Laços de Guerra - 1ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 6
Capítulo 5 - As Maldições Imperdoáveis


Notas iniciais do capítulo

Capítulo betado em: 17/07/2015.
Trecho adicionado ao texto original.



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4 de Setembro de 1994

Depois da briga com Malfoy e Crabbe e a primeira conversa (mesmo que indireta) com Harry, Amber respondera a carta de Marlene avisando em que casa caíram, mas ocultando o fato da discussão com os Slytherin.

Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que considerasse o sexto caldeirão derretido por Neville na aula de Poções. Snape, surpreendentemente, não tentara humilhar Amber mesmo sabendo de seu parentesco com Harry (alguns professores como McGonagall e Snape haviam sido avisados). Amber tinha a impressão de que ele a ignorava, mas não reclamava.

Mas nem Neville nem Sarah tiveram a mesma sorte. Snape implicou desde o primeiro instante com Sarah e ela respondera do seu jeito marauder, levando detenção junto com Neville.

Sarah aceitara numa boa a detenção e levou isso como oportunidade para infernizar Snape. Dez minutos depois, Sarah saiu da detenção de uma hora e Amber não precisou nem perguntar para saber o motivo. Já Neville, voltou uma hora depois com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas.

Os alunos da quarta série da Gryffindor (com exceção de Amber) estavam tão ansioso para ter a primeira aula com Moody que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala, antes mesmo da sineta tocar.

A única pessoa ausente foi Hermione, que chegou no último instante para a aula.

Amber se sentou em uma das cadeiras do meio. Nesses momentos em que ela esperava o começo das aulas se sentia meio solitária, sem ninguém para conversar já que tanto Sarah quanto Ginny são do terceiro ano e não se sentia muito confiante para se aproximar do “The Golden Trio”.

Mas Amber não teve que esperar muito, pois logo ouviram os passos sincopados de Moody. Ele entrou na sala parecendo mais estranho e amedrontador que nunca.

— Podem guardar isso, — rosnou ele, se sentando na cadeira do professor — esses livros. Não vão precisar deles.

Amber percebeu que os alunos tinham um ar excitado ao guardar os seus livros, mas ela tinha certa hesitação ao guarda-lo na mochila. Moody fez a chamada normalmente com seu olho normal olhando a lista e o olho mágico fixando-se em cada aluno quando ele respondia. Amber teve a impressão de que Moody a olhou com desconfiança, mas ele logo chamou o próximo nome então ela não saberia responder. (N/A: Irei descrever essa aula porque ela é meio que importante)

— Certo, então — ele começou, quando o último nome foi chamado — Tenho uma carta do Prof. Lupin - Amber abaixou a cabeça ligeiramente para esconder a sua surpresa — sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?

Houve um murmúrio geral de concordância.

— Mas estão atrasados, muito atrasados em maldições — disse Moody rapidamente — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...

— Que? O senhor não vai ficar? — perguntou Rony acidentalmente.

Rony ficou tenso quando o olho mágico de Moody fixou-se nele, mas logo ficou aliviado quando o professor sorriu.

— Você deve ser o filho de Arthur Weasley? — disse Moody— Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... É, vou ficar apenas este ano. Um favor especial a Dumbledore... Um ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.

“Mais um professor que entra e sai em DADA” pensou Amber.

— Então... Vamos direto ao assunto. Maldições. Elas tem variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara tem as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano — Amber concordava silenciosamente — Até lá, o Ministério acha que vocês não tem idade para lidar com elas. Mas o Prof. Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprende-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor — Amber foi obrigada a concordar sob esse ponto de vista — Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lança-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes.

Então, Moody deu uma bronca em Lavender que estivera mostrando a Parvati um horóscopo. Aparentemente, o olho podia ver através da madeira também.

— Então... algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?

Vários braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Rony, Hermione e Amber (as últimas duas que não conseguiam ficar sem responder uma pergunta).

— Hum... — disse Rony sem muita convicção — Meu pai me falou de uma... Chamada Maldição Imperius ou coisa assim?

— Ah, sim — disse Moody satisfeito — Seu pai conheceria essa. Certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

Moody abriu uma gaveta da escrivaninha e retirou um frasco de vidro que continham três enormes aranhas pretas.

Amber tentou disfarçar o estremecimento e Rony se encolheu ligeiramente na cadeira.

Moody apanhou a aranha, segurou-a na palma da mão (para que todos a vissem), apontou a varinha para ela e murmurou “Imperio” e fez a aranha começar a sapatear. Isso fez com que todos, menos Hermione e Amber, rissem. Moody explicou mais um pouco sobre a maldição e fez todos pararem de rir instantaneamente. Amber olhou para a janela incomodada.

— Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal?

As mãos de Hermione e Amber tornaram a se erguer junto com a de Neville, o que pareceu surpreender os outros alunos.

— Qual? — perguntou Moody à Neville.

— Tem uma, a Maldição Cruciatus — disse Neville fracamente.

Amber sentiu o seu rosto esquentar indicando que os seus olhos começariam a lacrimejar a qualquer instante.

— O seu nome é Longbottom? — perguntou Moody e Neville confirmou com a cabeça.

Moody pegou outra aranha e a colocou na escrivaninha. Começou a explicar sobre a maldição, mas Amber olhava pela janela sem dar ouvidos, tentando de tudo não chorar. Sentiu Neville, ao seu lado, agarrar a carteira, com os nós dos dedos brancos, e arregalar os olhos enquanto só se ouvia o som da aranha sendo torturada.

Amber não encontrou sua voz para mandar o professor parar com aquilo, mas Hermione lhe fez esse favor:

— Pare! — gritou Hermione olhando para Neville.

Isso chamou a atenção de Moody que logo pôs a aranha de volta no vidro. O professor explicou sobre essa também e perguntou novamente:

— Certo... mais alguém conhece alguma outra? — perguntou.

Algumas lágrimas desceram pelo rosto de Amber, isso pareceu chamar a atenção de Moody que, antes que Hermione tivesse tempo para erguer a mão trêmula novamente, disse:

— Senhorita Evans? — chamou — Pode nos dizer a última?

Amber abaixou o seu rosto, sentindo mais lágrimas descerem pelo seu rosto, enquanto sentia o olhar dos seus colegas a observando.

— Maldição da Morte — sussurrou como pôde.

Moody tirou mais uma aranha do frasco, que tentava escapar como se soubesse o que lhe aconteceria, mas Moody a pegou de volta e gritou:

— Avada Kedavra!

A aranha caiu morta. Várias alunas abafaram gritos e Rony se atirou ainda mais para trás, quando a aranha escorregou em sua direção.

Moody continuou a aula normalmente enquanto Neville continuava estático e Amber olhava para baixo chorando.

Um homem de cabelos negros bagunçados e olhos castanhos escondidos por trás de óculos quadrados segurava uma bebê de pequenos fios ruivos e brilhantes olhos verdes, os dois gargalhavam como se tivessem escutado algum tipo de piada. Uma mulher ruiva e de olhos verdes, parecida com a bebê, sorria carinhosamente enquanto observava essa cena.

— James, querido, está tarde — ela disse, aproximando-se dos dois e pegando a bebê dos braços dele — Ela precisa dormir.

— Só mais um pouco, Lily — reclamou James.

— Fique com Harry enquanto eu a levo para o quarto — ordenou Lily, finalizando a discussão.

A última coisa que Amber se lembrava, era do rosto de sua mãe sorrindo carinhosamente, seus olhos verdes brilhando, enquanto a colocava no berço para dormir.

— Descanse, minha menina — sussurrou Lily, antes de desligar a luz do quarto e fechar a porta.

Quando acordou novamente, não era sua mãe quem lhe observava. Era sua madrinha enquanto as lágrimas escorriam pela sua bochecha.

A sineta tocou, fazendo-a acordar bruscamente de sua lembrança. Ouviu-se o som de cadeiras se movendo e os alunos guardavam os materiais na mochila. Ela largou a pena e levou suas mãos ao rosto, limpando as lágrimas. Deu mais uma fungada antes de jogar o material dentro da mochila e sair junto com os outros alunos.

Todos falavam da aula como se tivesse sido um espetáculo fantástico, mas porque eles não tinham perdido nenhum parente para nenhuma dessas maldições.

Neville saiu na frente e se encostou na parede chocado. Amber pensou em falar com ele, já que sabia sobre Alice e Frank Longbottom, mas nunca havia dirigido a palavra a ele, mal o conhecia e mal conseguia controlar o seu choro agora que a aula havia acabado.

“Que legal!” pensou amargamente “Parece que eu só sei chorar. Primeiro em 2 de Setembro quando Malfoy me fez perder a paciência e agora isso”.

Ela viu Hermione se aproximar de Neville e falar com ele. Logo depois, Moody se aproximou de Neville e o chamou para o acompanhar.

— Você está bem, Evans? — perguntou ao passar por ela.

Amber simplesmente acenou com a cabeça olhando para um ponto qualquer. Então, Moody e Neville andaram de volta para a sala de aula.

— Amber? — chamou Hermione — Está tudo bem com você?

Amber novamente acenou com a cabeça.

— Vem, você precisa lavar esse rosto — disse Hermione, a puxando delicadamente — Harry, Rony vão indo para o Salão Principal. Encontro vocês lá!

Então, Hermione ajudou Amber a lavar o rosto (depois de mais um ataque de choro) e conseguiu diminuir um pouco o inchaço dos olhos dela. Logo, elas seguiram para o Salão Principal.

— Parece que só sei chorar, não é? — Amber deu uma risada seca.

— Você teve seus motivos. A aula foi bem perturbadora mesmo — disse Hermione.

— Mas eu já chorei há 2 dias atrás por causa do Malfoy.

— Aquelas foram lágrimas de raiva. Acontece! Malfoy é um idiota, não dê ouvidos a ele.

Amber acenou com a cabeça e sentou-se junto com Sarah e Ginny, que estavam sentadas próximas de Harry e Rony. Novamente, Hermione comeu rapidamente e saiu do Salão Principal.

Quando o jantar acabou, todos voltaram para o Salão Comunal. Neville estava mais calmo lendo um livro de Herbology. Sarah começava a fazer desesperadamente um dever que era para ser entregue no dia seguinte, mas que por preguiça, ela não fizera até aquele momento. E tentava desesperadamente conseguir uma ajuda de Amber que estava implacável naquele dia. No final, conseguiu fazer o dever com um pouco da ajuda de Ginny.

Amber, que estava com os deveres em dia, abriu um livro para começar a ler. Uma carta caiu de dentro do livro e isso fez ela se lembrar do seu conteúdo.

— Ah! Sarah! — chamou Amber.

— O que é? — perguntou Sarah, sem desviar o olhar do pergaminho.

— Esqueci de te mostrar a carta que a sua mãe mandou — ela colocou a carta na mesa, do lado do pergaminho em que Sarah escrevia.

— Quando foi isso?

— 2 dias atrás. Desculpe! Muita coisa na cabeça...

— Já respondeu?

— Já.

Ginny então resolveu puxar assunto com as duas:

— O que aconteceu que você chegou com os olhos vermelhos no Salão Principal hoje? — perguntou, cautelosamente.

— Aula com o Moody... Maldições Imperdoáveis — Amber respondeu vagamente.

— Foi legal? — perguntou Sarah, não entendendo que ela não queria falar no assunto.

Ginny lançou um olhar de “cala a boca” para ela e Amber não se deu ao trabalho de responder.

Depois de um tempo, o Salão Comunal começou a esvaziar e tanto Ginny quanto Amber decidiram que já era a hora de irem dormir. Então, só ficaram Sarah, Harry, Rony e os gêmeos. Sarah percebeu que os gêmeos estavam amontoados juntos, escondendo um pergaminho da vista de todos.

— Fred? George? — perguntou se aproximando e os assustando, fazendo-os esconderem o pergaminho, apressados.

— Olá! Você sumiu hoje — disse George naturalmente.

— O que estão escondendo? — perguntou desconfiada, com os braços cruzados, sentando-se ao lado deles.

— Nada — responderam juntos.

— Que pergaminho era aquele?

— Que pergaminho?

— No qual vocês estavam escrevendo.

— Não temos ideia do que você está falando!

— Tá bom... Se quiserem ficar escondendo as coisas de mim. Mas não se esqueçam: eu sempre descubro tudo — fez menção de levantar, mas Fred puxou o seu braço.

— Tá bem! Tá bem! Mas você não pode contar para ninguém — disse Fred impaciente.

Sarah levantou uma sobrancelha, indicando que estava escutando. Eles começaram a conversar em cochichos para que nem Harry nem Rony escutassem:

— Eu e Fred fomos a Copa Mundial de Quidditch esse ano — George começou a contar.

— Sortudos — resmunga Sarah.

— Apostamos com Ludo Bagman que a Irlanda ia ganhar, mas Krum capturaria o Golden Snitch. Mas, ele nos pagou com ouro de leprechaun.

— Ouro de leprechaun desaparece depois de um tempo, não é mesmo?

— Exatamente!

— Não foi um engano?

— É isso o que queremos saber... Por isso estamos escrevendo essa carta. Mas, do jeito que estamos a escrevendo, está parecendo mais uma acusação...

— Aliás, não conte para ninguém, ok? — reforçou Fred.

— Tudo bem... — respondeu Sarah, revirando os olhos.

Então os três ficaram tentando pensar em como escrever a carta para Bagman. Depois de um tempo, decidiram ir para os dormitórios. Sarah deu boa-noite aos gêmeos e foi para o seu quarto.

Amber se revirava na cama, sem conseguir dormir. Olhou para o relógio e viu que já estava tarde. Então, decidiu descer para o Salão Comunal para conversar um pouco mais com Sarah e, depois, a arrastar para o dormitório do 3º ano. Afastou o edredom e o cortinado da cama, pôs o chinelo e saiu do quarto. Ela estava nas escadas, quase descendo quando ouviu Hermione perguntando ofegante:

— Que é que ele diz? — perguntou.

Amber sabia que não devia escutar a conversa alheia, mas percebeu que Sarah não estava no Salão Comunal e a curiosidade, novamente, foi mais forte.

— Harry, estou viajando para o norte imediatamente. A notícia sobre a sua cicatriz é o último de uma série de acontecimentos estranhos que tem chegado aos meus ouvidos — Harry leu para Hermione e Rony.

“Cicatriz? O que aconteceu com a cicatriz? Quem é que escreveu essa carta?” Amber perguntou-se mentalmente

— Se ela tornar a doer, — Amber mordeu o lábio, preocupada — procure imediatamente Dumbledore. Dizem que ele tirou Mad-Eye Moody da aposentadoria, o que significa que tem identificado os sinais, mesmo que os outros não os vejam. Logo entrarei em contato com você. Dê minhas lembranças a Rony e Hermione. Fique de olhos abertos, Harry. Sirius.

Amber escorregou em uma meia jogada próxima a porta, esbarrando no vaso de flores que estava localizado ao lado, derrubando-o.

— O que foi isso? — ela ouviu Hermione perguntar alarmada.

A ruiva voltou correndo para o dormitório do 4º ano, a adrenalina percorrendo o seu corpo. Logo, se enfiou dentro da cama de dossel, ainda agitada.

Milhares de pensamentos cruzaram a sua cabeça e ela não conseguia torna-los coerentes. Hermione logo entrou no quarto e deitou na cama dela. Algum tempo depois, quando todas as suas colegas de quarto já estavam dormindo, ela decidiu escrever para Marlene.

Sentia muitas saudades da madrinha e um pouco de culpa por ter omitido o fato da briga com Malfoy e todo o resto. Então, ela sentou-se e pegou um pedaço de pergaminho, pena e tinta na mochila.

“Querida Marlene,

Preciso ser sincera quanto ao primeiro dia de aula: eu tive uma discussão com o Malfoy e nós trocamos alguns feitiços em pleno corredor.

Me desculpe, mas ele chamou a minha mãe daquela palavra e você sabe que eu não suporto que a chamem dessa maneira.

Sem contar que Malfoy tentou machucar o Harry. Eu só estava o protegendo.

Fora isso, teve a aula do professor Moody esta manhã (você já sabia que ele é professor de DADA?) e ele deu Maldições Imperdoáveis.

Fiquei um pouco incomodada com a aula... Você sabe o por que. Agora devem ser umas 3 horas da manhã e eu não consigo dormir... Sinto falta de você. E, mesmo que a Sarah não lhe escreva, sei que também sente. O fato de minha insônia eu não posso lhe contar por carta.

Bem, agora é melhor eu ir dormir.

Amber”

Amber dobrou o pergaminho e o escondeu embaixo do travesseiro, planejando ir ao corujal bem cedo no dia seguinte.


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