Positivo escrita por Black Butterfly


Capítulo 33
Capítulo 33 - Sempre ao seu lado


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o capítulo entrou! Aleluia!
Nos encontramos lá embaixo.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/41092/chapter/33

Capítulo 33 – Sempre ao seu lado

z88;

Bella Pov

z88;

Abri meus olhos e logo senti uma imensa vontade de fecha-los. Uma luz muito forte havia inundado meus olhos, me fazendo lembrar onde estava. Tentei me sentar, mas a dor era imensa. Voltei a me encostar na cama, soltando um forte gemido de dor. Abri meus olhos novamente, só que mais devagar. Pisquei meus olhos para me acostumar com a claridade do quarto e logo distingui um dos meus bens mais preciosos.

—Finalmente meu sol decidiu aparecer hoje – Edward disse abrindo um enorme sorriso – Como você está?

—Dolorida – Apesar de ter falado isso eu sorri – Mas tudo bem. Vale a pena.

—Pode ter certeza que valeu. Você tem que ver os nossos bebês. São lindos – Edward falou sorrindo, seus olhos brilhavam de emoção – Espero que toda essa situação não tenha te deixado com algum trauma. Sabe, ainda somos jovens e temos muitas coisas pela frente.

—Nem em um milhão de anos eu deixaria de repetir a dose. Sabe, acho que nem foi tão ruim assim.

—Credo! Até parecem coelhos. Acabaram de ter gêmeos e já estão pensando nos próximos?! - Emmett entrou rindo.

—Nem pensar. Já virei avó cedo, não vamos precisar de mais um – Renée entrou no quarto revirando os olhos.

—Finalmente acordou, hein, Bella adormecida! - Alice disse saltitando – Você está desde ontem de noite dormindo. E agora já está de tarde. Deu tempo até de voltarmos para casa, dormir, comer, fiz até hidratação no cabelo.

—Nossa, Alice, fico realmente muito contente que você estava mega preocupada comigo – Falei sarcástica.

—É Alice dá um desconto – Jasper falou abraçando a baixinha – Ela teve dois filhos ontem lembra. Seus sobrinhos.

—Eu sei, seu bobo – Alice falou mostrando a língua.

—Olha, depois disso aqui eu agradeço a Deus ser as mulheres que tem filhos. Eu não conseguiria fazer nem metade que vocês mulheres fazem – Emmett disse em voz baixa – Isso me faz lembrar aquele dia que trocamos de lugar. Hahaha! Ainda bem que não fui eu que fiz o papel de grávida!

—Emmett, cale a boca! - Rosalie o repreendeu – Você nem deveria ficar preocupado. Com essa boca tão grande você vomitaria o bebê, isso sim!

O comentário de Rosalie fez todos rirem, até mesmo Emm. Depois disso, todos parecem ter se lembrado que eu havia acabado de dar mais dois membros a ambas famílias e me encheram de beijos e abraços.

—Gente, eu sei que vocês gostariam de ficar mais, mas é melhor Bella descansar – Jacob falou.

—De novo? - Perguntei exaltada. Não aguentava mais dormir.

—Não precisa dormir. Só fique descansando.

—Mas eu não quero descansar. Quero ver meus filhos. Poxa, os carreguei durante oito meses e agora nem posso vê-los? - Falei emburrada. Edward e Jacob se entreolharam, fazendo Jake assentir com a cabeça.

—Tudo bem então. Vou chamar um enfermeira para lhe trazer uma cadeira de rodas. Ai, levamos você para vê-los.

—Ok! - Balancei a cabeça entusiasmada. Eu finalmente veria nossos filhos.

Todos foram para fora, com exceção de Edward que esperou a enfermeira chegar para irmos para o berçário. Assim que nos dirigimos para lá, comecei a ouvir um som de choro. E não vinha de uma das crianças... E nem do Emmett. Minha mãe e Esme derramavam litros de lágrimas abraçadas um a outro por... Por um motivo desconhecido.

—Podem explicar por que estão chorando? - Meu pai perguntou desconfiado.

—Como "por que"? Nossa filha vai finalmente ver seus filhotes. Isso não é emocionante?!

Comecei a rir pelo sentimentalismo da minha mãe e de Esme, mas isso logo mudou quando pus os olhos em meus pequenos. Senti meus olhos marejados por causa de duas coisinhas miúdas. Quando percebi derramava litros de águas. Elas tinham razão. Ver seus filhos pela primeira vez era realmente emocionante.

Anthony e Samantha eram as crianças mais pequeninas do berçário. Haviam fios em cada um deles para receberem ar. Se eu havia ganhado uma batalha para chegar ao hospital, os dois haviam ganhado a guerra para estarem no mundo. Eles sim eram grandes guerreiros. Eles lutaram para salvar suas próprias vidas. Olhei para Edward que sorria ao meu lado.

—Eles são lindos, não são? - Edward me disse.

—Aham – Virei para Jake e perguntei preocupada – É normal eles estarem um pouco arroxeados?

—Não se preocupe Bella. Eles estavam com um pouco de dificuldade para respirar a noite.

—Eu sei que que isso acontecesse em alguns casos de prematuros, mas não sabia que eles ficavam assim.

—Como eu já disse, não se preocupe. O pulmão deles só precisam se acostumar um pouco com a poluição do mundo. É só isso, está bem?!

—Claro. Ahn, quando eu vou poder segura-los? - perguntei ansiosa. Estava morrendo de vontade de segura-los e não largar mais.

—Mais tarde você terá seus filhos no colo para amamenta-los – Jacob disse – Já levar para casa vai ter esperar um pouco, Bella. Talvez eles tenham que ficar alguns dias em observação. Temos que assegurar que eles estejam cento por cento seguros, está bem?

Assenti com a cabeça mais não disse nada. Senti meu coração pesar. Depois de tudo que passamos terei que voltar sem vocês? Queria chorar, mas não podia. Precisava ser forte. Agora mais do que nunca eu não podia fracassar. Não mais.

Fiquei mais um tempinho ali olhando meus filhos e depois voltei para o quarto para repousar. Sinceramente cesariana era a pior coisa do mundo. Claro que só depois nós descobrimos isso. Depois que o efeito da anestesia passava a dor era imensa. Isso sem falar que minha barriga estava toda costurada.

Como Edward havia ficado comigo todo esse tempo, mandei ele ir para casa tomar um banho e comer algo, mas como eu havia me esquecido que ele era irmão da Alice, Edward não fez o que lhe pedi, apenas saiu para comer algo na cantina do hospital.

Já estava de noite quando a porta se abriu, e entrando por ela estavam duas enfermeiras empurrando os meus bebês.

—Está na hora da mamãe alimentar os bebês – A primeira enfermeira falou – Está pronta?

Ok, eu sei que o normal seria eu estar dando um sorriso de orelha a orelha, mas agora bateu aquele desespero. Eu?! Dar de mamar?! Como?!

—Ma-mas... OMG! E se eu deixa-los cair? E se eu quebrar a cabeça deles? E se...? - Olhava desesperada para Edward, para as enfermeiras e para os bebês.

—Calma, calma. Vamos ensina-la a segura-los e a alimenta-los antes para que não ocorra nenhum acidente, ok? - A segunda enfermeira me avisou me tranquilizando um pouco. Mesmo com todas as aulas que tive na escola sobre o asunto ainda não me sentia a vontade com tudo isso.¹

Uma das enfermeiras me entregou Alef e me mostrou como segura-lo. Depois deixei um de meus seios livre e os limpei com um algodão com gel que a enfermeira me passou para caso houvesse alguma bactéria e não prejudicasse meu filho. Fiquei um tempinho amamentando meu filho até que chegou a hora de amamentar Melani.

Repeti os mesmos passos de antes para amamentar minha pequena. Se ainda houvesse dúvidas de que eu era mãe, isso foi tirado de minha cabeça como uma lavagem cerebral. Essas coisinhas pequenininhas já haviam me conquistado de uma forma avassaladora. Em questões de segundos eles já haviam me deixado perdidamente apixonada.

1 semana depois

 

—Vamos Bella! - Edward gritou comigo do ultimo degrau da escada.

—Espera! Já estou descendo – Gritei terminando de colocar minha sapatilha.

Ahhhh! Eu nem acredito que eu finalmente vou ter meus filhos em casa. Essa foi a pior semana da minha vida. Ter que voltar para casa sem meus bebês foi um grande sacrifício que tive que fazer. Na verdade, Edward me arrancou do hospital quando disseram que meus filhos teriam que ficar alguns dias em observação, mas que eu já podia ir para casa. Mas agora finalmente poderia te-los ao meu lado.

—Pronto! - Pulei ao lado de Edward. Ele estava muito nervoso e ao mesmo tempo animado. Fomos correndo para fora até o seu volvo. A ansiedade nos corroía, nos fazendo olhar para o relógio a cada minuto.

—Não acha que o caminho está mais longo?! - Edward perguntou olhando para o velocímetro, que alias já estava passando da velocidade permitida.

—Ok, Edward, eu não quero ter que contar ao nossos filhos que no primeiro dia que fomos leva-los para casa fomos parados por um guarda de transito.

Depois do aviso ele começou a ir um pouco mais devagar, estava exatamente na velocidade permitida. Mas heloo estamos em Forks, a velocidade permitida aqui é menor que a de uma tartaruga.

—Olha, acho que uma lesma passou agente – Falei estressada. Acho meus hormônios ainda não se estabilizaram.

—Mas Bella esse é o limite permitido.

—Para uma formiga, né! Ah, Edward pisa logo nesse acelerador.

Ele olhou para mim com uma cara de descrente e começou a ir mais rápido, não sem antes resmungar " Ok, Edward, eu não quero ter que contar ao nossos filhos que no primeiro dia que fomos leva-los para casa fomos parados por um guarda de transito ".

Depois de muitos está muito devagar e está muito rápido nós finalmente chegamos no hospital e seguimos quase correndo para o berçário. E adivinhem, está do mesmo jeito que os encontramos ontem, ontem de ontem, ontem de ontem de ontem e ontem... ok, já deu para entender.

—Finalmente depois de um semana vindo aqui para ver se eles estavam bem, nós finalmente vamos poder leva-los para casa – Edward disse sorrindo.

—Acha que eles vão se acostumar rápido com o novo lar?

—Claro que vão. Até por que eles passar a maior parte do tempo dormindo, não tem como eles estranharem algo que eles mal percebem – Edward disse dando de ombros.

—Dormindo? Vai por mim, Sr. Cullen, uma coisa que eles menos iram fazer será dormir.

Nos deparamos com médico-estagiário que estava tomando conta da pediatria. Apesar de vê-lo uma semana inteira eu nunca gravava seu nome. Ele era alto, forte e parecia mais um modelo do que um médico. Depois de conhecer Carlisle, Jacob e nele, eu comecei a acreditar que realmente se você queria ver um cara bonito você devia ir ao hospital. Estava até me sentindo em Grey`s Anatomy.

—Dr. Fabray – Edward disse e sorriu para o médico bonitão, que agora eu me lembro de se chamar Daniel Fabray.

—Acho que nem preciso perguntar se estão ansiosos. Deu para perceber isso nessa semana – Ele sorriu nos deixando ainda mais ansiosos.

—E ai, doutor, nós vamos poder pega-los agora ou vamos ter que esperar por mais uma semana? - Edward me cutucou pelo modo que falei com Fabray, o que fez com que o mesmo desse uma risada.

—Eu não posso liberar os seus filhos...

—Ei! Como assim?! Aconteceu alguma coisa? O...

—...pois sou apenas um estagiário, mas eu vou chamar o doutor responsável pela pediatria no momento, está bem? - Nem preciso dizer que fiquei com cara de tacho, né?! Edward começou a rir da minha cara enquanto eu voltava a atenção para o berçário.

—Relaxa, baby! Ninguém vai tirar nossos filhos de nós – Edward disse sorrindo.

—Há! Tá falando o homem que fica murmurando enquanto dorme: "não, devolva os meus filhos, devolva os meus filhos.

—Culpa sua. Você me passou isso de falar durante a noite.

—Aham, sei!

—Senhor e senhora Cullen, por aqui, por favor – Disse o médico da pediatria assim que nos viu – Preciso passar algumas informações para vocês do que devem fazer com seus filhos nesses primeiros meses. Principalmente nesses primeiros dias.

—Ok – Falamos em uníssono e seguimos o Doutor Heath.

Durante nossa conversa com doutor Heath, ele nos passou importantes informações. Disse como deveria estar o quarto deles, como a casa devia ser sempre arejada e limpa, que não deveríamos colocar muito pano, travesseiro e nem ursos em seus berços pois eles podiam sufocar ou causa-los alergia. Também nos informou da alimentação dos dois e a da minha alimentação, pois tudo o que eu comia podia afetar meus filhos, já que eu iria amamenta-los.

Depois de mais algumas recomendações finalmente estávamos com nossos filhos, colocando cada um em uma cadeirinha de bebê, que alias haviam custado uma fortuna, nos fazendo desejar intensamente que eles mantivessem aquele tamanho para sempre. Por isso, e por eles serem tão fofos.

A viagem de volta foi bem rápida. Na verdade, durou bem mais tempo para voltarmos do que para irmos ao hospital, mas como as duas belezinhas que haviam nos deixado preocupados já estava no carro no banco de trás, o trajeto para casa parecia ter sido feito num piscar de olhos.

—Me espere colocar as coisas em casa e deixar a porta aberta que fica mais fácil de levá-los para dentro.

—Claro!

Edward pegou as bolsas e as levou para casa. Enquanto isso sai do carro e abri a porta de trás para já ir tirando o cinto dos bebês. Eles dormiam calmamente. Como se não tivesse nenhuma problema lhes rondando. Talvez somente naquele momento não houvesse mesmo. Logo Edward voltou e me ajudou pegando nossa filha em seu colo um pouco desengonçado.

—Bem-vindos ao seu novo lar, crianças – Edward disse baixinho para os nossos bebês – sabe, quando eu vi essa casa pela primeira vez pude até visualizar nossos futuros momentos de felicidade nela.

—Pode ter certeza que eu também prevejo muitos – Falei dando um selinho nele – É melhor subimos com eles. Aii, não é lindo vê-los dormindo? Eles são uma gracinha!

Subimos para o quarto deles onde dois berços aguardavam os dorminhocos. Demos um beijo em cada um e ficamos olhando ao redor. O quarto estava pintado de amarelo e todos os móveis do lugar eram brancos. A maioria das coisas ali eram usadas. Os brinquedos, os berços, os armários. Coisas minhas, do Edward, da Alice. Tinha coisa até da Tânya ali, nem me pergunte como.

—A gente bem que podia aproveitar que eles estão dormindo, né! - Olhei para Edward e logo percebi um sorriso safado em seu rosto – Se o doutor Fabray diz que não teremos tantos momentos assim, é melhor comemorarmos essa raridade.

—Humm, deixa-me pensar... - Fingi estar pensando em sua pergunta, mas logo lhe lancei um sorriso malicioso – Só se for agora!

Edward me pegou no colo me beijando. Enquanto isso seguia para o quarto rapidamente. Esperava sinceramente que os bebês tivessem muitos momentos como esse, porque com os beijos de Edward Cullen era capaz deles ficarem órfãs cedo. Causa da morte? Excesso de gostosura!

Algumas horas depois em me revisava na cama, mas sentia que algo estava errado. Mas... Cama quentinha? Ok! Marido delicia? Ok! Forks monótona? Não, não está ok! São exatos 2:45 da manhã e eu estou escutando um barulho mega pertinente e que não era a droga do despertador.

—Edward, seu celular tá tocando! - Falei lhe empurrando levemente.

—Não está, não! - Ele murmurou sobre o travesseiro.

—Então dá onde vem esse barulho mega irritante? - Ok, se isso aqui fosse um seriado ou um reality show as pessoas estariam rindo da nossa cara agora, mas qual é! São quase 3 da manhã. TRÊS DA MANHÃ! Isso deixa qualquer um meio lerdo. Além do fato de sermos pais de primeira viagem, mas somente depois de um minuto de silêncio nós fomos perceber a verdade.

—Só pode ser mandinga daquele estágiario! - Edward bufou.

Nos levantamos calmamente e nos dirigimos para o quarto dos bebês. Os dois já estavam ficando vermelhos de tanto chorar.

—Aii, isso vai ser uma verdadeira maravilha! Toda vez que um chorar, vai acordar o outro. É como um sonho sendo realizado – Falei ironicamente, enquanto bocejava.

—Vou pegar uma mamadeira. Já volto.

Edward saiu do quarto levando Alef consigo. Enquanto isso alinhei Melani no peito e comecei a lhe dar de mamar. Ela sugava fortemente meu seio como se sua vida dependesse disso. Dãã! E dependia, né, Bella! Sem comida... Sem vida!

—Acho que o parto me deixou um pouco lesa.

Alguns minutos depois Edward voltou com uma mamadeira já vazia e Alef no seu peito. Ele tinha uma aparência cansada, mas mesmo assim segurava firmemente nosso filho em suas mãos. Assim que Mel terminou de mamar a coloquei para arrotar.

—Eles já comeram, por que não dormem de novo?! - Edward perguntou bocejando.

—Ahn, será que não vai fazer mal dormirem de barriga cheia? - perguntei preocupada – Droga! Por que eu tinha que esquecer de perguntar logo isso?!

—Bella, claro que não vai fazer mal dormirem de barriga cheia. Não são os médicos mesmo que recomendam tirarmos uma boa soneca depois das refeições?

—Ah, sei lá! Você que é filho de médico, então tem que saber.

—Acho que não vai fazer mal. Mas se você quiser posso ligar para os meus pais...

—Não! Não precisa. Afinal, já é tarde... Ou melhor cedo demais para importuna-los. E também precisamos tomar nossas próprias decisões, senão nossos pais estarão aqui sempre.

—Tudo bem, então vamos cantar para eles dormirem? - Ele falou sorrindo.

—Cantar? Eu? Haha. Você só pode estar brincando – Falei rindo. Ou melhor gargalhando – Você com certeza não vai querer me ouvir cantando. Muito menos eles. É bem capaz de fazer os três terem pesadelo.

—Ahh, Vamos, Bella! Você não pode ser tão ruim assim.

—Lembra que eu te disse que o pato Ganso cantou para mim? - Ele assentiu e eu continuei – Então, eu sou pior. Bem, bem, bem, bem, bem, bem pior.

—Deixa de ser exagerada, Bella. Você vai deixar de cantar para os nosos filhos por isso?! - Encarei Edward e depois balancei minha cabeça negando.

—Vamos fazer o seguinte. Hoje você canta sozinho e amanhã eu canto com você. Está bem?

—Tudo bem, então. Mas não vou cantar essas canções de ninar que mais dão medo do que sono.

Nos sentamos no chão um ao lado do outro com os bebês em nossos colos. Edward ficou pensando por alguns minutos em que música cantaria. Como eu também nunca fui fã das cantigas de ninar, fiquei feliz que Edward fosse cantar outro tipo de música.

Glee – I`ll Stand By You (http://www.youtube.com/watch?v=--lw9yST1g0)

Assim que Edward começou a cantar viajei com suas palavras e sua voz. A música se chamava I`ll Stand By You, da banda Pretenders. Era uma música antiga, mas linda. "Eu estarei do seu lado, Eu estarei do seu lado, Não deixarei ninguém te machucar, Eu estarei do seu lado..." era isso que dizia a música. Estranhamente ela parecia se encaixar perfeitamente conosco. No momento em que achei que meu mundo desabaria, Edward apareceu na vida e eu sei que sempre estaria ao meu lado e ao lado de nossos filhos. Não importa o que aconteça.

Oh, porque você parece tão triste?

Há lágrimas em seus olhos

Venha e venha para mim agora

Não tenha vergonha de chorar

Deixe-me ver através de você

Porque eu vi o lado escuro também

Quando a noite cai sobre você

Você não sabe o que fazer

Nada que você confesse

Poderia me fazer te amar menos

Eu estarei do seu lado

Eu estarei do seu lado

Não deixarei ninguém te machucar

Eu estarei do seu lado

Então se você está louco, fique louco

Não guarde tudo isso dentro de você

Venha e fale comigo agora

Hey, o que você tem para esconder?

Eu fico irritado também

Bem eu sou muito parecido com você

Quando você está em uma encruzilhada

E não sabe qual caminho escolher

Deixe-me ir junto

Porque mesmo que você esteja errada

Eu estarei do seu lado

Eu estarei do seu lado

Não deixarei ninguém te machucar

Eu estarei do seu lado

Leve-me, nas suas horas mais escuras

E eu nunca vou te abandonar

Eu estarei do seu lado

E quando...

Quando a noite cai sobre você, baby

Você está se sentindo totalmente sozinha

Você não estará sozinha

Eu estarei do seu lado

Eu estarei do seu lado

Não deixarei ninguém te machucar

Eu estarei do seu lado

Leve-me, nas suas horas mais escuras

E eu nunca vou te abandonar

Eu estarei do seu lado

Eu estarei do seu lado

Não deixarei ninguém te machucar

Eu estarei do seu lado

E eu nunca vou te abandonar

Eu estarei do seu lado

Eu estarei do seu lado

Não deixarei ninguém te machucar

Eu estarei do seu lado

Ficamos um encostado no outro mesmo depois que a música havia acabado. Mesmo depois que Melani e Alef haviam dormido, mesmo depois de te-los colocado em cada berço e voltado ao chão. Adormecemos um lado do outro. Velando o sono do outro. Velando o sono de nossos filhos. Mesmo dormindo saberiamos se algo estivesse errado e enfrentaríamos juntos. Sempre estaríamos um ao lado do outro.

Sete horas. Sete horas da manhã. Já estávamos acordados já fazia uma hora. E a casa já estava lotada. Por que? Emmett e Alice não conseguiram esperar mais umas duas horas para aparecer pois queriam muito ver os bebês. Fizeram tanto alarde que Esme e Carlisle os deixaram vir e aproveitaram para ver os netos. Não sem antes passarem na casa de Jasper e Rose, dos meus pais, na de Kate, Irina e seus tios, na de Ângela e na do Ben. Pois é, decidiram trazer a família toda. Se eles não estivessem tão ansiosos para ver Melani e Alef acho até que iram ao Brasil para buscar minha tia e minhas primas.

—Ounnn. Eles são tão fofinhos. São a sua cara, Bella – Alice dizia fazendo várias caretas para os dois.

Morri de vontade de discordar dela sobre a aparência dos bebês. Apenas os olhos deles eram parecidos com o meu. Na verdade, apenas Alef era parecido comigo. Ele tinha grandes olhos castanhos e cabelos castanho avermelhado. Isso sem falar de dua extrema palidez. Melani já tinha um pouquinho de cor e seus cabelos era de um castanho mais claro. Isso sem falar no nariz meio arrebitado como o da mãe de Mike, mas eu preferia ignorar. Minha pequena era muito fofa e com certeza não iria crescer como o pai.

—Ahhh, olha! Olha! Ele também tem covinhas que nem o tio – Emm disse apontando para si mesmo sorrindo e para Alef que havia acabado de bocejar.

—Aii, como vocês tem sorte deles serem calminhos – Ângela disse sorrindo. Alias, quem não estava sorrindo ali?!

—Você é que se engana, Ângela! - Edward falou – Eles estão é se fazendo de santinhos para ganhar beijinhos de vocês. Cheguem aqui as três da manhã para vocês verem.

—Ahh, Edward é normal – Esme disse – Você não era diferente quando era pequeno.

—Nem você, Bella – minha mãe disse rindo – Ainda me lembro como era difícil dormir a noite. Alias, nem de dia dava. Sabe, cheguei a pensar que você viraria atriz.

—Por que?

—Por que você adorava fazer drama e ser o centro das atenções – Meu pai respondeu rindo De manhã, tarde e noite. Não sei como a bateria não acabava.

—Olha, o lado bom, Charlie. Um dia ela parou. E nós que temos que aguentar o drama da Alice até hoje? - Carlisle falou fazendo todos da sala rir. Menos a baixinho, é claro!

—Nossa, isso aqui está uma comédia e tanto, hein! - Alice disse sarcasticamente – Em vez de ficarem rindo, por que não vão cuidar dos bebês que estão mais do que fedendo, hein? Pelo amor de Deus, como coisinhas tão pequeninas podem feder tanto assim?

—Eww! É verdade! Alice é tão pequena, mas tão cheirosa. Como dois seres menores que ela... Repito. Menores que ALICE, podem feder tanto – Emmett disse tampando o nariz.

—A ultima vez que eles tomaram banho? - Indaguei mais para mim mesma – OMG! Eu nem sei como se da banho em um bebê! Imagine dois?

—Nossa, tanto desespero por algo tão fácil? - Carmen disse rindo.

—Já que nenhum dos dois deve ter uma minima ideia de como dar banho em um bebê e já que eles estão um pouco sujinhos, vamos unir o util ao agradável – Minha mãe disse se levantando.

—Peguem a banheira e as coisinhas dos bebês. Hoje você vão dar seus primeiros banhos nos meus netinhos – Esme disse já arregaçando as mangas.

Ai começou a hora do terror. Edward rapidamente pegou os objetos das crianças e colocou na cozinha. Aquecemos a água e em alguns minutos o pequeno Alef já estava pronto para o banho. Que alias, foi a pior experiencia da minha vida. Fiquei tão molhada que parecia mais que eu tivesse tomado banho ao invés dele. Acho que nem se eu tivesse dado banho em um cachorro teria ficado assim.

Edward não estava melhor que eu. Assim que pegou Melani começou a ficar vermelho de nervosismo. Os dois eram tão pequeninhos, tão frágeis que o nosso maior medo era quebra-los ao meio assim que colocássemos na água. A única coisa que tenho que falar disso é: "Graças a Deus que acabou!".

Depois disso o dia passou rápido. Almoçamos e ficamos curtindo nossos filhos um pouco mais com nossa família e amigos. Quando deu quatro da tarde o pessoal decidiu ir embora para as crianças descansarem em paz. E quem sabe nós dois também.

Os dias foram passando. Bem devagar por sinal. Talvez pelo fato de que agora as crianças não paravam quietas e queriam atenção o dia todo. E o fato de eu ficar a maior parte do dia sozinha com elas também não ajudava muito. Era todo o dia a mesma coisa. Acordar, tomar café, ficar cinco minutos com Edward, se despedir dele, cuidar das crianças, dar comida as crianças, dar banho nas crianças, conversar com as crianças e então esperar ansiosa a chegada de Edward.

Assim que Edward chegava as coisas melhoravam. Eu precisava de seu ombro amigo. Precisava lhe contar cada momento de meu tedioso dia e ouvir o dele. Eu simplesmente amava como seus olhos brilhavam quando conversava com ele. Ele não se importava se eu ficasse horas e horas falando quantas vezes tive que alimentar os dois ou trocar as fraudas. E a noite era ainda melhor. Entramos em um consenso de que uma noite ele cantava e em outra eu leria um livro para as crianças. E a cada noite eu mergulhava em aquele mundo mágico, que pertencia apenas a nós quatro. A nossa família.

Já de dia eu me sentia um pouco deprimida por ter que ficar em casa o dia todo com Samantha e Anthony. Não que eu não amasse meus filhos. Mas me sentia um pouco vazia por não ter alguém ao meu lado para poder falar e ser respondida. As poucas vezes que minha mãe ou Esme vinha aqui já fazia meus olhos brilharem de emoção. Como Maggie estava doente e era um sacrifício sair de casa com os dois sem a ajuda de ninguém, ultimamente via apenas Ganso e conversava por telefone com sua dona.

Daqui a uma hora Edward estaria aqui. O que quase me fazia dar pulos de felicidade. A verdade era que antes mesmo dele sair de casa eu já sentia a ansiedade vir a tona para que chegasse a hora dele voltar do colégio. Coisa que eu não podia mais fazer á que são duas crianças ao invés de uma.

—Ahhh! Bella, dá para parar de ter esses pensamentos?! Você não se arrepende e nunca se arrependerá de ter tido esses dois milagres em sua vida! - Suspirei e sentei no chão. Que saudade da escola, dos meus amigos, da aula de EDUCAÇÃO FÍSICA! - Quem diria que sentiria falta logo disso...

De repente ouvi a campainha tocar. O que era estranho, já que sempre que Renée, Esme ou algum dos outros vinha eles sempre ligavam. Me levantei do chão e deu um sorriso para meus filhotes e soltei um "mamãe já volta!". Sai correndo escada a baixo e assim que olhei pelo olho mágico não acreditei no que via. Seria muita cara de pau vir até aqui. Mas como acho que ainda não estou doida, com certeza não estava vendo uma miragem. Abri a porta e falei com rispidez.

—Mike, o que está fazendo aqui? - ele me olhou com um sorriso de cínico e disse.

—Ué, o que mais eu viria fazer aqui? Vim ver meus filhinhos.

—Seus filhos? Seus filhos?! Cai fora daqui, Mike e nem pensa em dizer isso novamente. Eles não são seus filhos! - Olhava para ele descrente de suas palavras.

—Vamos lá, Bella, não vai me chamar para entrar? - Ele deu um passo pra frente, mas eu lhe empurrei fechando a porta.

—Mike, não estou exigindo nada de você. Então não enche. Você nunca quis saber dos seus filhos. Alias, por sua causa Jessica perdeu o bebê. Ela quase morreu graças a você e você nem pediu desculpa. Nem lhe trocou uma palavra depois. Você quer mesmo que eu acredite que você quer ver nossos filhos como um bom pai amoroso e ainda sem querer nada em troca? Anda desembucha logo! O que quer?

—Calma, calma, Bells. Não se estresse. Isso não deve fazer bem a você.

—Não me chame assim. Você perdeu esse direito no dia que decidiu se mostrar como o garanhão da cidade. Mas adivinha? Ninguém ligou para o seu espetáculo e o único que saiu perdendo aqui foi você. Sabe, acho que foi até melhor pois agora sim os meus filhos tem um pai de verdade. Um pai presente que as ama e está sempre ao seu lado.

—Você enche a boca para falar do Cullen idiota, mas você ainda vai se arrepender disso. Ele ainda vai te decepcionar. Ele ainda vai te deixar de lado. Deixa de ser idiota Isabella, o amor não dura para sempre! Você não está vivendo um conto de fada, você não é a princesinha que precisa ser resgatada. Ele ainda vai te deixar e você ainda vai rir muito disso... - Não aguentei suas ultimas palavras. Senti meu sangue ferver. Interrompi seu monólogo com um tapa e virei para entrar em casa. Não sem antes dizer minhas ultimas palavras.

—Do jeito que você anda vivendo, acho que não vai está vivo para ver isso acontecer – Bati a porta com força e corri escada acima para o quarto dos meus filhos – Mamãe já voltou, queridos. Mamãe já voltou.

Fiquei algum tempo ali, olhando para meus filhos ou até mesmo olhando para o nada. As palavras de Mike sobre Edward me magoaram. Eu não poderia saber o que aconteceria no futuro, mas não sei se conseguiria aguentar sem Edward meu lado. Mas eu seria forte. Eu não podia ser mais uma menininha boba que foi enganada. Agora duas vidas precisavam de mim, meus filhos precisavam de mim.

Me levantei e fui no banheiro do meu quarto para lavar meu rosto. Assim que cheguei lá meu corpo paralisou com o que vi. No espelho do banheiro estava escrito com um batom vermelho sangue "Cuidado, Cinderela, que logo, logo sua coroa vai ser tirada de você.", logo embaixo tinha uma marca de um beijo com o mesmo batom.

—Desgraçado! Eu sabia. EU SABIA! Ele veio aqui para me distrair, só para isso.

Olhei para o batom e já sabia quem havia sido a cúmplice de todo aquele plano. Ou até mesmo a cabeça por trás disso tudo. Aquele batom só podia ser de uma pessoa. E eu acabaria com aquilo hoje mesmo.

Sai do banheiro e liguei para minha mãe pedindo para ela vir aqui para cuidar de Samantha e Anthony por alguns minutos. Assim que desliguei o telefone fui procurar um pano para limpar o espelho. Não queria que ninguém visse aquilo, pois queria resolver aquilo sozinha. Terminei de limpar o espelho e fiquei ao lado dos meus filhos. Se ela teve a coragem de fazer algo com vocês... Se ela pensou em tocar em um fio de cabelos de vocês...

Pouco tempo depois Renée chegou preocupada. A acalmei dizendo que teria que resolver um problema que em pouco tempo eu voltaria. Entrei rapidamente no carro e peguei meu celular. Apesar de ter certeza quem havia feito aquilo eu precisava confirmar minhas suspeitas. Escrevi uma mensagem de texto e enviei para Ângela.

"Angie, é urgente! Tânya foi para escola hoje sim ou não? Não conte a ninguém. Bjs."

Alguns segundos depois meu celular vibra. Ângela havia respondido. Olhei a tela do celular e liguei a ignição. "Não". Era a única coisa que eu precisava saber. Pisei no acelerador e segui para casa de Tânya. De hoje ela não escapava. Assim que cheguei na casa de Tânya avancei em direção da porta. Não sabia se ela estaria em casa mais precisava tentar. Toquei a campainha repetidas vezes, mas ninguém atendia. Já estava quase desistindo quando Eleazar o pai das meninas apareceu.

—Bella, o que faz aqui?

—Senhor Eleazar, sinto muito incomodar mas Tânya está?

—Claro, claro! Como soube que ela não foi a aula hoje? Tânya acordou um pouco febril então achamos melhor ela ficar de repouso hoje.

—Ela está em casa o dia todo? O dia todo mesmo? - Perguntei desconfiada.

—Está sim, Bella. Alias, ela não saiu do quarto. Por que? Ela não aprontou nada, né?

—Não, não. Eu só preciso falar com ela.

—Tudo bem, vou leva-la ao quarto dela – O senhor Eleazar foi me mostrando o caminho. Ele me olhava meio desconfiado. Com certeza não engoliu a história que eu apenas queria falar com ela – É essa aqui. E Bella... Se Tânya fez alguma coisa por favor fale está bem. Sei que minha filha não é uma flor que se cheire e que ultimamente ela tem andado muito quieta. Quieta até demais. Não sei se é o clima dessa cidade ou se ela está planejando algo, mas ela está diferente. Então, por favor me diga se você souber o que está acontecendo, ok!

—Senhor, sinto muito mais nem eu sei o que está acontecendo – Deu um sorriso amarelo e me virei para porta – Ah, gostaria que o senhor não dissesse para ninguém que estive aqui. É que é algo pessoal.

—Tudo bem – Eleazar se virou para voltar o corredor. Abri a porta e me deparei com Tânya deitada em sua cama enquanto ria falando com alguém em sei celular.

—Preciso falar com você- Falei encarando Tânya.

—O que você está fazendo aqui, vadia?! - Tânya disse desligando seu celular.

Vadia?! Eu. Hahaha. Sabe, já ia dizer que a vadia é sua mãe, mas ela não tem nada a ver com isso, além de Carmen ser uma amor. Ao contrário da filha piranha dela!

—É muita cara de pau mesmo! Ir na casa dos outros para insulta-los é de família, Bella?!

—Não! Mas tenho certeza que é contagioso já que foi você que me passou isso! Eu pelo menos tenho a coragem de entrar pela porta da frente. E com permissão, co contrário de você!

—O que? - Ela disse fingindo surpresa.

—Não se faça de sonsa, Tânya! Você sabe muito bem o que estou dizendo. Por isso escute muito bem o que estou dizendo. Nunca, NUNCA MAIS entre na minha casa, NUNCA MAIS chegue perto dos meus filhos, NUNCA MAIS cruze o meu caminho! Eu posso não ser capaz de controlar meus atos.

—Está me ameaçando? - Tânya disse cinicamente.

—Entenda como quiser.

—Você nem se acha, garota! Tá pensando o que vindo na minha casa ficar pedindo satisfação de algo que eu nem fiz?!

—Não se faça de santa! Eu já sei que você e Mike armaram aquele planinho apenas para me distrair. Mas saiba de uma coisa... Se vocês queriam me assustar, podem ter certeza que aconteceu o contrário. Vocês só fizeram minha raiva aumentar. E com certeza vocês não vão querer me ver com raiva, por isso fique bem longe dos meus filhos – disse a ultima parte pausadamente, para ver se minha mensagem entrassem em seu pouco cérebro – Não adianta, Tânya. Você não vai vencer. Alias, você já perdeu isso a muito tempo.

—Saia. da. Minha. Casa. AGORA!

—Pode deixar que eu já falei tudo que eu queria – Me virei e abri a porta – Ah, só para reforçar... Nunca mais se meta com a minha família, senão vou ser obrigada a te mostrar um lado que até eu mesma desconheço.

Falei fechando a porta do quarto escutando algo bater na mesma. A Barbie parecia não gostar de ser encurralada. Mas eu finalmente cansei de ser o lado perdedor. Me despedi do senhor Denali e fui para meu carro.

Assim que cheguei a estrada peguei a direção contrária de casa pisando fundo no acelerador nem ligando para o fato de talvez o carro nem aguentar tanta pressão. Não queria voltar para casa agora. Queria simplesmente esquecer tudo por alguns minutos, horas, sei lá. Liguei o rádio no último volume numa música sem sentido. Na verdade, nem estava prestando atenção na letra da música. Eu só queria esvaziar minha mente. Não queria pensar.

20 minutos depois, desliguei o rádio e parei meu carro no meio do nada. Sai do carro batendo a porta e me sentando no chão. Eu simplesmente desabei em lágrimas. Sentia uma imensa vontade de explodir tudo isso. Acabar com todo esse sofrimente.

Não sei nem quanto tempo se passou enquanto eu ficava ali chorando, soluçando. Minhas lágrimas desciam rapidamente enquanto eu gritava, esperneava como uma criança de cinco anos para ver se meu desejo fosse realizado. Quem dera que fosse tão fácil assim. Mas por que tinha que ser tão difícil? Eu só queria que essa dor passasse. A dor de saber que não posso fazer nada para ajudar a mim e a minha família. A dor de saber que estou de mãos atadas contra as maldades desse mundo.

Hoje Tânya poderia ter feito qualquer coisa com meus filhos enquanto eu simplesmente estava tentando mostrar para Mike que eu consegui esquece-lo. Que eu sou forte. Mas eu não sou. Hoje eles se provaram mais fortes. Muito mais fortes. Enquanto eu... Eu não passo de uma menininha que no final só sabe chorar.

Escutei um barulho incessante vindo do carro. Olhei ao redor e sequei minhas lágrimas. Respirei fundo algumas vezes e finalmente parei o barulho atendendo ao celular.

—Alô!

—BELLA?! Onde você está? Estou tentando falar contigo faz horas! Você está bem? Está tudo bem? Me diga onde você está que vou ai busca-la agora – Edward perguntou aflito.

—Edward! EDWARD! Está tudo bem. Precisei resolver uma coisa, mas já estou indo para casa.

—Tem certeza que está tudo bem?

—Claro. Ahn, me desculpe por preocupa-lo. Não ouvi o celular tocar. Sinto muito.

—Tudo bem. É que como você não disse para onde iria ficamos preocupados.

—Sinto muito mesmo. Daqui a pouco estarei em casa. Não se preocupe.

—Até daqui a pouco então. E Bella – Edward ficou alguns minutos em silêncio e depois disse – Eu te amo. Você sabe que pode contar comigo para não sabe?!

—...Claro! Obrigada – Desliguei o telefone e encostei minha testa no carro – Você não está sozinha, Bella. Não se esqueça disso. Nunca se esqueça disso.

z88;

RENÉE Pov

z88;

Olhava para Edward que andava de um lado para o outro esperando por Bella. Era impossível não perceber o quanto o garoto amava filha. Desde que ele chegou da escola e me viu aqui em vez dela não havia sentando nem um minuto preocupado em saber onde ela estava e se estava bem. De tanto olhar para ele as crianças já tinham até dormido de tanto cansaço.

—Edward, desse jeito você vai abrir um buraco enorme no chão. Sente um pouco sim.

—Não se preocupe comigo, Renée. Estou bem assim.

—Oh, tenho certeza que está, mas daqui a pouco eu vou acabar acompanhando meus netos e dormir de tanto vê-lo andar de um lado para o outro – Edward deu um sorriso amarelo e se sentou ao meu lado.

—Acho que ela estava chorando. Você acha que se ela estivesse com problemas ela não me contaria?

—Sabe, Edward, minha filha sempre se fez de forte, mas na verdade ela só quer uma pessoa que aguente a barra com ela – ele me olhou preocupado – E eu tenho certeza que ela encontrou essa pessoa em você. Mas você precisa deixar ela um pouco solta. Sabe, ela tem medo de sobrecarregar você. Edward vocês são jovens, gostariam de estar fazendo coisas de jovens, mas estão aqui. Tomando conta de duas crianças. E você nem é o verdadeiro pai delas. Bella não quer acabar com sua vida. Destruir sua juventude.

—Renée, eu amo Bella, amo meus filhos e amo minha vida. Assim como ela está. Não quero ser um jovem que sai para uma festa, fica com não sei quantas garotas que nem sabe o nome e acorda no dia seguinte não lembrando de nada e tendo apenas uma ressaca para lembrar o que ouve. Escolhi isso. Escolhi ficar com Bella e as crianças, mesmo que eu me arrependa depois de ter perdido minha juventude. Eu quero isso.

—Você é um bom garoto, Edward. Assumiu uma responsabilidade tão grande. Não só uma. Você está com meus maiores bens. Minha filha e os meus netos. Muito obrigado por tomar conta deles tão bem como você está tomando. Eu sinceramente espero que tudo isso dê certo – Me levantei e beijei o alto de sua cabeça.

—Obrigado, Renée. Muito obrigado mesmo pela confiança.

Colocamos os bebês em seus berços e ficamos olhando os anjinhos dormirem. Me lembravam tanto Bella bebê. Dava vontade de apertar e não largar mais. De repente escutamos algo mexer no andar de baixo. Edward desceu apresadamente enquanto me sentei na cadeira bem no meio do quarto das crianças. Olhei ao redor até que algo chamou minha atenção.

z88;

BELLA Pov

z88;

Assim que entrei em casa avistei Edward descendo as escadas apresadamente. Seu rosto tinha uma expressão de alivio. Quando ele terminou de descer as escadas nem esperou eu falar um oi, já foi vindo na minha direção abrindo os braços para me abraçar, me dando um beijo caloroso.

—Fiquei tão preocupado quando cheguei em casa e quem estava era sua mãe. Ainda mais depois que ela disse que você teve que sair de repente. Aconteceu algo.

—Não, nada. Acho que estou lendo tanta história para as crianças que pensei que uma bruxa má estava tentando acabar com um "felizes para sempre" então fui atrás da Dona Carochinha² ver se isso era mesmo verdade – Edward me encarou confuso mas depois riu.

—Acho melhor ir preparar o jantar. Sua mãe está lá em cima no quarto das crianças. É melhor ir falar com ela – Ele disse me dando um beijo na testa e se virando para a cozinha.

—Ah, Edward... - Ele se virou esperando o que eu tivesse para falar. Abri um sorriso tímido e disse – Eu te amo.

Edward sorriu de voltou e foi para a cozinha. Subi os degraus devagar. Assim que cheguei na porta do quarto dos meus filhos, me deparei com minha mãe rindo bobamente segurando algo entre as mãos.

—Mãe... - Cheguei mais perto e percebi que o que ela segurava era o primeiro ultra-som.

—Oh, querida! Estava olhando essas imagens e estava aqui pensando como é a vida. Parece que as vezes não queremos abrir os olhos pra a verdade, não é?!

—Como assim, mãe?

—Olhe isso. Eles estava aqui esse tempo todo, mas quando descobrimos que eram gêmeos foi uma surpresa para todos. Quaer dizer se tivemos olhado com mais atenção sabe.

—Mãe, a senhora sabe que o doutor Black disse que isso é normal. Muitas vezes um bebê esconde o outro...

—É, eu sei, mas não é só isso – Ela suspirou tristemente, mas depois sorriu – Eu deveria ter prestado atenção na data. Acho que todos nós. Afinal um exame de ultra-som não mentiria, né - Encarei minha mãe tristemente. Agora eu entendia aonde ela queria chegar.

—Você ainda está chateada por eu não ter contado quem era o verdadeiro pai?

—Não, não. Sabe, percebi hoje algo que deveria ter percebido sempre. Edward é o verdadeiro pai dessa criança. Afinal, o que vale é o coração. E Edward tem dado mais do que isso. Não só as crianças mas também a você. Acho que é por isso que nem liguei para as datas, nem nada do tipo. O que eu via e o que eu vejo já me bastam para ver que você tomou a decisão certa. Ahh, o meu anjinho cresceu tão rápido.

—Rsrsrs. É melhor descermos e nos juntarmos a Edward antes que começamos a chorar que nem uma velha mal amada aqui.

—Uma? Está me chamando de velha?

—Se você está velha eu sou praticamente uma idosa. Não imagina o quanto de dor nas costas tenho sentido ultimamente. Então, por favor, vamos esquecer esse negocio de idade.

Fomos para a cozinha rindo. Uma abraçada a outra. Estava ajudando Edward a fazer o jantar, enquanto minha mãe ligava para meu pai para explicar que não iria jantar em casa e que ele teria que esquentar a comida hoje. As vezes tinha pena do meu pai. Coitado, como ele conseguia viver com uma mulher tão energética como minha mãe por quase vinte longos anos.

—Bella, me passo o... Dona Renée, a senhora está bem? - Olhei para minha mãe e ela estava mais branca que papel.

—Mãe, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa com o papai? - Colocamos minha mãe sentada numa cadeira e lhe demos um copo de água bem gelada.

—Não, não aconteceu nada com seu pai.

—Então o que foi?

—Mike Newton!

—O que ele aprontou dessa vez? - perguntei nervosa.

—Renée, o que Charlie disse a senhora no telefone – Edward perguntou calmamente.

—Oh... Assim que ele atendeu, Charlie disse que já iria ligar para cá, pois tinha acabado de receber uma ligação. Parece que alguns jovens iam fazer trilha e encontraram o carro de Mike Newton. Ele bateu numa árvore. Um dos garotos reconheceu Mike pois estava no casamente do vocês. O neto da senhora Morey.

—Sim, sim, me lembro. Acho que ele é do primeiro ano. Mas o que mais ele viu?

—Oh, Bella! Parece que os dois estavam sem cinto e... O carro deve ter capotado. Mike caiu pela porta, mas a garota...

—Garota?!

—Sim, sim. O garoto não lembra de te-la visto direito. Os policias estão indo para lá. Parece que a garota atravessou o vidro da frente. Ficou... Presa na árvore.

—Oh, Meu Deus.

—Ainda não sabem quem é... Mas... Os meninos disseram que a viu com Mike no dia do baile no estacionamento.

Quando minha mãe disse isso senti minha cabeça rodar e a última coisa que pensei antes de tudo ficar escuro foi... Jessica.

z88;


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Ok, ok! Eu sei que demorei sécuuuuuuuloooosss, mas minha vida estava um caos. Isso além do fato de que minha mente estava totalmente bloqueada. Sério! Eu já sabia como seria o capítulo, mas não conseguia escreve-lo. Mas como essa semana consegui fazer meu cérebro fluir. Bom, eu gostei do resultado desse capítulo. Então espero que vocês também tenham gostado.

¹Bella estava se referindo as aulas que ela teve que fazer na escola por causa da gravidez.
²Aqueles contos infantis que eram muitos frequentes na nossa infância (ou não) e sempre passavam no Sitio do Pica-Pau amarelo (é eu via) eram da Dona Carochinha.

P.s: Quem lê minhas outras fics peço paciência. As coisas aqui estão difíceis, mas prometo que logo sai.
Ps2: Coloquei a música na versão do Glee por que é muuuuuuuuiiiitooo mais bonita que a original. Pelo menos, eu acho. XP

Bjão e feliz dia das crianças! 8 )