Laços de Guerra - 1ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 4
Capítulo 3 - McKinnon e Evans


Notas iniciais do capítulo

Betado em: 17/07/2015.



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1º de Setembro de 1994 - Expresso de Hogwarts.

— Quem são vocês? — perguntou um dos gêmeos.

— Não te interessa — respondeu Sarah, sorrindo debochadamente.

— Nunca as vimos em Hogwarts antes — insistiu o outro gêmeo, ignorando a resposta de Sarah.

— Agora já viram — disse Sarah, vendo a paisagem passar rapidamente.

— Tecnicamente, estamos no expresso de Hogwarts — retrucou o 1º gêmeo.

Sarah abriu e fechou a boca sem saber o que responder. Ela sabia que ter acordado cedo a deixaria de mal humor pelo resto do dia, mas aqueles garotos estavam sendo legais com ela. Por que não ser legal com eles? Parecia que só agora tinha caído a ficha de que estava indo para Hogwarts. Diante do silêncio de Sarah, Amber resolveu se manifestar:

— Quais são os seus nomes? — perguntou.

— Esse é o George e eu sou o Fred — disse o 1º gêmeo.

— Não, eu sou o Fred e você é o George — disse o 2º.

— Foi o que eu disse!

— Não! Você disse que seu nome era Fred

— Mas eu sou o Fred!

Sarah olhou divertida para a cena enquanto o outro garoto revirava os olhos. Era inegável que ele estava acostumado a esse tipo de discussão. Da primeira vez era engraçado, mas com o tempo se tornava cansativo.

— Meu nome é Lee Jordan — se apresentou — O da direita é o Fred, como ele disse, e o da esquerda é o George.

Fred e George pararam de discutir, olharam para Lee e falaram em uníssono:

— Estraga prazeres!

— Vocês fazem isso com todo mundo — reclamou Lee.

— Bem, já dissemos os nossos nomes. Quais são os seus? — perguntou George.

— Vocês não vão nos deixar em paz até falarmos, não é mesmo? — Sarah perguntou, aparentando estar entediada.

— Não — os três responderam juntos.

— Eu sou Sarah McKinnon e essa do meu lado é Amber Evans — apresentou Sarah.

— Por que nós nunca as vimos em Hogwarts? — voltou a perguntar George.

— É o nosso primeiro ano — respondeu Amber, distraída.

— Vocês não tem cara de primeiranistas — disse Fred, franzindo o cenho.

— E não somos primeiranistas — disse Sarah — Apenas é o nosso primeiro ano em Hogwarts, mas não é como se nunca tivéssemos estudado magia.

— Vieram de que escola, então? — perguntou Fred.

— Beauxbatons — respondeu Amber.

— Vocês não tem sotaque francês.

— Nascemos aqui, — respondeu Sarah — mas nos mudamos para a França.

Fred acenou com a cabeça, pensativo.

— Já ouvi seu sobrenome de algum lugar — disse olhando para a Sarah.

— É... Minha mãe disse que tínhamos parentes distantes aqui com o mesmo sobrenome. Ouvi falar que morreram durante a Guerra Bruxa — Sarah improvisou.

— Aliás, dissemos nossos sobrenomes, mas vocês dois não — observou Amber.

— Weasley — respondeu George.

Então, Amber se lembrou da matéria no Daily Prophet. Ela até sentiu uma familiaridade naqueles dois, mas não sabia de onde. Sarah pareceu pensar a mesma coisa, pois olhou de soslaio para Amber e voltou a observar a paisagem.

O tempo passou tão rápido que elas nem tinham percebido que estava anoitecendo. Em poucas horas estariam entrando em Hogwarts. A moça do carrinho de doces, a certa altura, passou e todos eles pediram vários doces que degustaram durante o restante da viagem.

Algum tempo depois, Sarah acabou caindo no sono enquanto Amber lia silenciosamente algum livro. História da magia, provavelmente. Quase 3 horas depois, uma garota de pele escura abriu a porta da cabine.

— Vocês ainda não se vestiram? — perguntou crítica.

— Não. Por que? — perguntou George.

— George, acorda! Já estamos chegando em Hogwarts! — disse a garota.

George de repente parecia ter levado um choque elétrico.

— Já? — perguntou Lee, assustado.

— O que seriam de vocês sem mim? — disse a garota saindo da cabine, enquanto revirava os olhos.

Amber, que escutara tudo o que a garota disse, começou a sacudir Sarah.

— Sarah, acorda — chamou.

— Só mais cinco minutinhos — ela resmungou.

— Sarah, precisamos nos trocar. Já estamos chegando em Hogwarts — Amber insistiu enquanto Fred, George e Lee saíam da cabine com as mudas no braço.

Sarah acordou assustada. Esfregou os olhos para acordar e olhou em volta como se não pudesse acreditar que tudo era real.

— Anda logo, Sarah! — disse Amber enquanto abria a mala, pegando uma muda de roupa e fechava a persiana da janela (aquela janela que tem na porta da cabine, até, porque, a janela mesmo não tinha cortina nem persiana).

As duas se trocaram em silêncio e voltaram a se sentar.

— Onde estão aqueles três? — perguntou Sarah já mais acordada.

— Saíram para que nos trocássemos, né — disse Amber e Sarah ficou envergonhada ao perceber o que disse.

— Oras, você me entendeu! — retrucou um pouco irritada.

— Não sei. De qualquer forma, estamos chegando em Hogwarts, eles já devem estar esperando para descer.

Mal Amber acabou de falar e o trem começou a diminuir a velocidade. Sarah olhou pela janela e gemeu.

— Vamos ter de atravessar o lago com esse tempo? — perguntou Sarah.

— Droga — Amber concordou, pegando um casaco na mala - Vamos perguntar a Hagrid se temos que ir com o pessoal do primeiro ano.

— Provavelmente — disse Sarah — Mas tenho esperança de que, com esse tempo, nós possamos ir com a carruagem.

— Isso me leva a outra pergunta... Vamos ser selecionadas junto com os alunos do primeiro ano? Na frente da escola toda?

— Não vai ter uma crise de timidez agora, né?

— Você sabe que não gosto de chamar a atenção

— Então se prepare porque podemos enganar os alunos, mas não os professores.

Amber sabia que Sarah estava certa, por isso ficou calada. As duas esperaram 2 minutos para os corredores darem uma brecha para elas saírem e, então, seguiram para fora. Assim que puseram os pés para fora do trem, sentiram mais frio do que já sentiram em uma noite chuvosa em Village D’Enchan-Loire. Amber colocou o casaco que tinha pegado na mala em cima de suas cabeças para tentar impedir a queda da chuva.

— Eu me arrependo de não ter trazido um guarda-chuva — diz Amber.

— Bem, não é nossa culpa. Não estava chovendo mais cedo — justificou Sarah, caminhando em direção ao gigante.

Hagrid, tradicionalmente, perguntou se todos estavam lá e seguiu para o lago com todos os alunos do primeiro ano. Algumas garotas cochichavam olhando para Amber e Sarah.

— Essa gente não tem mais o que fazer! — exclamou Sarah, propositalmente, olhando para um grupinho que desviou o olhar ao escutar o que ela disse.

Amber e Sarah se sentaram no barco com duas garotas desconhecidas. Se bem que, para elas, qualquer pessoa seria desconhecida, já que era o primeiro ano delas em Hogwarts.

— Se não morrermos de afogamento, morreremos de hipotermia — reclamou Sarah, esfregando os braços.

— Para de reclamar — pediu Amber.

Uma hora, um garotinho do primeiro ano caiu no lago, o que fez Sarah começar a rir e Hagrid parar a travessia para resgata-lo, mas a lula gigante o empurrou de volta para o barco. A partir daí, o garotinho ficou sentado ao lado de Hagrid, vestindo o seu casaco de toupeira.

Ao que pareceram horas depois, finalmente os barcos pararam perante Hogwarts. Todos os alunos do primeiro ano andaram o mais rápido possível para dentro de Hogwarts, no local indicado por Hagrid.

— Bem que tia Minnie podia ter feito uma excessão nessa chuva para irmos de carruagem — Sarah murmurou para Amber — Mas tenho que admitir que o garotinho caindo no lago foi engraçado.

Mal ela acabou de falar, a professora McGonagall desceu as escadas apressada.

— Desculpe o atraso, professora McGonagall — disse Hagrid — Tivemos uma travessia complicada.

— Não quero saber - McGonagall o cortou — Alunos do primeiro ano me sigam. E vocês duas também — acrescentou — Serão selecionadas depois dos alunos do primeiro ano.

A professora McGonagall saiu andando com os alunos atrás dela. Então, ela parou próxima ao Salão Principal para lhes dar o costumeiro discurso. Sarah não prestava atenção já que sua mãe já lhe contara tudo sobre Hogwarts, mas Amber, mesmo sabendo de tudo aquilo também, escutou a professora por educação.

O olhar da professora McGonagall se demorou ao olhar para Sarah e Amber, principalmente a última.

— Agora, me sigam — pediu professora McGonagall, entrando no Salão Principal

— Ótimo! Vou ser selecionada junto com um bando de pirralhos! — reclamou Sarah.

— Ela disse depois — contradisse Amber.

— Mas vou entrar no Salão Principal com um bando de pirralhos.

Professora McGonagall deve ter escutado porque logo se virou para as duas.

— Se quiserem ficar na porta esperando seus nomes serem chamados, fiquem a vontade — disse McGonagall, voltando a andar com os primeiranistas em seu encalço.

As duas se encostaram na parede. Quando todos os alunos do primeiro ano se alinharam, aquele garotinho que caiu no lago ergueu os polegares para um aluno da Gryffindor, que deveria ser o seu irmão, e disse encantado:

— Caí no lago!

Sarah segurou o riso com mais força do que antes e Amber lhe lançou um olhar repreensor.

A ruiva vestiu o casaco que servira antes de guarda-chuva, mesmo este estando molhado. Todos os alunos do primeiro ano, inclusive as duas, tremiam de frio.

A professora McGonagall colocou um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado o qual Sarah sabia que era o Sorting Hat.

Como esperado, os alunos do primeiro ano se assustaram, quando a boca do Sorting Hat apareceu e começou a cantar:

A thousand years or more ago

When I was newly sewn,

There lived four wizards of renown,

Whose names are till well known:

Bold Gryffindor, from wild moor,

Fair Ravenclaw, from glen,

Sweet Hufflepuff, from valley broad,

Shrewd Slytherin, from fen.

They shared a wish, a hope, a dream,

They hatched a daring plan

To educate young sorcerers

Thus Hogwarts School began.

Now each of these four founders

Formed their own house, for each

Did value different virtues

In the ones they had to teach.

By Gryffindor, the bravest were

Prized far beyond the rest;

For Ravenclaw, the cleverest

Would always be the best;

For Hufflepuff, hard workers were

Most worthy of adminission;

And power-hungry Slytherin

Loved those of great ambition.

While still alive they did divide

Their favourites from the throng,

Yet how to pick the worthy ones

When they were dead and gone?

Twas Gryffindor who found the way,

He whipped me off his head

The founders put some brains in me

So I could choose instead!

Now slip me snug about your ears,

I’ve never yet been wrong,

I’ll have a look inside your mind

And tell where you belong!

Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal no momento em que o Sorting Hat terminou.

Então, a professora McGonagall explicou como funcionava e começou a seleção, até que:

— Creevey, Dênis!

O garotinho que havia caído no lago adiantou-se tropeçando no casaco de Hagrid.

— É o garoto que caiu no lago! — disse Sarah desnecessariamente.

— Eu sei - Amber revirou os olhos — Eu estava lá com você.

Sarah mostra a língua para Amber no momento em que Hagrid entrava discretamente no Salão por uma porta atrás da mesa dos professores e acenou para alguém na mesa da Gryffindor.

Logo, Dênis Creevey foi selecionado para a Gryffindor e começou a conversar animadamente com o, provavelmente, seu irmão mais velho. Logo, todos os alunos do primeiro ano foram selecionados.

O professor Dumbledore se levantou e Amber se sentiu esperançosa de não serem selecionados na frente de todos os alunos. Os alunos olharam confusos para a professora McGonagall que não guardou o banquinho e trocou o pergaminho.

Sarah olhou divertida para Amber. Poucos alunos da Gryffindor, inclusive os gêmeos Weasley, perceberam a presença das duas nas portas do castelo. Os gêmeos acenaram para Sarah que retribuiu alegremente.

— Eu sei como devem estar morrendo de fome, mas peço um pouco mais de paciência, pois a seleção ainda não terminou — se pronunciou Dumbledore.

Isso deixou os alunos ainda mais confusos e começaram a surgir burburinhos.

— Silêncio! — disse professor Dumbledore por cima de todo o barulho.

Todos se calaram e logo a professora McGonagall abriu o pergaminho.

— Agora a seleção das alunas transferidas de Beauxbatons. Já sabem a regra — disse, a segunda parte, para as duas — Evans, Amber.

Pouco a pouco, todos os alunos do Salão Principal, olharam para as portas.

Na mesa da Gryffindor, Rony continuava reclamando da demora e Hermione franziu o cenho.

“Eu já ouvi esse sobrenome em algum lugar” pensou.

Amber caminhou até o banquinho, tremendo de frio e nervosismo, torcendo para não dar de cara no chão.

Logo, ela sentou no banquinho e a professora McGonagall colocou o Sorting Hat em sua cabeça.

— Olha só que o temos aqui — refletiu o Sorting Hat dentro da cabeça dela — Senhorita Potter. Devo lhe dizer que é idêntica a sua mãe tanto na aparência quanto na personalidade. Sim, eu posso ver tudo aqui.

Amber aguardava a decisão dele.

— É muito leal e paciente, se daria muito bem na Hufflepuff. Mas também é muito inteligente, talvez a Ravenclaw seja a sua casa. É corajosa... Eu já sei onde vou lhe colocar.

Um momento de silêncio e o Sorting Hat gritou para todos:

— Gryffindor!

A mesa da Gryffindor mais a Sarah aplaudiram a escolha do chapéu.

Professora McGonagall abaixou o pergaminho e falou o último nome da lista:

— McKinnon, Sarah

Os puros-sangues (menos os Weasley) estranham o sobrenome.

Sarah caminhava normalmente em direção ao banquinho enquanto Amber sentava-se na mesa da Gryffindor e cruzava os dedos debaixo da mesa.

— Essa é da Slytherin — disse Draco para Blaise mas, como o Salão estava em silêncio, todos o escutaram.

Sarah parou no meio da caminhada se virou para Malfoy.

— Só nos seus sonhos — disse ironicamente, voltando a caminhar para o banquinho enquanto Fred, George, Lee mais alguns Gryffindors riam da cara fechada de Malfoy.

“Quem aquela garota pensa que é? Ela vai me pagar por isso!” pensou com raiva.

Sarah se sentou e a professora McGonagall colocou o Sorting Hat na cabeça dela. Mal o chapéu tocou a sua cabeça e já declarou:

— Gryffindor!

Novamente, a mesa da Gryffindor aplaudiu enquanto os gêmeos e Lee continuavam rindo da cara de Malfoy. Sarah se levantou e se reuniu ao lado de Amber animadamente.

O professor Dumbledore se levantou:

— Apenas duas palavras — sorriu com os braços abertos em sinal de acolhimento e boas-vindas — Bom apetite.

— Aprovado — disseram Harry e Rony um pouco distantes de onde as garotas estavam.

E, assim, os pratos se encheram de comida. Sarah comia como se fosse a primeira vez que visse comida em anos.

— Sarah! — repreendeu Amber.

— Estou com fome! — se justificou Sarah, sem dar ouvidos a amiga.

Fred e George se sentaram ao lado das garotas.

— Esse foi o mais lindo fora que eu já vi o Malfoy receber... — disse Fred, limpando uma lágrima imaginária.

— ...Estou emocionado— completou George.

Sarah gargalhou e o jantar seguiu normalmente com os gêmeos contando o que aprontavam em Hogwarts e Amber gemendo internamente ao perceber que Sarah arrumara cúmplices. Se já era missão impossível controla-la só, imagine com cúmplices.

Logo depois, chegou a sobremesa, a qual Sarah comeu com a mesma vontade que o jantar.

— Saco sem fundo — brincou Amber quando as sobremesas desapareceram das mesas e o professor Dumbledore se levantou para dar o discurso.

— Então!— exclamou Dumbledore, sorrindo para todos— Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso pedir mais uma vez sua atenção, para alguns avisos.

Fred e George reviraram os olhos já sabendo o que viria.

— O Sr. Filch, o zelador, — Sarah fez uma cara de quem tinha entendido a situação — me pediu para avisa-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo esse ano cresceu, passando a incluir Ioiôs-berrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns 436 itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.

Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente.

Ele continuou:

— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte de nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

— Graças a Merlin estou na terceira série — murmurou Sarah, feliz.

— Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quidditch entre casas.

— O que? - perguntaram Sarah e Amber, espantadas.

Harry olhou para Fred e George e eles xingaram Dumbledore em silêncio, chocados demais para falar.

— Sacanagem! Justo no ano em que eu entro em Hogwarts! — reclamou Sarah e, para espanto dos gêmeos, Amber concordou.

Dumbledore continuou:

— Isto se deve a um evento que começará em Outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão aprecia-los imensamente (“duvido” Sarah reclamou). Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas, neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.

Um homem estava parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças do Salão Principal se viraram para o estranho. Ele abaixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.

Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.

Mais um relâmpago cruzou o teto e deu para ver as feições do homem. Um rosto coberto por cicatrizes (N/A: Gente, eu não vou ficar descrevendo. Essa parte tem no livro).

O estranho chegou perto de Dumbledore e apertou-lhe a mão. O diretor a apertou, murmurando palavras enquanto o estranho negava com a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e lhe indicou o lugar vazio à sua direita.

O estranho se sentou, puxou o prato de salsichas para si, cheirou-o, tirou uma faquinha do bolso e espetou a salsicha para começar a comer. Seu olho normal fixava as salsichas enquanto o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando tudo ao seu redor.

— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio — Prof. Moody.

Normalmente todos os novos membros do corpo docente eram recebidos com aplausos, mas dessa vez apenas Dumbledore, Hagrid e Amber aplaudiram rapidamente, por educação. Isso fez Hagrid observar a menina. Ela lhe era familiar, ele só não sabia de onde.

— Assustador — Sarah murmurou para Fred e George, com um sorriso de canto.

Todos estavam hipnotizados pela aparência do novo professor. Moody parecia indiferente à recepção que recebera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Quando levantou o braço para beber, sua capa se elevou alguns centímetros do chão e deu para ver, por baixo da mesa, um bom pedaço de uma perna de pau, que terminava em um pé com garras.

Dumbledore pigarreou outra vez, chamando a atenção de alguns alunos.

— Como eu ia dizendo - recomeçou ele sorrindo para os alunos —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Triwizard Tournament.

— O senhor está BRINCANDO! — exclamou em voz alta Fred Weasley.

A tensão que invadira o salão com a chegada de Moody repentinamente se desfez.

Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.

— Não estou brincando, Sr. Weasley — disse ele —, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o Verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...

A professora Minerva pigarreou alto.

— Tia Minnie sempre estragando a diversão — reclamou Sarah.

Professora McGonagall que ouviu o que a garota disse, lançou um olhar repreensor para ela enquanto alguns alunos seguravam o riso.

— É, talvez não seja a hora... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Triwizard Tournament... Bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente. O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria – Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang.

— Ah, fala sério! — reclamou Sarah enquanto Amber segurava o riso ao ver a sua expressão — Beauxbatons vai vir para cá?

— Sim, senhorita McKinnon. Agora poderia deixar o professor Dumbledore terminar de explicar? — disse McGonagall irritada, o que fez Sarah calar a boca e Dumbledore continuar:

— Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades – até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

— Taxa de mortalidade? — sussurrou Hermione, assustada. Mas os outros alunos pareceram não se importar, exceto Amber que também sentiu-se preocupada.

— Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore —, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o Verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em Outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.

— Estou nessa! — sibilou Fred Weasley para os colegas de mesa e ele não era o único animado com a possibilidade de ser o campeão de Hogwarts.

Mas, então, Dumbledore recomeçou a falar, e o salão se aquietou.

— Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts, — disse ele — os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto — Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. — Seus olhos azul-claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred e Jorge o que não passou despercebido por Sarah — Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos. As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em Outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E, agora, já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!

Dumbledore tornou-se a sentar e virou-se para falar com Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.

Sarah e Amber seguiram o fluxo enquanto Fred e George ficaram para trás com Harry, Rony e Hermione.

— Fala sério! Por que eles colocaram restrição de idade? — disse Sarah um pouco irritada — Aposto que Fred e George vão enganar esse juiz imparcial.

— Teve taxa de mortalidade, Sarah — disse Amber, espantada.

— E daí? O que é a vida sem riscos?

Logo, elas identificaram um grupo de Gryffindors e os seguiram. Não que elas não soubessem a localização do Salão Comunal, simplesmente não sabiam a senha.

— Asnice — disse uma garota de cabelos ruivos. Mas o tom de ruivo dela não era o mesmo ruivo-avermelhado do de Amber, era mais um ruivo-alaranjado.

O quadro da mulher gorda girou para a frente, expondo um buraco na parede, no qual todos passaram. Amber e Sarah seguiram para os dormitórios femininos junto com as outras garotas.

Passaram pelos dormitórios do 3º ano, no qual, a garota ruiva, entrou.

— Boa noite, Amber — desejou Sarah, entrando no dormitório.

— Boa noite, Sarah — retornou Amber, voltando a subir as escadas até encontrar os dormitórios do 4º ano.

Ela encontrou uma porta de madeira com uma folha de papel fixada na porta, indicando os nomes de quem dormiria lá, com o seu nome. Entrou no quarto e sentiu uma sensação estranha. Era a primeira vez que ela e Sarah se afastariam por causa da diferença de um ano de idade.

Encontrou duas garotas conversando, mas ao ver mais ou menos o tipo de conversa que elas tinham, foi em direção à sua cama sem dizer nada.

Tirou a mala da cama e a colocou do lado, tirando um pijama de lá de dentro, entrou no banheiro e trocou de roupa. Depois, voltou ao quarto, desligou o seu abajour e deitou-se. Não demorou muito para que ela caísse no sono.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou meio comprido porque eu juntei os capítulos Expresso de Hogwarts com o capítulo Triwizard Tournament, então... Comentem, por favor! Isso me motiva muito! Nem que seja apenas um "continua" porque eu sei como dá preguiça de comentar em uma fanfic, mas eu preciso desse comentário para saber que alguém lê e que está gostando da minha fic. Senão estiverem gostando estou aberta a críticas :) É isso! Aqui está o terceiro capítulo! Vamos torcer para que eu escreva logo o quarto.