I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 29
O melhor presente de Natal


Notas iniciais do capítulo

Waaaaazzaaa!

Tudo bem amores? Estou bem!

Demorei um pouquinho para postar, afinal hoje já é segunda. Mas é que eu estava tendo algumas dificuldades para passar minhas ideias para o computador. Espero que me perdoem.

Prontos para um capítulo de Natal ultra/mega/super/power atrasado? Haha.

* Ah, leiam as notas finais. Tem aviso.

Boa leitura!



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Três semanas depois...

POV ASHLEY:


Vinte e quatro de dezembro. Véspera de natal. Faz muito frio e está começando a nevar. Cruzo os braços na tentativa de me esquentar - sem sucesso - enquanto caminho pela entrada que leva para a quase mansão dos Mitchell. Tomando cuidado para não cair, já que estou de salto e o piso está escorregadio por causa da fina camada de neve.


Olhei para a casa que estava logo a minha frente, todo iluminada com piscas-piscas. Daqui a um mês, quando Eric e mamãe se casarem, essa será a minha casa também.


Fiz uma careta em pensar nisso. Eu apoiava o casamento, e sabia que minha mãe estava muito feliz com tudo isso. E eu também ficava feliz por ela. Mas, o problema era outro: Logan seria oficialmente meu meio-irmão. Como seriam as coisas entre nós depois disso? Normais? Um tanto... Estranhas? Eu não fazia a mínima ideia.


— Feliz natal, mulheres da minha vida! — Eric estava na porta, nos esperando todo animado.


Me surpreendi quando olhei para o meu futuro padrasto. UM: Ele não estava de terno como todas as outras vezes que eu o vi. Mas sim, com um suéter xadrez, calça jeans escuras e sapatênis. DOIS: Ele estava sorrindo de orelha a orelha. Eric sempre tinha aquela expressão séria, e eu sabia que isso tinha a ver com a carreira de advogado dele.


Para falar a verdade, hoje ele até parecia outra pessoa. Eu estava gostando do jeito do "Novo Eric".


— Feliz natal, querido — minha mãe foi a primeira a chegar onde ele estava. Deu um abraço nele e um beijo discreto.


— Tio Eric! Feliz natal! — Alice exclama e sai correndo na direção dele. Que se abaixa e a abraça.


— Feliz natal — disse quando cheguei perto dele. Ele sorriu e me deu um abraço. Acho que é a primeira vez que ele fez isso.


— Melhor entramos, senão vamos congelar aqui fora — Eric fala esfregando as mãos, para enfatizar que estava muito frio.


Assentimos e entramos. A casa estava decorada com coisas natalinas. Havia cinco meias penduradas na lareira, almofadas vermelhas e verdes no sofá, biscoitos enfeitados em um prato na mesinha de centro da sala e uma árvore enorme com presentes embaixo que estava no canto.


Olhei em volta procurando por um certo garoto de topete que eu ainda não tinha visto. Nenhum sinal dele. Perguntei para Eric, e ele disse que a última vez que viu o filho estava na cozinha.


Deve estar comendo, aquele guloso. Pensei.


Entrei na cozinha, que estava vazia. Havia um pouco de louça suja na pia e um peru estava sendo assado no forno. Me virei para sair, quando alguém surge na minha frente.


Boo — ele fala do mesmo jeito que se diz um simples "Oi". Suas covinhas se destacaram enquanto ele tentava não rir.


— Não teve graça — digo com a mão no peito. O coração acelerado por causa do susto. Odeio me assustar tão facilmente.


— Eu achei, mas ok — ele passa os braços por volta da minha cintura e me puxa para mais perto. Apesar do casaco grosso que estou usando, era como se pudesse sentir o calor irradiando de seu corpo. Pressionou seus lábios contra o meu, gentilmente — Feliz natal, Ashley.


— Feliz natal, Logan — respondi passando os dedos pelo zíper da sua jaqueta que estava aberta. Ele lambeu os lábios, de uma forma sexy. Depois de um sorriso de lado e atacou minha boca com um beijo voraz. Sinto uma mão boba na minha bunda. Se não estivesse de olhos fechados, eu poderia ter os revirados agora. Ele é sempre tão pervertido.


Quando paramos o beijo, ele tocou meu rosto gentilmente, os dedos quentes passando pela minha bochecha. Colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.


— Gostei do seu cabelo assim — ele fala com um sorriso.


— Pensei que você nem ia notar... — comentei. Eu havia feito Ombré Hair essa semana, as pontas do meu cabelo estavam mais claras.


— Foi a primeira coisa que eu reparei quando te vi.


— Não sabia que você reparava nessas coisas. A maioria dos garotos não percebe.


— Bom, você já deve ter percebido que eu não sou como os outros garotos... Eu sou muito melhor — ele se gaba, dando um sorrisinho.


— Oh, acho que você esqueceu de dizer que é muito mais convencido também — digo. Ele aproxima o seu rosto do meu, e beija meu pescoço.


— Talvez — ele sussurra. Seu hálito quente no meu pescoço, me faz arrepiar. Sinto minhas pernas ficarem bambas, isso sempre acontece quando ele está perto demais de mim. Logan dá um passo para trás — Melhor voltarmos para a sala


— Aham — murmuro, e obrigo meus pés a saírem do lugar.


Quando estamos saindo da cozinha, ouço um barulho. Olho em volta, e como não vejo nada apenas dou de ombros. Mas então eu ouço novamente. Parece ser um choramingo. Mas não tem como ter certeza, já que o som está abafado. O som estava vindo através da porta da área de serviço que está fechada, e fica logo depois de um pequeno corredor ao lado da cozinha.


— Que barulho é esse? — pergunto enquanto andamos. Ele olha para mim, mas não diz absolutamente nada. Puxo seu braço, fazendo o parar. Logan revira os olhos e bufa, como uma criança de cinco anos que não quer fazer algo.


— Ok, ok. Eu vou te contar — ele finalmente fala — É um presente para Alice. Não falei nada antes, porque queria que fosse uma surpresa.


— Espera, presente? Por acaso é um...


Shhh! — ele cola o dedo nos meus lábios, me interrompendo — Sim, é exatamente o que você está pensando. Eu pretendia lhe entregar só a meia noite, mas acho que se continuar assim, Alice vai acabar encontrando sozinha.


— Então entregue agora — respondo


— Será que ela vai gostar? — ele pergunta incerto — Fiquei em dúvida se seria uma boa ideia ou não.


— Tenho certeza que ela vai amar. Conheço a minha irmã.


— Bom, se você diz... Eu acredito — ele me dá um selinho, e solta minha mão — Vou lá pegar então. Distraia Alice enquanto eu não chego.


— Ok — respondo. Vejo ele entrando no corredor e depois, entra na porta da área de serviço.


Vou para a sala, e encontro Alice sentada no sofá com um prato de biscoitos na mão, enquanto assisti algo na televisão. Ela sorri quando eu sento ao seu lado, me oferece um biscoito e eu pego um. Olho para a TV e percebo que está passando um episódio especial de natal de Phineas & Ferb. Oba, meu desenho favorito!


— Cadê mamãe e o Eric? — pergunto, puxando assunto.


— Pegar algo para beber no jantar, naquela coisa quadrada que o Tio Eric tem cheio de garrafas de vinho e que eu não lembro o nome — ela responde sem tirar o olho da televisão e em seguida, dá uma mordida no seu biscoito.


— Você quer dizer uma adega? — sugiro.


— Isso ai mesmo! — ela bate na própria testa. Ri do jeito dela.


Voltamos prestar atenção no desenho. Depois de uns minutos, Logan aparece na sala com um gorro de natal na cabeça. Nas mãos, uma caixa embrulhada em papel natalino.


— Hey, meninas — ele diz na maior naturalidade.


— Oi Loggie — Alice finalmente olha na direção que ele está e o observa de cima abaixo. Ela franzi os olhos e aponta para a caixa em sua mão — O que tem na caixa?


— Oh, aqui? — ele olha para a caixa na mão, como se tivesse percebido só agora que ela estava lá — É um presente para você.


— Para mim? — ela pergunta surpresa.


— Sim — Logan responde e se abaixa na frente dela, que ainda está sentada. Coloca o presente sobre o seu colo — Pode abrir.


Sem conter a curiosidade, Alice dá um sorriso para ele e começa a rasgar o papel. Um barulho escapa de dentro da caixa, e ela para imediatamente. Logan a incentiva a continuar, e ajuda a tirar o resto do papel, revelando uma casinha de plástico vermelha. Ele abre a porta da casinha, e tira de dentro um filhote de cachorro da raça Beagle.


— Oh — ela diz surpresa, com as duas mãos na boca — Que coisa mais fofa! Tem certeza que é meu?


— Tenho sim — Logan ri e tira a casinha do seu colo, colocando no chão. E lhe entrega o filhote — Você gostou?


— Gostei! Muito, muito, muito! Obrigada pelo presente, Loggie! — ela abraça o cachorrinho, que está todo feliz abanando o rabinho.


— E quem disse que esse presente fui eu quem deu? — Logan finge uma cara de surpresa. E Alice fez uma cara estranha, de que não está entendendo nada.


— Hm... o tio Eric? — Alice pergunta curiosa. Ele faz que não — Foi quem então?


— O Papai Noel! — Logan fala todo animado. Eu coloco a mão na boca, me segurando para não rir da encenação dele. Pois é, descobri outro talento do meu namorado: ele é um ótimo ator.


— Loggie.... — Alice o encara, séria — Papai Noel não existe.


— Claro que existe! — ele insiste — Quem você acha que me deu esse tênis bonito que eu estou usando? — ele aponta para o próprio pé e mostra o tênis novo.


— Ou foi o seu pai. Ou você mesmo comprou — ela responde automaticamente. Logan pensa em protestar, mas muda de ideia.


— Tá bom, você venceu — ele ergue as mão em sinal de rendição — Meu pai me deu esse tênis. Mas fui eu que comprei o seu presente.


— Sabia! Você acha que só porque sou criança, posso ser enganada? Nada disso! — ela fala cutucando o ombro dele.


— Então, que tal escolher um nome para essa graçinha? — pergunto, mudando de assunto.


— Boa ideia mana! — ela analisa o cachorrinho no seu colo e faz uma cara pensativa — Você tem cara de.... Lali! Gostaram?


— É um nome bonito. Mas tem um pequeno probleminha — digo — Não é uma fêmea.


— Tem certeza? — Alice pergunta surpresa e ergue o cachorro para conferir — Oh, oh, me desculpe cachorrinho! — ela parecia constrangida — Então eu não sei que nome colocar. Me ajudem, por favor!


— Que tal Bolt? — Logan sugere


— Não... — ela faz uma careta.


— Beethoven? Marley? Dolar? Jerry Lee? Oddie? Shilloh? Snoopy? Bud? Spot? — Logan vai falando os nomes e Alice só nega com a cabeça.


— Por acaso você vai dizer todos os nomes de cachorros que tem em filmes? — perguntei me intrometendo. Logan apenas revirou os olhos e fez língua para mim. Me virei para Alice — Hm, e Toby? — pergunto.


— Gostei! — ela abraçou o cachorrinho — Seu nome vai ser Toby!


Ficamos um tempinho, brincando com Toby no tapete da sala. Ele era uma graçinha.


— Crianças — era a minha mãe — Está na hora do jantar.


— Mamãe! Mamãe! — Alice se levantou com Toby no colo — Olha só o que o Logan me deu de presente!


— Oh, que lindinho! Qual o nome dele, filha? — minha mãe pergunta fazendo carinho nele. Mas ela não parecia surpresa com a novidade. Provavelmente Eric já havia lhe contado sobre o presente.


— Toby. A Ash que escolheu!


— Oi Toby — minha mãe segura a patinha dele — Querida, você agradeceu pelo presente?


— Sim, mamãe.


— Ah, que bom. Agora guarde ele e lave bem as mãos para comermos. Certo?


— Pode deixar mãe, fico encarregada desses dois — digo me levantando. Ela assenti e vai para a cozinha.


Vou com Alice até a área de serviço, e deixamos Toby lá em um mini cercadinho. Ele fica choramingando quando saímos. Vamos ao banheiro do andar de baixo para lavar a mão, e falo para minha irmã ir para a cozinha. Volto para a sala, e tiro o meu casaco porque está bem quente dentro da casa, o colocando no sofá.


Sinto um mão na minha cintura e levo um susto. Me viro.


— Por favor, pare de me dar sustos — peço. Respiro fundo várias vezes até os batimentos cardíacos se normalizarem.


— Desculpa. Juro que dessa vez foi sem querer — ele levanta as mãos, se defendendo, e não está mais com o gorro na cabeça — Sabe, não curti o lance do cachorro. Eu disse vários e vários nomes, você disse um só e Alice já adorou. Como você consegue ser assim tão incrível? — ele aperta minha cintura, me trazendo para mais perto dele. Passo minhas mãos pelo seu pescoço.


— Incrível, eu? — solto uma gargalhada — Só que não, né Logan. Eu só sugeri o primeiro nome de cachorro que veio na minha cabeça. Além disso, sempre tem algum Toby lá no Pet Shop.


— Só que sim — ele rebate, como se tivesse prestado atenção só no começo do que eu disse — Você é a garota mais incrível que eu já conheci.


— Então posso dizer, que você não conheceu tantas garotas assim...


— Pare com isso. Se eu digo que você é incrível. É porque você é. Entendeu Srta. Collins? — ele faz uma cara séria.


— Ok. Entendi Sr. Mitchell — respondo — Agora vamos comer — me solto dele e começo a andar. Mas ele me gira, fazendo ficar de frente a ele de novo.


— Esqueci de comentar que você está maravilhosamente linda nesse vestido — ele me dá um beijo.


— Oh, obrigada — respondo me contendo para não sorrir igual uma idiota — Você também está lindo. Bom, você fica lindo de qualquer jeito.


— Eu sei disso. É porque eu já nasci exalando essa beleza toda — ele fala se gabando.


— Depois o James que é o convencido, não é? — digo rindo.


— Aquele lá é convencido até demais. Eu, só um pouquinho.


— Pouquinho, claro — digo ironicamente. Pego sua mão — Vamos comer, porque aposto que o gordo está com fome.


— Ouch, isso é bullying sabia? Sua, sua... Baixinha! — ele exclama.


— QUÊ!? — digo brava e dou uma tapa no braço dele — Nunca mais me chame assim!


— Por quê? Você é baixinha mesmo — ele fala me provocando, dou outro tapa nele — Ai! Desculpa — ele pede. Finjo que nem escutei. Ele me abraça e me dá vários selinhos — Me desculpa, amor?


— Vai parar de me chamar de baixinha? — pergunto. Ele faz que sim — Ok, então. Está perdoado.


— Obrigado — ele me dá um beijo e me segura pela mão — Melhor irmos, antes que o meu pai grite por nós.


Concordo contendo um riso. Isso seria bem a cara de Eric mesmo. Então começamos a andar, de mãos entrelaçadas, até a cozinha onde a minha - quer dizer, a nossa - futura família nos espera.

POV LOGAN:


Após o jantar, - que só ficou comestível, porque a Sra. Collins salvou o peru de queimar - fomos todos para a sala e ficamos conversando. Alice não largava Toby, ia com ele para todos os canto. Pelo jeito ela gostou mesmo do presente.


Fiquei sentado no sofá, com Ashley apoiada no meu braço. Era tão bom ficar assim com ela, como se eu tivesse o mundo em meus braços. E na verdade, eu acho que tinha mesmo. Porque agora ela é o meu mundo.


Olhei para o meu pai, ele estava diferente. Não só pela aparência, já que ele finalmente não estava de terno e sim como... Um pai normal. Mas também porque ele estava feliz. Dava para ver em seus olhos que ele realmente amava a Sra. Collins e eu sabia como ele estava ansioso para o casamento.


O casamento. Finalmente seriamos uma família. Eu teria uma família de verdade. Eu sempre cresci apenas com o meu pai nessa casa, seria diferente ter três mulheres aqui dentro. Por mais que agora eu more com os garotos e não com meu pai, eu vou acabar vindo mais aqui. Em parte, por causa da Ashley, vai ser uma desculpa para vir vê-la. Mas também por causa do meu pai, nós não estávamos tão próximos nesse últimos quatro anos, e acho que esse casamento acabou nos aproximando de alguma forma.


Alice chegou perto de nós, e parou na nossa frente, com os braços cruzados. Senti falta de uma criaturinha peluda. Ela estava com uma cara de quem fez algo errado.


— Cadê o Toby? — perguntei.


— Hmm... — ela começou — É que aconteceu um probleminha...


— Por favor, diga que você não perdeu ele — Ash falou preocupada.


— Não, não! — Alice tratou de dizer rápido. Olhou na direção da mãe, depois voltou a olhar para nós — É que ele fez xixi na cozinha — ela sussurrou.


— Meu Deus, Alice! O que você estava fazendo com ele na cozinha? — Ash perguntou pronta para dar uma bronca na irmã.


— Eu achei que ele estava com sede, então enquanto eu pegava a água, botei ele no chão e... — ela parou de falar. Não precisava nem terminar mesmo, deu para entender né.


— Tudo bem Ali, não tem problema. Ok? — disse pegando na mão dela, ela apenas concorda — Você deixou ele sozinho na cozinha?


— Não, coloquei de novo na área de serviço — ela respondeu.


— Menos mal, pelo menos assim ele não deixa outra surpresinha — respondo aliviado — Vamos te ajudar a limpar antes que nosso pais vejam.


Me levantei e fomos para a cozinha. Nossa, Toby tinha deixado uma poça bem na entrada! Pedi para elas esperaram ali, enquanto eu ia pegar um jornal para colocar em cima.


Só havia um lugar nessa casa que havia jornais. No escritório. E meu pai detesta que eu entre lá sem permissão. Mas foda-se, isso é um caso de emergência. Porque se ele descobrir o que aconteceu na cozinha, daí sim eu estou ferrado. Vai começar com o seu sermão de: "Você não deveria ter dado um cachorro para ela, é muita responsabilidade. Foi por isso que eu nunca te dei um" e blábláblá.


Entre no escritório com cuidado e me certifiquei de encostar a porta. Parei por um instante na frente da estante onde estava guardado todos os prêmios que eu havia ganhado. Ou como o meu pai gostava de chamar: "As Conquistas do Logan". Ele adorava mostrar aquilo para os seus amigos e os parentes, sempre com um sorriso no rosto e falava todo orgulhoso sobre mim. E por causa disso, eu me via na obrigação de ser um bom aluno, de tirar só notas altas, para nunca decepcioná-lo.


Bom, funcionou por um certo tempo. Até ele descobrir que eu não queria fazer Medicina. Agora, ele diz que não se importa de eu fazer Matemática, que só quer me ver feliz. Por mais que eu saiba que ele não está sendo 100% sincero quando diz isso. Lembro dele falando para os meus tios, que eu seria médico, e naquela tempo eu nem estava na escola ainda. Eu sempre cresci com isso na cabeça, que eu deveria fazer Medicina, porque causa do meu pai, queria que ele se orgulhasse de mim. Mas então percebi, que se eu fizesse isso, estaria decepcionando a mim mesmo.


Balancei a cabeça, tentando tirar esses pensamentos da cabeça. Voltei a andar e fui até a mesa dele, que está bem organizada - como sempre. Meu pai nunca deixava nada fora do lugar, era como se ele tivesse TOC* por arrumação.


Afastei a cadeira para trás. Havia uma gaveta, a segunda do lado direito, que vivia trancada. Eu nunca soube o que havia ali dentro. Abri a gaveta debaixo, e achei vários jornais perfeitamente dobrados. Peguei alguns e coloquei sobre a mesa. Folheei as folhas, até achar a coluna de esporte, já que meu pai só gostava de ler as noticias. Quando eu era criança, lembro de ficar perto dele só esperando ele pegar o jornal para ler e me dar a parte de esporte. Era quase uma tradição nossa.


Peguei as folhas que eu precisava e tentei guardar o resto corretamente. Mas claro que eu não consegui, porque eu não sou uma pessoa organizada. Só fiz mais bagunça ainda. Me abaixei e tirei todos os jornais de dentro da gaveta para arrumar. Então acho algo no fundo da gaveta, parecia um cartão.


Peguei na mão e percebi que era uma fotografia. De um casal abraçado. Parecia ter sido batida em um corredor, ou algo do tipo. O garoto usava um moletom preto, jeans claros e All Star. Os cabelos pretos e ondulados perfeitamente penteados para trás. Os olhos de um castanho claro. Ele era alto e forte, mas não gordo. E estava sorrindo. Era meu pai. Uns 15 anos atrás, ou talvez mais.


Mas o que me chamou atenção, foi a garota que estava com ele. Os cabelos castanhos era incrivelmente lisos e iam até a sua cintura. Usava um vestido claro, longo. Os olhos castanhos escuros se destacavam na pele branquinha, como se nunca pegasse sol. E sorria de uma forma encantadora, mostrando suas covinhas. Ela tinha algo de muito familiar. Era como... Eu já tivesse a visto antes.


Virei a foto, na parte de trás havia algo escrito, em uma caligrafia caprichada:


“Eu & Regs. The University of Texas at Austin. Abril de 1995”


Não. Não. Não pode ser.


Virei a foto novamente e encarei a garota que estava abraçada ao meu pai. Agora eu sabia porque ela parecia tão familiar, porque se parecia comigo. Era... Minha mãe. Só podia ser ela. Seu nome era Regina, então deveriam chamá-la de Regs. Mas o que achou a minha atenção, foi o ano. 1995 foi o ano que eu nasci, então em abril ela já estava grávida de mim.


Senti uma sensação estranha e tive que apoiar a mão na mesa para na cair. Por que meu pai nunca havia me mostrado essa foto? Ele disse que não tinha fotos da minha mãe, que ele havia perdido durante a nossa mudança do Texas para cá. Então, ele havia mentido para mim? Ou ele apenas tinha achado essa foto agora e pretendia me mostrar? Eu não fazia ideia.


Uma batida na porta me assustou, e eu levantei rapidamente. A porta abre devagar, e por um momento pensei que fosse meu pai. A pessoa colocou a cabeça para dentro da sala e eu respirei de alivio. Era Alice.


— Loggie, você já achou o jornal? — ela perguntou.


— Ah... Sim... — respondo ainda um pouco perdido. Olho para a mesa e aponto para os jornais — Estão... Aqui. Já estou indo.


— Tá bom — ela sai e fecha a porta.


Me abaixo novamente e coloco os jornais de volta na gaveta, sem me importar em arrumá-los certo. Olho para a fotografia que está no chão e estendo a mão para pegá-la. Mas paro. Será que eu deveria mesmo ficar com essa foto? Afinal, ela estava dentro do escritório, não me pertence. Mas por outro lado, eu tinha esse direito. Eu nunca tive uma foto da minha mãe. Resolvo pega a foto e coloco no bolso da jaqueta.


Cato as folhas de jornais de cima da mesa, coloco a cadeira de volta no lugar e saio do escritório. Vou até a cozinha e entrego os jornais para Ashley e ela coloca sobre o xixi. Me apoio no mármore do balcão e não paro de pensar na foto. Sinto uma mão segurando a minha e me viro, encontrando os olhos preocupados de Ashley.


— Você está bem? — ela pergunta.


— Sim, estou — minto.


Eu sei que precisava falar com o meu pai sobre a foto, mas não podia ser agora. Queria estar sozinho com ele. Para poder gritar, se fosse necessário.


Fico tão perdido nos meus pensamentos, que quando vejo já é meia-noite. É natal. Forço um sorriso enquanto trocamos os presentes. Meu pai me deu uma caixinha pequena. Abri e vi que dentro havia uma chave.


— Eu sei como você sempre quis ter uma moto — ele diz.


— Pai, não precisava — respondo.


— Claro que precisava — ele diz como se fosse óbvio — Considere com um presente duplo. De natal e por estar indo para a faculdade — ele me dá um abraço — Eu te amo, filho.


— Eu também te amo, pai — respondo. Ele se solta de mim e dá um sorriso, depois pega uma caixa do chão e vai na direção da Sra. Collins.


— Uau, não acredito que você ganhou uma moto! — Ash diz admirada.


— Ah, não é grande coisa — digo "humildemente".


— Claro, com certeza não — ela diz ironicamente — Sabe o que eu ganhei da minha mãe? Um celular novo.


— Bom... — digo jogando a caixa sobre o sofá e a puxo um pouco para mais perto de mim — São só coisas materiais. Existe coisas muito mais importantes.


— Ah, é? Como o que? — ela pergunta erguendo uma sobrancelha.

.
— Você — digo — Você é muito mais importante.


— Você também é — ela me dá um beijo — Feliz natal.


— Feliz natal — respondo, a beijo novamente — Eu te amo, Ashley Collins.


— Eu também te amo, Logan Mitchell — ela sorri. Lhe abraço de lado e olhamos em volta. Nossos pais e Alice felizes com os presentes na mão, sorrindo. Como uma... Família.


Quando eu era bem pequeno, em um natal, eu pedi para o Papai Noel uma família. Com uma mãe e irmãos. E agora, eu tinha uma. E com certeza, esse é o melhor presente de natal de todos.


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Notas finais do capítulo

* TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo.

P.S: Como na história, o Logan tem 18 anos... então ele nasceu em 1995. (Mas é claro que eu sei, que na vida real ele nasceu em 1989).

P.S²: Viram no link que eu botei, quem é a Alice? Eu não ia colocar ninguém para representar os personagens. Mas quando vi aquela menina, achei a cara dela.

Então, o que acharam do capítulo? u.u

Gostaram do Toby? Achei ele a coisa mais cute cute *------*

E sobre a foto que o Logan encontrou? Hm... posso dizer que isso ainda vai render muito assunto entre ele e o pai. #Suspense

Ah, tenho uma novidade: Fiz um blog! WOO HOO! Vou usá-lo só para coisas ligadas as fics. Pretendo deixar spoilers e algumas curiosidades sobre elas. Quero saber a opinião de vocês também, então se alguém tiver alguma pergunta em relação a fic, é só me mandar uma MP, porque quero fazer um post respondendo vocês. Para quem quiser conferir: http://mari-fanfics.blogspot.com.br/

Bom, não tem spoiler do próximo capítulo por enquanto. Porque eu ainda não sei o que vou escrever. Mas fiquem de olho no blog, que eu posso avisar algo por lá, ok? (O link do blog vai estar no meu perfil também).

Mereço comentários? Espero que sim! E leitores fantasmas... eu sei que você existem, então tratem de se manifestar u.u

Ok, por hoje era isso. Até semana que vem!

Big Time Kisses :*
Amo vocês S2



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