POV NICO

– Não pode ser... Mas como... – Gaguejou meu pai. Sorri estremecido com aquela voz. Fiquei rígido ouvindo aquele seu tom suave mais cheio de raiva. Sem dúvidas era Samantha. Olhei pra trás devagar e ela estava parada atrás da gente com a mão na cintura e com um sorriso satisfeito no rosto. Como eu fiquei feliz de ver ela viva... Quer dizer... Por mais que ela seja arrogante e irritante ela é minha amiga, não gostaria de perder outro amigo.

– Isso mesmo. Como você pode ver, estou viva. V-o-c-ê P-e-r-d-e-u – Disse Samantha mais confiante do que nunca.

– Como ousa? Você não pode... VOCÊ DEVE MORRER! Eu fazia questão de que os semideuses que viessem não iam sobreviver! – Gritou Hades.

– Mas eu não morri senhor Hades. Nós não morremos – Ela começou a andar em nossa direção. Reparei nela e sua pele estava num tom mais vermelho, mais não dei bola. Parecia até estar mais forte – Parece que você não é tão esperto assim. Você perdeu o acordo, nós ganhamos, liberte a outra semideusa, e deixo-nos ir embora.

Antes de Hades conseguir responder, um raio cortou em cima de nossas cabeças, explodindo com um clarão a nossa frente. Fechei os olhos com o susto. Quando abri, estávamos na entrada do submundo. Do lado de fora. E a semideusa estava no chão a nossa frente, desacordada.

– O que aconteceu? – Perguntou Grover.

– Nós juramos pelo rio Estige, ele não pode quebrar o juramento. Como nós vencemos e a Samantha não morreu – Minha voz tremeu nessa hora. Não conseguia pensar nessa hipótese. – Conseguimos sair do submundo – Olhei para Samantha e ela estava de cabeça baixa e com os punhos fechados – O que há de errado com você? – Perguntei. Grover abraçou Samantha quase chorando. Ela o acalmou dizendo que estava tudo bem, então ele pegou a tal garota nos braços e a encostou em uma rocha.

– Que droga. Agora que eu queria dar uma bem dada na cara do titio suquinho! - Murmurou ela baixo, mais para si mesma.

Abri um meio sorriso discreto. Da onde saia tanta coragem? Ela enfrentou meu pai Hades, Deus dos Mortos. Entrou no submundo. Como pode ser tão forte?

– Que pena – a ouvi sussurrar.

Quando nós três tínhamos acabado de colocar remédios nos ferimentos da garota. Ela se mexeu. Grover colocou seu cabelo que tinha um tom claro para trás e começou a mexer nela com cuidado para que ela abrisse os olhos. Reparei mais na garota, ela era alta, quase do meu tamanho, cabelos castanhos escuros e lisos, todos desgrenhados e repicados que batia um pouco abaixo dos seus ombros. Ela estava suja e arranhada, mais tirando isso, era uma garota bonita. Usava uma blusa branca (que por causa da sujeira estava quase preta) e uma bermuda jeans que batia acima do joelho. Quando abriu os olhos percebi que seus olhos eram um beje bem claro, cor de mel, que brilhara intensamente por causa dos raios do sol que batiam levemente no seu rosto. Eram bonitos. Intensos.

– Ei, tudo bem? – Perguntou Grover a ela. Ela balançou a cabeça positivamente, olhou Samantha e me encarou. Ficou um tempo olhando nos meus olhos. Percebi Samantha bufar do meu lado.

– Qual seu nome garota? – perguntou ela.

Arrogante.

– Na... Natália – Sussurrou ela num fio de voz. Parecia sem forças.

– Oi Natália, somos amigos. Meu nome é Grover, o dessa garota "simpática" é Samantha e o do esquisito ali é Nico – Disso Grover irônico. Samantha o fuzilou com os olhos.

– Consegue se levantar? – Perguntei me debruçando do lado dela. Ela assentiu e tentou levantar, mas acho que estava com dor. Não conseguiu. Então a peguei no colo com delicadeza. Estava tentando não ser tão ruim como meu pai era. Ela abraçou o meu pescoço e colocou sua cabeça em meu peito. Senti sua respiração em meu pescoço, estava intensa, mais foi se acalmando. Com ela no colo, olhei para Grover, que olhava com os olhos arregalados para Samantha, que me olhava como se quisesse atirar com uma Bazuca bem na minha cara – Só estou querendo ajudar – Eu disse indiferente. Comecei a andar, Grover e Samantha se juntaram a mim e viajamos novamente pelas sombras. Agarrei firme na garota que resmungava já inconsciente no meu colo.

Mais eu estava muito cansado e não consegui levar a gente muito longe, apenas para nos tirar daquele lugar. Olhei ao redor quando eu vi um vulto se remexer pelas árvores. Sem comentar nada, coloquei Natália encostada em uma árvore e saquei minha espada estreitando os olhos. Grover e Samantha logo perceberam e fizeram o mesmo. Quando um vulto rapidamente apareceu em nossa frente nos dando um susto.

-  Oi gente! – Estremecemos. Grover ficou branco e quase desabou no chão.

– Ah, é você Will. Nunca mais nos dê esse susto! – Disse Grover.

– Foi mal – Disse Will depois de nós três termos abaixado as espadas – Vi uma movimentação. Decidi ver o que é. Quem são elas? – Perguntou ele apontando para Samantha e Natália.

– Ei, não nos atrapalhe, estamos em missão – respondeu Samantha.

“Nossa Samantha, por que você é sempre tão simpática?” 

– Essa é Samantha, Filha de Poseidon e aquela é a garota que viemos resgatar. Natália – Disse Grover. – Bom, esse é Willian, filho de Apolo.

Observei Samantha ficar rígida.

– Posso ajudar? Eu também estava em missão, mais era bem simples – Disse Will meio vermelho olhando pra Samantha. Não gostei disso. O fuzilei com o olhar.

Antes que pudéssemos responder. Vultos novamente passaram pelas árvores. E dessa vez, não pareciam ser meio-sangues desocupados. Quando nos demos conta, 5 Harpias nervosas apareceram de trás das árvores...

– Hummmmmmmmm... Almooço! Como nosso senhor falou... – Disse uma delas.

– Senhor? – Sussurrou Grover – Hades mandou elas?

– Sim. Nunca confiem na palavra de Hades. Ele não podia quebrar o juramento lá dentro. Agora aqui fora... - Comentei.

– Elas estavam lá naquele lugar. Essas aí bateram em mim! – Disse Natália acordando desesperada. Deve ter passado por um trauma muito grande.

As Harpias riram. – Foi sim! E foi muito bom. Agora, vamos terminar o serviço!

– SÓ SE FOR POR CIMA DO MEU CADÁVER SUAS HORROROSAS... – Gritou Samantha.

Acho que ela era a única que estava feliz com aquilo. Ia poder soltar sua raiva em alguém.

– Ei, você! – Gritou a filha de Poseidon para Will - Quer ajudar em alguma coisa? Leve a garota pra longe. Se esconda com ela. Depois acharemos vocês. Podem ter mais monstros por aqui. Tomem cuidado! – Samantha estava decidida. Realmente, liderando a missão.

Corajosa, impulsiva, estúpida, linda, arrogante, interessante...

Nico, foco nas bruxas quengas.

Will assentiu e correu com Natália nos braços. Samantha foi a primeira a correr em direção as Harpias, Grover e eu a seguimos.

– Isso vai ser divertido – Disse Samantha enquanto atacava.

Essa garota me surpreende.

POV SAMANTHA

Começamos a lutar com as Harpias. Nos revezávamos com qual íamos lutar, ali eram 5 contra 3. Mas, lutávamos melhores do que elas... Eu estava confiante. Forte. Decidida e com muito ódio. Isso é que eu preciso pra conseguir lutar.

Logo Grover e Nico deram o golpe final em 2 Harpias, restavam 3. Uma pra cada um. Achei que ia ser um massacre sangrento, mais quando dávamos o golpe final nelas, elas simplesmente viravam pó (Ah, que saco, eu quero sangue!!!) Elas lutavam meio desordenadas. Eu apenas atacava e ela desviava. Ficamos assim por 1 minuto no máximo. Quando ela tentou enfiar sua espada em mim, imediatamente me girei para o lado, no rebote, puxei a lâmina de sua espada fazendo ela perder mais o equilíbrio, isso me custou dois cortes na mão. Então cravei minha espada em sua barriga. Ela soltou um grito de dor e virou pó. Grover e Nico ainda lutavam. Fui ajudar Grover que parecia com mais dificuldade já que estava mais machucado que Nico. Logo eu e Grover atacamos a Harpia ao mesmo tempo e ela não conseguiu reagir. Gritou e virou pó. Quando eu e Grover viramos para Nico, vimos a investida que Nico tentou dar na Harpia, mas ela acabou desviando jogando Nico no chão. Pegou sua espada e levantou-a para cima.

– NICO!– Foi o que eu consegui gritar.