Segundo dia da guerra, FORA do armazém em um porto abandonado, 01:29.

Celestia observava de cima de um contêiner toda a batalha, analisava tudo, cada detalhe não escapava dela, seus olhos estavam completamente fixados. Gilgamesh havia desobedecido a sua ordem de apenas ficar as escondidas e interrompeu a luta entre Saber e Lancer, claro, tudo era na verdade um plano de Celes. Ela sabia muito bem que o rei dourado não ia simplesmente ignorar aqueles dois, principalmente depois que ela mandou ignorar. Realmente ela estava começando a se acostumar com a complexa e teimosa personalidade de Gilgamesh.

A mestra de Archer estava muito interessada no poder de Õ no Hokai, os Hendrics usavam magia negra e os Õ no’s usavam magia vindo de divindades, Hokai era como a luz e Celestia era como a escuridão. A herdeira dos Hendrics começou a suar frio, começou a tremer, sentia seu corpo mais quente que o normal, sua cabeça latejava repentinamente e uma estranha tontura a dominou. Em um instante um pouco de sangue começou a sair de sua boca, foi aí que começou a entender o que estava começando ocorrendo: O estrondoso poder de Gilgamesh estava forçando seus circuitos mágicos frágeis.

A família Hendric possui um problema genético: seus circuitos são extremamente frágeis. Esse estranho tipo de circuito favoreceu o poder da magia negra se manifestar, mas encurta bastante a vida. Seu pai morreu há dez anos devido a esse mesmo problema. Celes olhou para cima, luzes começaram a dominar a noite e indo na direção do armazém. Saber preparava seu fantasma nobre para atacar Archer, ela tinha que fazer alguma coisa, sabia que o enorme ego do seu servo não o deixaria recuar.

– Sim, a espada cujo brilho é formado por todos os desejos, esperanças, promessas, por todos os sentimentos, sentimentos bons, que ainda vão se formar, que já se formaram ou que já acabaram há muito tempo...- Õ no Hokai começou a falar na parte de baixo do galpão.

–Eu, Celestia Hendric, herdeira do brasão dos Hendrics, ordeno o poderoso rei dos heróis, por esse selo de comando... - começou a falar Celes em um contêiner na frente do armazém.

–... A lamina que tem consciência própria apenas escolheu um, apenas um para empunha-la, quando o cavaleiro campeador canta seu nome a criação e a destruição se juntam tornando-se uma só, os vitoriosos comemoram e os derrotados choram... Seu nome... O nome do milagre que ele segura é... – Completou Õ no Hokai.

–... Venha agora mesmo para cá não importa o que aconteça!- Celestia completou.

– TIZONA!!!-Grita o cavaleiro prateado jogando o intenso brilho em forma de meia lua em direção a Gilgamesh.

– Esse tempo todo... Esse tempo todo ele era o lobo branco espanhol... - Fala Brianna- Estamos diante de Rodrigo Díaz de Vivar... De El Cid...

A maravilhosa explosão circular de luz lançada por aquela espada tinha cor verde-água e devastou completamente metade do armazém, a parte que Gilgamesh se encontrava ficou em ruinas, uma nuvem de poeira invadiu o local dificultando muito a visão de todos. Até mesmo Celestia que estava na parte de fora do armazém não conseguia enxergar praticamente nada o que estava acontecendo lá dentro. Ela sentiu uma presença ao seu lado, mas rapidamente ela desapareceu.

–Você conseguiu destruir ele?- perguntou Hokai.

– Acho que sim... Nada que fez parte do divino milagre da criação escapa da Tizona- responde Saber.

– Eu estou acima da criação!- Responde Gilgamesh surgindo da nuvem de poeira e prendendo El Cid nas suas gloriosas corrente - Como ousa tentar me atacar com essa espada imunda, sobreviveria mesmo sem minha mestra interromper, mas, mesmo assim esse fantasma nobre impuro me faria um pequeno arranhão... Que ousadia tentar atacar alguém como eu...

– Lancer... Vamos sair daqui... - Afirma Brianna.

– Mas... Mas... Mas... Ele insultou a honra e os códigos de cavalaria! Esse desgraçado tentou até ousar em te atacar!- Responde Diarmiud.

– É que... Ele... Ele me dá medo... – Responde Brianna tremendo- Estou cansada também vamos embora Dia, por favor!

– Obedeça a sua mestra, cavaleiro amaldiçoado – Retruca Archer- Enquanto minha raiva está direcionada a esse cão espanhol repugnante.

– Ora seu... - Fala Lancer indo em direção a Gilgamesh, mas Brianna o abraça por trás impedindo seu movimento e fazendo Lancer ficar chocado.

O rosto de Brianna estava cercado de lagrimas, os olhos estavam avermelhados, Lancer observou o rosto de sua mestra e visualizou o seu desespero no fundo dos seus olhos e rapidamente mudou de ideia. Segurou Brianna pelos braços e surpreendendo-a e fazendo-a ficar muito corada.

– Nosso acerto de contas será em breve rei imprudente e covarde, terei minha vingança- Fala Diarmiud fugindo com Brianna em seus braços e as lanças em suas costas- Aproveite em quanto pode El Cid lhe respeito e me sinto mal por não te acudir, boa sorte nobre cavaleiro de Castelha.

– Pode ir, quando uma dama como a sua te pede não há como recusar- Fala Saber acorrentado mesmo estando nessa situação terrível permanecia calmo e sereno.

Logo depois de Brianna e Lancer irem embora surgi do lado de Gilgamesh ninguém menos que Celestia com um aterrorizante sorriso cruel no seu delicado rosto. Os olhos de Celes se cruzaram com os olhos de Hokai, ambos se reconheceram se tratavam de velhos conhecidos, não, mais que isso, Õ no Hokai e Celestia Hendric eram amigos de infância. Ruler ajudou Hokai a ficar em pé e desapareceu na escuridão mesmo tendo sentindo uma ponta de ciúmes com essa troca de olhares.

– Celes-onee-san...- Diz surpreso Hokai.

– Oh, se não é o pequenino Hokai!- Afirma a Hendric- Agora caia em desespero...

O corpo de Hokai começou a ficar leve, seus olhos começaram a ficarem pesados, ficou de repente tonto até finalmente desmaiar. Celestia se aproximou do corpo desacordado dele.

–Hoje esse passarinho ficará engaiolado- Fala ela com um sorriso

– Quais são suas intenções com ele, Celestia?- pergunta Gilgamesh curioso

– Você verá meu caro Archer... Você verá... - retruca Celestia

Segundo dia da guerra, casa de classe média, 02:01.

Kazuma estava dormindo ou quase isso, uma série de barulhos vindo do lado de fora de seu quarto interrompia brutalmente seu sono. Quando ele estava prestes a sair do quarto para fazer Caster e Lyon pararem com aquela barulheira infernal a porta foi repentinamente aberta pelo pequeno homúnculo que entrou no quarto velozmente e se escondeu atrás de Kazuma.

– Senhor Kazuma! Senhor Kazuma! A Senhorita Caster quer me envenenar!- Grita desesperadamente Lyonisviel.

– Você não quer nem dá uma provadinha no seu jantar? Você precisa comer se quiser ficar forte!- Responde Caster entrando com um prato coberto.

– O que tem aí?- pergunta Kazuma apontando para o prato coberto.

– Hambúrguer- Fala Caster tirando o cobridor revelando uma bizarra gosma negra fedorenta e que estranhamente pingava um liquido verde borbulhante que corroía completamente o chão.

– Do que essa ISSO é feito?- pergunta Kazuma pasmo.

– Ah coisas simples de hambúrguer: Pão, queijo, carne, alface, picles, tomate, uma coisa estranha que achei no jardim que não sei o que é, muito açúcar, aveia tailandesa, pelo de búfalo, lagrima de ciclope, pó de pilimpiimpim, sangue de hidra, ácido clorídrico, pizza de dois meses atrás, perna de urubu...

– VOCÊ QUERIA MATAR O MOLEQUE?- pergunta Kazuma irritado- Achei que você era uma boa esposa...

– Eu QUERO ser uma boa esposa, o que queria que eu fizesse? Queria que eu seguisse a receita fielmente?- Afirma Caster- Eu quero ser o tipo de esposa inovadora, do tipo que segue e faz as próprias regras!

– Eu não quero ser um rato de laboratório! Me salva dessa raposa malvada senhor Kazuma!- Retruca Lyon quase chorando.

–“suspiro” Ok, ok eu faço a comida dessa vez- Responde Kazuma.

– Não sabia que o mestre cozinhava... – Fala Tamamo-no-mae.

– Eu sobrevivi na rua durante um ano e meio, tinha que me virar quando fugir de casa... - responde Kazuma.

Kazuma consegue preparar um verdadeiro banquete de comida japonesa: Uma variedade de sushis e sashimis, diversos tipos de receitas com macarrão como yakisoba, ramem, incluindo acompanhamentos como bolinhos de arroz e dangos. A feiticeira e o homúnculo estavam de queixo-caído. Lyon devora tudo com tamanha ferocidade e depois da refeição começa a abraçar Kazuma.

– O senhor Kazuma é tããão legaaal!!!- Fala Lyonisviel meio sonolento abraçando fortemente o mago dos ventos, que o leva para um quarto o deixando dormir.

– Você está bem Caster?- pergunta Kazuma estranhando Caster está encostada em um canto da sala chorando e deprimida.

–Você... Você... Você é uma esposa melhor que eu!- Grita Caster irritada.

–“Gota” Sério isso...?- pergunta Kazuma sarcasticamente- Posso te ensinar a cozinhar mais vai ser 20 dólares por hora!

–Muito caro!- Grita Caster mudando brutalmente de humor (e de assunto)- Ei, Kazuma você é japonês por acaso?

–Sim sou por que a pergunta?

– Como alguém de uma respeitada família dos ventos foi parar aqui em uma cidade norte-americana fria que mal aparece no mapa...? – pergunta Caster.

– Eu... Eu antes de ser “Kazuma Yagami” eu era “Kazuma Kannagi” , abandonei minha antiga família, uma respeitada família de magos que controlava as chamas, meu pai era um lunático obcecado com a linhagem de sangue perfeita- começa a contar meio melancólico Kazuma- Quando ele descobriu que não conseguia manipular as chamas ele matou minha mãe, eu sofria descriminação por toda família, eu era a vergonha do meu pai e antes que ele tentasse me matar... Eu fugi de casa, morei na rua por um ano e meio até eu ser adotado por Raven Yagami que precisava de um herdeiro com talento para o vento... Ele me levou para Snow City há nove anos e até hoje estou aqui...

– Que passado triste mestre... Pelo menos teve um final feliz né?

–...

–Mestre? Está me ouvindo?

–...

– O mestre está dormindo em pé... Incrível!- responde Caster flutuando ele até a cama e dando um beijo em sua testa- Boa noite... Meu Kazuma Yagami...

Terceiro dia da guerra, Mansão dos Hendrics, 08:03.

Hokai acordou surpreso principalmente porque ele estava sentando em uma cadeira e na sua frente estava uma mesa com chá servido obviamente para ele e do outro lado da pequena mesa redonda estava Celestia tomando chá. Ela tomava calmamente sem nenhuma preocupação, enquanto Hokai estava completamente desesperado “A Celestia me sequestrou?” pensa ele “ Onde está o Saber??? Ele não morreu pois ainda tenho meus selos de comando ... Como a Ruler permitiu isso?!!”

– A vejo que acordou!- Fala Celes com um sorriso alegre no rosto- Você deve estar com muitas perguntas, mas, eu agi meio sem pensar ha ha ha. Queria apenas falar um pouco com meu amigo de infância.

– Não sabia que você sequestrava amigos de infância com quem você quer falar... - Responde Hokai.

– Desculpe, mas, não o vejo há dez anos! Eu, Dante e você brincamos muito enquanto nosso pais armavam a guerra em Snow City... - começou a falar Celestia.

–Sim! Bons tempos aqueles, eu não esperava lutar em uma guerra para quebrar uma antiga maldição da minha família naquela época... - responde o mestre de Saber- Onde está Saber?

– Não se preocupe com seu servo, ele está na livraria da mansão, ele se interessou pela grande quantidade de livros de cavalaria, eu pessoalmente não gosto desse tipo de livro prefiro livros como os de Stephen King... - Responde Celestia.

– Entendo e seu servo dourado não vai atrapalhar?- pergunta Õ no Hokai interrompendo-a.

– Não, Archer não gosta de ficar na mansão, ele afirma que ela é feia de uma maneira indescritível, ele prefere ficar em sua forma espiritual a procura de Berserker pela cidade... – Responde Celes- Mas, vamos ao que interessa! Eu quero fazer uma proposta.

– Uma proposta?- Pergunta Hokai hesitante.

– Sim- Afirma Celestia sorrindo de forma cruel- Eu conheço seus motivos nessa guerra, você conhece meus motivos nessa guerra, que tal uma aliança?

– Uma aliança?- Pergunta Õ no Hokai.

– Sim, se Saber e Archer ficassem unidos seria um verdadeiro massacre!- Retruca Celestia- Depois lutaríamos de igual para igual quando não sobrasse nenhum mestre!

– Seria interessante, mas, estou fora dessa- responde o mestre de El Cid.

– Por qual motivo?- Pergunta Celes um pouco frustrada e com raiva.

– Bem, por dois motivos primeiramente meu El Cid e seu Gilgamesh não são nada compatíveis, mesmo que usássemos o selo de comando, Gilgamesh é rebelde e incontrolável, facilmente conseguiria uma forma de acabar com o contrato e atacar Saber... - começa a falar Hokai- Segundo, sei muito bem de seu desejo e continuo a não concordar com ele.

– Um mundo melhor! Sem violência! Sem miséria! Sem defeitos! Um mundo perfeito é isso que procuro! Um mundo para minha irmã viver melhor! Um mundo que meu pai tentou tanto fazer! Um paraíso para minha querida irmã, se eu for para o inferno quero pelo menos morrer sabendo que ela teve uma vida boa! Um mundo sem a maldição dos Õ no’s...

– Celestia... Você não pode simplesmente acabar com todo mal do mundo! Você procura a ordem, mas... Mas esse seu desejo só levará ao caos... - responde Celestia.

– “suspiro” Você nunca me entendeu, meu amigo, bem, valeu apena perguntar- Afirma Celestia- Você entende o quanto sou teimosa, determinada e persistente para nunca abandona esse meu sonho.

– Sei muito bem, certo, eu vou indo Celestia, foi bom conversar com você até mais- Fala mestre de Saber se despedindo de Celes e saindo do local.

– A vida de uma pessoa começa em lagrimas, Hokai e termina em lagrimas, o destino sempre terminará em mais lagrimas do jeito que o mundo está!- afirma Celestia- - E vou mostrar isso para você, eu aceito sua proposta de aliança Dante.

– Que pena que o nosso querido Hokai não compartilha nosso interesses, ele não mudou nada desde que brincávamos juntos quando éramos pequenos- Fala Dante surgindo das sombras com Assassin- Vamos então mostrar para ele como destino termina em mais lagrimas.

FATE/ANOTHER TEARS