I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 37
Segredos revelados


Notas iniciais do capítulo

WAAAZZAAA!

Gente, desculpa pela demora. Mas o começo desse capítulo foi bem difícil de escrever, já que se tratava da história da mãe do Logan e eu tentei não deixar passar nada que fosse importante.

* Capítulo pelo ponto de vista do Logan e da Ashley.

P.S: As duas primeiras frases do capítulo - que estão em itálico - são as duas últimas do capítulo anterior. Botei, só para vocês lembrarem aonde parou.

Enfim, espero que gostem e boa leitura õ/



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POV LOGAN:

— ...Sua mãe não morreu.

— O QUÊ!?
___________________

Não. Não. Não.

Meu coração acelerou, minhas respiração estava falhando, parecia que estava tudo girando. Segurei firme no braço da cadeira e fechei os olhos, apertando eles com força.

“Isso tudo não passa de um sonho”. Disse para mim mesmo.

Mas alguns segundos depois quando eu abri os olhos novamente, percebi que era tudo real. Eu ainda estava no escritório. Sentado naquela maldita cadeira desconfortável que estava machucando minhas costas. E meu pai permanecia em pé na minha frente me encarando com uma expressão preocupada.

— Logan? — ele estendeu a mão na minha direção e tocou meu ombro.

Imediatamente olhei para baixo, e vi que estava com a caixa de madeira no colo. Olhei novamente para cima, encontrando os olhos castanhos de meu pai.

— Por favor, diga que eu entendi errado... — finalmente consegui dizer.

— Infelizmente eu não posso te falar isso. Eu sinto muito, filho — ele abaixou a cabeça, constrangido.

Foi então que eu percebi que as coisas pareciam fazer sentido. As poucas informações que eu sabia sobre minha mãe, nenhuma foto, vídeo, histórias. O jeito que meu pai ficava bravo quando eu perguntava algo sobre ela. Ou como ele parecia estar a ponto de chorar quando eu a desenhava como um anjo nos meus cinco, seis anos de idade.

Eu não conseguia acreditar que ele tinha feito isso comigo.

— Sente muito? —Me levantei com a caixa em mãos e a coloquei em cima da mesa e o encarei — O senhor mentiu para mim! Fez eu acreditar que minha mãe estava morta!— falei alterado.

— Logan, por favor, fique calmo — ele pediu.

— Não me peça para ficar calmo! — gritei — O senhor faz ideia do que eu passei todos esses anos? O quanto eu sofri pela ausência de uma mãe? De todas as noites que eu passei pensando como ela era? E de como imaginei como seria nossas vidas se ela estivesse conosco? AH, MAS É CLARO QUE NÃO SABE! PORQUE O SENHOR SÓ PENSOU EM SI MESMO!

— Não é verdade! Se eu escondi isso foi porque estava pensando em você! Foi por isso que eu te contei que ela havia morrido quando você era pequeno. Eu não queria que você sofresse como eu sofri por causa dela!

— É, mas seu plano não funcionou. E sabe o por quê? PORQUE AGORA EU ESTOU SOFRENDO ! — gritei novamente. Me virei e comecei a andar pelo escritório, de uma lado para o outro — Então, o que ela fez de tão grave ao ponto de você forjar a morte dela para mim? Ela era uma assassina? Viciada em drogas? Está presa? — indaguei, com uma pontinha de ironia em minha voz.

— Não diga bobagens! — ele falou sério.

— Então pare de me enrolar, e diga logo o que aconteceu com ela — pedi.

— Você quer mesmo saber o que aconteceu com ela? Então lá vai: Ela nos abandonou! Satisfeito!? ­— ele respondeu. Parei de andar e o encarei, não acreditando no que ele havia acabado de falar.

— Ela... foi embora? Para onde? — perguntei.

— Eu não faço a mínima ideia. Simplesmente sumiu.

— Uma pessoa não some assim simplesmente! — exclamei.

— É, mas ela sumiu! — ele exclamou. Depois passou a mão no rosto, tentando se acalmar e apontou para a cadeira que eu estava sentado antes — Sente-se, vou te contar tudo. Desde o começo.

Andei até a cadeira e me sentei. Meu pai tomou seu lugar atrás da sua mesa. Ele esfregava as mãos de um jeito nervoso.

— Estou esperando — disse, depois de alguns segundos de um silêncio perturbador.

— Eu e Regina nos conhecemos no tempo da faculdade. — ele começou.

“Eu fazia Direito e ela Antropologia. A primeira vez que saímos foi em um encontro duplo, feito pelo meu colega de quarto que estava a fim de uma amiga dela. Nós conversamos muito naquela noite e nos damos bem. Depois disso, saímos outra vezes, só que sozinhos.

“Ela era uma garota incrível, estava sempre sorrindo, contando piadas, nada conseguia tirar o seu bom humor. Quando eu percebi, já estava apaixonado por ela. Começamos a namorar e estava tudo perfeito até que um dia ela veio me contar que estava grávida. Minha primeira reação foi de choque, ter um filho com vinte e um anos de idade não estava nos meus planos. Mas depois, eu fiquei feliz. Muito feliz.

“Eu sabia que seria complicado. Ainda éramos estudantes e o meu estágio mal dava para me sustentar sozinho. Mas eu não me importei, sabia que conseguiríamos driblar todas as dificuldades. Então decidimos morar juntos, deixei o apartamento que dividia com o meu colega e alugamos um cantinho para nós. Arrumei um trabalho de tempo integral que pagava bem e comecei a estudar a noite. Estava indo tudo bem. Planejamos nos casar quando sobrasse um pouco de dinheiro.

“Mas nunca sobrava, sempre tinha algo para ser pago. Alguns meses depois você nasceu. Nossa, você era um bebê tão lindo. Nós nos chamávamos de Loggie Bear, porque você parecia um ursinho com bochechas gordinhas. Você era uma criança tão boazinha, quase não chorava, tomava mamadeira e já dormia.

“Eu chegava em casa todas as noites cansado de trabalhar e ir para a faculdade, e ainda passava a madrugada acordado estudando. Mas eu não me importava, pois sabia que no futuro aquilo renderia resultados positivos.

“As coisas com Regina pareciam estar bem. Para mim, ela era a mesma garota no qual eu havia me apaixonado. Ela conseguia camuflar tudo atrás daquele lindo sorriso que ela tinha. Mas eu estava errado. Estava tão ocupado tentando dar conta de trabalhar, estudar, ajudar a cuidar de você e pagar as contas, que não percebi que ela estava se afastando aos poucos de mim.

“Foi então que tudo desmoronou. Eu me lembro muito bem, era uma sexta-feira. Eu cheguei em casa exausto, estava tudo silencioso e escuro. Olhei todos os cômodos e não a encontrei, fui até o seu quarto e te encontrei dormindo tranquilamente no seu berço. Pensei que talvez ela tivesse ido no mercado da esquina. Mas então quando fui te cobrir, vi um envelope debaixo do travesseiro.

“Era de Regina. Na carta, ela dizia que havia indo embora. Pediu que cuidasse de você, pois não podia te levar para onde iria. Em nenhum momento sequer deu uma pista de para onde iria.

“E então eu chorei, como nunca tinha chorado antes. Chorei tanto que cheguei a te acordar. Eu te peguei no colo e te embalei nos meus braços, dizendo que tudo ficaria bem. Que eu ia cuidar de você e nunca iria te abandonar como ela havia feito conosco.

— E foi por isso que eu resolvi mentir. Porque para mim, ela estava mesmo morta e enterrada. Todas as lembranças sobre ela haviam ficado no passado. E eu achei que seria melhor você acreditar que sua mãe morreu do que saber que ela havia nos abandonado — ele finalizou.

— E-eu... nem sei o que dizer — gaguejei incrédulo. Era muitas informações vindo a tona, parecia que elas estavam explodindo todas ao mesmo tempo bem na minha frente.

— Filho — ele me chamou. Não olhei para ele — Logan, por favor, olhe para mim.

— Não! — grunhi, olhando para o chão.

— Tudo bem, entendo que talvez você precise de um tempo para processar tudo isso — escutei seus passos ecoando pelo assoalho.

Olhei pelo canto do olho e vi meu pai de costas pegando algo que estava dentro da caixa de madeira. Ele se virou, e eu desviei o olhar. Ele veio na minha direção e parou ao meu lado, estendendo um envelope.

Levantei um pouco o olhar.

— O que é isso? — perguntei.

— A carta que sua mãe deixou quando foi embora. Eu quero que você leia — ele continuava com a mão estendida na minha direção.

Hesitei. Será mesmo que eu estava preparado para saber o conteúdo daquela carta? Bom, mas cedo ou mais tarde eu iria ter que estar preparado. Então que fosse agora.

Peguei o envelope e o analisei. O papel estava um pouco amassado e amarelado devido ao tempo que tinha. Olhei a parte de trás do envelope e vi o nome de meu pai escrito em uma caligrafia parecida com a minha, só que mais caprichada.

Abri o envelope. Dentro, havia um papel dobrado e uma fotografia. A peguei primeiro. Na foto, estava minha mãe com um bebê no colo. Ela era tão linda, tudo nela parecia reluzir. Seus cabelos escuros e compridos estavam presos em uma trança. Seus olhos castanhos brilhavam, seu sorriso enorme destacava as covinhas em seu rosto.

Foi então que eu encarei o bebê em seu colo. Era eu com alguns meses. A semelhança física entre nós era visível. Não é a toa que nunca me achei parecido com o meu pai.

Balancei a cabeça tentando manter o foco no que realmente era importante agora. Guardei a foto de novo no envelope e peguei o papel. Segurei ainda dobrado em mãos.

Olhei para o meu pai. Ele me encarava, aguardando que eu lesse.

Respirei fundo e desdobrei o papel.

Texas, 12 de janeiro de 1996.

Querido Eric,

Eu nem sei como te dizer isso, mas eu não posso continuar com você. Quando eu te conheci, pensei que as coisas seriam totalmente diferentes, não imaginei que teríamos que enfrentar tantas dificuldades para ficarmos juntos.

Quero que você saiba que essa não foi uma decisão fácil de tomar e que eu pensei por muito tempo antes me decidir que isso era o melhor a se fazer.

Eric, não pense que a culpa de eu estar indo embora seja sua, pois não é. Você sempre foi incrível comigo e sou muito grata por tudo que você já fez por mim. Mas entenda, aconteceu tudo muito rápido... Estávamos apenas namorando, curtindo a nossa vida, e quando eu descobri que estava grávida foi um choque para nós dois. Não estou dizendo que me arrependo disso ter acontecido, pelo contrário, Logan foi o melhor presente que eu poderia ter recebido nesse mundo. Ele me ensinou a ter mais responsabilidades, que eu precisava crescer e me comportar como uma adulta. Mas eu ainda não estou preparada para construir uma família, nem com você, e nem com ninguém. Nós somos ainda tão jovens, eu só tenho 19 anos e você 21, temos muito que viver ainda.

Por favor, cuide bem do nosso pequeno Loggie Bear. Eu não posso levá-lo junto para onde vou. E sei que você saberá criá-lo muito melhor do que eu. Estou deixando um pedaço de mim com você, então cuide muito bem do nosso bebê.

Eu sei que um dia você se tornará um excelente advogado como tanto sonha, e vai ajudar a todos em busca de justiça. Você é um cara incrível, Eric. Espero que Logan puxe isso de você. Na verdade, que ele puxe todas as coisas boas que você tem. Porque assim ele também será um grande homem igual o seu pai.

Eu sei que você não vai me perdoar por estar fazendo isso, mas eu peço que pelo menos tente compreender a minha situação. Se não quiser fazer isso por mim, faça pelo nosso filho. Acho que é melhor eu ir embora agora, enquanto somos apenas noivos, do que depois de casados. Você não deve imaginar como está sendo doloroso para mim ter que fazer isso, mas eu não podia mais viver algo no qual eu não estava completamente feliz.

Eu tenho certeza que você vai conseguir passar por tudo isso sem mim. Você é mais forte do que pensa. Sei que um dia você vai encontrar uma mulher muito melhor do que eu e que realmente te fará feliz, já que eu não consegui fazer isso.

Enquanto você lê essa carta, eu já devo estar dentro do avião indo para o meu destino. Prefiro não dizer para onde vou, pois sei que você tentaria me encontrar e ambos sabemos que isso seria ainda mais doloroso. Desculpe por não ter te entregue essa carta pessoalmente, mas eu realmente não tive coragem de me despedir de você.

Você e Logan foram as melhores coisas que poderiam ter acontecido na minha vida. Eu sempre amarei vocês, nunca se esqueça disso.

Adeus Eric...

Da sua futura ex Senhora Mitchell,

Regina.

POV ASHLEY:

Mas o que será que eles tanto conversam?

Logan e Eric estavam trancando no escritório a mais de trinta minutos. Será que eu devo me preocupar pela demora?

Não, claro que não. Eles devem ter apenas se empolgado falando sobre a faculdade.

Se bem que.. eu achei o Logan um pouco tenso durante o almoço. Principalmente depois que o Eric chegou.

Para ser bem sincera, Logan está estranho desde que foi para o Arizona. Eu não comentei nada com ninguém, mas achei que tinha algo de errado com ele naquele dia que conversamos por telefone. Ele disse que estava apenas preocupado com os shows, mas é claro que eu não cai nessa. Eu conheço Logan muito melhor do que ele pensa. Sei quando tem algo de errado acontecendo.

Igual agora.

Está acontecendo algo naquele escritório. Agora eu tenho certeza disso.

Eu e Alice estamos na sala assistindo TV. Eu já havia ajudado minha mãe a arrumar a cozinha depois do almoço e agora estou esperando Logan.

Acho que eu devo ter pego no sono enquanto esperava, porque quando a porta se fecha com força eu levo um susto e abro os olhos um pouco atordoada.

Logan sai sozinho do escritório, segurando uma espécie de caixa de madeira abraçada ao peito.

Ele começa a caminhar em direção a saída da casa, e quando passa pela sala nem olha para nós.

— Logan? — o chamo — Está tudo bem?

Então ele para e olha mim. Nunca tinha visto seu rosto tão branco como agora. Parecia que tinha visto um fantasma.

— Hã... é... sim, tudo certo — ele se atrapalha com as palavras — Eu preciso ir, depois nos falamos. Tchau.

Ele saiu quase em disparada para fora da sala.

— Nossa, o que deu no Loggie? — Alice perguntou — Ele tava estranho.

— Não sei, mas vou descobrir — me levantei — Diz para a mamãe que eu fui atrás do Logan. Não demoro.

— Tá bom — ela respondeu.

Peguei meu casaco que estava no sofá ao lado, e vesti enquanto andava. Acelerei o passo para poder alcança-lo. O encontrei na garagem, tentando abrir – sem sucesso – o seu carro.

— Anda logo sua porcaria! Abre! Carro dos infernos! — ele xingava enquanto apertava sem parar o botão do controle.

— Deixa que eu abro para você — me ofereci. Ele olhou para mim com os olhos arregalados, de certo surpreso em me ver ali, mas acabou me entregando.

Peguei e abri com a chave mesmo.

— A pilha do controle deve ter acabado — disse e devolvi o chaveiro a ele.

— É, de certo. De qualquer forma, valeu — ele entrou no carro e eu segurei a porta antes dele fechar — Quê!!?? — ele disse irritado.

— O que está acontecendo com você? — indaguei.

— Comigo? Nada!

— Claro que está. Você está estranho, e não é de hoje. O que aconteceu no escritório? Você e o seu pai brigaram por causa da faculdade de novo? Foi isso?

— Não... — ele respondeu mais calmo — Nós nem falamos sobre a faculdade.

— Mas você disse que...

— Eu menti — ele me interrompeu — Eu não queria que vocês soubessem o que íamos falar porque... o assunto era a minha mãe.

— Ah — foi tudo o que eu consegui dizer. Eu sabia que isso era um assunto delicado para Logan. E eu entendia o seu lado, pois para mim, também era difícil falar sobre o meu pai.

— Me desculpa pelo jeito que falei com você, ok? Eu só preciso esfriar a cabeça — ele respirou fundo.

— Tudo bem, eu entendo — respondi — Mas acho melhor você não dirigir nesse estado. Deixa que eu te levo até em casa.

— Ash, sério, obrigado, mas não precisa. Além do mais, como você ia voltar depois?

— Eu pego um táxi, mas não vou deixar você dirigir nesse estado. É perigoso — disse. Ele bufou e revirou os olhos. Cruzei os braços, e adotei uma expressão séria — Senta no banco do carona, por favor.

— Ok, ok — ele finalmente cedeu e pulou para o outro banco — Mas não vou deixar você voltar de táxi, peço para um dos caras de trazer.

— Como você preferir — respondi. Me sentei no banco do motorista. Logan me entregou a chave e eu liguei o carro, saindo da casa.

Passamos a maior parte do caminho em silêncio. Ele estava com os olhos fixos na paisagem, mas era como só o seu corpo estivesse ali, sua mente estava viajando em algum lugar distante. Ele segurava com firmeza a caixinha de madeira, que estava no seu colo, com as duas mãos.

— O que tem nessa caixa? — finalmente perguntei. Ele olhou para mim, ainda um pouco distraído.

— Ah, são coisas da minha mãe — respondeu.

— Pensei que não tinha nada dela — disse confusa. Afinal, foi isso que ele havia me dito uma vez.

— Pois é, foi o que eu também pensei — dito isso, voltou a olhar pela janela.

Resolvi não perguntar mais nada durante o trajeto. Porque pelo jeito, ele estava evitando falar sobre isso.

Após alguns minutos, eu estacionei o carro de Logan na gigante garagem da casa dos meninos.

— Obrigado pela carona. Vou ver quem está em casa para te levar — ele colocou a mão na porta para abri-la.

­— Espera! — disse e coloquei a mão em seu ombro. Ele olhou para mim — Você não quer conversar comigo sobre isso? — olhei para a caixa.

— Acho que se eu te contar você nem vai acreditar – ele riu sem humor.

— Então conte, que eu te digo se acredito ou não — falei.

— Tudo bem, eu vou te contar...

[...]

Então Logan me contou tudo.

A mãe dele está viva. Uau!

Ele tinha razão, era realmente difícil de acreditar em tudo isso. Mas é claro que eu acreditava. Não só porque eu confiava em Logan, mas também porque tinha provas disso. Como as fotos e a carta.

Se essa notícia já foi um choque para mim, imagine então para Logan.

Eu não sei bem o que faria se essa situação acontecesse comigo. Acho que eu ficaria feliz se descobrisse que meu pai estava vivo, sinto muito a falta dele. E acho até que o perdoaria por ter mentido.

Mas com Logan era totalmente diferente. Ele nem se lembrava da mãe, era como se nem a tivesse conhecido. E então do nada descobre que ela está viva. Nem consigo imaginar o que está passando pela cabeça dele nesse momento.

— Hm, então... — comecei — O que você vai fazer agora?

— Eu não sei — ele respondeu e olhou para mim.

Seus olhos castanhos aparentavam estar maiores agora, mas não de um jeito bom. Parecia que a qualquer momento ele ia começar a chorar. Vê-lo assim, me fazia sofrer também.

— Você pensa em procurá-la? — perguntei.

— Eu ainda não tinha pensado sobre isso, mas acho que não. É melhor deixar as coisas como estão, eu passei dezoito anos sem saber da existência dela mesmo. Encontrá-la agora não vai fazer o tempo voltar — ele respondeu.

— Claro — concordo.

Ficamos em silêncio por um tempo. Eu queria falar algo que o ajudasse a se sentir melhor, mas não sabia o que. Essa é uma situação muito delicada.

— Ashley? — ele me chamou. Acenei com a cabeça, querendo dizer para ele prosseguir — Posso te pedir uma coisa?

— Claro — respondi automaticamente.

— Promete que nunca vai fazer isso comigo? Se um dia você cansar de mim e quiser embora... tudo bem, eu vou aceitar. Só me fale pessoalmente, por favor. Acho que não suportaria passar pelo que o meu pai passou.

— Não fala assim... — passei minha mão no seu rosto — Eu nunca vou te abandonar, Logan. Nunca. Eu te amo.

Ele forçou um sorriso e me abraçou. Logan fungou e sei como ele estava se aguentando para não chorar.

— Eu também te amo. Muito, muito. E prometo que nunca vou fazer isso com você também — ele me abraçou mais forte, e eu retribui.

Eu quero ficar com você para o resto da minha vida — sussurrei.

— Tem certeza? — ele perguntou e me soltou — Será que você vai me aguentar tanto tempo assim? Dizem que eu fico chato depois de alguns anos de convivência. Palavras dos meus amigos — ele deu um pequeno sorriso.

— Certeza absoluta — sorri.

— Ok, então. Não vale voltar atrás, hein? — ele brincou.

— Não vou — respondi.

— Que bom — ele sorriu e abriu a porta do carro.

Sai também e caminhamos até a casa. Antes de entrar Logan parou e se virou para mim.

— Ash, obrigado por me ouvir e ficar do meu lado justo agora que eu tanto preciso.

— Não precisa agradecer. Vou estar sempre do seu lado quando você precisar — respondi.

— Eu sei que vai — ele sorriu — E sabe por que? Porque você é a melhor namorada do mundo!

— Awn! — o beijei — Você também é o melhor namorado do mundo.

— Eu sou um péssimo namorado, isso sim. Não deveria ter escondido isso de você, deveria ter te mostrado aquela foto assim que a achei no escritório do meu pai.

— Não, você não é. E eu entendo que você tenha ficado confuso em relação a foto, não tem problema.

— Eu não sei o que faria sem você — ele me deu um beijo e depois me abraçou novamente.

— Sem mim, você estava perdido — disse convencida.

— HAHA! — ele deu uma gargalhada — Você tem razão.

Decidimos entrar finalmente na casa. A sala estava vazia.

— Ué, cadê os caras? — Logan falou olhando para os lados — Sempre somem quando se precisa deles, nunca vi.

— Devem ter saído ­ — dei de ombros.

— Só se eles foram em um encontro gay triplo — Logan ironizou — GAZELA! GIGANTE! ANÃO DE JARDIM! CADÊ VOCÊS? — Gritou.

Uma porta no andar de cima bateu, e nós dois olhamos a tempo de ver um Carlos todo arrumado descendo as escadas.

— O que foi gordo? — ele revirou os olhos e veio até nós — Collins! Oi! — ele me deu uma abraço. Nossa, parecia que ele tinha tomado um banho de perfume. Mas pelo menos, era um cheiro muito bom.

­— Oi Garcia! — respondi — Hmm, onde você vai assim todo cheiroso?

— Encontrar a minha gata — ele deu uma piscadinha e arrumou a gola da jaqueta de couro. Parecia até um bad boy.

— Faz um favor para o seu querido amigo? — Logan pediu e nem deixou Carlos responder — Leva a Ash em casa. Obrigado, de nada.

— Ué, mas vocês não acabaram de chegar? Além disso, eu não sou o seu motorista particular Mitchell.

— Pô Carlos, como você é ruim! Custa fazer esse favorzinho? Você já está de saída mesmo.

— Tá bom! — Carlos jogou as mãos para cima em sinal de rendição — Mas que fique claro que vou fazer isso pela Ash-ash.

— Obrigada Carlitos — agradeci.

— Ei, que intimidade é essa de vocês? Não estou gostando disso não — Logan olhou feio para Carlos.

— Hm, ciúmes? Também posso te chamar assim... Lolo — Carlos brincou.

— Não, não... valeu — Logan disse fazendo uma careta — Vou subir, estou com dor de cabeça. Tchau, amor — Ele me deu um beijo rápido.

— Tchau — disse.

— Tchau, nanico — deu um tapinha de leve na cabeça de Carlos.

— Tchau, gordo — revirou os olhos.

Assim que Logan subiu as escadas, fomos para a garagem. Carlos até abriu a porta de carona para mim.

— Então, o que deu no Logan? — Carlos perguntou assim que deu partida no carro.

— Hm, nada — respondi.

Tsc, tsc. Mentir é feio Collins. Vai, fala aí. O que houve?

— Ahm... é coisa do Logan, não quero me meter. Mas pode deixar que quando ele estiver preparado, vai contar a vocês.

— Você me deixou curioso agora. Mas ok. Eu vou esperar então — ele sorriu.

Passamos o resto do caminho cantando as músicas que estavam tocando na rádio. Eu já sou um desastre cantando sozinha, perto do Carlos consigo ser pior ainda. Ele canta muito, não é a toa que a banda deles está ficando famosa.

Assim que chegamos na minha casa, agradeci Carlos pela carona. Até perguntei se ele queria entrar, mas ele recusou porque senão ia chegar atrasado na casa da Jade e ia levar uma bronca dela pela demora. Jade é igualzinha o James, não gosta de atrasos. Às vezes até parece que eles são irmãos e não primos, de tanta coisa em comum que tem.

Alice estava me esperando na ponta da escada quando cheguei. Ela veio toda preocupada perguntando o que tinha acontecido com o Logan e porque eu demorei. Disse que era só alguns problemas da faculdade. Não gosto de mentir para os outros, principalmente para a minha irmã, mas eu não podia contar a verdade. Isso só dizia respeito ao Logan e o Eric. Se ele quiser contar, tudo bem, mas eu não vou me intrometer nisso.

A única coisa que eu posso fazer agora é apoiar Logan, independentemente do que ele decidir fazer sobre esse assunto.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Odiaram? Podem dizer, sejam sinceros!

* Sem spoiler do próximo capítulo.
MOTIVO: Eu ainda não tenho ideia do que vou escrever ;/

P.S: Não queria fica mendigando comentário, mas o último capítulo teve mais de 100 visualizações e só 6 comentários. Então, acho que não custa nada quem tem conta aqui no Nyah comentar. Pode ser só um "Estou gostando. Continua". Assim já tá ótimo, sério. (Deixem a Tia Mari feliz, que assim ela escreve mais rápido u.u )

Meu twitter caso alguém queira falar comigo: @OpsBigTime

Acho que é isso mesmo.. até a próxima! o/

Big Time Kisses :*