Laços de Guerra - 1ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 7
Capítulo 6 - Velhos "Amigos"


Notas iniciais do capítulo

Os acontecimentos deste capítulo datam de 5 de Setembro de 1994 até 31 de Setembro de 1994.

Capítulo em 21/07/2015.



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5 de Setembro de 1994

Naquela manhã, Amber acordou mais cedo do que acordaria em dias normais, mesmo sendo sexta-feira e ficou aliviada em constatar que Hermione ainda dormia.

Já vestiu o uniforme escolar, pois sabia que não conseguiria voltar a dormir, e saiu do Salão Comunal com a carta no bolso, indo direto ao corujal.

— Rustie! — assobiou Amber.

Logo, a coruja-de-crista marrom desceu de seu poleiro no alto da torre do corujal e se agarrou no braço de Amber.

— Eu preciso que você entregue para a Marlene, tá bem? — perguntou Amber recebendo um pio animado.

Então, amarrou a carta na perna da coruja que saiu voando, assim que ela terminou. Ela ficou observando a coruja sumir no horizonte quando ouviu o barulho da porta e se virou assustada.

Era só o Harry.

— O que está fazendo aqui? — perguntou Harry, escondendo uma carta atrás das costas.

— O que as pessoas fazem quando vão ao corujal — Amber respondeu como se isso fosse óbvio, o que na verdade era.

— E por que se virou assustada quando entrei?

— Pensei que fosse o Filch...

Harry chamou Edwiges, mas esta apenas lhe deu as costas.

— Coruja temperamental? — perguntou Amber.

— Fiquei irritado e ela se sentiu ofendida — respondeu Harry olhando para Edwiges frustrado.

— Só faltava ser ruiva.

— Por que diz isso?

— Ruivas são temperamentais.

— A Ginny não é...

— Isso porque você não a conhece bem. Para você ela é só a irmã do seu melhor amigo.

Harry ficou calado, pensando no que ela tinha dito.

— Quer ajuda? — Amber ofereceu.

Ele olhou para o lado, hesitando em responder.

— Não vou ler a carta, só vou coloca-la na sua coruja temperamental. E se eu fosse ler você saberia, afinal está do meu lado.

Harry acabou aceitando a ajuda. Não demorou muito e Edwiges já voava para o horizonte com a carta presa na perna. Realmente, Amber tinha jeito com corujas. Assim que Edwiges sumiu de vista, Amber saiu do corujal e Harry a seguiu. Eles andaram em silêncio até o Salão Principal.

As semanas passaram rápido com Harry esperando, preocupado, a resposta de Sirius, que não chegava nunca.

A surpresa aconteceu na aula de DADA quando o professor Moody anunciou que ia lançar a maldição Imperius sobre cada um dos alunos, a fim de demonstrar o seu poder e verificar se conseguiam resistir aos seus efeitos.

Hermione hesitou e demonstrou sua opinião em palavras, mas logo se calou quando Moody disse que, “se ela quisesse aprender do modo difícil, poderia se retirar”.

O professor Moody chamou os alunos aleatoriamente para a frente, lançando a maldição em cada um deles. Nenhum deles resistiu e fizeram cada ordem absurda que o professor Moody lhes dera. Fizeram as coisas mais absurdas: desde imitar um esquilo até executar uma série de acrobacias.

O estômago de Amber se embrulhava só de imaginar que Moody chamaria todos os alunos, sem excessão. Talvez pudesse se machucar agora, antes de ter que enfrentar a humilhação pública. O professor chamou Harry que machucou o joelho quando tentou resistir a maldição, sendo fortemente elogiado por Moody, que o fez tentar mais quatro vezes seguidas até que Harry conseguiu resistir inteiramente.

E quando parecia que tinha terminado.

— Evans. Sua vez — disse Moody.

Amber tinha certeza de que estava tremendo da cabeça aos pés. Respirou fundo e se posicionou na frente de Moody, torcendo para que ele não a pedisse para fazer algo muito humilhante.

O professor apontou a varinha para ela e disse:

— Imperio!

De repente, Amber se sentiu mais leve. Todas as preocupações e pensamentos deixaram a sua mente. “Não!” gritou mentalmente “Não posso me deixar levar”.

Então, quando Moody ia ditar a ordem, a sineta tocou e ele foi obrigado a finalizar a aula. Amber pegou a mochila e saiu apressada da sala de aula, apressada e aliviada.

— Sortuda! — resmungou Rony enquanto mancava, sendo ignorado não só por Amber.

Todos os alunos do quarto ano haviam notado o aumento nos deveres de casa. A professora McGonagall dissera que “o exame para obter os OWLE’s estava se aproximando” e elogiou Hermione e Amber, as únicas que conseguiram transformar o porco espinho em uma almofada de alfinetes.

Entrementes, o Prof. Binns mandou-os escrever ensaios semanais sobre a Revolta dos Duendes no século XVIII, o Prof. Snape estava obrigando-os a pesquisar antídotos (sugerindo que talvez envenenasse um deles para ver se o antídoto que encontrassem faria efeito), o Prof. Flitwick pediu para que lessem três livros para a aula de Feitiços Convocatórios e, até Hagrid, os pediu para ir à sua cabana em noites alternadas para observar os Explosivins (que cresciam absurdamente já que ainda não haviam descoberto do que eles se alimentavam).

Malfoy se negou a fazer isso e Hagrid lhe sugeriu que talvez pediria ajuda a Moody para aprender a transforma-lo em uma doninha, o que rendeu boas gargalhadas aos alunos da Gryffindor.

Logo após a aula de CMC, todos os alunos estavam aglomerados no saguão de entrada, lendo o aviso fixado ao pé da escadaria de mármore. Rony, que era o mais alto dos quatro, ainda teve de ficar nas pontas dos pé para conseguir ler o aviso.

— “TRIWIZARD TOURNAMENT. As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às seis horas, sexta-feira, 30 de Outubro. As aulas terminarão uma hora antes...” — leu Rony em voz alta para que Hermione, Harry e Amber escutassem. Harry comentou que Potions era a última aula de Sexta e, então, Snape não teria tempo para envenenar a todos os alunos — Os alunos deverão guardar as mochilas e livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os nossos hóspedes antes da Festa de Boas-Vindas.

Ao passar da semana, Hogwarts recebeu uma faxina rigorosa para receber os convidados das escolas, o assunto em todo canto era o “Triwizard Tournament” e quem seria o campeão de Hogwarts. Os professores também estavam nervosos. Neville recebeu uma bronca da professora McGonagall porque não conseguiu realizar o Feitiço de Troca.

Na manhã do dia 30 de Outubro, viram que o Salão Principal fora ornamentado durante a noite. Sarah estivera muito mal-humorada desde a notícia e Amber a evitou o máximo possível, se aproximando um pouco mais de Hermione e Harry. E, quando entrou no Salão Principal, Amber viu Sarah sentada junto com Fred e George. Ambos os três concentrados, como estiveram da última vez no Salão Comunal.

— É chato, sim — dizia George para Fred — Mas se ele não quer falar conosco pessoalmente, temos que lhe mandar uma carta.

— Outra, você quer dizer — diz Sarah mal-humorada, como no resto da semana.

— Ele não pode nos evitar para sempre — continuou George.

— Quem é que está evitando vocês? — perguntou Rony, sentando-se ao lado deles.

— Gostaria que fosse você — disse Fred irritado pela interrupção.

— Que é que é chato? — perguntou Rony a George.

— Ter um babaca metido feito você como irmão — respondeu George.

— Não se mete onde não é da sua conta, garoto — disse Sarah.

— Eu tenho nome, sabia? — disse Rony.

— Oh! — ela fez cara de surpresa — Foda-se!

— O que deu nela? — perguntou Harry.

— Hoje é 30 de Outubro — disse Amber como se isso explicasse tudo.

— E daí? — perguntou Rony.

— Hoje é o dia em que Beauxbatons e Durmstrang vem para Hogwarts, esqueceram?

— Qual o problema? Pensei que ficariam felizes em... — disse Hermione.

— Felizes? De ver a cara de mal - comida da Maxime? — Sarah interrompeu irritada, deixando Hermione chocada com o linguajar dela — E outra: como se eu precisasse me lembrar dos dois anos torturantes que passei naquela escola cheia de patricinhas. Finalmente me livro daquele lugar e, quando isso acontece, resolvem fazer um Triwizard Tournament para unir as escolas. Ninguém merece!

Enquanto isso, Harry conversava com Fred e George para ver se eles conseguiram um modo de entrar no Triwizard Tournament. Até Hermione se meter e começar a falar sobre o direito dos elfos domésticos (como o assunto mudou tão drasticamente, ninguém saberia responder).

— Espere aí! — disse Amber, curiosa. Era uma informação de Hogwarts que ela não conhecia — Os elfos domésticos fazem a comida de Hogwarts?

— Exatamente — disse Hermione, sorrindo satisfeita, pensando ter conseguido uma aliada.

Harry e Rony gemeram supondo no que daria isso.

— Ah, que ótimo! Arrumamos mais uma “Hermione” — murmurou Rony sarcástico.

Amber o olhou irritada e um pouco magoada também. A relação de amizade, se é que isso podia ser chamado de amizade, entre ela e Hermione era meio... Frágil. Comparavam as duas milhares de vezes e as duas eram sempre as melhores da classe. E isso estava começando a criar certo incômodo para ambas as partes.

Amber odiava ser comparada a Hermione, assim como Hermione já estava se irritando por não ser a única melhor aluna da classe, como sempre foi. Os elogios já não eram tão significativos quando tinham duas melhores alunas em vez de uma. O problema é que tanto Amber quanto Hermione só conseguiam se destacar com a sua inteligência.

Outro fator era a desconfiança de Hermione quanto a ela. É claro que ela estava certa, mas mesmo assim... Amber jamais admitiria que estava errada em algo.

Era como um choque de personalidades. Elas eram muito parecidas e isso, às vezes, as irritava. Coisa que parecia não acontecer com Sarah, Fred e George. Pelo contrário, eles se davam super bem por causa disso.

“Será que eu tenho que ser errada em tudo?” pensou Amber mexendo o café da manhã com o garfo.

Enquanto estava perdida em pensamentos, os gêmeos tentavam convencer Hermione de que os elfos estavam felizes trabalhando em Hogwarts.

De repente, ouviu-se o ruído de asas anunciando a chegada do correio coruja. Edwiges se aproximou de Harry com uma carta presa na pata que apressou-se para desamarra-la, oferecendo suas aparas de bacon, que a coruja aceitou grata.

Por mais que Amber estivesse curiosa, pois sabia que a carta que Harry mandara no outro dia foi uma resposta para aquela carta de Sirius que Harry leu para Rony e Hermione, resolveu ficar em seu canto.

Fred e George voltaram a discutir entre si sobre o Triwizard Tournament e Amber aproveitou para se aproximar da melhor amiga.

— Continua mal-humorada? — perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Você sabe o motivo do meu mal-humor — Sarah resmungou.

— Vamos ver pelo lado positivo!

— Tem lado positivo?

— Vamos rever Fleur. Ela é uma ótima amiga! E você poderá mostrar a Hogwarts da qual você sempre falou.

— E fica-la ouvindo falar sobre o quanto Beauxbatons é melhor.

Amber olhou para o lado, pensativa por algum tempo.

— Estou preocupada — confessou.

— Por que?

— Marlene ainda não respondeu a carta — sussurrou.

— Deve estar ocupada... Não precisa se preocupar com isso — Sarah olhou para Fred e George certificando-se de que eles estavam distraídos e seguiu sussurrando — Bellatrix Lestrange está em Azkaban.

— Assim como seu pai escapou, outros prisioneiros podem conseguir escapar — Amber retrucou.

— Você sabe que minha mãe desconfia que a condição animaga ajudou nisso — sussurrou Sarah.

— Por que estão cochichando? — perguntou uma voz feminina atrás delas.

Se depararam com Ginny ao virar.

— Nada demais! — disse Amber fazendo pouco caso — Sarah está meio mal-humorada por causa da vinda dos alunos de Beauxbatons e da diretora.

Ginny se sentou entre elas.

— Fofoqueira! — Sarah riu.

— Não me sentei entre vocês para ouvir vocês cochichando - Ginny retrucou — Até porque vocês não cochichariam comigo aqui no meio.

Logo, a sineta tocou e todos se dirigiram para as suas aulas.

O dia passou rapidamente, com a expectativa no ar. Nenhum dos alunos (fora Hermione e Amber) prestou atenção nas aulas. Quando a sineta tocou, meia hora mais cedo na aula de Potions, todos os alunos subiram para a Torre da Gryffindor, largaram as mochilas, conforme as instruções, vestiram as capas e desceram correndo para o Saguão de Entrada.

— Se você perceber esses desgraçados, provavelmente, ficarão sem ter aulas até o final do Triwizard Tournament, ou seja, o final do ano letivo — comentou Sarah tentando controlar seu mal-humor para que Amber não se afastasse como fez o resto da semana.

No meio do caminho ela esbarrou em alguém.

— Já percebeu que você sempre esbarra em mim? — comentou uma voz masculina.

Amber sorriu envergonhada ao reconhecer a figura.

— Desculpe. Estou sempre distraída quando isso acontece — respondeu Amber.

— Percebe-se — brincou Oliver.

— Ah! Cale a boca! — Amber riu.

Sarah ergueu uma sobrancelha, olhando de um para o outro, que pareciam ter se esquecido de sua presença ali.

— Vamos logo! Se não a tia Minnie vai nos matar! — disse, puxando Amber pelo braço.

— Tchau! — despediu-se Amber antes de seguir a Sarah.

— O que foi isso? — perguntou Sarah seguindo o fluxo de alunos.

— Isso o que?

— Isso que aconteceu agora!

— Eu esbarrei nele, oras! Você viu o que aconteceu!

— E pelo visto já esbarrou nele antes.

Amber deu de ombros envergonhada.

— Realmente, tenho que prestar atenção para onde ando! — murmurou.

Os Diretores das Casas estavam organizando os alunos.

— Tia Minnie? Sério? — perguntou repentinamente.

— Qual o problema? — Sarah respondeu, sorrindo inocentemente.

— Francamente, deveria ter mais respeito com a professora.

— É um apelido carinhoso! Para provar que eu gosto dela!

Amber revirou os olhos.

— Weasley, endireite o chapéu — disse a profª McGonagall secamente a Rony — Srtª Patil, tire essa coisa ridícula dos cabelos.

Parvati fez cara feia e retirou o enorme enfeite de borboleta da ponta da trança.

— Sigam-me, por favor! — mandou a professora — Alunos da primeira série à frente... Sem empurrar...

Eles desceram os degraus da entrada e se enfileiraram diante do castelo. A primeira série a frente, a segunda série atrás e assim por diante.

Hermione, Harry e Rony conversaram especulando como eles viriam. Então Dumbledore falou em voz alta da última fileira, onde aguardava com os outros professores:

— Aha! A não ser que eu muito me engane, a delegação de Beauxbatons está chegando!

— Onde? — perguntam muitos alunos ansiosos.

Sarah e Amber olharam imediatamente para o céu.

— Madame Maxime não perde a chance de fazer uma entrada triunfal — Amber comentou com Sarah, que estava na fileira da frente. Esta revirou os olhos e descontou sua raiva chutando a perna de um garotinho do segundo ano.

— Ai! — ele reclamou olhando para ela, mas ela o ignorou olhando para a frente com a cara amarrada e os braços cruzados.

Então, a carruagem se aproximou e pousou com um baque estrondoso. A porta da carruagem abriu e Antoine Depaul, um amigo de Sarah (que anuviou um pouco a expressão ao vê-lo), saiu da carruagem e puxou a escada debaixo da carruagem, se curvando respeitosamente. Então, Madame Maxime saiu da carruagem.

Dumbledore começou a aplaudir, seguido dos estudantes e funcionários (exceto Sarah). O diretor a cumprimentou e deu as boas vindas. Os alunos de Beauxbatons (doze garotos e garotas) tremiam de frio por causa das vestes finas e Amber se lembrou do primeiro dia na Inglaterra, o quanto fora difícil se adaptar ao clima.

Fleur as avistou e acenou sorrindo graciosamente, apesar do frio. Amber lhe sorriu e Sarah retornou o aceno. Então Madame Maxime e os alunos de Beauxbatons entraram no castelo para se aquecerem. No caminho, Madame Maxime lançou um olhar de desgosto para Sarah, ao encontra-la na multidão de alunos, e Antoine piscou para as duas garotas.

Sarah e Amber riram do comentário de Harry que “se os cavalos de Durmstrang forem maiores do que os de Beauxbatons, nem Hagrid seria capaz de cuidar deles”. Mesmo que Amber duvidasse que os alunos de Durmstrang viessem de carruagem.

Um tempo depois, todos escutaram um barulho estranho. Lee Jordan chamou a atenção de todos para o lago. Começou a aparecer, ao que parecia, um redemoinho na água e, logo depois, um mastro começou a subir. No final, havia um navio no lago. Então, eles lançaram a âncora e desembarcaram. Karkaroff cumprimentou Dumbledore de um jeito cordial mesmo que seus olhos se mostrassem frios e astutos.

— Como é bom estar aqui, como é bom... Viktor, venha, venha para o calor... Você não se importa, Dumbledore? Viktor está com um ligeiro resfriado — comentou Karkaroff, que fez sinal para um de seus estudantes avançar.

Sarah e Amber perceberam o soco que Rony deu em Harry, tomada por uma ansiedade assustadora.

— Harry, é o Krum! — Rony cochichou animado.

Então, Sarah se lembrou. “O jogador de quidditch da Bulgária!”. Mesmo que ela não tivesse ido a Copa Mundial de Quidditch era viciada no esporte e, surpreendentemente, Amber também era. E jogavam muito bem, mesmo que Amber tivesse vergonha de admitir. “Timidez é foda, viu! Mas, talvez, essa seja uma grande diferença entre Amber e Hermione”.

Então, assim que a delegação de Durmstrang entrou no castelo, os alunos de Hogwarts seguiram logo atrás deles. Rony comentando animado com os amigos que aquele era o seu “ídolo”.

— Pelo amor de Deus, Rony, ele é apenas um jogador de quidditch — disse Hermione.

— O que? — exclamou Amber, sem conseguir se conter, indignada com o comentário de Hermione — Ele é um dos maiores apanhadores do mundo!

Os três pararam e olharam para ela como se nunca tivessem a visto na vida.

— Você também? — reclamou Hermione voltando a andar com os outros.

— “Apenas um jogador de quidditch” — resmungou Sarah — Ah! Faça-me o favor!

— Eu não fazia ideia de que ele ainda estava na escola! — Rony comentou ainda um pouco chocado — Vocês jogam?

— Jogamos — respondeu Sarah tampando a boca de Amber que iria protestar — A Amber também joga, mesmo que não admita — acrescentou sob o olhar de dúvida do trio e tirando a mão da boca dela, antes que tivesse a ideia de morde-la — Eu sou beater. Assim como os meus pais. E a Amber é boa tanto como chaser quanto seeker. Ela também joga, às vezes, como beater.

— Qual o problema de eu gostar de quidditch? — Amber perguntou irritada para Rony.

— N-nenhum. É que... — disse Rony.

— Eu não sou a Hermione! Pare de ficar nos comparando. Somos pessoas completamente diferentes!

Hermione concordou com a cabeça, Sarah e Harry decidiram não contestar e as orelhas de Rony ficaram levemente vermelhas.

As portas do Salão se abriram e todos foram para as suas mesas. No fim, os alunos de Beauxbatons se acomodaram na mesa da Ravenclaw e os alunos da Durmstrang foram para a mesa da Slytherin.

— Boa noite, senhoras e senhores, fantasmas e, muito especialmente, hóspedes — disse Dumbledore sorrindo para os alunos estrangeiros — Tenho o prazer de dar as boas-vindas a todos. Espero e confio que sua estada aqui seja confortável e prazerosa.

Mirella Giovannardi, uma das garotas de Beauxbatons, ainda segurando o xale na cabeça, deu uma risadinha de zombaria.

— Ninguém está obrigando você a ficar — murmurou Hermione, com raiva

Est Mirella? — Sarah perguntou para Amber — Je n’ai jamais aimé cette fille! Pour ces raisons et d’autres, je déteste Beauxbatons!

O Golden Trio olhou para Sarah sem entender uma palavra. Era fácil esquecer que ela viera daquela escola, cheia de gente metida como Mirella Giovannardi.

— Traduz, por favor? — pediu Rony, enquanto Dumbledore ainda falava e Hermione lhe lançava um olhar repreensor.

— Eu disse que nunca gostei dessa garota e que por esses e outros motivos odeio Beauxbatons — explicou Sarah.

— O problema não é Beauxbatons. São os estudantes de Beauxbatons — disse Amber

— Calem a boca! Eu quero ouvir! — mandou Hermione.

Mas nesse momento, Dumbledore parou de falar e as travessas diante deles se encheram de comida.

— O que ele disse? — perguntou Amber para Harry, esquivando do olhar cortante de Hermione.

— Apenas que o torneio será oficialmente aberto no fim do jantar — respondeu Harry.

Na mesa havia, além da comida normal de Hogwarts, comidas estrangeiras. Rony estranhou a travessa de Boujilabaisse e olhou para Amber como se ela fosse louca enquanto ela colocava aquilo no prato.

Então, Mirella se aproximou da mesa.

— Com licença, vocês von querrer a boujilabaisse? — perguntou.

Rony deixou a boca entreaberta, maravilhado com a beleza da garota.

— Si... — começou Sarah, irritada. Não queria realmente a comida, apenas que a garota sumisse da frente dela.

— Pode levar, Mirella — interrompeu Amber, antes que Sarah começasse uma discussão.

Merci, Ambrre — Mirella respondeu levando a travessa para a mesa da Ravenclaw, aparentemente não tinha naquela mesa.

— Por que foi educada com ela? — perguntou Sarah — Ela é uma idiota!

— Sou educada com todo mundo, não importa o quão “idiota” a pessoa seja.

— Snape é um exemplo? — soltou Harry, fazendo Amber dar de ombros.

— Aquela garota nunca acerta o seu nome! — protestou Sarah e logo imitou o sotaque — “Ambrre”.

— É “Amber” em francês. Não pode obriga-las a falar um nome que não sabem falar.

Sarah deu de ombros sem se dar por vencida. No meio do jantar, na hora em que Hagrid entrou no Salão Principal e se sentou na mesa dos professores, mais uma aluna de Beauxbatons se levantou e se dirigiu para a mesa da Gryffindor.

Je vais tuer vous deux! — rosnou Fleur para Sarah e Amber, o que deixou Harry e Hermione alarmados — Pourquoi êtes-ce qui vous a inventé pour etrê expulsé? — perguntou falando muito rápido.

— Vous savez que je n’ai jamais aimé cette école! — disse Sarah na defensiva.

Et qu’il laisse moi et Antoine sans nouvelles? — perguntou com a expressão magoada.

Désolé, j’ai complètement oublié! — disse Sarah.

Grand ami que tu es!

Fleur, comprendre! Tout est passé si soudainement! — disse Amber — Faire des Erreurs lorsque nous écrivons pour vous deux. Vous nous pardonnez?

Penser! — disse Fleur autoritária, de braços cruzados.

Fleur, s’il vous plaît! — disse Sarah — Nous il n’a pas fait exprès! Vous savez que nous ne ferions jamais qui!

Nous vous manquez! — completou Amber.

Il était étrange d’arpenter les couloirs de Beauxbatons et n’entendre aucun bruit d’explosion — disse Fleur com um sorriso brincando nos lábios.

Amber tentou conter um sorriso e Sarah fez cara de séria.

— Très drôle! — riu sarcasticamente.

— Vous n’êtes pas celui qui dit toujours que nous devrions nous amuser? Je vais mieux avant que madame Maxime me traîner par l’oreille à la table. Je ne comprends pas! C’est ne pas de parler avec d’autres écoles?

— Eh bien, elle me déteste!

— Avec motifs. Nous parlons! Je transmettrai le message à Antoine — se despediu Fleur.

Todos em volta ficaram observando como Amber e Sarah voltavam a comer como se nada tivesse acontecido. Harry e Hermione ainda com as mãos próximas dos bolsos, perto de onde guardavam as varinhas. Ginny quem teve a coragem de se aproximar.

— Não entendi uma palavra do que vocês disseram — comentou se sentando ao lado de Sarah.

— Ela veio tirar satisfação porque não contamos nem a ela e nem a Antoine que eu tinha sido expulsa... — começou Sarah.

— Expulsa? — interrompeu Hermione — Pensei que tivessem sido transferidas.

— Eu fui — disse Amber.

— Quem é Antoine? — perguntou Ginny com uma cara insinuante.

— Nosso amigo. Por que? Não pode? — disse Amber.

Ginny levantou as mãos em sinal de rendição.

— Então, ela ficou magoada e veio tirar satisfação. Tivemos que explicar a ela a situação e, no fim, ela fez um comentário me lembrando o quanto madame Maxime me odeia e que a escola estava silenciosa sem minhas explosões — continuou Sarah fazendo o trio e Ginny rirem — Aliás, onde se meteram aqueles dois? —perguntou procurando Fred e George pela mesa da Gryffindor.

— Devem estar aprontando alguma! — disse Ginny fazendo pouco caso.

— E não me chamaram? — exclamou Sarah indignada — Se eles realmente fizeram isso, vão se ver comigo!

Depois, Sarah localizou Fred e George um pouco distantes, sentados com Angelina, o garoto no qual Amber esbarrara mais cedo e mais algumas pessoas.

— Aquele não é o garoto que você esbarrou hoje? — Sarah perguntou indiscretamente para Amber.

— Quem? O Oliver? — perguntou Amber olhando onde Sarah olhava — É, é ele sim.

Não puderam conversar mais, pois os pratos e travessas logo foram limpos e Dumbledore se levantou mais uma vez.

— Chegou o momento — disse Dumbledore, sorrindo misteriosamente para todos no Salão — O Triwizard Tournament vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio...

Amber balançou a cabeça. “The Goblet Of Fire”. Ela havia lido sobre isso em algum dos milhares de livros que já leu na biblioteca de Beauxbatons. A bibliotecária era Charlotte Laurie e se tornaram grandes amigas durante as tantas tardes na biblioteca (Charlotte tinha em torno de 20 anos de idade).

— Apenas para esclarecer as regras que vigorarão este ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.

Sarah, Fred e George trocaram um olhar de compreensão meio sombrio.

— Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Triwizard Tournament e se juntarão a mim, ao Prof. Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões.

Os alunos pareceram prestar maior atenção assim que a palavra “campeões” foi pronunciada. Dumbledore pareceu notar a mudança, pois sorriu e disse:

— O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.

Filch se aproximou de Dumbledore com uma arca de madeira.

— As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman — disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a arca cuidadosamente na mesa em frente ao diretor — e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverão três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo.

O salão mergulhou em silêncio absoluto. Ninguém parecia estar respirando.

— Como todos sabem, três campeões competem no torneio. Um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada umas das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Triwizard Cup. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... O Goblet Of Fire.

Dumbledore puxou sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio. A tampa se abriu lentamente e Dumbledore retirou o cálice de dentro da caixa. Era um cálice normal, exceto pelas chamas branco-azuladas dançantes. Fechou o escrínio e depositou o cálice em cima da mesma, mantendo visível a todos.

— Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e deposita-lo no cálice. Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa do Dia das Bruxas, — Amber se mexeu desconfortável à menção da data — o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir. Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação traçarei uma linha etária em volta do Goblet of Fire depois que ele for colocado no saguão — Amber respirou aliviada — Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha — os gêmeos não se abalaram, dariam seu jeito — E, finalmente, gostaria de incutir nos que querem competir, que ninguém deve se inscrever neste torneio levianamente. Uma vez escolhido pelo Goblet of Fire, o campeão ficará obrigado a prosseguir até o final do torneio — Amber sentiu um tremor involuntário — Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de ideia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice. Agora, acho que já está na hora de irmos nos deitar. Boa noite a todos.

— Uma linha etária! — disse Fred com os olhos brilhando.

— Isso pode ser resolvido com uma Poção para envelhecer — disse George.

— Eu duvido que alguém abaixo de dezessete anos terá a menor chance. Ainda não aprendemos o suficiente — contestou Hermione.

— Fale por você — disse George rispidamente — Vai tentar entrar, não vai, Harry?

— É claro que não! — Amber exclamou imediatamente — Ele tem juízo!

Hermione franziu o cenho para Amber, estranhada. Já Harry estava pensando sobre a possibilidade, não que ele fosse mesmo se inscrever.

— E, realmente, acho bom você não se meter nessa, Sarah — disse Amber, para desviar o foco de Hermione.

— O que a faz pensar isso? — perguntou Sarah inocentemente.

— Eu te conheço desde que você nasceu! Não tente me enrolar!

Amber e Sarah continuaram discutindo enquanto Harry deixava Karkaroff passar e este último percebeu que o Harry era o Harry Potter. Moody conseguiu fazer os alunos de Durmstrang pararem de atrapalhar o tráfego para olhar a cicatriz do Harry.

— Essa gente não tem educação, não? — reclamou Amber.

Sarah deu um beliscão no braço de Amber, como que dizendo “Idiota! Está sendo óbvia demais”. Mas, dessa vez, Hermione não pareceu achar estranho e até concordou com a cabeça.

— Vocês são as únicas que conhecemos que não reagiram assim — disse Hermione.

— Vocês já reagiram assim? — perguntou Amber fazendo Hermione e Rony corarem.

Amber balançou a cabeça.

Como o dia seguinte era sábado, normalmente a maioria dos estudantes teria tomado o café da manhã mais tarde. Nem Sarah seguiu essa regra, o que, realmente, foi um choque para Amber.

Assim que se arrumaram, Ginny, Sarah e Amber foram para o Salão Principal encontrando com Harry, Rony e Hermione, que estavam conversando com Fred, George e Lee.

— Conseguiram? — Sarah perguntou extasiada.

— Conseguimos! Só precisamos envelhecer alguns meses... Se um de nós ganhar, divide o prêmio com os outros dois — disse Fred sorrindo largamente.

— Não tenho muita certeza se isso vai dar certo. Tenho certeza de que Dumbledore terá pensado nessa possibilidade — disse Hermione e Amber concordou abertamente, mas os garotos lhes ignoraram.

Fred foi direto para a linha e atravessou-a. Por um momento, pareceu ter dado certo. George correu atrás de Fred comemorando, mas no momento seguinte, os gêmeos foram arremessados para o chão com barbas.

Todos começaram a gargalhar. Até Fred e George riram da situação.

— Eu avisei a vocês — disse uma voz grave e risonha, Dumbledore. Ele examinou os gêmeos, com os olhos cintilando — Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey. Ela já está cuidando da Srtª Fawcett da Ravenclaw e do Sr. Summers da Hufflepuff, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.

Fred e George foram para a ala hospitalar acompanhados por Lee e Sarah, que tropeçavam a cada passo que dava pelas risadas.

Amber, sem opções, seguiu Harry, Hermione e Rony às gargalhadas para tomar café da manhã.

Quando seus olhos estavam passando pela mesa da Gryffindor, ela localizou Oliver que acenou. Ela acenou de volta e se sentou ao lado de Hermione.

As pessoas estavam aplaudindo no saguão de entrada, uma Angelina Johnson sorrindo encabulada. Ela se sentou do lado de Sarah.

— Está feito! Depositei meu nome! — anunciou.

— Está brincando! — disse Rony.

— Então você já fez dezessete? — perguntou Harry.

— Claro que sim. Você está vendo alguma barba? — respondeu Rony.

— Sarah vai gostar de saber que é possível uma aluna da Gryffindor ser selecionada — comentou Amber timidamente.

— Espero sinceramente que você seja escolhida, Angelina — disse Hermione.

— Obrigada, Hermione — agradeceu Angelina, sorrindo para ela e se virando para Amber — Você e a Sarah estavam no Expresso de Hogwarts com Fred e George, não? São as alunas transferidas de Beauxbatons?

— Somos... É verdade que você joga no time de quidditch da Gryffindor? — Amber começou a puxar assunto.

E elas começaram a conversar sobre quidditch, depois falaram sobre como Sarah, Fred e George davam trabalho. Tão concentradas no assunto que nem perceberam a saída do Trio.

— Vamos visitar Hagrid, quer ir conosco? — perguntou Hermione, voltando depois de alguns minutos.

— Eu não sei — disse Amber insegura — Eu não sou muito amiga dele como vocês.

— Bobagem! Vem com a gente! — disse Hermione, tentando convence-la.

— Está bem — disse, por fim — Até mais, Angelina!

— Até! — Angelina sorriu, voltando-se para seu prato.

Então elas saíram do salão principal onde Rony e Harry aguardavam nas portas de Hogwarts.

— Toda essa demora só para pegar a... — começou Rony, mas parou de falar ao perceber a presença de Amber — O que ela está fazendo aqui?

— Rony! — Hermione o repreendeu — Convidei-a para ir conosco ver Hagrid. Tenho certeza de que ele não vai se importar.

Eles desceram os degraus de pedra.

— O que é essa caixa, Hermione? — perguntou Amber.

— Aquele negócio do fale — respondeu Rony.

— É F.A.L.E — corrigiu Hermione irritada.

— Aquilo dos elfos domésticos? — perguntou Amber.

— Exatamente! — respondeu Hermione.

Eles se aproximaram da cabana de Hagrid e Harry bateu na porta, recebendo os latidos de Fang como resposta.

— Até que enfim! — Hagrid saudou-os abrindo a porta — Achei que vocês tinham esquecido onde eu morava.

Fang conseguiu escapar pela beirada da porta e pulou em Amber que caiu pelo peso do cachorro. Então, ele começou a lamber o rosto dela enquanto a mesma gargalhava, afagando as orelhas do cão.

Hermione, Rony e Hagrid começaram uma conversa sobre os Explosivins enquanto Harry observava Fang e Amber. Então, quando Hagrid ia convida-los para entrar percebeu que Fang havia escapado para fora da cabana e que Amber também estava presente.

— Espero que não se importe, Hagrid — apressou-se a explicar Hermione — Convidamos a Amber para vir conosco.

— Alguém tira esse cachorro de cima de mim? — perguntou Amber rindo.

— Fang! — chamou Hagrid, fazendo o cão sair de cima de Amber e entrar na cabana.

Hermione estendeu uma mão, ajudando-a a se levantar.

— Ele te babou inteira! — riu Harry.

— Eu gosto de cachorro — Amber deu de ombros — Talvez seja a convivência com a Sarah.

Rony começou a gargalhar, enquanto Hermione e Harry olhavam divertidos para ela que logo percebeu o que tinha dito.

— Não! Eu não chamei de cadela! — Amber se defendeu — Eu só disse que ela gosta de cachorros.

— Amber, não está dando certo! — disse Rony rindo.

Amber deu um soco leve no braço de Rony.

— Idiota! — ela disse sorrindo.

Logo, estavam os quatro na cabana de Hagrid que observava minuciosamente a Amber.

Os garotos acabaram almoçando com Hagrid, embora não comessem muito. Se divertiram tentando fazer Hagrid contar quais seriam as tarefas do torneio.

Uma chuva leve começara a cair lá pelo meio da tarde; foi muito gostoso sentarem ao pé da lareira e escutar as gotas de chuva tamborilando de leve na janela, vendo Hagrid discutir com Hermione sobre os elfos domésticos.

Amber não gostava do jeito que os elfos eram tratados, mas tinha que concordar com Hagrid: os elfos gostavam de serem tratados dessa maneira.

— Mas, Harry libertou o Dobby e ele foi à lua de tanta felicidade! — argumentou Hermione — E ouvimos dizer que ele está exigindo salário agora!

— Quem é Dobby? — perguntou Amber desviando o olhar da janela.

— Um elfo que tentou matar o Harry — disse Rony sem pensar.

— O que?

Hermione lançou um olhar de repreensão para Rony.

— Não é bem assim, Amber. Depois te explicamos, é uma longa história! — disse Hermione.

— Tudo bem, tem aberrações em toda espécie da natureza —disse Hagrid para Hermione — Não estou dizendo que não haja elfo esquisito que aceite a liberdade, mas você jamais convenceria a maioria deles a concordar com isso, não, nada feito, Hermione.

Hermione guardou a caixa no bolso da capa, contrariada.

Às cinco horas, quando começou a escurecer, Hermione, Harry, Rony e Amber decidiram que já era hora de voltarem ao castelo para a festa do dia das bruxas.

O que aconteceu a seguir foi completamente bizarro. Hagrid, que já não bastava ter penteado o cabelo e estar com terno, passou um perfume de cheiro extremamente horrível. Depois, envergonhado, decidiu que passara demais e que iria tirar, então foi para fora se lavar no barril de água. Quando Madame Maxime passou, Hagrid ficou mais vermelho ainda e acompanhou ela e os alunos de Beauxbatons ao castelo, esquecendo-se do quarteto.

— Ele está caído por ela — comentou Rony incrédulo — Bom, se eles tiverem filhos, vão marcar um recorde mundial, aposto como um bebê deles iria pesar uma tonelada.

— Aposto como Madame Maxime está se aproveitando do conhecimento de Hagrid sobre as tarefas do Triwizard Tournament para passar as informações para o campeão de Beauxbatons — disse Amber, enquanto eles saíam da cabana e fechavam a porta — Imagino como Sarah vai ficar chocada quando ver. Aliás, será que a barba de Fred e George já sumiu?

— Imagino que sim — respondeu Harry.

— Por que Hagrid te olhou tão chocado quando Fang te derrubou mais cedo? — perguntou Hermione.

— Eu não sei — mentiu Amber puxando a capa para mais perto do corpo — Eu realmente gostei de Hagrid. Ele é bem simpático! Quem o olha de longe pensa que ele é meio assustador...

— Se desconsiderar sua paixão por esses animais perigosos — disse Hermione contrariada. Se era pela falta de resposta ou pelas manias de Hagrid, Amber não saberia dizer.

Enquanto isso, Rony e Harry observavam os alunos da delegação de Durmstrang, mais a frente, entrando no castelo. Especialmente Krum.

Quando os quatro entraram, o salão estava quase cheio. Fred e George, sem as barbas, pareceram ter aceitado o desapontamento muito bem.

— Espero que seja Angelina — disse Fred quando os quatro se sentaram.

— Eu também — disse Hermione sem fôlego — Bom, vamos saber daqui a pouco!

— Onde está a Sarah? — perguntou Amber olhando em volta.

— A última vez que a vimos estava com a nossa irmã — disse George dando de ombros.

Não demorou muito para que as duas aparecessem.

— Imbecil! Onde você esteve a tarde inteira? Não apareceu nem para a hora do almoço! — disse Sarah indignada.

— Você não sabe o que vimos hoje! — disse Amber.

— O que?

— Estávamos nós quatro na cabana de Hagrid.

— Estiveram lá a tarde inteira? — perguntou Sarah antes de tomar um gole do seu suco de abóbora.

— Sim. Hagrid está gostando da Madame Maxime — Sarah cuspiu o suco.

— O que? — perguntou chocada.

— Que droga, Sarah! — resmungou Fred, limpando o rosto com um guardanapo de pano — Você cuspiu em mim!

— Desculpe, Fred! É o choque!

George riu da cara indignada do gêmeo.

— Aliás, até agora nós não aprontamos nada! — disse Sarah, mudando de chocada para impaciente.

— Tenha paciência, cara pupila! — disse George com voz sábia e calma.

— Querido, eu sou filha de um marauder. Certamente não sou aprendiz — murmurou Sarah sem pensar.

Amber chutou Sarah por baixo da mesa e Fred e George se olharam chocados. Ela olhou discretamente para o lado e sentiu-se aliviada ao perceber que o Trio não estava nem prestando atenção neles.

— Vai ter que explicar essa história depois! — murmurou George.

Sarah deu um sorriso amarelo para Amber que bufou impaciente. “Se continuarmos nesse ritmo, a escola inteira saberá em menos de um mês!”.

Todos estavam impacientes para o anúncio dos campeões e desinteressados no banquete.

Ao que pareceu um ano depois, os pratos voltaram ao estado de limpeza inicial e todos se calaram quando Dumbledore se ergueu. Deu para perceber a tensão no salão.

“Não estou com um bom pressentimento” pensou Amber “Vai acontecer alguma coisa!”

— Bom, o Goblet of Fire está quase pronto para decidir — disse Dumbledore — Estimo que só precise de mais um minuto. Agora, quando os nomes dos campeões forem chamados, eu pediria que eles viessem até este lado do salão, passassem diante da mesa dos professores e entrassem na câmara ao lado, — ele indicou a porta atrás da mesa — onde receberão as primeiras instruções.

Então ele puxou a varinha e fez um gesto amplo, apagando todas as velas do salão. Deixando o mesmo iluminado apenas pela luz que vinha do cálice.

— A qualquer segundo agora — sussurrou Lee Jordan.

As chamas dentro do Cálice começaram a se avermelhar e a soltar faíscas. No momento seguinte, o cálice expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado.

Dumbledore apanhou o pedaço de pergaminho e segurou-o à distância do braço, de modo a poder lê-lo à luz das chamas, que voltaram a ficar branco-azuladas.

— O campeão de Durmstrang — leu ele em alto e bom som — será Viktor Krum.

Uma tempestade de aplausos e vivas percorreu o salão. Viktor levantou da mesa da Slytherin, passou diante a mesa dos professores e desapareceu pela porta. Karkaroff comemorou tão bem que Amber ficou indignada pelo favoritismo que ele tinha por um jogador de quidditch famoso. Mesmo que gostasse muito de quidditch não aprovava essa atitude.

Logo, o cálice voltou a se avermelhar e um segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele para as mãos de Dumbledore, lançado pelas chamas.

— O campeão de Beauxbatons é Fleur Delacour!

— Vai, Fleur! — gritou Sarah aplaudindo animadamente.

Fleur não conseguiu escuta-la pelo barulho, logo desapareceu pela mesma direção que Krum.

O processo se seguiu novamente:

— O campeão de Hogwarts — anunciou Dumbledore — É Cedric Diggory.

O estardalhaço que dominou da mesa da Hufflepuff foi extremamente alto e duradouro. Cedric seguiu pelos alunos com um enorme sorriso no rosto e, logo, desapareceu atrás da mesa dos professores, assim como os outros.

Levou um tempo até que Dumbledore pudesse se fazer ouvir novamente.

— Excelente! — exclamou feliz, quando o tumulto serenou — Muito bem, agora temos os nossos três campeões. Estou certo de que posso contar com todos, inclusive com os demais alunos de Beauxbatons e Durmstrang, para oferecer aos nossos campeões todo o apoio que puderem. Torcendo pelos seus campeões, vocês contribuirão de maneira muito real...

Dumbledore parou inesperadamente de falar, e tornou-se óbvio para todos o que o distraíra.

O fogo no cálice acabara de se avermelhar outra vez.

Amber sentiu seu coração acelerar. “Eu sabia! Meu mal pressentimento de mais cedo”

Com um gesto aparentemente automático, Dumbledore estendeu a mão e apanhou o pergaminho. Ergueu-o e seus olhos arregalaram para o nome que viu escrito.

Houve uma longa pausa, durante a qual o bruxo mirou o pergaminho em suas mãos e todos no salão fixaram o olhar em Dumbledore. Ele pigarreou e leu:

— Harry Potter!


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Notas finais do capítulo

- Na verdade, quem dá a risada debochada é Fleur, mas eu modifiquei para Mirella.
— Charlotte Laurie é personagem de um fórum de RPG de Harry Potter.
11 páginas de capítulo :p