Parque de Snow City, oito dias para guerra começar.

“Por que será que Deus fez o céu azul?” pensava Hokai enquanto via o céu da cidade, um azul tão belo e cercado de neve, e que ficava maravilhoso enquanto era refletido em um lago congelado próximo a Hokai. Mal havia chegado a Snow City, e já estava perdido, era mesmo um inútil, não conseguiu achar o hotel que devia se hospedar mesmo tendo pedido informação (e tendo consigo um mapa de trinta anos atrás que era patético), se queria vencer a guerra devia saber a cidade como a palma de sua mão... Sim como a palma de sua mão, começou a olhar para sua mão esquerda, a cristalização já havia se completado em todo dedo mindinho e já estava mais da metade do dedo anular.

Olhava para os cristais, e olhava para a margem do lago congelado a sua direita... Eram bem parecidos. Enquanto ficava apreciando o lago congelado e sua mão, ao lado de Hokai surgiu do próprio ar uma pessoa. Era um homem que perecia ter uns vinte á trinta anos, cabelo castanho intenso, usando uma brilhante armadura e com espada embainhada nas suas costas.

– Alguma coisa esta te incomodando, meu rei?- diz a figura

– Não é nada Saber... Mas por favor- começa a falar serenamente Hokai- Não me chame de “seu rei”.

– Como quiser meu rei... - fala Saber sem demonstrar nenhuma emoção

– Me chame apenas de Hokai, certo?- fala Hokai

– Como quiser meu rei Hokai- Fala Saber seriamente.

– Está bem, pode me chamar de seu rei- responde Hokai após um longo suspiro.

Saber dá um pequeno sorriso, será que ele estava apenas brincando, pensa Hokai, é raro ver o famoso campeador invocado por ele não sério. Ainda tinha muita coisa que Hokai não sabia sobre seu servo.

– Saber, por gentileza, poderia voltar a sua forma espiritual? Alguém pode te ver...

– Como quiser, Hokai- fala Saber desaparecendo magicamente.

–ele deve estar tirando com minha cara... - fala Hokai depois de outro longo suspiro

Hokai observa enquanto saia do parque vazio, quando os enormes prédios tomavam o lugar das arvores, as variadas casas de shows e baladas ainda ativas. Ele olhou para o relógio: três da madrugada e ainda elas estavam em pleno vapor. O pessoal de Snow city é mesmo muito agitado pensava Hokai.

Alguma casa, em um bairro de classe média de Snow City, quatro horas depois.

– Velho, cheguei!- fala Kazuma entrando na casa de uma vez

– Isso é hora de chegar, Kazuma?- falava um homem de terno com mais ou menos trinta anos- Você foi a uma festa ás oito da noite e volta só agora?

– É que tinha tantas gatinhas lá... Não consegui resistir- fala o rapaz

– Te salvei daquela ingrata família e é assim que você me retribui... - fala o homem- Vou sair, vou para Inglaterra resolver algumas coisas, o pessoal da torre do relógio que me chamou... O que será que deve ter acontecido?...

– Ok, ok... –fala Kazuma- Ei, antes de você sair, pode me dar dinheiro, estou com a carteira vazia!

– Não! Consiga sozinho, seu preguiçoso- diz o grã-chefe Yagami- Há, já ia esquecendo, a qualquer momento deve chegar um pacote para mim, guarde é muito importante!

–Um pacote... O que tem dentro?- pergunta curiosamente Yagami Kazuma- É alguma coisa valiosa?

– Não é da sua conta- Diz o pai saindo pela porta- NÃO ABRA DE JEITO NENHUM!

Quatro horas depois na mesma casa...

A campainha toca, Kazuma atende e encontra na frente da porta um pacote, mas, misteriosamente sem nenhum entregador ou pessoa que possa ter tocado a campainha. Pega ele e o coloca na mesa e fica olhando para ele... A fala de seu pai ecoava na sua mente “NÃO ABRA DE JEITO NENHUM... NÃO ABRA DE JEITO NENHUM...”. Não pensou duas vezes e abriu o pacote lá continha, um livro velho e uma caixa de prata.

O titulo do livro era “Os milagres do santo graal, de Waver Velvet”, Kazuma nunca foi de ler, mas se seu pai mandou não mexer na caixa, deveria ter algo de interessante nele. Folheou as paginas e leu por algumas horas.

Aqui diz sobre uma guerra que acontecia no oriente, magos invocando servos em classes distintas... Berserker, Assassin, Caster, Rider, Archer, Lancer e Saber... Estes servos são nada mais que espíritos heroicos do passado, eles lutam até a morte para conseguir um cálice de vinho...

O vinho deve ser muito bom para as pessoas morrerem por ele, pensava tolamente Kazuma, espere um pouco, leu um pouco mais: O cálice garante qualquer desejo a quem possuir desde a vida eterna até o domínio de nações... Garante qualquer coisa...

– Uma taça magica que garante o desejo de qualquer um?- falou Kazuma para si mesmo- Poderei ficar rico se conseguir ou até mesmo vender para alguém o cálice! Como será que poderei participar de uma guerra dessas?

Kazuma continuou a ler como nunca leu um livro antes, o cálice foi destruído duas vezes por magos do clã Emiya, o motivo à associação da torre do relógio nunca revelou. A exatamente dez anos atrás, os magos dos Õ no’s, dos Badlet’s e dos Hendric’s conseguiram copiar perfeitamente o sistema da guerra santa iniciando, advinha aonde? Exatamente, no lugar onde Kazuma estava nesse exato momento!

A guerra começaria daqui a oito dias, mas para invocar o servo se deve possuir uma relíquia como catalisador. Kazuma olhou para caixa prateada e abriu cuidadosamente, lá se encontrava um estranho pedaço de vidro, um fragmento de espelho muito velho. Kazuma sorriu ao ver o objeto, sua mão sangrou e lá surgiram três estranhas tatuagens... Isso seria divertido pensava ele e se tudo desse certo o faria ficar rico...

Escola da torre do relógio, biblioteca, sete dias para guerra começar.

Brianna lia com muita calma um livro, a biblioteca estava silenciosa, não havia ninguém além dela e da simpática bibliotecária. Seus olhos estavam fixos no livro sem tirar o olhar dele uma vez sequer. Sua leitura é de repente interrompida por alguém chegando e se sentando ao seu lado.

– Yagami-sensei, achei que você estivesse de folga... - fala Brianna para figura de terno ao seu lado

– Era para eu estar, na teoria, mas na pratica estou aqui- disse o professor rindo timidamente.

– Aconteceu alguma coisa?- pergunta Brianna ao seu professor favorito

– Isto aconteceu- responde o professor e mostra para ela

–“Como realizar desejos- A guerra pelo cálice sagrado, de Rin Tohsaka”- Leu Brianna- Parece ser legal, posso ver? Ainda mais porque a Tohsaka-sensei que escreveu...

– Desculpa, falei mais que devia, vou me retirar, esqueça que eu falei disso- retruca o Sr.Yagami se retirando arrependido de ter tocado no assunto.

–Certo então... - fala ela

– Ah, não se esqueça de fazer o trabalho que eu mandei- diz o mais velho antes de sair.

– Fiz há três semanas, sensei- responde Brianna.

– Muito bem... - fala o professor

O grã-chefe dos Yagami ficará realmente impressionado, ele mesmo demorara três meses para fazer em seu tempo como estudante, Brianna Mayflower, você realmente tem futuro, pensava ele enquanto seguia pelos corredores. Brianna por sua vez desistiu de ler aquele livro, seguiu para fora da biblioteca em busca de algo poderia fazer. Já havia adiantado todos os trabalhos passados e estudado até as matérias magicas que ainda iam ser dadas.

Atravessou o campus da torre e seguia aos dormitórios, até que, começa a se sentir observada. Um grupo de garotos começou a ficar cochichando e apontando para ela, se concentrou e conseguiu ouvir os murmúrios. “É aquela maguinha-homem”, “O que uma garota esta fazendo ali?”, “Devia voltar para casa e começar a fazer magica no fogão hahaha” ,” Será que ela está usando roupas de garoto para tentar nós imitar?”, “Nunca ninguém vai querer se casar com uma travesti como aquela hahaha”, e outros comentários do tipo.

Brianna encarou aqueles estúpidos com um olhar raivoso, não podia aguentar aquele tipo de injustiça, ela vivia em uma época onde a mulher-maga vivia apenas para gerar filhos e ser uma boa esposa, não tinha nenhuma liberdade magica nem social. Lembrava-se das suas principais heroínas todas tiveram que sofrer as consequências de não terem nascido homem, pensava em Joanna D’arc, por exemplo, teve que se disfarçar de homem para ganhar a guerra dos cem anos.

Ela queria uma sociedade magica, onde os magos e magas são iguais, não mulheres que eram apenas tratadas como objetos, como conseguir isso? Acaba lembrando-se do titulo do livro que o Sr.Yagami havia lhe mostrado “Como realizar desejos- A guerra pelo cálice sagrado, de Rin Tohsaka“, como realizar desejos... Será que aquele livro teria a resposta para seus problemas?

Voltou correndo para biblioteca e por sorte encontrou um segundo exemplar do mesmo livro que o do professor, e não hesitou em ler. Depois de algum tempo lendo, fala bem baixo para si mesma:

–Heróis de todas as eras e de todas as nações serão ressuscitados para lutar e matar uns aos outros apenas por um único desejo realizado, essa é a guerra pelo santo graal... Essa guerra é perfeita para alguém como eu, vencendo além de mostrar que uma mulher tem tanta autoridade quanto um homem, poderia finalmente realizar meu desejo.

É uma guerra onde títulos não tem importância, onde os participantes lutam com seu próprio nível de habilidades. Mas, para participar se deve usar uma relíquia que pertenceu a algum espirito heroico para usar como catalisador. Brianna então se lembrou de que quando pequena seu pai lia histórias de antigos contos celtas e sua história favorita é do mito de Diarmiud e de Gráinne.

Este herói com toda certeza seria o mais forte da classe Saber, devido as suas duas espadas magicas Beagelltach e Moralltach. Correu para fora da torre em direção à casa da sua família, entrou nela e subiu pelas escadas e deu de cara com seu irmão, Luan.

– Ei, irmã, você não devia estar na torre agora?

– Não, e da sua conta o que vou fazer!- fala Brianna com pressa quase atropelando Luan

Entrou no seu quarto e lá estava à relíquia, pendurada na parede havia uma grande presa de javali. Ela pedira para seu pai como presente de natal quando era bem pequena e ele garantiu que a mesma presa de javali que matou Diarmiud...

Pegou todo dinheiro que tinha e partiu para Snow City para participar da guerra pelo santo graal...

Mansão dos Hendric’s, Em algum lugar de Moscou, seis dias para guerra começar.

Celestia preparava suas malas, eram bem pequenas, apenas o que iria necessitar para guerra. Olhou bem para mansão onde morava e começou a atravessar a porta até que foi interrompida.

– Irmã, você está indo sem se despedir?

Celes se vira e vê sua irmã gêmea Rin. Ela queria ter saído antes dela ter acordado. A relação das duas sempre foi um pouco incerta, Rin não gostava de Celes e Celes não gosta de Rin, mas, ambas se respeitavam e se protegiam mesmo diante dos conflitos.

– Tchau irmã- disse Celes

– Tchau Celes, boa sorte, mais só um aviso... – fala Rin- Se você morrer é eu que serei a herdeira da família...

Pobrezinha não sabia quanto iria sofrer se virasse a herdeira, Rin sempre quis ser a herdeira até mesmo nasceu primeiro que Celestia (uns dois minutos), mas, não tinha nenhum talento para ser maga. Celestia nunca contou o quanto sofre para usar magia negra, queria poupar a irmã disso, mesmo não gostando muito dela queria protege-la.

– Certo, certo, tchau Rin- fala Celes saindo da mansão.

Celestia caminhou em direção à limusine, mas, para no meio do caminho. Olhou para o lado onde surgiu de uma linda luz dourada um jovem de cabelos loiros, olhos vermelhos e usando uma deslumbrante armadura babilônica.

– Archer... Vamos partir agora... - fala Celes tentando não parecer que estava dando uma ordem para um rei que podia fazer ela em pedaços a qualquer momento.

– Essa guerra é simplesmente uma perda do meu precioso tempo, Celes- Fala o rei dos heróis.

– Garanto que o santo graal será um tesouro digno de você... - Fala Celes- Além disso, temos um acordo, afinal você respondeu a minha convocação, Gilgamesh.

– De fato, minhas ações irão reafirmar minha supremacia a frente de todos esses que se dizem serem heróis- afirma o loiro- Isso é obvio.

– Então você irá lutar a sério na guerra?- pergunta Celes

– Não, só me divertirei um pouco com esses impuros, só lutarei a sério mesmo se tiver algo nessa era que me fascine- responde Archer- Esse tempo é tão feio que não posso nem expressar com palavras, bem, se não ver nada que seja realmente digno você cairá junto com quem se puser a minha frente.

– Faça como quiser então... - retruca a jovem Hendric.

Gilgamesh então desaparece em um brilho dourado, deixando Celes sozinha na frente da limusine, porém, quando ia entrar é interrompida novamente. Sua odiosa avó sai da mansão, aparentemente para se despedir.

– Celes, traga o cálice para mim... Você irá arrepender-se muito se fracassar... - fala a idosa

– Não se preocupe minha habilidade e as habilidades de meu servo são superiores a qualquer mestre, a família Õ no invocou um poderoso servo, mas, o mago que é seu mestre é um tolo fraco e a família Badlet convocou apenas um fraco Assassin, nenhum deles representa uma ameaça diante de Gilgamesh- fala Celes- Os outros servos serão estrangeiros que com certeza não chegarão nem a metade da guerra... Mas por que está tão preocupada?

– Preocupada não é bem a palavra... Mas digamos que eu tenho um estimulo para você ganhar a guerra... - responde anciã Hendric- Sabe sua irmã é algo facilmente descartável...

– Se você ao menos pensar em tocar nela... - diz a mais nova- Vou matar você pessoalmente e fazer saber o que é sofrimento de verdade...

– Fale isso quando conseguir o Graal!- diz a velha- Se fracassar... Bem... Digamos que eu coloquei um terrível feitiço na sua preciosa irmãzinha...

– Você o que?!- responde Celestia com raiva

– hehehehe se você não trouxer o cálice em três semanas no máximo, sua irmã queimará até virar cinzas e se sobreviver você terá o mesmo destino- fala terrivelmente a idosa.