Capítulo 10 – Nossa música.

-Desculpa, eu não queria – Queria sim. FOCO, FOCO, FOCO, ISABELLA.

-Que pena, porque eu queria. Rsrsrs – O QUE? - Bom, eu vou ver porque o Emmett veio nos atrapalhar. Nos falamos mas tarde – Ele beijou minha cabeça e foi embora. Como assim ele queria? Por que ele sempre me deixava assim depois de termos uma conversa? HAAAÁ. Tem horas que dá vontade de largar essa vergonha e gritar pro Edward “ EI, OLHA PRA MIM! ME BEIJA, PORQUE EU TE AMO!” Tudo seria tão mais fácil se eu fosse cara de pau! Fui pro quarto da Alice me despedir. Eu iria embora dali nem que fosse a pé. Bom, ainda bem que ela disse que me daria uma carona. Pois, estranhamente depois daquele beijo, eu senti fome.

O caminho para minha casa Alice foi falando que hoje mesmo ela ligaria para uma clínica em Port Angeles para cuidar da minha gravidez. No hospital de Forks havia esse tipo de médico. Mas em cidade pequena é ainda pior do que brincar de telefone sem fio, pois todos os 3 mil habitantes acabam sabendo da fofoca também.

Assim que cheguei em casa percebi que nem meu pai e nem minha mãe estavam presentes. Fui para geladeira e peguei um pouco de frango que havia sobrado da quarta-feira. Coloquei no pão e enchi um copo de refrigerante. Subi para meu quarto e decidi escutar música. Peguei meu MP4 e coloquei na primeira música que era da Avril Lavigne, chamada Innocence. Enquanto cantava, comia o sanduíche e bebia o refrigerante, fiquei pensando no beijo que ganhei do Edward duas vezes só hoje. Também lembrei do beijo que dei nele e no que ele quis dizer com aquele “ Que pena, porque eu queria”.

Passaram algumas horas, eu fiquei acordada até as 2 da manhã pensado. Mas acho que algo devia estar errado, pois agora sentia como se meu corpo estivesse flutuando, queria abrir os olhos mas não conseguia era como se eu estivesse morta. Mas não poderia ser, afinal, aquela sensação era tão boa e reconfortante. Eu me sentia aquecida, segura e livre de qualquer culpa. Fiz novamente esforço para abrir os olhos e vi uma linda árvore no centro de uma enorme campina. Era tudo verde. Seu gramado era baixo e eu estava pousando nele. Tinha um cheiro maravilhoso. Eu olhava para todo lado e tudo o que eu via era verde e mais verde. Além daquela única árvore. Quando retornei os olhos para lá, vi Edward com um lindo sorriso no rosto me chamando. Corri em sua direção para me juntar a ele num abraço e logo em seguida em um beijo.

Pena que aquilo era apenas fruto da minha imaginação, apenas um sonho. Mais um sonho com o meu príncipe encantado. Sentei na cama e percebi que a última música tocava no meu MP4. Estava tocando Vermilion Part 2, do Slipknot¹. Desliguei o aparelho e olhei as horas eram 7h30 da manhã. Será que algum dia Edward e eu teríamos nossa música?

Se no dia que o Mike me traiu eu tivesse achado que era o pior dia da minha vida eu estava enganada. Pois com certeza, hoje é o pior dia. Aquilo foi praticamente a uma ida ao Paraíso. Em pleno domingo, eu em casa e meus pais me ignorando completamente. Por isso resolvi ficar o dia todo no meu quarto. De um certo modo eu os entendia. Afinal, eles são meus pais e só querem o meu bem. Na hora do almoço resolvi comer no quarto mesmo. Não aguentaria todo aquele silêncio atrapalhando nosso almoço que sempre foi alegre e bem familiar.

As 15h, Alice me ligou dizendo que tinha marcado o médico para sexta-feira, as 13h, portanto, nos duas teríamos que faltar aula. Não que eu me importasse. Mas sinceramente estava muito nervosa para amanhã e ver como estava as coisas com o Mike e a Jessica. Nossa, to parecendo uma verdadeira fofoqueira. Até pareço a Sra. Stanley. O domingo passou rápido e logo veio a segunda-feira. Fui para escola e Alice estava me esperando com uma cara sapeca.

-Bom dia, Bella! (N/A: Finalmente um dialogo.)

-Bom dia, Alice! Por que todo essa felicidade? Tem algo especial hoje com o Jazz?

-Nossa, Bella! Não posso mais ficar feliz? - Ela falou isso fazendo uma cara de indignação que mais deu vontade de rir de tão fofa que ficou. Alice as vezes parecia um boneco de pelúcia.

-Claro que pode. Só que normalmente numa segunda de manhã você está num estado de alegria normal – Claro que um normal para Alice – Mas hoje você parece estar excedendo o limite de felicidade.

-Ora, Bella. Desde quando tem limite de felicidade? E só pra responder sua pergunta. Não.

-Não, o que?

-Não tenho nada de especial com o Jazz. Na verdade ele e a Rose tiveram que viajar com seus pais no sábado de noite – Que estranho, Alice nem me falou isso ontem pelo telefone.

-Por que? - Tá deve ser sério, porque a Allie, nunca faz essa cara de cachorro abandonado quando as coisas estão bem. Normalmente ela faz a carinha do gatinho do Sherk. Coisa boa não vem.

-A avó do Jazz morreu. Na sexta. Ela caiu a escada quando ia pra cozinha fazer aqueles biscoitinho amanteigado com pedacinhos de chocolate. Eu adorava seus biscoitinhos ela colocava bastante chocolate porque a mão dela tremia. Ficava perfeito – Os olhos dela estavam cheios de água. Coitada, acho que ela vai chorar a qualquer momento.

-Pode deixar, se quiser eu preparo uns pra você.

-Jura?

-Claro. Mais me explica uma coisa. Por que estava tão feliz agora pouco se ela morreu? AHHH. Não sabe quem vai com agente na sexta ver se o meu sobrinho está bem! - Ué, cadê a as lágrimas, a carinha infeliz e o ar fúnebre que estava qui agora a pouco?

-Não sei, Alice. Quem?

-O Edward! - Na hora que disse isso, ela saiu em disparada para sua sala. Não pude segui-la, pois o sinal havia acabado de bater. Fui em direção da minha aula. Entender a Alice iria me levar muito mais do que 10 minutos. Minhas aulas seguiram normalmente. Na hora do intervalo não encontrei nenhum Cullen. Sentei junto a Angela Weber, seu namorado Ben Cheney e Tyler Crowley. Esse último que havia terminado seu namoro com Lauren Mallory por ter visto ela beijando outro, essa era a outra sebosa da escola. Ela olhava pro Tyler como se fosse pegar uma metralhadora a qualquer momento e começar a atirar. Ela e Jessica são super amigas. E super vacas também.

-E ai, Bella, como foi o final de semana? - Angela me perguntou daquele seu modo doce.

-Chato, estressado e muito confuso. Depois eu te conto. Mas e o seu?

-Nossa, Bella, não quer que fiquemos por dentro do assunto é só falar que a gente some, tá! - Eu já mencionei que o Tyler tinha potencial para ser discípulo do Emmett. Claro que ele nunca ganharia do grande mestre. Mas ele tá chegando lá.

-Credo, Tyler, não é por nada contra você, mas daqui a pouco eu vou pedir pra você sair – bem começou a falar fazendo um gesto com a cabeça para mesa onde os trairás estavam – Lauren deve estar jogando mandingas pra nossa mesa de 30 em 30 segundos. Isso deve fazer mal pra digestão.

-Não sei porque ela fica te olhando desse jeito pra você, Tyler. Quem foi traído foi você, não ela – Falei achando ridículo aquela demostração de raiva da Lauren. Acho que está virando moda os idiotas dessa escola traírem os namorados que fazem juras e mais juras de amor.

-É que ela acha que o Tyler não tinha o direito de encontrar ela com outro – Disse Angela. Eu sabia que desde pequena ela odiava a Lauren.

-Afinal, como ela disse, eu não deveria estar lá naquela hora, porque o sinal já havia tocado a meia hora – Naquele dia Tyler estava passando mal e tinha ido a enfermaria. Foi quando ele viu ela o traindo com um garoto do último ano.

O final do intervalo veio, e logo a semana acabou. Mal falei com Alice e com Edward essa semana era como se eles tivessem me evitando. Acorda Bella, antes mesmo dele se casar contigo já desistiu. Ouvi a campainha tocar, olhei no relógio era 10h 30. Havia combinado com Alice um pouco mais cedo pois a viagem seria longa. Desci as escadas e fui abri a porta.

-Alice, pode entrar eu tenho que terminar de me arrum... - Não era na porta e sim Edward me olhando com aquele sorriso torto.

-Sabe, essa é a primeira vez que me confundem com a Alice. Podemos ser gêmeos mas nunca acharam muita semelhança entre a gente.

-Ahn, Edward. Foi mal, pensei que era sua irmã. Tínhamos marcado essa hora para ir a clínica. Aconteceu alguma coisa? – OMG. É nessa hora que ele fala que foi um erro. Que não devemos nos casar e que eu deveria deixar a família dele em paz.

-Não. Quer dizer sim. A Alice acordou um pouco indisposta e já que o filho é meu. Rsrsrs. Eu me candidatei para lhe acompanhar – Ele tá levando esse negócio de filho muito a sério.

-Ahn, tudo bem. Eu vou prender meu cabelo e pegar meu casaco. Eu já volto.

-Deixa seu cabelo solto. Fica mais bonito – Foi impressão minha ou ele acabou de corar levemente?

-Ah, tudo bem. Então vou pegar meu casaco – Ele me elogia e eu digo que vou buscar o casaco, mas eu sou tonta mesmo!

Dei uma ajeitada no cabelo, passei um pouco de brilho e perfume. Depois peguei minha bolsa verificando se minha carteira estava dentro e peguei o casaco. Ele me esperava no mesmo lugar que o deixei com um leve sorriso pairando em seus lábios.

-Vamos? - Assenti com a cabeça e ele abriu a porta, e logo em seguida colocando as mãos em minhas costas me guiando até seu carro. Senti um leve formigamento no local onde sua mão estava. Era como se estivesse em pleno inverno e do nada aparecesse um sol bem onde você está encostado. Edward era meu sol, me sentia aquecida ao seu lado – Coloque os cintos. Não quero que nada aconteça com meu filho e minha futura esposa – Ele falava isso de uma forma como se fosse a coisa mais normal do mundo. E estranhamente eu estava começando a achar que era normal.

-Por favor, não corra. Eu tomei um café bem reforçado hoje.

-Tomou o que?

-3 copos de suco de abacaxi, 4 sanduíches e 2 torradas – Falei corando levemente.

-Hahaha. Parece que seu apetite de grávida está começando a aparecer – OMG. Está falando de um jeito gentil que logo estarei pior que o Free Willy. To com vontade de chorar.