I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 41
Do que as garotas gostam


Notas iniciais do capítulo

Waaazzzzaaaaa! Sim, eu estou de volta! õ/

Gente, desculpem por ficar quase um mês sem postar. Mas como as minhas aulas já voltaram, estou bem ocupada com as coisas da faculdade. Sem contar, que eu já tinha escrito o capítulo antes e ficou uma droga então eu reescrevi e acho que agora está um pouco melhor.

Então... como eu disse nas notas finais do último capítulo (Alguém ainda lembra dele? Hahaha) esse tem POV da Ashley. E o outro POV é surpresa, só vão saber quando lerem u.u #SouMá

Era isso, boa leitura!



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POV ASHLEY:

No domingo de manhã, eu e Sam fomos na casa dos meninos. Eles nos convidaram para almoçar lá e que fariam a comida. Em outras palavras: o Carlos iria cozinhar.

Como já era de se esperar, Hanna não foi conosco. Por causa da discursão que ela teve com James. A única coisa que Hanna nos contou sobre o tal jantar foi que a Hillary também estava lá no restaurante e que falou algumas coisas para ela no banheiro. Ela não entrou em detalhes sobre a conversa que tiveram, mas disse que isso fez ela repensar sobre o seu relacionamento com James.

Alice ficou implorando para ir junto comigo e Sam, mas minha mãe não deixou. Ela disse que iriamos fazer “coisas de adolescentes” e que minha irmã ia se sentir deslocada e poderia incomodar. Para falar a verdade, eu acho que isso não ia acontecer. Os meninos parecem quatro crianças pequenas e iam adorar mais alguém para jogar vídeo game com eles. Eu até tentei convencer a minha mãe do contrário, mas não deu muito certo. Então Ali ficou emburrada e mamãe prometeu que levaria para fazer compras, e ela logo já ficou feliz novamente.

Os meninos resolveram nos desafiar no vídeo game. Eu sabia jogar mais ou menos, mas Sam e Jade eram bem melhores do que eu. Como eu sempre acabava perdendo rapidamente, estava sempre no sofá olhando e esperando minha vez para jogar de novo.

Nesse momento, Sam e Carlos estavam em uma corrida de carros. Como ela estava na frente, Carlos começou a reclamar coisas como: “Assim não vale, você está roubando!” e “O Kendall deve ter te dado algumas dicas”. Sam apenas deu de ombros e disse que ele só estava falando isso porque não admitia perder para uma garota, o que era totalmente verdade.

— Preciso conversar com você — Logan sussurrou no meu ouvido e cheguei a sentir um arrepio com a sua respiração quente no meu pescoço. Assenti.

Saímos da sala, ele me segurou pela mão e me guiou escada a cima, até o seu quarto. Quando chegamos lá, eu me sentei na sua cama macia, Logan andou em passos lentos na minha direção e se sentou ao meu lado. Ele não falou nada, ficou apenas ali parado olhando para as próprias mãos.

Ele parecia um pouco.... sei lá, estranho. Havia algo acontecendo. Eu tinha certeza disso.

Ontem a noite eu havia falado com Logan pelo telefone, e achei que ele estava quieto demais, normalmente ele fala bastante. Quando perguntei se estava tudo bem, ele disse que só estava cansado e que Gustavo havia brigado com eles no ensaio. Mas eu sabia que não era só isso, havia algo na voz dele de diferente, como se eles estivesse escondendo algo de mim e não pudesse contar. Ou talvez não quisesse.

— Ash, eu nem sei como te contar isso... — ele começou, ainda sem olhar para mim.

Ah, não...

Eu só conseguia pensar em um motivo para ele dizer essa frase. Eu até conseguia imaginar ele dizendo: “Ash, eu nem sei como te contar isso... mas eu conheci uma garota”. Eu sei, eu sei, Logan me ama e eu o amo. Mas, vamos admitir, deve ter muita garota bonita se jogando para cima dele naquela faculdade. Eu acabo me sentindo um pouco ameaçada com a concorrência.

— Hm... — murmurei, esperando ele continuar a frase. Eu queria saber logo se era mesmo o que eu estava pensando, por mais que isso doesse muito.

— Lembra que eu te falei que contratei alguém para achar informações sobre a minha mãe?

— Ah. lembro — respondi.

Ele não foi especifico sobre quem ele havia contratado. Vai que era uma detetive gostosona recém formada?

Para de pensar besteira Ashley! Ralhou minha consciência. Eu sempre pensava nas piores possibilidades, sou muito pessimista.

— Então, eu omiti uma pequena parte sobre isso. Não contratei um detetive particular como você deve ter pensado — Ele disse.

Ah, então era uma? Era mesmo uma mulher? Meu Deus!

— Não?

— Não — respondeu. — Foi um... garoto nerd que mora no meu andar.

— Como é que é? — perguntei.

— Acho melhor eu te contar desde o começo...

[...]

Certo, não era o que eu estava pensando. Absolutamente não. Ainda bem.

Eu fiquei muito mais aliviada em saber que não tinha nenhuma garota envolvida nessa história. Mas em compensação, o que Logan me contou realmente acabou me deixando surpresa.

— Você ficou maluco Logan? — perguntei, após ele ter terminado de me contar tudo. — Já pensou se esse garoto é um foragido da lei? Ou pior, um maníaco da tesoura!

— Não exagere Ash — Logan disse calmamente. Por mais eu que soubesse que ele não se sentia tão tranquilo assim por dentro.

— Eu não estou exagerando, só estou falando a verdade! Você não conhece nada do passado desse tal de Joey.

— Okay, você tem razão sobre isso — ele admitiu. Muito obrigada! — Mas, sei lá, ele parecia tão inofensivo. Eu não achei que poderia fazer algo desse tipo.

— Algumas pessoas só se fingem de frágeis, assim ninguém desconfia suas reais intenções. E pelo jeito, foi isso que ele fez com você.

— É, eu sei. Mas eu não consigo entender o motivo dele ter uma pasta cheia de informações sobre mim. Tipo, Não faz sentido nenhum.

— Na verdade, faz sim — respondi. Ele olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas como se quisesse dizer “O que você quer dizer com isso?”. Então continuei: — Logan, você tem um banda agora... está ficando famoso. Talvez esse garoto está coletando informações sobre você, porque está disposto a expor isso na mídia. Ele iria ganhar muito dinheiro com uma história dessas, pode apostar.

— Mas Joey já é rico, por que ele iria querer mais dinheiro?

— Ele te disse que era rico — lembrei. — Não quer dizer que seja realmente verdade. Talvez tenha mentido sobre isso também. Acho que você tem que dar um fim nisso.

— Não posso fazer isso!

— Claro que pode. Aproveite e esqueça essa história de achar a sua mãe.

— Foi você que sugeriu que eu a procurasse! — rebateu.

Não — respondi calmamente. — Eu perguntei se você pensava em procurá-la, é bem diferente. Além disso, eu já estou arrependida de ter falado isso.

— Não importa, eu ainda quero encontrá-la — ele insistiu.

— Você não acha que se ela realmente se importasse com você, não teria te procurado antes? Pense bem nisso.

— Talvez ela tenha me procurado, mas não me encontrou. Meu pai disse que saímos do Texas e viemos para Los Angeles alguns meses depois dela ter ido embora.

— Mas.... — tentei argumentar.

— Eu queria vê-la nem que fosse apenas uma vez — ele me interrompeu. — Só queria saber como ela é, onde mora, se tem outra família, no que trabalha... Se ela é como eu sempre imaginei. Só isso.

Pensei em continuar argumentando para fazê-lo mudar de ideia, mas acabei desistindo. No fundo, eu entendo o que Logan está passando nesse momento. Porque se eu tivesse a oportunidade de ver o meu pai, nem que fosse só mais uma vez, eu faria de tudo para conseguir isso. Mas infelizmente eu não posso, porque ele está morto. Só que a mãe do Logan não está. Então eu não podia tentar tirar essa oportunidade que ele tinha de talvez achá-la.

— Tudo bem... — finalmente disse, me dando por vencida. ­— Faça o que você achar que seja o correto. Eu só quero que você tenha consciência que as coisas podem não acontecer do jeito que você está imaginando.

— Não se preocupe, eu sei que eu posso acabar me decepcionando com o que eu vou descobrir, mas não faz mal — ele respondeu, e depois deu pequeno sorriso. — Você está me apoiando, mesmo sabendo que isso tudo não passa de uma péssima ideia.

— Eu não disso que era uma péssima ideia... — falei. — Só acho que você deveria contratar um profissional para fazer isso. E não um garoto que mora do outro lado do corredor e que pode estar interessado, ou não, em vender informações sobre a sua vida para uma revista de fofocas.

— Você está certa. Eu vou falar com o Joey e dar um fim nisso. Obrigado.

— Não precisa agradecer...Eu faria qualquer coisa para ver um sorriso no seu rosto — respondi.

— Desde que você esteja comigo, esse sorriso vai sempre estar aqui — ele sorriu e me deu um beijo.

Deitamos na cama e ficamos abraçados, olhando para o teto.

— Sabe, pensei em uma coisa agora... — me manifestei.

— O quê? — perguntou.

— Não seria estranho continuar vendo Joey depois disso tudo?

— Bom, acho que sim... — admitiu, dando um longo suspiro. — Acho que vou falar com Gustavo e ver se ele consegue outro apartamento para eu morar. Invento alguma desculpa para me mudar — ele deu de ombros, como se aquilo fosse uma tarefa simples. — Mas eu não vou poder evitar de encontrá-lo pelos corredores da faculdade.

— Eu sei, mas pelo menos nos corredores vão ter testemunhas caso ele tente fazer algo contra você — disse e ele riu.

— Claro, talvez eu até contrate o Trem de Carga, o segurança “barra” armário do Gustavo. Sabe, só por precaução — ele brincou.

— Se isso também impedir que garotas oferecidas cheguem perto de você, eu apoio. Como aquela vadia que deu em cima de você na sexta... — deixei escapar a última parte.

Não acredito que falei mesmo isso em voz alta. Oh, céus!

Agora era tarde demais.

— Espera, você está com ciúmes — não foi uma pergunta.

— Eu? Não! — forcei uma gargalhada para tentar disfarçar. — Eu já te disse que não sou ciumenta. Nem um pouco. Nadinha. O que é ciúmes? Essa palavra não consta no meu dicionário. Na verdade, nem sei o que ela significa!

Fica quieta, Ashley. Minha consciência ralhou comigo. Você costuma falar sem parar quando menti descaradamente.

— Você está mesmo com ciúmes, awn — ele apertou minhas bochechas. — Que fofa!

— Não é fofo sentir ciúmes... — respondi, esfregando as mãos nas bochechas, por mais que não tivesse doido. — É uma sensação horrível.

— Eu sei, estava brincando. Eu também sou ciumento — ele admitiu. — Tanto que até quis bater no Ben várias vezes.

­— Sem motivos. Afinal, ele é gay.

— É, mas naquela época eu ainda não sabia disso. Ben tem aquele jeitinho de galã de Hollywood, e é um cara muito legal. Além disso, você disse que gostava dele. Então eu acabei me sentindo um pouco ameaçado, nunca tinha tido um adversário à altura.

— Oi? Como assim, Logan Mitchell, o cara que se garante, estava se sentindo ameaçado por outro garoto? — fingi espanto, mas não me aguentei e acabei deixando escapar um riso.

— Não tem graça — ele olhou sério para mim.

— Okay — respondi. Passei a mão em seu rosto e lhe dei um beijo. — Sabia que eu te amo?

— Claro que sabia. Sou um cara muito irresistível. É praticamente impossível não se apaixonar por tudo isso aqui — ele se gabou, apontando para si mesmo.

— A humildade ligou, ela te mandou lembranças — ironizei, e ele revirou os olhos. — Logan Phillip Mitchell, você é o cara mais convencido, lindo, inteligente, fofo e charmoso que eu já tive a honra de conhecer.

— ... Esqueceu de gostoso, com covinhas adoráveis e um cabelo incrível — ele completou.

— É, também — ri de leve.

— E você, Ashley Taylor Collins, é a garota mais linda, doce, gentil, sexy, gostosa e absolutamente incrível que eu tive o prazer de conhecer e me apaixonar. E eu sou perdidamente louco por você.

Awwwn — disse, toda derretida. Coloquei minhas mãos em seu rosto e lhe enchi de beijos. — Eu te amo tanto.

— Eu que te amo muito mais.

— Isso não é uma competição — falei. — Certo?

— Sim — ele respondeu, e me deu um beijo. — Mas se fosse... eu ganharia — ele sussurrou.

— Logan! — ralhei, dando um tapinha no ombro dele.

Ouch, doeu — ele passou a mão no ombro e fingiu uma careta de dor. Revirei os olhos. — Estou brincando amor.

— Acho bom — respondi. Ele me apertou contra seu peito e eu senti aquele cheiro bom, que só ele tem, em contato com o meu nariz. — Não quero que chegue amanhã.

Depois que ele entrou na faculdade, estávamos nos vendo cada vez menos. Ele só vem para casa nos finais de semanas, e às vezes passa a maior parte do tempo na gravadora.

Eu sei que Logan tem que se preocupar com o seu futuro acadêmico, e com a carreira musical também. E sei que com o passar do tempo, conforme a banda for ficando mais reconhecida, ele vai ficar ainda mais ocupado. E eu não posso culpá-lo por isso ou tentar impedir, pois sei que ele está apenas realizando seus sonhos.

Eu tento manter minha cabeça ocupada com o trabalho no Pet Shop e com a escola, mas é difícil. Eu sinto falta de passar mais tempo com o meu namorado.

— Eu também não — ele respondeu — Passar a semana longe de você é torturante. Mas daqui alguns anos, nós vamos olhar para trás e ver que todo esse esforço valeu a pena.

— Você acha? ­— Perguntei, erguendo minha cabeça para olhar diretamente em seus olhos.

— Tenho certeza — ele afirmou, dando um beijo na minha testa.

Abri a boca para falar algo, mas alguém bateu na porta primeiro.

— Quem é? — Logan perguntou alto, sem sair do lugar.

Carlos.

Entra! — Logan respondeu.

A porta se abriu e Carlos colocou a cabeça para dentro do quarto, com uma das mãos na frente do rosto, tapando os olhos.

— Vocês estão vestidos? — ele perguntou.

— Sim Los — respondi. — Pode abrir os olhos.

— Ah... pensei que ia pegar vocês no flagra — ele tirou a mão e fingiu estar decepcionado.

— Olha Carlos, eu sei que você devia estar louco para ver o meu corpinho, mas não foi dessa vez — Logan disse se gabando.

— Me poupe topetudo, se fosse para eu ver alguém pelado aqui, com certeza não seria você — Carlos respondeu, revirando os olhos.

— Ah, mas a minha namorada garanto que você ia adorar.

— Claro — ele afirmou. Encarei Carlos surpresa, ele percebeu e tentou amenizar o que tinha acabado de dizer. — Quer dizer... não! Eu não queria te ver pelada Ash. Não estou dizendo que você não é bonita, porque você é... e muito por sinal, mas eu tenho namorada. E mesmo se eu não tivesse, você namora com um dos meus melhores amigos. E se você fosse solteira eu também não olharia! — ele fez uma pausa — Pensando bem, acho que olharia sim. Porque não teria problemas e...

— Okay, já entendemos! — Logan exclamou o interrompendo.

— Acho melhor que eu ficar quieto, não é? — Carlos perguntou. Logan apenas o olhou como quem diz “Se quiser sair vivo daqui, sim” — Certo, não está mais aqui quem falou.

— Hm, então... — resolvi mudar de assunto. — O que você veio fazer aqui mesmo?

— Ah, claro! — Carlos bateu na própria testa, como se estivesse acabado de lembrar o real motivo de ter vindo aqui — Vim chamar vocês para almoçar, está pronto.

— Valeu cara, já vamos descer — Logan disse.

­ — Tudo bem, vou deixar os pombinhos sozinhos agora — Carlos respondeu e saiu do quarto. Mas cinco segundos depois a porta abriu novamente — Ah, se vocês quiserem um tempo sem serem incomodados é só colocar uma meia na maçaneta, vamos entender o recado.

— Tchau Carlos! — Logan acenou.

­ — Okay! Estou indo... eu hein — ele saiu murmurando algo que eu não consegui entender.

Esperamos passar alguns segundos, mas dessa vez ele não voltou. Olhamos um para o outro e começamos a rir.

— Carlos é uma figura — disse ainda rindo.

— Verdade. Mas esquece o nanico... posso te perguntar uma coisa?

— Aham — murmurei.

— Quando eu disse que queria falar contigo, o que você achou que eu ia dizer? — perguntou.

— Por que a pergunta?

— Porque eu percebi que você ficou um pouquinho nervosa. — Ele disse, dei de ombros como se não fosse nada de muita importância — Ash, por favor...

— Tudo bem, eu pensei que você ia me dizer que tinha conhecido outra garota na faculdade e que... que... — não consegui terminar a frase.

— ... E iria terminar com você? — ele perguntou, lendo meus pensamentos. Assenti. Ele deu um sorriso e segurou meu rosto em suas mãos. — Só se eu fosse um idiota para perder uma garota tão incrível como você.

Acabei deixando escapar um sorriso ao ouvir isso.

— Mas você é mesmo um idiota — falei, e ele olhou confuso para mim. — O meu idiota.

— Ah, sim — ele concordou. — Mas um idiota que é louco por você.

Awn... — disse, toda derretida. — Você realmente sabe o que uma garota gosta de ouvir.

— Não, eu sei o que você gosta de ouvir. Porque você é a única garota que importa na minha vida.

Eu — lhe dei um beijo. — amo — outro beijo. — você.

— Eu também te amo — ele me deu um beijo demorado. — Acho melhor descermos, antes que mais algum dos meus adoráveis amigos resolva aparecer. Além disso, estou com fome.

— Você sempre está com fome ­— respondi.

— Está me chamando de esfomeado? — perguntou.

— Não, de gordo mesmo — ri.

— Mas você bem que gosta do gordinho aqui — ele deu um sorrisinho de lado.

— É, eu gosto mesmo — respondi. — Agora vamos descer antes que a comida acabe e você reclame porque não comeu.

— Você me conhece tão bem... — ele me deu um selinho e entrelaçou nossas mãos — Vamos!

POV JADE:

Após o almoço, fomos todos para a sala. Os garotos voltaram a jogar video game porque, segundo Carlos, eles estavam fazendo um campeonato que se chamava “Grande torneio do desafio dos campeões da batalha explosiva 5: risco biológico”. Não preciso nem comentar como esse nome era idiota, não é?

Sinceramente, eu nunca vou entender o que os garotos acham de tão interessante em um jogo de video game com luta, violência e tiros.

Como eu e as meninas não estávamos mais jogando, – porque eles realmente nem deixariam mesmo – ficamos apenas olhando a “emocionante” partida sentadas no sofá.

Os garotos realmente estava levando a sério esse jogo e, pelo o que eu entendi, teria até um prêmio para o vencedor. Não me perguntem o que é, pois não faço a mínima ideia. Quase todos estavam empolgados e dispostos a vencer. Sim, exceto um deles. A única pessoa nessa sala que tem o sobrenome Diamond, além de mim: James.

Ele parecia estar em outro planeta. Na realidade, em outra dimensão. Eu nunca tinha visto meu primo desse jeito. Os garotos pareceram não perceber que ele estava diferente, mas eu sim. Logo que eu cheguei e ele me deu um “oi” e um abraço em seguida, já percebi que tinha algo de diferente, mas pensei que era só impressão minha. Agora percebi que realmente tem algo acontecendo. E acho que eu sabia qual era o problema.

Me disperso dos meus pensamentos quando os garotos começam a gritar e percebo que a partida que eles estavam jogando havia terminado.

— E mais uma vez, Kendall Knight, lidera o desafio dos campeões! — Kendall disse animado erguendo seu controle prata para o ar.

— Por pouco tempo, eu estou logo atrás de você — Carlos respondeu, largando seu controle em cima do sofá.

— Não acredito que eu estou em terceiro lugar! — Logan disse admirado. Realmente, ele não é muito bom no video game mesmo.

— Acho que você quis dizer: “Não acredito que estou na frente do James” — Carlos respondeu afinando um pouco a voz, tentando imitar Logan.

— Afinal, o que você tem hoje? — Kendall perguntou se dirigindo a James. — Está jogando muito mal!

— Nada — James deu de ombros. — Só não estou muito a fim de jogar hoje. Estou... cansado. Só isso.

— Okay então — Carlos respondeu, parecendo não se importar muito, depois olhou para o relógio em seu pulso — Certo, intervalo de quinze minutos.

Os outros concordaram e cada um foi para um canto. Kendall sentou no sofá ao lado de Sam e eles ficaram conversando, quer dizer... dando uns amassos. Carlos me deu um beijo e disse que iria ao banheiro. Logan foi para a cozinha reclamando de fome, sendo que fazia pouco tempo que tínhamos almoçado. Depois ele ainda reclama quando alguém o chama de gordo.

E James pegou duas latinhas de cerveja e saiu da casa, indo em direção a área da piscina. Me levantei e fui atrás dele. O encontrei sentado em uma das cadeiras, abrindo uma das latinhas.

— Você sabe que beber não vai fazer os seus problemas desaparecerem, não é? — perguntei, me sentando na outra cadeira.

— Sei, mas pode me fazer esquecê-los — ele respondeu, dando um gole na cerveja.

— Só por um tempo, depois eles vão voltar. Porque eles não somem sozinho. — disse.

— Eu sei disso, mas pelo menos assim eu não penso neles 24 horas por dia, 7 dias na semana. — ele encarou a piscina e deu outro gole na cerveja.

— Jay, você não está cheio de problemas, apenas um está te atormentando. — comecei. — E esse “problema” tem nome: Hanna.

— Não estou assim por causa dela.... — ele franziu o cenho e deu de ombros como se eu estivesse falando alguma loucura. Coisa que não era o caso nesse momento.

— James David Diamond, você pode conseguir enganar aos outros, mas a mim não.

— Você realmente me conhece muito bem — ele olhou para mim e deu um pequeno sorriso.

— É claro que sim. Você é meu primo, meu melhor amigo e quase um irmão para mim. Te conheço melhor do que ninguém. E saiba que eu estou aqui para o que você precisar — apertei sua mão carinhosamente.

— Obrigado J — ele respondeu com um sorriso grato no rosto. — Então, o que eu devo fazer agora?

— Hm... que tal, sei lá, reconquistar a sua garota? — sugeri.

— Não é assim fácil como parece. Além disso, há um pequeno probleminha.

— E qual seria? — perguntei.

— Eu não consigo falar com ela faz uma semana. Ela não atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens de texto. — disse. — Eu não sei o que aconteceu!

— Ela está chateada com você — conclui.

— Por quê? — perguntou surpreso. — Eu não fiz nada de errado!

— Como assim James? Claro que fez! — Exclamei. Ele me olhou como se eu estivesse inventando coisa, então tratei de argumentar. — Você levou a Hanna no mesmo restaurante que ia com a sua antiga namorada. Será que não passou nessa sua cabeça desmiolada que, sei lá, a Hillary podia continuar frequentando o lugar!?

— Mas é obvio que não! Se eu tivesse pelo menos pensado nessa possibilidade eu não teria levado a Hanna lá. Eu não sou tão burro assim! — respondeu indignado. — Além disso, a culpa é toda da Hillary que foi encher a cabeça da Hanna com besteiras! — se defendeu.

— Não, não... a culpa também é sua. Por que você não disse a ela que a Hillary era sua ex? Isso teria amenizado muito as coisas. Talvez, vocês nem tivessem brigado naquela noite. E se você tivesse dito a verdade desde o começo... estariam namorando agora, a Hanna estaria aqui hoje, você estaria feliz e eu não teria que dar conselhos amorosos para um cara de dezoito anos! Fim da história. — falei tudo de uma vez só.

Enquanto eu tentava recobrar o ar, James apenas me olhava com aquela cara de “Isso magoou o meu ego”, que é bem o típico dele.

— Você sabe dar um belo sermão quando quer... — finalmente respondeu. Abaixou a cabeça e ficou encarando o chão.

— Ai Jay, desculpa... — sai da minha cadeira e sentei ao seu lado. Passei a mão em suas costas tentando me desculpar. — Não foi minha intenção, sério. Me perdoa.

Eu estava totalmente arrependida de ter falado com ele desse jeito. Mas, foi sem querer. Simplesmente saiu!

— Jade, não precisa pedir desculpas. — respondeu, me encarando. —Afinal, você está certa.

— Estou? — perguntei em duvida. Eu já estava começando a duvidar do meu “talento” para ajudar os outros.

— Sim — ele afirmou. ­— Eu só fico aqui me lamentando em vez de ir tomar uma atitude. Eu sei que preciso ir atrás de Hanna e pedir desculpas, mas eu não sei o que dizer para ela! Eu não quero estragar tudo, de novo. Eu prometi que não iria decepcioná-la. E bom, eu meio que já fiz isso....

— Você tem que ser sincero com ela — o interrompi. — Diga o que você sente! Não tenha vergonha de expor seus sentimentos. Tudo que uma garota quer, é um cara que não minta para ela. E aposto que a Hanna não é exceção.

— Você acha mesmo? — ele perguntou esperançoso.

— Acho — respondi. — Confie em mim, eu sei do que as garotas gostam.

— Sempre desconfiei que você era lésbica... — um sorrisinho perverso brotou em seus lábios.

— Idiota! — dei um tapa no seu braço. — Você que é um gay encubado.

— Nossa, você descobriu meu segredo! — Pousou as mãos no rosto e fingiu uma cara de falso espanto. — Tudo bem, eu admito: tenho um caso com o seu namorado!

— Ei, não coloca o meu Carlitinhos nessa história não! — dei outro tapa nele. E agora com muito mais força, porque ele até fez um careta.

— Caramba, não se pode nem mais brincar! — disse, fingindo estar indignado.— Como você está estressada hoje. Me diz, é TPM priminha? — ele deu um sorrisinho debochado.

— Não. E agradeça, porque se fosse mesmo, você já estaria morto. — lhe lancei o meu melhor olhar de “Eu vou fazer picadinho de você”.

— Uh, que medo! — brincou, fingindo estar tremendo, depois soltou uma gargalhada.

— Pelo jeito você já está bem melhor... — reparei.

— Claro. James Diamond é um cara que não se deixa abater por muito tempo.

James e sua mania de falar de si mesmo em terceira pessoa. Como é que essa criatura tão egocêntrica pode ser meu primo? Como? Eu não sei!

— Você é um mané, isso sim — respondi.

— Katie, é você? — ironizou.

— Há-há, engraçadinho — respondi, sem humor.

Ficamos algum tempo em silêncio. O único som que se escutava era o barulho abafado do pessoal falando dentro de casa.

— Hm... Jade? — me chamou.

— Sim?

— Como eu vou falar com a Hanna? Acho que se eu aparecer no seu prédio, ela vai pedir para o porteiro me tirar de lá a vassouradas. Sei lá, só uma sugestão do que pode acontecer.

James tinha razão. Acho que a Hanna não iria querer falar com ele por livre espontânea vontade. Pois se quisesse mesmo, não teria o ignorando durante esse semana, não é?

Eu precisava da ajuda de alguém. Mas quem? Pensei um pouco.

Espera...

Já sei. Jadelyn Abigail Diamond, você é uma gênia!

Oh, não... estou falando igual o James! Acho que isso é de família.

— Não se preocupe, eu acabei de ter uma ideia — finalmente falei.

— Que ideia? — perguntou animado.

— Eu vou te contar, mas primeiro.... preciso fazer uma ligação — me levantei.

— Isso tem algo a ver com a sua ideia?

— Tem — respondi. — Eu já volto, não saia daqui.

— Claro — ele respondeu — Afinal... para onde eu iria mesmo, não é?

Revirei os olhos, mas não respondi o seu sarcasmo. Entrei na casa e fui até a cozinha. Me apoiei na bancada da pia enquanto procurava o número na minha lista de contatos e cliquei em “ligar”.

Alô? — atendeu após o terceiro toque.

— Oi, é a Jade. Preciso da sua ajuda...

[....]

Depois de fazer a ligação, voltei para a área e contei o meu plano para James. Ele ficou empolgado e estava confiante que podia dar certo.

Bom, eu espero que dê certo mesmo. Caso contrário, vou ter que desistir da minha vida de conselheira amorosa antes mesmo de começá-la oficialmente.

— Muito obrigado J! — ele me deu um abraço apertado e senti meus pés saírem do chão. — Te amo! Te amo! Te amo!

— Também te amo primo, mas eu gosto de sentir meus pés em terra firme — avisei.

— Ah, claro. Eu me empolguei, foi mal.

— É, percebi. — respondi. — Agora vai lá Romeu, reconquistar a sua Julieta!

— Acho que minha relação com Hanna está mais para “A Megera Domada” do que “Romeu e Julieta” — James respondeu. Olhei surpresa para ele. — Que foi? Eu tive que ler Shakespeare na aula de inglês!

— Isso é muito bom! — disse impressionada. — Mas agora vá para o seu quarto, tome um banho para tirar esse cheiro de álcool que está impregnado em você e fique bonitão para a sua garota!

— Querida, eu já nasci lindo e maravilhoso. Não tenho como mudar isso, nem se eu quisesse.

— Okay, Senhor James Nem-Sou-Convencido Diamond... vá logo! — comecei a empurrá-lo em direção à casa.

— Tudo bem, Senhorita Mandona... estou indo, não precisa empurrar!

Ele entrou na casa, e eu fui logo atrás dele. Quando ele passou pela sala, Logan avisou que a partida iria voltar. Então James disse que podiam jogar sem ele porque iria sair. Então subiu as escadas e foi para o seu quarto.

Sentei no sofá, ao lado de Sam e Ash como se nada tivesse acontecido.

— Olha, não sei o que você falou para o James, mas funcionou — Sam falou baixinho.

— Verdade, ele está parecendo mais animado — Ash acrescentou.

Não, é claro que eu não havia dito nada para elas sobre o plano. Mas garotas são assim, simplesmente percebem as coisas. Sam reparou que James estava estranho e Ash também. Já os garotos não percebem essas coisas, porque são simplesmente desligados.

Se eles realmente reparassem mais nas coisas ao seu redor, principalmente em nós garotas, com certeza saberiam muito melhor como lidar com problemas de relacionamento além de outras coisas.

— Nada que alguns conselhos não resolvam — disse.

— Agora fiquei curiosa, o que você disse para ele? — Sam perguntou.

Do que as garotas gostam — respondi.


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Notas finais do capítulo

Boo!

OBS: "Grande torneio do desafio dos campeões da batalha explosiva 5: risco biológico" é citado no episódio 2X29 - Big Time Move.

E aí, gostaram do capítulo? E do primeiro POV da Jade na fic? Me contem!

Falando na Jade, para quem vocês acham que ela ligou? (Acho que está fácil!) A resposta no capítulo 42!

* No próximo capítulo... James vai falar com Hanna e pode rolar - ou não - um reconciliamento dos dois ~suspense..~

Mereço reviews? *--------*

Big Time Kisses :*
Love you guys S2

P.S: O que vocês acham de eu fazer um grupo no Facebook? Acho que seria interessante, é melhor para conversar com vocês, tirar alguma dúvida...etc. Além disso, posso avisar caso eu demore muito para postar. Posso dar uns spoilers também se quiserem... Então, o que vocês acham da ideia? Digam nos comentários ou no meu twitter @OpsBigTime



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