.

— Muito obrigado por dizer de um jeito estranho que eu sou gay — ele revirou os olhos.

— Não há de quê ­— respondi, dando um sorriso de lado.

Voltei a tomar o meu sundae de morango. Realmente, sorvete foi uma boa ideia. Por um momento, eu até esqueci todos os problemas que estavam me atormentando. Mas muito melhor do que sorvete, é ter um amigo que está sempre com você, tentando te animar. Por mais que isso não seja uma tarefa das mais simples quando se trata de Hanna Kennedy. Mas Ben estava se saindo bem até agora.

Eu não estava muito disposta a conversar, mas Ben queria muito que eu ficasse animada, então não parava de ficar criando assuntos. Conversamos sobre a escola, séries de TV, filmes, música – e claro – comida.

— Han, o que você faria se o James aparecesse aqui agora? — Ben perguntou, assim do nada.

— Por que você está me perguntando isso? — quis saber, mas ele não me respondeu. Apenas continuou olhando fixamente para algo atrás de mim. — O que foi?

E quando eu virei para trás, para saber o que Ben tanto olhava, eu o vi. Era o James, parado do lado de fora do estabelecimento. Me virei rapidamente para frente.

Droga! — resmunguei, pegando o menu de sorvetes e colocando na frente do meu rosto.

Escutei o sininho da porta batendo, e eu sabia que era ele entrando. Não, isso não podia estar acontecendo justo agora. Eu estava torcendo para que ele não tivesse me visto, ou que tivesse vindo aqui para comprar um sorvete e logo iria embora.

Eu não queria que ele viesse falar comigo, pois não saberia o que dizer. Qual desculpa eu usaria para tê-lo ignorado durante essa semana?

Mas por outro lado, eu queria que ele viesse até a mim. Porque isso significaria que ele não havia desistido de mim, que sentia a minha falta... assim como eu sentia a dele.

— Ele me viu? — perguntei, abaixando um pouco o cardápio para poder olhar para meu amigo. Ben abriu a boca para responder.

— Sim.

Mas não foi ele que respondeu, foi outra pessoa. Olhei para cima e dei de cara com James, parado na frente da nossa mesa.

De repente, eu fiquei sem reação alguma. Eu queria sair correndo, mas meus pés pareciam não concordar comigo, como se quisessem dizer: “Você não pode fugir dele para sempre”.

— Oi Jay! Sente-se conosco! — Ben disse, dando espaço para que James sentasse ao seu lado na mesa.

Mas o que esse garoto está fazendo? Pensei.

Encarei Ben e lhe lancei um olhar que dizia: “Eu vou te matar!”. Mas ele não se importou muito com a minha ameaça e deu de ombros. Na verdade, ele não parecia surpreso em ver James aqui. Como se já soubesse que isso iria acontecer.

Espera, será que....

Não, ele não seria capaz de ter mentido para mim só para me trazer aqui e encontrar “acidentalmente” o James, não é? Ou será que ele era?

Droga... claro que sim! Afinal, é o Ben. A pessoa que acredita que a vida pode ser igual a um filme de romance – daqueles bem chatos e melancólicos.

Parabéns Hanna, você acaba de ser enganada.

— Valeu, cara — James agradeceu e se sentou ao seu lado. Eles fizeram um toque de mão estranho, e depois James olhou para mim. — Oi Hanna.

— Oi — foi tudo que eu consegui dizer.

Ficamos alguns segundos sem falar nada.

— Nossa, meu sundae acabou! — Ben se levantou. — Sabe, acho que vou lá pegar outro... Fui!

Então Ben saiu praticamente em disparada, e eu me vi sozinha naquela mesa com James. Ele estava bem na minha frente, me encarando com aqueles olhos castanhos esverdeados detestavelmente lindos. Eu não sabia o que fazer, não sabia como agir perto dele sem parecer estar desesperada para fugir.

— Hanna, eu sei que provavelmente você deve estar querendo matar alguém agora. Mas poupe a vida do Ben, ele só estava querendo ajudar — James disse, e eu suspirei exageradamente em resposta. — Mas se você quiser se vingar de alguém, que seja eu então. Afinal, eu que sou o culpado disso tudo. Me desculpe.

O quê? Como ele podia estar dizendo isso? A culpa era minha! Fui eu que escutei as besteiras daquela garota, fui eu que agi como uma maluca ciumenta, fui eu que ignorei ele por uma semana. A única culpada nisso tudo, era eu.

­ — A culpa não foi sua — respondi, mexendo a colher distraidamente no fundo do copo de sundae, sem ter coragem de olhar para ele.

— Hanna, eu... ­— ele tentou argumentar.

— Não — o interrompi. ­— A culpa foi toda minha.

— É claro que não foi! Por favor, olhe para mim — ele pediu.

Fechei os olhos por uma fração de segundos e respirei fundo, então soltei a colher e olhei para ele.

— James... quando nos conhecemos, você namorava. Era com a Hillary, não é?

Eu sei que isso não vinha ao caso agora, que tínhamos outros assunto pendentes para resolver. Mas eu precisava ter certeza disso primeiro.

— Sim, por quê? — ele perguntou confuso.

— Nada, só curiosidade — desconversei.

— Hanna... ­— ele falou com um tom de voz sério, que queria dizer: “Me conte agora”.

— Okay... — me dei por vencida. — É que lembro de você ter me dito, que foi você que terminou com ela. E eu fiquei pensando qual seria o motivo disso ter acontecido.

— Foi porque eu te conheci — respondeu.

— Espera... eu fui a causa do término de vocês? — perguntei, mas não esperei ele responder e me levantei.

— Não é isso que você está pensando! — ele se levantou e parou na minha frente, me impedindo de passar. — A minha relação com Hillary já não estava boa fazia tempo. E quando nos beijamos naquele dia no hospital, eu percebi que estava com a garota errada. Que eu queria estar era com você, e não com ela.

— Mas por que eu? Por quê? — perguntei. — Hillary é mais bonita do que eu, é loira, magra, se veste bem... tudo que eu não sou. Ela é perfeita para você.

— Se eu quisesse uma garota perfeita, comprava uma Barbie — ele disse. — Hanna, você é a garota mais incrível que eu conheço. E eu me senti um babaca por ter te magoado. Uma garota tão linda como você, não merece sofrer.

— Pare de tentar me fazer sentir melhor. Eu sei que não sou incrível, e muito menos linda.

— Por que você não acredita quando eu digo que você é linda? — ele segurou meu queixo de leve, fazendo que olhasse diretamente em seus olhos.

— Deve ser porque eu não sou — respondi baixinho.

— Hanna, você é tão linda. Queria que você não fosse tão insegura consigo mesmo, que percebesse o quanto você é maravilhosa... e como mexe comigo.

— James... — tentei falar.

Shh! — ele me interrompeu, colocando o dedo nos meus lábios. — Não fala nada.

E quando eu percebi, ele estava muito perto de mim. Tão perto, que eu conseguia sentir sua respiração fazendo cócegas no meu rosto. Eu sabia o que vinha a seguir, e não o impedi. Porque eu também queria isso. Então eu fechei os olhos e esperei, até que senti seus lábios nos meus.

Quando ele me beijava, parecia que todos os problemas se resolviam de uma forma mágica. E foi então que eu percebi que James era a solução. Ele sempre foi, só eu que nunca havia percebido isso antes.

— Me perdoa, por favor... — ele pediu, após pararmos o beijo.

— Sim — respondi, o abraçando forte. — Me perdoe também, por não ter atendido suas ligações e nem respondido suas mensagens.

— Tudo bem, eu entendo. — ele respondeu, afagando meu cabelo. Fechei os olhos, sentindo seu perfume delicioso em contato com o meu nariz. Eu me sentia confortável e segura em seus braços. Como se nada pudesse estragar esse momento.

Ooooown! Que lindinhos! — Ben exclamou, se juntando ao abraço e quase me esmagou.

Bom, exceto por isso.

— Hm... Ben. Amigão? — James disse.

— Sim? — Ben respondeu.

— Você está estragando o momento — eu que acabei respondendo. — Além disso, eu quero respirar.

— Oh, desculpe! — Ben nos soltou e parecia constrangido. — Okay, vou deixar os pombinhos sozinhos de novo. Estarei ali sentado na mesa caso precisem de mim.

— Valeu — James agradeceu, e deu um suspiro aliviado. Depois olhou para mim. — Então...

— Então... ­ ­— repeti, sem saber o que falar.

Ele riu, e acabei deixando escapar um sorriso também.

— Agora estamos juntos de novo? — ele perguntou.

— Não sei, depende... — respondi, brincando com ele.

— Depende do quê? — perguntou, erguendo uma sobrancelha, entrando no jogo.

— Ah, qual é! Você acha que é só chegar aqui com esses olhinhos brilhantes, jogando esse chame para cima de mim e eu vou voltar correndo para você? Sou uma garota difícil.

— Oh, eu sei disso! Na verdade, eu havia pensado em outra coisa...

— Hm, e o que seria então? — perguntei.

— Isso... — Ele colocou a mão dentro do bolso da jaqueta e retirou algo de dentro. Uma caixinha azul-marinho. Depois se ajoelhou na minha frente, abriu a caixinha, revelando um par de alianças prateadas. — Hanna Michelle Kennedy, você quer namorar comigo?

Levei as duas mãos a boca, sem saber como reagir. Todos na sorveteria estavam olhando na nossa direção. E isso incluía o cara do balcão. Estavam todos desfrutando daquele momento, como se fosse a última cena da sua novela favorita.

— Hm... Eu... — comecei. Mas parecia, que do nada, eu tinha esquecido de como se terminava uma frase.

— Anda logo, Hanna! Responde! — Ben se manifestou. — Olha... se você não quiser, tem quem queira. — ele deu um sorrisinho de lado. Ele não precisava dizer mais nada, eu entendi que o “tem quem queira” era ele mesmo.

­Olhei para James, que continuava ajoelhado na minha frente, esperando uma resposta. Ele estava com um pequeno sorriso no rosto que, dependendo da minha resposta, podia aumentar ou sumir de vez.

E eu sabia qual das duas opções eu queria ver.

— Sim, eu quero — finalmente respondi.

E então James sorriu, um sorriso tão grande que mal cabia em seu rosto. E eu também sorri, porque estava feliz. Muito feliz.

Ele se levantou e pegou a minha mão direita, colocando o anel. Sua mão estava gelada e um pouco suada. James havia ficado nervoso. Ele ficou assim por minha causa, porque temeu a minha resposta.

Então o puxei pela jaqueta e lhe dei um beijo, e ele logo relaxou.

Escutei assobios e palmas. Interrompi o beijo e olhei em volta. Todos na sorveteria estavam comemorando. Cheguei a ficar um pouco sem jeito, com todas aquelas pessoas nos olhando. Eu odiava ser o centro das atenções. Mas parecia que agora, isso não tinha tanta importância assim.

Ben passou a mão nos olhos, como se estivesse se contendo para não chorar de emoção. É um fresco mesmo.

Lembrei que ainda faltava um coisa. Peguei a caixinha da mão de James, e retirei o outro anel de dentro. Ele ergueu a mão direita na minha direção, e eu coloquei o anel em seu dedo.

Olhei para cima, encarando aqueles olhos castanhos esverdeados que sempre conseguiam me hipnotizar. James mantinha aquele sorriso gigante no rosto. E eu sei que eu também tinha um sorriso bobo no rosto.

Uau! Agora eu estava namorando. James era o meu namorado. Parecia até um sonho.

Um sonho no qual eu não queria nunca mais acordar.

[...]

Tínhamos ficado mais um tempo na sorveteria, James tomou um sundae e ficamos conversando um pouco. Ben ficou ali conosco, e nem se importou de estar sobrando. Ou como ele mesmo diz: “Segurando um castiçal”.

Depois, resolvemos ir embora. James prometeu para Ben que me levaria para a casa com segurança.

— Você está feliz? ­— James perguntou.

— Muito — respondi. — Por que você sempre me pergunta isso?

— Como assim? — Ele desviou a atenção da estrada e olhou rapidamente para mim.

— Se eu estou feliz, se eu me diverti, como eu estou... sabe, essas coisas.

— Porque eu gosto de saber o que você está sentindo. Além disso, eu ainda não aprendi o magnifico dom de ler mentes.

Comecei a rir.

— E você? Está feliz também? — perguntei.

— Está brincando? Claro que sim! — disse, como se fosse óbvio. — Não existe um cara mais feliz do que eu nesse momento, pode apostar.

Sorri ao ouvir isso.

Como James podia ser assim tão incrível? Como com apenas algumas palavras bonitas e um sorriso, eu acabava ficando toda derretida por ele? Parecia que quanto mais tempo eu passava ao seu lado, mas eu ficava encantada por ele.

Pois é Hanna, parece que você foi fisgada.

Quem diria que eu me apaixonaria por James? Logo ele, que eu vivia xingando por estar sempre me incomodando. Que não sabia ouvir um “não” como resposta. Que me beijou no hospital, contra a minha vontade, e eu acabei gostando. Que me defendeu de um garoto bêbado no baile, e se mostrou ser um cara de caráter. Que confessou seus sentimentos por mim, mesmo sabendo que podia levar outro fora. Que não desistiu de me conquistar, por mais que soubesse que a missão não era das mais simples.

E quer saber? Eu fico muito feliz por ele não ter desistido de mim.

— Pronto, chegamos! — James disse, me dispersando dos meus pensamentos.

— Muito obrigada por me trazer até em casa — respondi, tirando o cinto de segurança.

— Não precisa agradecer, eu sou seu namorado agora. É o meu dever te trazer sã e salva para casa.

— Acho que está na hora de eu tirar a carteira de habilitação, isso sim ­— falei e ele riu. — Sério, todo mundo da minha idade já sabe dirigir, menos eu.

— Não se estresse com isso. É bom saber dirigir, mas também traz responsabilidades e obrigações.

— Como virar uma espécie de motorista particular para as pessoas? — perguntei.

— É, tipo isso — ele riu. — Mas fica tranquila, você é a única que eu não cobro.

— E se eu quisesse te pagar mesmo assim? — perguntei.

— Bom, só se fosse de outro jeito que não envolvesse dinheiro... — respondeu, dando um sorrisinho malicioso.

— Hm, tipo o quê? — me fingi de desentendida.

Ele não respondeu, apenas se inclinou na minha direção e me beijou. Nos beijamos por um certo tempo, mas eu tive que parar quando comecei a sentir falta de ar. Certo... acho que eu devia contar para James que eu tenho asma. Vai que eu tenho um crise de asma bem na sua frente? Se bem que, faz tempo que isso não acontece. Ah, esquece... outra hora eu conto.

— Então... —­ James começou. — Quando eu vou poder conhecer o resto da família Kennedy?

— Hm... ­— tentei pensar em uma boa resposta.

Não é que eu tivesse vergonha de James, claro que não. O problema era o meu pai. Ele adorava atormentar minha vida e ia acabar procurando defeitos em James. Tudo para mostrar que eu sempre estava errada, que fazia mal escolhas, e ele era o pai que nunca errava. Era sempre assim.

Por outro lado, eu sabia que poderia contar com a minha mãe. Eu cheguei a mencionar com ela que estava saindo com um garoto, e ela ficou feliz por mim. Contei para Ethan também, porque ele sempre ficava me perguntando: “E os gatinhos? Aposto que tem vários caras correndo atrás de você!”. E então acabei contando sobre James para ele. E Ethan disse que achava bom James não me decepcionar, senão ia se ver com ele. Sabe, coisa de irmão mais velho protetor.

— Ah... acho que podíamos esperar até Ethan vir para cá. Assim você já conhece todos de uma vez só ­— finalmente disse. Ótima resposta Hanna.

— Boa ideia! Quando ele vem? — James quis saber.

— Acho que no próximo feriado. Ele sempre vem nesses dias, pois pode ficar mais tempo.

­ — Ótimo! Então quando estiver mais perto, nós combinamos. — ele sorriu.

­ — Claro... — respondi, forçando um sorriso.

Ficamos um tempo em silêncio. Então achei que era melhor eu entrar. James me levou até o portão do meu prédio, como ele sempre fazia quando me trazia em casa. Me deu um beijo de despedida e combinamos de nos falar por telefone durante a semana, já que ele estaria na faculdade.

Peguei a chave e abri o portão.

— Hanna? — ele me chamou, quando eu estava prestes a entrar.

— Sim? — segurei o portão e olhei para ele.

— Eu te amo.

— Eu... — tentei falar, mas não consegui.

— Não precisa dizer nada agora, só queria que você soubesse. — respondeu, dando um sorriso encantador e acenou. — Tchau.

Acenei de volta. Ele se virou de costas e começou a caminhar devagar para o seu carro. Fechei o portão e subi os degraus correndo, dei um “boa tarde” para o porteiro e chamei o elevador. Agradeci por ele estar vazio, e apertei o botão do meu andar.

Me apoiei na parede e comecei a respirar rapidamente.

Que diabos aconteceu comigo? Por que eu não consegui responder quando ele disse que me amava? Por que eu não corri atrás dele e disse: “Eu também te amo”?

Bom, eu sabia exatamente o porquê.

Eu nunca tinha dito aquelas palavras para nenhum cara. Pois eu nunca tinha me apaixonado antes. Eu tinha medo de me declarar para alguém, e depois acabar me decepcionando. Não queria ficar trancada no meu quarto, chorando, por ter sido iludida por um cara. Não queria ser magoada, não queria sofrer por amor.

Mas eu sei que James não faria isso comigo. Eu sentia que ele realmente gostava de mim. Que ele falou de coração aquele “eu te amo”. Eu sabia disso.

Só que eu não tinha certeza se também o amava. Eu sei que gostava muito dele, muito mesmo. Mas eu não sei se era mesmo amor, ou apenas paixão.

Olhei para o anel em minha mão direita. Passei o dedo sobre onde estava escrito o nome dele. Pensei em todos os momentos que passamos juntos desde que nos conhecemos. Das nossas implicâncias um com o outro. Da mania que ele tinha de falar de si mesmo em terceira pessoa. De como eu perdia o folego só de vê-lo sorrindo para mim. De como eu me sentia bem quando estava ao seu lado. E de como eu quero estar sempre com ele, não importa o que aconteça.

Então de repente, eu finalmente sabia a resposta. Olhei para o meu reflexo no espelho do elevador e dei um sorriso.

— Eu também te amo, James.


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Notas finais do capítulo

BOO!

Gostaram? Hein, hein? Espero que sim *-----*

Então... como vocês devem ter percebido, a pessoa que Jade havia ligado no capítulo anterior foi o Ben! #AVÁ

Ah, sem spoiler do próximo capítulo, pois ainda não decidi o que vou escrever :/

Estou esperando a opinião de vocês nos comentários!

Big Time Kisses :*

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