JAMES ON:

Mas o que essa garota está fazendo aqui? Ah, isso não é real, não pode ser. Eu devo ter deitado do sofá e dormido, isso é apenas um sonho.

— Essa é Hanna. Amiga das meninas — Kendall continua. Eu belisco meu próprio braço com força. Caralho doeu! Isso não é sonho, é ela mesma!
— Hmm, Montana? — Carlos se levanta e chega perto dela. Pronto, o nanico vai se ferrar... Ela vai xingar um monte ele, igual fez comigo.
— Haha, todo mundo me fala isso. Mas acho que preciso de uma peruca loira não é? — ela brinca rindo. Espera... Porque ela tá rindo? E porque diabos ela não está brava com o Carlos? MAS QUE PORRA É ESSA!?

— Acho que sim — conclui Carlos
— Ahh, vou apresentar os meninos já que eles nem falaram os nomes deles — Sam fala apontando para nós — Carlos é o engraçadinho, Logan ali jogado, Jade, James e o Kendall que você já conhece.
— Prazer pessoal — ela dá um aceno coletivo e sorri para todos, mas quando olha para mim ela fecha a cara. Claro, que ela se lembra de mim... Como não se lembraria do “tapado” não é?
— Algum problema? — alguém me pergunta. Olho para o lado e Jade me encara com um ar preocupado.
— Ahh... Nada — respondo dando de ombros.
— Como cantor, você é um péssimo mentiroso priminho — ela fala pegando minha mão — O que houve?
— Hmm... É que eu já conhecia essa amiga das meninas — digo sem jeito
— Como assim? Vocês já... ficaram? — ela pergunta preocupada
— Não! Não! Eu esbarrei nela um dia desses na rua e acabamos discutindo. Foi isso — respondo.
— Só isso mesmo? Tem certeza que você não está me escondendo nada? — ela pergunta querendo arrancar mais alguma coisa de mim. Jade me conhecia melhor do que qualquer um nessa sala, e sabia exatamente quando eu estava tentando esconder algo.
— Não, só isso mesmo - tentei soar firme e indiferente. Como ela percebeu que não ia conseguir tirar mais nada de mim, apenas assentiu e voltou para o seu lugar.

Mas o problema, é que não era só isso. Eu realmente fiquei mexido de ver essa garota novamente. Hanna, o nome dela é Hanna. E hoje ela parecia ainda mais linda do que aquele outro dia. Ela está usando uma blusa que cai sobre os ombros, um short curto dando uma boa visão daquelas longas pernas. O cabelo preto está solto e sua franja cai sobre os olhos. E tinha aquele pequeno brilhinho no seu nariz, o maldito piercing de bolinha que a deixava - incrivelmente - ainda mais sexy.

Meus pensamentos são interrompidos quando mais alguém entra no camarim. Uma garota de cabelo loiro claro que vem na minha direção sorrindo... Hillary. Oh puta merda, eu já tinha me esquecido dela! James, seu idiota! Você namora a garota há meses e do nada se esquece da existência dela? Mas também, eu tive uma distração inesperada...

— Oi amor. Quem é essa aí? — ela senta ao meu lado e olha com indiferença para Hanna.
— Hmm, amiga da Ash e Sam — respondo tentando não soar muito interessado.
— Ahh tá — Hillary dá uma olhada de cima abaixo em Hanna e revira os olhos. Depois se vira para mim — Vocês não deviam deixar qualquer um entrar aqui dentro. Já basta esse tal de Ben que as duas trouxeram.

De repente, fiquei surpreso com a atitude dela. Como Hillary podia julgar pessoas que ela mal conhecia? Eu falei apenas por alguns minutos com Ben, mas senti que ele é um cara legal. Claro, que Logan não concordava comigo e ficou dizendo “O que a Ashley viu nesse garoto? Eu sou muito melhor que ele!”, mas isso nem vem ao caso no momento. E Hanna... Bom, ela pode ter sido grossa comigo naquele dia, mas está sorrindo e conversando com todos nesse exato momento. Talvez ela estivesse um pouco estressada naquele dia. Talvez eu tenha a julgado mal. Talvez ela mereça um pedido de desculpas descente.
— Hmm, eu vou no banheiro — falei me levantando. Por sorte, Hillary não percebeu a diferença no meu tom de voz e deu de ombros.

Sigo em direção e olho para Hanna fazendo um sinal com os olhos que estou saindo. Espera que ela entenda. Saio dos camarins e paro perto da pista de dança, que está lotada de corpos dançando ao ritmo da batida eletrônica. Vejo um relance de cabelos pretos atrás de mim e me viro.

— Preciso falar com você — digo
— Já está falando — ela responde seca. Ok... Calma, James. Foi só um comentário, ela não esta querendo te irritar novamente. Mas mesmo assim eu acabo revirando os olhos.
— Olha, eu realmente sinto muito por ter esbarrado em você naquele dia. Foi sem querer — falo.
— Nem que você pedisse desculpas um milhão de vezes, não ia fazer o tempo voltar atrás até aquele dia que VOCÊ esbarrou em mim.
— Eu sei disso, só não quero que fique um clima tenso entre nós. Porque como você é amiga da Sam e da Ash, provavelmente nos veremos outras vezes.
— Oh, mal posso esperar para ver você novamente — ela fala sarcasticamente.
— Hanna, qual o seu problema? — eu pergunto incrédulo.
— Eu não tenho problemas, você que deve ter!
— Ok, ok. É que eu só queria saber por que você fica me atacando tanto quando eu estou conversando normalmente com você. E eu vi você falando com os garotos numa boa, até ria. Mas parece que você só sabe falar comigo com cinco pedras em cada mão.
— Eu não estou te atacando, só não gosto de você... É bem diferente.
— Ah é? E posso saber por que você não gosta de mim? — pergunto cruzando os braços.
— Porque você esbarrou em mim naquele dia e me chamou de grossa, eu machuquei minha perna, cheguei atrasada na aula e fui parar na detenção, e... quer mesmo que eu continue? — ela pergunta, faço que não. Ela tenta passar por mim, mas seguro seu braço.
— Me diga você é sempre assim esquentadinha, ou eu só comigo?
—... Isso você nunca vai saber — ela dá um sorriso de lado encantador. Céus, como ela pode ser tão sexy até quando está provocando?
— E por que não? — pergunto tentando manter o foco na conversa.
— Porque... — ela fala lentamente. Fixo meus olhos nos seus lábios cor de cereja — ... Eu não devo satisfações da minha vida pra ninguém, muito menos para você. Agora dá para você me soltar?
— Hm, certo — digo soltando o seu braço. Ela dá um sorriso vitorioso e eu reviro os olhos.
— Ah, James — ela diz— NÃO foi uma prazer de ter novamente. Tchauzinho.

Hanna dá um aceno e prende um riso. Depois ela simplesmente gira nos calcanhares, seus cabelos dançam no ar, e ela entra na pista sumindo naquele aglomerado de pessoas. Droga, droga! Como ela consegue ser tão irritante e sexy ao mesmo tempo? Eu tenho... Raiva dessa garota! Sim, eu a odeio por me provocar desse jeito. Eu odeio não conseguir tirar ela da minha cabeça, aquele sorriso, os olhos negros... James, seu babaca! Esqueceu pela milésima vez hoje que você tem namorada? E que ela está lá no camarim te esperando? Para de pensar nessa garota idiota.

Balanço a cabeça, como se esses pensamentos fossem todos fugir da minha cabeça. Vou até o balcão e compro uma água sem gás. Depois volto para o camarim tentando não lembrar da conversa que eu tive a pouco minutos atrás. Sento no braço do sofá ao lado de Hillary que está conversando com Jade.

A única coisa que eu queria era não ter que ver essa garota nunca mais na minha vida. Mas, para complicar tudo, ela tinha quer ser amiga das meninas. Ou seja, acabarei me encontrando com ela outras vezes. Agora, como é que eu vou ignorar ela? Sem falar que nem tem como ignorar uma garota gata igual ela.
Pois é, as coisas não estão fáceis para mim. Eu realmente estou fudido.

LOGAN ON:

Sério, o que a Ashey viu nesse tal de Ben? Tudo bem que ele é loiro, têm aqueles cabelos ondulados ou cacheados (Sei lá também, não entendo dessas coisas), olhos claros, é alto e forte (Acho que ele faz academia, só pode) ... Mas, tirando isso o que sobra? Ele tem cara de ser aqueles garotos que conseguem tudo só pela aparência, e não pelo conteúdo. Já eu tenho dois. (Nossa, nem me achei agora) Mas enfim, o que ele tem que eu não tenho? Por que ela prefere ele do que eu? Eu não entendo! Só de ver a Ash perto daquele garoto, rindo das coisas que ele falava, o abraçando, isso me dava uma raiva tremenda. Cedi a tentação de chegar naquela mesa e dar um soco na cara daquele garoto. Mas é claro que se eu fizesse isso ela ia me odiar.

Por um momento desejei que meu pai ainda estivesse solteiro, eu sei que ele está feliz com a Sra. Collins, mas se os dois não estivessem juntos eu teria uma chance de verdade com Ashley. Droga, por que as coisas tem que ser assim? Isso é um sinal dos céus dizendo “Eu te avisei, você não pode ter tudo que você quer”? Mas a única coisa que eu queria nesse momento era ela, seus lábios a procura dos meus, nossos corpos colados em perfeita sintonia, queria sentir seu perfume... Por favor, eu preciso de um sinal. O que devo fazer? Devo desistir da Ashley? Seguir em frente sem ela?

“Eu vejo você parada lá sozinha
Sei que você está querendo me dizer Olá
Pois quando as luzes começam a piscar todo mundo sabe”

Então vejo uma garota morena usando um vestido tomara-que-caia e muito sexy sair do banheiro. Era ela. Ok, vou considerar isso como um sinal que não devo desistir dela. Me desencosto do balcão e sigo em direção onde ela está. Chego por trás e tapo seus olhos.

— Adivinha quem é? — pergunto em seu ouvido.
— Logan... — ela responde tocando em minhas mãos, então a tiro. Seus olhos castanhos me encaram, e ela dá um pequeno sorriso - O que você quer?

Você, eu quero você!

— Hmm, nada de mais — respondo — Eu só vim conversar um pouco com você. E aí, onde você conheceu o “Cachinhos dourados”?
— Há-há, ótimo apelido... mas o nome dele é Ben — ela responde revirando os olhos. Que se dane o nome dele, eu não estou nem aí! — Na escola, estudamos juntos.
— Escola? — pergunto, ela faz que sim. Eu não acredito que esse garoto vê a Ashey todos os dias, enquanto eu mal vejo ela duas vezes na semana. Como eu queria estudar nessa escola! Droga! — Interessante...
— Eu sei que você não acha isso interessante — ela responde lendo meus pensamentos — Pergunte logo o que você está querendo saber.
— Ok — respondo. Ela foi direta, gosto disso — O que você viu nesse garoto?
— Ah, você quer dizer além dele ser lindo, ter aqueles olhos azuis penetrantes, ser alto e forte? — ela pergunta. Droga, por que ela está falando nisso? Não quero lembrar como ele é incrivelmente perfeitinho — Acima de tudo ele é amigo. Ele é um cara ótimo, não pensa só em si mesmo, ele se importa com os outros.
— Isso é uma indireta? — pergunto incrédulo.
— Uma direta para ser mais especifica — ela responde.
— O quê? Você está querendo dizer que eu só penso em mim mesmo? Isso não é verdade!
— Claro que é. Você só pensa em si mesmo, não está nem aí para os outros — ela responde. Mas isso não era verdade. Pelo menos... Eu acho.
— Eu me importo com os meus amigos, e principalmente eu me importo MUITO com você — digo tocando seu rosto, ela fecha os olhos por uma fração de segundos — Eu não quero te ver com ele, porque... Quero ter você só para mim.
— Por favor, não — ela se afasta de mim — Eu não vou cair nesse seu papinho de conquistador. Mas aposto que várias garotas nessa festa iam adorar ouvir isso vindo de você. Então vá e aproveite a festa — ela tenta sair, mas seguro seu pulso.
— Ashley será que você não entende que nenhuma dessas garotas chegam aos seus pés? Você é a única com quero estar essa noite.
— Claro... - ela diz bufando, certamente não acreditando em mim — Eu não quero me iludir, e achar que vai ser diferente com você. Você pode ter a garota que quiser.
— Eu não quero nenhuma outra garota, elas não são você. Sei que você deve achar que eu sou pegador de quinta categoria, que só quero ficar com você. E confesso que eu já fui assim, mas desde que eu te conheci tudo mudou. Por favor, me de uma chance de mostrar que eu não sou o idiota que você pensa.
— Eu não sei... — ela diz encarando os próprios pés. Acho que esqueci de comentar que ela está usando um sapato super alto que a deixa quase da minha altura, o que é estranho porque ela bem baixinha — Queria acreditar em você, mas não sei se devo.
— O que te impedi de fazer isso? Olha, se for sobre os nossos pais relaxe... Esqueça que eles namoram, esqueça tudo ao nosso redor, pense apenas em nós.
— Quando você fala, parece tudo tão fácil - ela olha para mim e dá um sorriso fraco — Mas nós dois sabemos que não é bem assim. Quando eu era criança, meu pai sempre me dizia que temos que ser honestos com nós mesmos. Não podemos tentar enganar os nossos sentimentos... E nesse exato momento, eu estou fazendo isso.

Eu não entendi bem o que ela quis dizer com isso. Ela queria dizer que está se iludindo em acreditar em mim, ou de não acreditar em mim? Confuso.

— Em outras palavras... - deixo a frase no ar pedindo POR FAVOR, que ela me explique isso direito.
— Eu quis dizer que... Estou me enganando quando digo que não sinto nada por você — ela novamente desvia o olhar, mas agora olha para a pista de dança que está logo atrás de mim. Seu olhar está tão vago — Eu queria poder ficar com você, mas não posso.
— E o que está te impedindo? — pergunto
— Ben — ela responde. Claro, tinha que ser esse garoto. Olha, eu juro que um dia eu arrebento ele de porrada — Eu... Também gosto dele.
— Então só me responde uma coisa... — peço, ela olha para mim esperando que eu continue — De quem você gosta mais? Eu ou ele? Quem faz seu coração bater mais forte?
— Eu não vou te contar isso — ela responde negando com a cabeça — Porque se eu dissesse que é você, ficaria se achando. Mas se eu dissesse que era ele, você ia querer matá-lo. Então prefiro que você não saiba disso.

“E agora é hora que eu tenho que tomar uma iniciativa
Nós poderíamos estar juntos, se você soubesse
Porque a vida é muito curta
E nós não temos nada a perder
Vamos, vamos, vamos (Oh sim)
Eu não consigo tirar você da minha mente (Oh não)
E eu não vou parar
Até eu fazer você ser minha (Você ser minha)”

— Ok.... Você não precisa dizer — digo dando um passo a frente, ela recua para trás rapidamente. Toco sua cintura a puxando para mais perto de mim, com a mão livre acaricio seus cabelos ondulados que estão soltos e vão até a sua cintura — Ele te pega desse jeito? Faz você se arrepiar toda apenas com o toque da sua pele? Ele beija tão bem como eu?
— Você é tão convencido — ela diz de olhos fechados.
— O que eu posso dizer? Você está certa, eu sou convencido mesmo. Mas é porque eu me garanto — digo encostando meu nariz no seu. Sinto seu perfume doce preenchendo o ar — E eu sei que você gosta disso em mim.
— Talvez — ela responde.
— Talvez sim ou talvez não?
— Apenas talvez.

Vou considerar isso como um sim. Sua boca está tão perto da minha que consigo sentir sua respiração irregular. Roço meus lábios nos seus. Quero que ela ceda, que ela a deixe lhe beijar. Depois de alguns segundo que mais pareceram horas, ela morde meu lábio inferior me beijando. A beijo com prazer, seu toque faz com que os cabelos da minha nunca se arrepiem. Ela tem esse efeito em mim, nenhuma garota me deixou assim antes. Eu a desejo com nunca desejei outra garota antes. Queria estar com ela em outro lugar, e não com várias pessoas a nossa volta.

Desço minhas mãos até a sua bunda e a perto. Céus, como ela é gostosa! Ela passa a mão pelo meu cabelo me puxando para mais perto ainda (Se é que isso é possível). Começo a ficar excitado, penso em levantar um pouco o seu vestido, mas resisto a tentação. Quero que ela confie em mim, que veja que não sou um cafajeste. Que eu... Gosto dela de verdade. Droga, eu gosto dela! Isso nunca aconteceu comigo antes, nunca me apeguei a uma garota, ela foi a primeira... E quero que seja a única.

Paramos de nos beijar para pegar ar, mas logo colo nossos lábios novamente, eu preciso de mais. Ela me dá um selinho finalizando o beijo e se afasta, ajeitando o vestido tomara-que-caia que é justo nos seios e solto na cintura. Meu cabelo deve estar todo bagunçado, mas eu realmente não me importo.

— Eu preciso ir — ela finalmente diz.
— Tudo bem, mas e nós? — pergunto
— Nós o que? — Ash pergunta. Ah, conta outra... Ela realmente não sabe o que eu quis dizer, ou está se fazendo de desentendida?
— Como nós ficamos... Ou você ainda vai vir com aquele papinho que não podemos ter nada depois do que acabou de acontecer?
— Hmmm, eu não sei — ela responde pensativa — Me dê um tempo para pensar nisso com calma, ok?
— Certo, só não me enrole por muito tempo Collins — digo.
— Pode deixar Mitchell — ela responde com um sorriso sedutor e depois sai quase desfilando. Céus, essa garota ainda vai me deixar louco!

ASHLEY ON:

Droga, droga, droga! Eu não acredito que isso aconteceu de novo! Eu juro que tento me controlar, mas ele é tão... Irresistível. E agora eu não sei o que eu faço. Eu quero ficar com Logan, mas tem esse lance dele achar que estou com Ben. Eu não sei o que eu faço!

Volto para o camarim esperando que ninguém perceba como eu estou abalada emocionalmente. Espero que meu cabelo não esteja todo bagunçado e que meu vestido esteja certo. Ótimo, ninguém está me olhando torto... Sinal que não perceberam nada de diferente em mim.

Sento no sofá ao lado de Sam, e começo a olhar para o pessoal conversando. Fico batendo meus pés freneticamente no piso (Sempre faço isso quando estou nervosa). A verdade, eu quero muito ir embora. Se o Logan voltar para cá eu não sei o que eu faço.

— Quero ir embora — falo para Sam.
— Ahh, por quê? Ainda está cedo — ela responde desapontada. Sei que ela quer ficar mais tempo. (Por que será né? Não sei...)
— Estou cansada — minto.
— Hmm... Tá — ela diz desconfiada.
— Se você quiser ficar, tudo bem — falo dando de ombros.
— Mas como eu vou embora? Lembra que viemos no seu carro?
— Lembro. Mas você pode pedir para o Kendall te levar... — respondo
— Boa ideia amiga - ela diz dando um soquinho de leve no meu ombro — Mas você vai ter que levar o Ben.
— Ok — respondo.

Vou falar com Ben, que já está cochilando em um canto do sofá. Ele agradece quando o convido pra ir embora, realmente deve está cansado. Me despeço do pessoal e ofereço uma carona para Hanna, já que ela tinha vindo de taxi. Encontro Logan quando estou saindo e ele apenas nos dá um “tchau” coletivo, mas fixa seus olhos em mim por um breve segundo antes de voltar a sua atenção para Carlos que o chamou. Quando estamos indo para o carro, pergunto a Hanna de onde ela conhece o James, então ela me diz que depois me liga e conta tudo, porque não queria que o Ben soubesse. Perguntei o porquê, e ela finalizou dizendo “papo de garotas”. Mal sabe ela que o Ben está com um pézinho nesse mundo também...

[...]

Ficamos conversando e rindo um monte durante o caminho, os dois tinham bebido mas o Ben estava bem mais alegrinho do que o normal. Achei que ele ia acabar contando para ela que era gay, mas não disse nada. Assim que deixo Hanna em casa, Ben vem para o banco da frente.

— Ash... Será que posso te perguntar uma coisinha? — ele pergunta assim que eu dou partida no carro novamente.
— Aham — respondo prestando atenção no transito.
— Sabes se um dos garotos da banda é.... você sabe, gay?
— Olha, que eu saiba nem um deles — respondo

Afinal, James tinha namorada. Kendall estava com Sam. Carlos não tem jeito de ser. E o Logan... bom, esse eu nem preciso comentar né?

— Que desperdício. Eles são tão gatos — Ben lamenta. Tento prender o riso, mas não me aguento e começo a gargalhar do jeito dele — O que foi?
— Hm, nada... só que é estranho ouvir você falando assim.
— Querida, é melhor você se acostumar... Porque agora que você já sabe, eu vou falar de todos os garotos que eu acho lindo! — ele disse todo afeminado, dou uma risadinha — Então, voltando aos garotos da banda.... O James é um escândalo de lindo! Pena que namora aquela albina chata e sem graça.
— Verdade. Ninguém gosta da Hillary, nem os meninos. Não tenho nada contra ela porque não nos conhecemos direito, mas acho ela metida.
— Aquela garota não me engana! Veneno puro! — Ben exclama — Ah, e o que é aquele Kendall? Menina, que pedaço dos deuses! Ele é muito gostoso, eu pegava e não soltava mais.
— Haha, você sabe que ele já é comprometido... — lembro
— Eu não sou ciumento — Ben dá de ombros — Não me importo de dividir ele, desde que eu tire uma casquinha.
— É, mas a Sam se importa — respondo. Ele dá de ombros — Ben, quantos copos você bebeu?
— Sei lá... Alguns.
— Benjamin....
— Opa, não me chama assim! Você sabe que eu O-D-E-I-O esse nome de velho.
— Desculpa. Só me diz quantos?
— Tá perdoada amiga. Eu não sei direito, parei de contar depois do quinto copo...
— Sabia que você tinha bebido demais — respondo quando estou entrando na rua em que ele mora. — Agora você vai tomar um banho, e dormir. Entendido?
— Sim mamãe — ele diz rindo. Céus, eu não mereço ser babá de amigo bêbado.
Estaciono o carro na frente da casa, e ele tem dificuldade até para abrir a porta do carro. Eu ofereço ajuda, mas ele nega dizendo que não precisa. Ele finalmente abre a porta e sai do carro, mas tropeça na calçada e quase cai no chão.

— Eu tô bem! — ele grita —Valeu pena carona Ashyyyy! Cuidado na estrada!
— De nada, tomarei. Você também, não quebre nada no escuro.
— Pode deixar! Tchau amiga!
— Tchau Ben — respondo rindo.

Espero ele abrir a porta e entrar, então eu dou partida no carro e volto para minha casa.