I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 28
O baile de formatura - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Waaazzaaa!

Tudo bem com vocês? Estou bem. Aqui tá chovendo e trovejando, mas ninguém perguntou... eu sei '-'

Então, como prometido ai está a segunda parte do baile de formatura. Lembrando que tem POV do Carlos e do James.

* Capítulo dedicado para a AnnyAlmeida que recomendou a fic. AHHH MUITO OBRIGADA! Eu quase chorei lendo ela, sério.

P.S: O capítulo ficou enoooorme *o*

Boa leitura e nos vemos nas notas finais õ/



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POV CARLOS:


Assim que chegamos perto do placo, adivinhem quem estava lá nos esperando? Exato, Gustavo e Kelly. Agora, toda apresentação que nos fizermos eles vão estar presentes. Fiquei com vontade de perguntar como eles conseguiram entrar em um baile de escola, mas sei que a resposta teria algo como: "Sou Gustavo Rocque, e consigo entrar onde eu quiser".


Sobre o álbum? Ah, claro. Essa semana Gustavo mostrou a nossa demo para o seu "chefinho do coração" e ele nos adorou. Então daqui à algumas semanas estaremos indo novamente para Hollywood para ter uma reunião na Rocque Records com nada mais nada menos que Arthur Griffin, o cara que realmente manda e desmanda.


— Cães... Preparados para a apresentação dessa noite? — Gustavo fala assim que nos vê. Nossa, nem um Boa Noite? Que mal educado.


— Eu já nasci pronto — James responde arrumando a gola do paletó, que nem está desarrumada.


— James, você sabe o que penso sobre você, não é mesmo? — Gustavo fala com uma aparência calma. Por enquanto.


— Que eu sou um ótimo cantor e deveria seguir a carreira de modelo? — James sugere todo animado.


— Não! Que você é muito egoísta, só pensa em si mesmo... e é por isso que eu ainda NÃO gosto de você! — ele praticamente grita. Ai meus ouvidos.


— Rapazes, que tal vocês checarem se estar tudo certo. Hein? — Kelly diz entregando uma folha para nós que tem a ordem das músicas que serão cantadas — Enquanto isso, eu e Gustavo vamos para os nossos lugares. Vem! — ela bate com a prancheta no braço de Gustavo e faz uma cara de brava, e os dois vão em direção as mesas.


— Por que você sempre tem que ficar se achando? — pergunto ao James.


— Eu não me acho, eu sou! — ele faz aquele gesto muito gay com as mãos. É por isso que eu não me admiro dele ser o único solteiro da banda.


— Pessoal, deu! — Kendall se intromete — Vamos ver se está tudo certo para a apresentação.


— Certo — Logan pega a lista e dá uma conferida — Bom, acho que sim. O que vocês acham? — ele entrega folha para James que fica a analisando por um bom tempo.


— Estava pensando em terminamos a apresentação com "Boyfriend". Que tal ? — James sugere e entrega a folha para mim.


— Algum motivo especial para isso? — Kendall pergunta. James nega.


— Por acaso, isso tem algo a ver com a sua acompanhante? — pergunto.


— Queeeeeê? Não! Por que eu faria algo pela Hanna? Isso não faz o menor sentido! — ele responde e ainda bufa no final como se quisesse dizer que aquilo era impossível. Ele não sabe mentir.


— Ahh, é? — digo — E aquele pedaço na música que diz "Porque tudo que eu quero é ser seu namorado"? Isso não te lembra nada? Porque a mim, lembra.


— Não. Não me lembra nada, Garcia. E eu não quero ser o namorado daquela garota, ok? — ele fala bravo. É, ele ainda está mentindo — Vocês aceitam a troca ou não?


— Por mim, tudo bem — Logan fala dando de ombros — Kendall?


— Também — Kendall responde e olha para mim.


— Só se o James admitir que é por causa da Hanna. Você sabe, tem que ser decisão unânime — respondo dando um sorrisinho para ele. Se um de nós discordar, nada feito... É assim que sempre fazemos. James me encara, bravo.


— Tá bom, confesso. É por causa da Hanna. Satisfeito? — ele fala com uma cara zangada por ter dito isso para nós.


— Muito satisfeito. Sendo assim, eu aceito também — digo e dou um tapinha nas costas dele — Viu, James... Não custa nada admitir.


Ele faz um gesto com a mão como se não estivesse nem ai. Conversamos por mais um tempo, mas sem mencionar a Hanna. Porque precisávamos de um James feliz cantando e não um de cara amarrada por pegarmos no pé dele. Depois, o cara do som entregou uma garrafa de água e o microfone auricular para cada um de nós, e estava tudo pronto! Que o show comece! Woo hoo!


Subimos no palco e nos apresentamos dizendo os nossos nomes. Todo os garotos já nos conheciam, mas suas acompanhantes não. Combinamos com o Diretor Watt que iríamos cantar só seis músicas. Era pouco, mas pelo menos já dava um pouco de publicidade para a banda.


Começamos com "Big Night", depois seguimos com "Nothing Even Matters" e "City Is Ours". Fizemos um intervalo de alguns minutos para descansar e quando voltamos, cantamos "Any Kind Of Guy" e "Oh Yeah". Agora só faltava "Boyfriend".


Antes de começarmos a cantá-la, James pediu para dizer algumas palavrinhas. Só espero que ele não faça uma declaração de amor para a Hanna no palco, porque além disso ser muito clichê, era capaz dela subir aqui em cima só para dar um tapa na cara dele. Isso, na melhor das hipóteses.


— Boa noite pessoal! — James disse e o pessoal grita em resposta — Bom, essa vai ser para encerrar — a platéia solta um "Ahh" de decepção — Eu sei, eu sei. É uma pena, mas espero que vocês tenham gostado da nossa apresentação. Essa música se chama "Boyfriend" e eu quero dedicar para todos aqui presentes. Vamos lá!


Eu só queria ver a cara da Hanna quando ela ouvir a letra da música. Mas não consigo vê-la daqui. Droga.


Your boy boy b-b-boy b-b-boy friend. Your boy boy b-b-boy b-b-boy friend.Your boy boy b-b-boy b-b-boy friend. Your boy boy b-b-boy b-b-boy friend — começamos a cantar.


Assim que terminamos a platéia ficou gritando "Big Time! Big Time!". Isso é realmente muito gratificante para nós, saber que pessoas que nunca tinham ouvido falar da gente, acabaram gostando da banda.


Quando saímos do palco, o diretor Watt nos agradeceu dizendo que gostou muito da nossa apresentação e esperava que cantássemos no próximo baile. UAU! Mas isso, ele teria que ver com o Gustavo, porque agora temos uma agenda... Ele já conseguiu vários shows para nós. Eu estou adorando essa vida de quase famoso, imagina quando ficarmos famosos mesmo? Daí eu vou adorar mais ainda!


Depois de falarmos com o Gustavo, e ele dizer que fomos razoavelmente bens (Porque ele nunca nos elogia, sempre fica nessa de "Vocês precisam melhorar tal coisa"), fomos liberados para voltar a nossa mesa.


— Parabéns meninos! Ótima apresentação, como sempre — Jade diz assim que chegamos na mesa. Ela dá um beijo no rosto dos garotos e depois vem até a mim, e me dá um beijo demorado — Você foi incrível, amor.


— Obrigado, J — respondo sorrindo. Não gosto de ficar beijando muito a Jade na frente do pessoal, porque o James sempre olha de cara feia para mim. Eu sei que ela é prima dele, mas as vezes ele exagera no ciúmes.


Ficamos nós oito conversando animadamente na nossa mesa. Bom, exceto a Hanna que ficou com uma cara de poucos amigos, por um tempo. Pois é, acho que ela entendeu a indireta do James e não gostou. Mas logo depois, parecia já ter esquecido tudo e estava rindo novamente. Garotas são bipolares.


Jade me convidou para comer, e eu como nem gosto, praticamente sai em direção a mesa cheia de salgadinhos. Mas ela me puxou pelo braço para um caminho diferente.


— Pensei que iríamos comer — digo enquanto continuávamos andando, pedindo licença para as pessoas que estavam no caminho.


— Mudança de planos, Los — ela responde me levando para um lugar mais afastado. Onde está bem escuro e não tinha absolutamente ninguém.


— Oh, já entendi tudo — digo.


— Que bom, assim eu não preciso explicar e vamos logo ao que interessa — ela sorri de lado e passa os braços por volta do meu pescoço. Aperto sua cintura e a pressiono contra a parede, distribuindo beijos no seu pescoço.


Céus, eu vou para o inferno desse jeito! Eu sei que não precisamos nos esconder, afinal, nos namoramos. Mas o problema é o James, que sempre fica nos vigiando. Outro dia ele veio me perguntar, se eu e a Jade nos cuidamos. Fiquei até sem jeito de responder, afinal, somos amigos... Mas acabei contando a verdade, que usamos camisinha sim. E depois ele sorriu, e falou exatamente assim “Que bom. Porque eu não quero ter um priminho de segundo grau de baixa estatura e cara de latino”. Senti uma vontade imensa do meu punho se chocar com o queixo dele na hora que ele disse isso, mas eu me controlei.


Enfim, esquece o James. Tenho algo muito mais importante para fazer agora. Como beijar, beijar, beijar e... beijar minha namorada. Continuamos a nossa sessão de beijos e amassos por um longo tempo, até que tivemos que parar para recuperar o fôlego. Sentamos no chão, com as costas na parede. Ela encostou sua cabeça no meu ombro, e eu entrelacei nossos dedos.


— Los? — ela me chamou.


— Hm?


— Amo você, tipo muito — Jade fala, tirando a cabeça do meu ombro. Ela olha para mim com aqueles olhos castanho esverdeados e sorri.


También yo te amo* — respondo em espanhol.


— Ah, adoro quando você fala em espanhol — ela me dá um beijo — Fale mais, por favor.


— Quiero estar contigo para siempre* — digo. Seguro seu rosto e lhe beijo.


— Eu também quero. Viu? Eu já estou manjando de espanhol! — ela se gaba. Acho que a modéstia não está no sangue dos Diamond — Que tal irmos comer?


— É uma ótima ideia Srta. Diamond, porque eu estou faminto — respondo. Me levanto, ajeito o terno que está um pouco amassado e estendo a mão para ajudá-la a levantar.


— Você sempre está com fome, Sr. Garcia — ela se levantaa, ajeita o vestido e depois olha para mim com aquela cara de "Isso não é novidade para mim".


— Verdade — confesso rindo, e ela acaba rindo junto — Vamos!


POV JAMES:


Olhei para Hanna. Ela parecia feliz. Não parava de rir enquanto conversava com as garotas algum assunto que eu não prestei muita atenção.


Droga, por que ela não ri desse jeito para mim? Por que ela sempre tem que ser sarcástica comigo? Por que ela não falou sequer uma palavra sobre a apresentação, e sobre o que eu falei antes da última música? Ela não percebeu que aquilo era uma indireta a ela? Ou ela apenas fingiu que não entendeu? Perguntas e mais perguntas que ecoavam pela minha cabeça e que infelizmente eu ainda não tinha as respostas. Só Hanna poderia me dá-las. Mas acho que ela esteja a fim de fazer isso. Nem um pouco.


Eu pensei que a convidando para o baile as coisas acabariam dando certo dessa vez. Eu estava errado. De novo. Eu sempre estou errado quando o assunto é Hanna Kennedy.


Quando eu fui buscá-la para o baile, cheguei dez minutos antes do combinado. Porque, um: eu sempre chego adiantado. E, dois: eu estava ansioso para essa noite. E quando eu a vi saindo do seu prédio, achei que estava sonhando. Ela estava tão linda com aquele vestido preto, os cabelos arrumados, aquele tênis vermelho no pé. Era a primeira vez que eu a vi assim, toda arrumada e usando maquiagem. Ela ficava linda assim, mas ainda prefiro a outra Hanna. Porque ela não precisava de acessórios, maquiagens e roupas chiques para ficar bonita. Ela já é linda por natureza.


Não conversamos durante o caminho. Ela ficou com a cabeça apoiada no vidro e ficava cantarolando baixinho as músicas que tocavam na rádio. Eu queria conversar com ela. Só não sabia sobre o que. Então preferi ficar calado durante todo o trajeto, assim eu não corria o risco de estragar tudo.


E agora eu estava bem ao seu lado na mesa. Ela mal havia falado comigo durante a noite. Nem parecia que era a minha acompanhante. Eu a convidei para dançar, ela recusou. Eu a elogiei, ela apenas deu um pequeno sorriso em resposta. Qual o meu problema? Porque eu, James Diamond, o conquistador que conseguia qualquer garota... Não conseguia absolutamente nada com Hanna? Eu passei noites e noites pensando sobre isso e não conseguia entender o motivo.


Então eu olhei novamente para Hanna, no momento que ela estava olhando na minha direção. Senti meu coração acelerar e minhas mãos começaram a suar. Dei um sorriso para ela, que logo disfarçou fingindo estar olhando para a pista atrás de mim, e depois voltou a atenção para as garotas.


E agora eu sabia qual era o meu problema. Eu conseguia conquistar outras garotas facilmente, porque eu não me importava com o que elas pensavam de mim. Se não desse certo com uma garota, eu partiria para outra e assim por diante. Eu nunca gostei de nenhuma dessas garotas que eu paquerava nas festas, era apenas atração.


Mas com Hanna era diferente. Eu gostava dela. Eu queria saber o que ela pensava sobre mim. Queria saber o que ela gostava de fazer, o que ela detestava, sua cor favorita, se ela era boa na cozinha ou um desastre total, qual era seu tipo de filme favorito, se preferia cães ou gatos, se praticava algum esporte, qual profissão queria seguir... Tudo. Eu quero saber tudo sobre ela. Porque eu estava apaixonado por ela.


Meu celular vibrou no bolso, fazendo me dispersar dos meu pensamentos. O peguei e era uma mensagem do Logan. Tipo, ele está do outro lado da mesa. Olhei para ele, e fiz uma cara de "Sério?". Ele revirou os olhos e fez sinal para o celular. Abri a mensagem e li:


"Hanna está bem ao seu lado. Pq vc ainda ñ puxou assunto com ela?"


Cliquei em responder, e digitei rapidamente na tela. Depois enviei:


"Pq eu ñ sei o q falar... Por falar nisso, estou aceitando sugestões u.u"


Quase um minuto depois, o celular vibrou de novo.


"Sei lá... Pergunte se ela está gostando do baile, ou como estão as coisas na escola. Vc quer conquistá-la, né? Então, fale qualquer coisa que gere um assunto. Hm, só n seja muito convencido, nem exibido demais, n flerte com ela... Resumindo, não seja mto vc (:"


"Nossa! Sua sinceridade me comove, Mitchell. Mas... vou tentar. Valeu"


Envio a mensagem e guardo o celular de volta no bolso. Olho para Logan e ele apenas acena de leve com a cabeça. Me viro na direção de Hanna, tentando pensar no que falar. Vejo que o seu copo está vazio.


— Você está com sede? — pergunto me inclinando um pouco mais perto dela. Ela me olha por um certo tempo antes de responder, certamente pensando porque diabos eu falei isso.


— Hm, depende. Se eu dizer que sim, você vai pegar um ponche para mim? — ela fala ainda um pouco incerta.


— Yep.


— Então... Sim.


— Vou pegar o ponche, já volto — digo me levantando. Ela não responde, apenas dá de ombros.


Logan revira os olhos quando eu passo por ele. Ok, talvez perguntar se ela estava com sede não tenha sido a minha mais brilhante forma de puxar assunto. Afinal, agora eu estou indo pegar o maldito ponche e não estou, sabe... Falando com ela.
Vou até a mesa onde o ponche está. Há algumas pessoas na minha frente, então fico na fila.


— Hey, James.


Olho para trás e vejo Harry, um garoto que está na minha sala de História. Estranhei ele estar sozinho, afinal sempre anda com um outro garoto, o Derek.


— Ah, oi Harry — respondo.


— Então... — ele fala com as mãos no bolso — Aquele garota que veio com você... ela é muito bonita.


Não, não. Pensei. Hanna não é muito bonita, ela é linda.


— Sim, ela é — respondo sem saber onde ele quer chegar com essa conversa. Chega a minha vez e eu começo a colocar ponche nos copos.


— Vocês por acaso... tem alguma coisa? — Harry pergunta. Dou uma olhada por cima do ombro.


— Hm, não. Somos amigos — respondo. Resisti a vontade de dizer que estávamos juntos. Mas seria mentira. Como também era mentira que éramos amigos. No máximo éramos conhecidos, na visão de Hanna.


— Ah, sim — ele responde e parece contente com a minha resposta. Será que ele está interessado na Hanna? Era só o que me faltava!


— Por quê o interesse? — pergunto com os dois copos já cheios na mão.


— Nada, não — ele levanta as mãos para cima — Só curiosidade mesmo.


— Ok... Vou voltar para a minha mesa então. Tchau — digo já andando.


— Tchau — ele acena e caminha na direção contraria.


Volto para a mesa e entrego o ponche para Hanna, que só diz um "Obrigada". Passou-se um bom tempo, as vezes alguém da nossa mesa saia para dançar, depois voltava. Eu e Hanna fomos os únicos que não fomos. Eu queria dançar, mas ela não.


Nesse momento, estávamos apenas eu, Hanna, Sam e Kendall na mesa quando o celular de Hanna começou a tocar. Ela o tirou da bolsa e verificou a tela.


— É o Ethan. Vou lá rua atender, já volto — ela fala olhando para Sam, que assenti. Depois, se levantou e saiu apressada do ginásio.


— Quem é Ethan? — perguntei curioso. Eu não lembro de Hanna ter mencionado esse nome nenhuma vez. E olha que eu tenho uma excelente memória. E não, não estou me gabando.


— Você é muito curioso, sabia? — Sam pergunta. Revirei os olhos — É o irmão dela.


— Eu não sabia que ela tinha um irmão... — comentei. Na verdade, eu não sabia quase nada sobre Hanna.


— Pois agora sabe — foi o que ela respondeu antes de voltar a atenção para Kendall, e os dois começarem a trocar caricias. Bleh, acho que vou vomitar com tanta melação.


Os minutos foram passando... E passando. E nada da Hanna voltar. Olhei novamente as horas. Ela já estava lá na rua à mais de quinze minutos.


— Ela está demorando — comentei.


— Relaxa, James. Ela deve estar colocando o papo em dia com o irmão — Kendall disse dando de ombros.


— Sim. Afinal, ele mora lá em Nova York e faz um tempo que eles não se vêem — Sam completa.


— Eu vou lá fora, ver se está tudo bem — me levanto.


— James... — Kendall segura meu braço.


— Eu vou. Me solta, Knight — digo bravo. Ele acaba me soltando, mesmo eu sabendo que a sua vontade era me impedir.


Andei pelo ginásio, passando pela pista de dança para cortar caminho. Chegando no lado de fora, comecei a olhar para os lados a procura de Hanna. Nenhum sinal. Dei uma volta pelo pátio, passando pelo chafariz e os bancos de pedra. Havia poucos pessoas por ali, apenas alguns casais namorando.


Quando eu já estava quase desistindo de procurar, vejo uma silhueta familiar do lado oposto onde eu estava. Era Hanna. Mas ela não estava sozinha. Havia um garoto junto. Eu não conseguia ver o seu rosto pois ele estava de costas e também estava um pouco escuro.


"Aquele garota que veio com você... ela é muito bonita"

A frase que Harry havia me dito mais cedo, ecoava pela minha cabeça. Só podia ser ele o garoto que estava com ela agora. Eu deveria ter desconfiado que ele perguntou se tínhamos algo por puro interesse próprio, e não apenas por curiosidade.


Me escondi atrás de uma árvore próxima. Eu não conseguia escutar o que eles estavam falando, por causa da distância. Mas Hanna não parecia contente. Ela falava de um jeito nervoso. Já o garoto, continuava de costas... Então eu não tinha certeza se eles estavam brigando ou não.


Hanna falou algo e se virou para sair. O garoto deu alguns passo rápidos e a segurou pelo braço. Ela se debatia tentando se soltar.


CHEGA! Eu não podia mais ver isso! Sai de trás da arvore e comecei a andar rapidamente, até onde eles estavam.


— ME LARGA! — escutei Hanna pedindo enquanto tentava se soltar. Acho que o garoto apertou mais ainda o seu braço, porque ela fez uma cara de dor.


— SOLTA ELA! — gritei com os punhos cerrados. Eu ainda estava a alguns metros de distância. Hanna olhou assustada para mim, como se estivesse surpresa ao me ver. O garoto não se virou, mas continuou segurando o braço dela — EU DISSE PARA SOLTÁ-LA!


Então o garoto finalmente se virou e eu pude ver o seu rosto. Não era o Harry. Era o amigo dele.


— Derek? — falei surpreso.


— Oh, olá James! — ele deu um sorriso animado — Que surpresa vê-lo aqui.


Seus cabelos estavam arrepiados e ele estava com os olhos inchados. Claro, estava bêbado. Só não sei onde ele arrumou bebida, já que no baile é proibido. Deve ter trazido escondido.


— Posso dizer o mesmo — respondo com os punhos ainda cerrados — O que você está fazendo aqui?


— Ah, eu estava apenas conversando com a sua amiga — ele enfatizou o "amiga".


Claro, ele sabia da minha conversa com Harry. Provavelmente foi ele que pediu para o amigo vir falar comigo, assim eu não desconfiaria de nada. Hanna conseguiu se soltar e deu alguns passos para trás. Fui até ela e coloquei minhas mãos nos seus ombros.


— Tudo bem? Ele te machucou? — perguntei preocupado.


— Estou bem — ela me assegurou. Mas pude perceber que o seu punho estava vermelho. Me virei na direção de Derek.


— Qual o seu problema!? — exclamei e dei um empurrão nele, que deu alguns passos para trás, tonto, mas não caiu — Você podia ter a machucado!


— Opa, calma cara! — ele levanta as mãos no ar, como se fosse inocente — Eu estava a convidando para dar uma volta. Mas a gatinha é teimosa, e não queria aceitar o meu convite. Então tive que insistir um pouquinho... Afinal, ela é muito gostosa! — ele disse rindo, como se achasse graça.


— Seu imbécil! — exclamei.


Ninguém fala desse jeito da Hanna na minha frente! Levantei o punho fechado e fui em direção ao rosto dele, mas no último segundo parei. Eu estava com muita vontade de socar a cara daquele garoto, mas não faria isso na frente da Hanna. Não queria que ela pensasse que eu era um cara estressadinho, que perde a cabeça fácilmente. Sem falar que ele está bêbado, certamente nem sabia o que estava fazendo.

— Quer saber? Só sai da minha frente, Derek — falei abaixando o braço. Ele continuou parado, como se estivesse achando que eu ia atacá-lo a qualquer momento — Tá surdo? Vaza daqui!


Ele balançou a cabeça como se estivesse saindo do transe, e saiu apressado. Derek era do tipo que vivia na detenção por arranjar briga na escola. Mas sempre acabava apanhando por não ser bom de briga. E estando bêbado, não seria diferente.


Respirei fundo e passei as mãos pelo cabelo. Contei até dez mentalmente. Depois me virei. Hanna ainda estava parada lá, apenas me observando. Ela estava pálida.


— Hanna? — perguntei apreensivo. Dei alguns passos, até parar na sua frente — Tem certeza que está tudo bem?


Ela não respondeu, apenas me abraçou. E estava tremendo. Só a apertei contra mim. Senti aquele cheiro doce de baunilha, que só ela tem. Passei as mãos nas suas costas tentando tranquilizá-la. Depois de algum tempo, ela se soltou de mim. Hanna não havia chorado. Só estava nervosa.


— Obrigada — ela falou olhando para os próprios pés, envergonhada — Eu nem sei como te agradecer — finalmente levantou a cabeça e nossos olhos se encontraram.


— Não precisa — respondi — Só de saber que você está bem, já é a minha recompensa.


— Não — ela disse — Eu... Preciso fazer alguma coisa. E já sei o que. Algo que você estava querendo hoje.


— E o que seria? — perguntei esperançoso. Diga, um beijo. Por favor. Pensei.


— Dançar.


— Quê? — falei confuso pensando que havia ouvido errado — Você disse, dançar?


— Sim... Lembro que você me convidou e eu recusei — ela começou a andar — Mas só uma música. Ok?


— Ok — respondi. Uma música só, era muito pouco, mas era melhor do que nada.


Voltamos para dentro do ginásio, Hanna pediu para eu esperar perto da pista de dança enquanto ela foi até a nossa mesa e colocou o celular dentro da bolsa. Trocou algumas palavras com o pessoal e depois veio até mim, parando ao meu lado.


— Vamos? — perguntou. Assenti e fomos para a pista.


Estava tocando uma música calma, mas não lenta. Ela colocou as mãos em volta do meu pescoço. E eu coloquei as minhas na sua cintura. E a música acabou em seguida. Começou outra mais lenta. Eu já havia ouvido essa música na rádio, mas não sabia o nome e nem quem cantava.


Ela se movimentava graciosamente. Parecia que seu pés mal tocavam o chão. Fechei os olhos querendo que o tempo congelasse. Não queria que essa música acabasse nunca.


"Porque somos você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você"


O refrão da música dizia perfeitamente o que eu sentia agora. Era apenas eu, ela e todas as outras pessoas a nossa volta. E eu realmente não conseguia tirar os olhos dela. Ela estava tão perto de mim. Só alguns centímetros separavam seu rosto do meu. Senti vontade de beijá-la.


Não, eu não podia fazer isso agora. As coisas estavam indo bem entre nós. Parecia que finalmente ela confiava em mim, e eu não queria estragar tudo isso.


Me concentrei na letra da música: "Existe algo sobre você agora. Que não consigo compreender completamente. Tudo o que ela faz é bonito. Tudo o que ela faz é certo".


Haana podia ter muito defeitos. Ela era grossa, sarcástica, nervosinha, estressante, falava sem pensar... Mas eu não me importava mais com nenhum deles. De um jeito diferente, ela era perfeita. Perfeita para mim.


A música terminou, e logo começou outra lenta. Nós paramos de dançar. Mas ela continuava com as mãos em volta do meu pescoço e eu segurando sua cintura. Hanna me encarava com uma expressão indecifrável. Não sabia dizer se estava feliz ou não.


— Uma dança. Feito — Ela disse tirando suas mãos do meu pescoço, bem devagar.


Então eu a soltei, e ela não disse mais nada. Só andou de volta para a mesa onde estávamos. Fiquei parado na pista por alguns segundos, tentando absorver o que tinha acontecido. Finalmente obriguei meu pés a andarem e voltei para a mesa também. Ninguém comentou sobre a nossa dança. Olhei para os garotos, querendo saber o que eles estavam achando sobre isso tudo. Mas eles estavam agindo normalmente, como se nada de diferente tivesse acontecido.


Mas eu sabia que havia acontecido. E isso que importava.


[...]


— Acho que me enganei sobre você — Hanna fala, olhando pela janela do carro.


Fomos embora do baile quando já estava quase no final, só tinha poucas pessoas nessa hora. Não conversei diretamente com Hanna depois da dança. Mas ela prestou atenção quando eu falava algo, e até riu de uma piada que eu contei. Para mim, ela não me ignorar já era um grande progresso.


— Sobre o que exatamente? — perguntei, sem tirar os olhos da estrada.


— Você não é um idiota como eu pensava — ela responde.


— Uau! Vou considerar isso com um elogio! — digo fingindo estar admirado. Ela dá uma gargalhada.


— Eu quis dizer que... no fundo, no fundo, você é um cara legal — ela responde — Posso te fazer uma pergunta?


— Acabou de fazer — respondo dando um sorriso de lado.


— Há-há, muito engraçadinho. Mas essa é frase é minha — ela revira os olhos.


— Eu sei, estava apenas brincando. Pode falar.


— Por que você não bateu naquele garoto? Quer dizer, não que eu quisesse que você fizesse isso. Mas, pensei que você queria.


— Acredite, eu queria — dei um suspiro. Liguei a seta e virei para a esquerda — E Derek, ele merecia muito mais que um soco, mas dei um desconto por estar bêbado. E além disso... Não queria que você tivesse uma má impressão de mim — confessei — Eu não sou a favor de brigas. Na verdade, sou uma pessoa calma.


— Tudo bem. Mas eu não concordo que você seja calmo. Na realidade, te acho bem estressadinho.


— Só você consegue me tirar do sério, tão facilmente — olho de relance para ela, que sorri satisfeita com a minha resposta.


— Vou considerar isso com um elogio.


— Essa frase é minha — digo. Mas logo acabo rindo, e ela também.


Estaciono o carro na frente do conjunto de prédios residenciais onde ela mora. Bato com os dedos várias vezes seguidas no volante, sem saber o que falar. Hanna tira o cinto de segurança, e depois permanece olhando para frente.


— Então... — começo — Você gostou do baile?


— Sim. Foi... marcante — ela diz, e olha para mim — Não, é?


— Com certeza — concordo. Pois é, não é todo dia que você salva uma garota de um cara bêbado.


Alguns segundos em silêncio se arrastaram.


— Acho melhor eu entrar. Está tarde — ela fala por fim, segurando a sua bolsa na mão.


— Ah, claro. Eu... Te levo até lá. Claro, se você não se importar.


— Não me importo.


Ela abre a porta e sai do carro. Eu tiro o cinto de segurança e saio também. Caminho do seu lado pela calçada até chegar na frente do portão do seu prédio. Ela abre a bolsa e pega a chave.


Já era madrugada. O céu estava estrelado e a lua era cheia. Fazia um pouco de frio. Eu havia tirado o terno e a gravata, e arregaçado a manga da camisa branca.


— Está entregue — digo, e dou um pequeno sorriso.


— James...


— Fale.


— Me desculpe pelo jeito que eu tenho te tratado ultimamente.


— Não precisa se desculpar. Afinal, eu meio que mereci — confesso.


— Não. Não mereceu. Eu só quero que você saiba que, eu não te tratava assim porque eu sou uma pessoa ruim. É que... Eu estou com alguns problemas em casa, e acabo descontando nos outros. É como se fosse o meu mecanismo de defesa.


— Tudo bem. Eu entendo.


— Na verdade, você não entende... Mas deixa para lá — ela olha para o chão como se estivesse envergonhada. Depois olha novamente para mim — Enfim... obrigada por me levar ao baile. Foi divertido.


— Não tem de quê. E eu também me diverti.


— Ah! E você ganhou alguns pontos positivos comigo depois de hoje — ela fala enquanto coloca a chave no portão e abre. Mas não entra.


— Bom saber. Então, em uma escala de zero à dez. Eu estou em qual posição? — quis saber.


— Hm... Seis — ela responde. Faço uma careta — O quê? É um bom número!


— Eu acho um número baixo, mas ok. Prometo que vou me esforçar mais para aumentar.


— Não vai ser tão fácil como você imagina. Sou bem exigente para dar pontos as pessoas.


— Eu gosto de desafios — respondo. Afinal, Hanna era o maior desafio de todos.


— Ok então — ela ri — Boa noite, Diamond — ela chega mais perto de mim e dá um beijo na minha bochecha. Cedi a vontade de virar o rosto na hora. Mas o que eu ia ganhar com tudo isso mesmo? Uma Hanna raivosa gritando comigo e outro tapa na cara. Não, obrigado.


— Boa noite, Kennedy — respondo. Ela se afasta de mim e entra, fechando o portão de grades — Tchau.


— Tchau — ela responde antes de se virar. Depois sobe a pequena escada e entra no prédio.


Me viro em direção a rua, e caminho calmamente pela calçada. Entro no carro e começo a sorrir igual um idiota. Ligo o som do carro e coloco em um estação de rádio qualquer. Passo o caminho todo cantando, para expressar a minha felicidade.


Parece que as coisas estavam - finalmente - dando certo. E então eu percebi que, não preciso flertar e jogar o meu charme para conquistar uma garota. Às vezes, pequenas atitudes contam muito mais. Assim como um seis, que eu achava uma nota pequena, poderia ser realmente um bom número. Eu só precisava virar esse seis de cabeça para baixo, e assim teria um nove.


E com um nove, eu estaria ainda mais perto de atingir a nota dez. E finalmente, conquistar Hanna.


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Notas finais do capítulo

* También yo te amo: Eu também te amo.
* Quiero estar contigo para siempre: Quero estar com você para sempre.

Então, gostaram? Hein hein? u.u

Será que agora a Hanna finalmente vai ceder aos encantos do James? Uh, saberemos daqui a alguns capítulos. ~Suspense mode on~

P.S: A música que James e Hanna dançam, e que eu citei um pedaço é "You and Me" da banda Lifehouse (Ouçam. Ela é LINDAAAAA!)

P.S²: Há algumas palavras abreviadas no capítulo, mas só na parte das mensagens de texto entre Logan e James. (Já vi isso em livros, então não tem problema u.u)

No próximo capítulo:
>> Vai ser um especial de natal (É eu sei, estou bem atrasada #HOHO)
>> Vai ter POV da Ashley e do Logan.
>> Logan vai achar algo no escritório do pai.
>> Alice vai ganhar um presente especial do "Papai Noel". (SQN)
>> E... só posso dizer isso por enquanto. Porque eu ainda não terminei de planejá-lo hauhaua.

Não esqueçam de comentar. A opinião de vocês é sempre bem-vinda e muito importante para mim :3

Até semana que vem! Big Time Kisses :*



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