O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 43
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Demorou.... mas chegou! rs'

Espero que gostem, nem muito grande nem muito pequeno.

Boa Leitura!!!



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POV NICO

Tudo culpa sua.

Ela se machucou e seu filho morreu.

Você prometeu Nico.

Você quebrou sua promessa que fez a ela.

Você é fraco Nico Di Ângelo...

Fraco...

Minha mente me martelava enquanto eu estava sentado no chão da sala de espera encostado na parede, tentando controlar meus soluços. Percy ao meu lado, do mesmo jeito que eu, no mesmo estado que eu.

As pessoas na sala de espera nos olhavam com pena. Sabiam que tinha acontecido alguma tragédia porque após o médico ter contado, Patrícia passou mal e desmaiou, mas alguns segundos depois já estava cordada de novo. Uma queda de pressão pelo susto. E eu, praticamente igual a ela.

Minhas pernas bambearam, eu fui andando pra trás até bater na parede e cair no chão em completos prantos.

Percy ficou parado olhando pra tudo aquilo, olhava pra mim e para Patrícia, que chorava alto, com um olhar vazio. As lágrimas caiam por sua face, seus lábios tremendo, mas ele não estava em prantos, mas sei que seu coração estava partido pela irmã.

Todos nos observavam. Eu passava as mãos nervosamente pelo cabelo.

Tudo culpa sua Nico. Tudo.

– Tudo culpa minha... – Eu repetia confirmando.

– Nico – Ouvi uma voz me chamar. Uma voz fraca mas triste, sem força.

Levantei minha cabeça e olhei para Patrícia. Seus olhos inchados, cabelos desgrenhados, uniforme sujo. As pessoas que estava com ela se afastaram. Seu olhar frio vinha diretamente a mim. Me deu até arrepios.

– Quem? Quem fez isso com ela?

– Eu... Eu não sei... - Menti. Havia muitas pessoas ali.

– Como você sabia que tinha acontecido isso com ela?

– Ela tinha me ligado... Mas nem chegou a falar comigo, porque logo a ligação foi interrompida e eu ouvi um estrondo – Bom, pelo menos isso é verdade.

Passamos horas assim. Sem falar absolutamente nada. Nesse tempo que Percy havia sentado do meu lado. Sei que não é muito, mas era sua forma de mostrar solidariedade.

Eu olhava para o chão. Pensava em tudo, dês do começo com Samantha, e pensava em como seria o final. Com ela maior, mais mulher, com um filho nos braços. Feliz. Mas eu consegui estragar tudo, tudo.

Um policial veio até o hospital procurando por ela, e disse que até agora não encontraram nenhum indício de quem havia feito isso. Nenhuma marca, digital, a arma que possa ter sido usada. Nada.

“Óbvio. Um Deus não deixa marcas.” Pensei.

O médico havia falado que já havia acabado a bateria de exames e que todos os resultados sairiam logo, que já podíamos vê-la.

Eu não tive coragem na hora. Apenas levantei e fui até Patrícia falando que ela podia ir primeiro. Que eu iria depois. Ainda não tinha coragem de encarar Samantha. Patrícia me abraçou e logo se dirigiu ao quarto.

– Tenho medo... – Ouvi Percy sussurrar.

– Medo? De que? – Perguntei. Sentamos nas cadeiras da sala de espera.

– Annabeth... – Ele respondeu cabisbaixo.

– Não vai acontecer nada com ela – Foi o que eu consegui dizer. Eu estava tão mal, que havia perdido toda a vontade de falar. Não tinha em mais nada que eu falasse.

Passaram-se uns 30 minutos e Patrícia voltara, com o rosto um pouco melhor, mas ainda com os olhos inchados e vermelhos. Ela acenou com a cabeça para mim e falou algo apenas com os lábios enquanto passava:

“Ela está chamando por você.”

Engoli seco. Assenti com a cabeça, respirei fundo e levantei. Percy havia colocado sua mão em meu ombro. Assenti, então fomos até o quarto que eu respectivamente vi Patrícia sair.

Abri a porta lentamente e fui adentrando no pequeno quarto branco. Coloquei minha cabeça pra dentro do quarto avistando o território. E lá estava ela deitada na maca, com alguns fios das máquinas ligados em si. Ela olhava fixamente para o teto. Reparei no seu cabelo, os cachinhos jogados por todo o travesseiro, parecia embaraçado e sem vida, muito diferente de antes. Ela virou seu rosto lentamente em minha direção e isso me machucou mais. Ela estava com aquela mesma marca roxa na bochecha devido a pancada, só que dessa vez, ela parecia maior. Seus olhos se encontraram com os meus e os vi brilharem intensamente. Isso só significava uma coisa...

Caminhei até ela apressadamente e a abracei, sem aperta-la, deixando que ela me apertasse a si. E bastou isso pra mim ouvir seus soluços começarem, e o choro sair cada vez mais alto. Ela apertava minha camiseta com força a puxando. Afundava seu rosto o mais que podia em meu pescoço. Estava tentado jogar sua angústia pra fora, como eu havia tentado à pouco tempo atrás.

Afastei ela lentamente de mim e permiti que Percy a abraçasse. Ele sussurrava coisas em seu ouvido e ela assentia freneticamente em meio aos soluços. Percy se separou dela e foi para o outro lado da cama. Me aproximei novamente e segurei em sua mão.

– Me perdoa? – Perguntei a encarando.

– Porque? – Ela perguntou franzindo os cenhos. Sua voz estava fraca e rouca. Seus olhos marejados.

– Por ter quebrado minha promessa. Eu prometi que nada de mal aconteceria a vocês.

– Você só estava cuidando de mim.

– Não, não deveria ter te deixado. Foi ele não foi? Foi Hades. O que ele fez exatamente a você? – Minha fúria subiu e minha voz ficou trêmula. Sammy apertou mais fortemente em minha mão.

– Já foi Nico. Não era pra ser, só isso – Ela mesma tentava se auto-consolar.

– Nico? – Percy chamou minha atenção – Vai com calma, ela está cansada.

Respirei fundo.

– Mas espere só eu me recuperar... – Sammy disse e eu a encarei franzindo o cenho – Vou rasgar a cara da Natália no asfalto, aposto que ela foi avisar Hades depois que saiu de casa.

– Acalma mulher maravilha, sua perna está enfaixada, você terá bastante tempo de recuperação pela frente – Percy disse sorrindo.

– Não quero saber, nem se for numa cadeira de rodas, essa ai vai pagar por fingir ser minha amiga e depois fazer isso.

Não aguentei e tive que deixar um pequeno sorriso se erguer em meu rosto. Reparei no corpo de Samantha. Estava quase todo coberto pelo lençol. Apenas a perna engessada e os braços com umas marcas avermelhadas para fora.

– É, nossa Sammy está voltando – Percy disse com uma voz aliviada.

– Ela nunca se foi, Percy – Ela disse com um pequeno sorriso e a voz mais confiante – Isso só foi uma fase, um teste – Ela completou olhando pra mim.

Antes que eu pudesse dizer algo, ouvimos um toque de telefone. Era o de Percy.

– Oi – Ele disse sem tirar o sorriso do rosto – Eu estou na frente dela, ela está bem, quer falar com ela?

Então Percy entregou o seu celular a Samantha. Logo percebi que era Annabeth no outro lado da linha. Sammy assentia e apenas concordava, e disse que explicaria detalhes quando voltasse. Ela assentiu mais um pouco e desligou o telefone.

– Nossa... Ela nem quis se despedir de mim – Percy comentou fazendo bico. Eu e Samantha reviramos os olhos na mesma hora.

– Que patético Percy, eu vou vomitar, sai daqui... – Ela disse num tom de voz engraçado – Odeio romantismo – Ela sussurrou.

– Uhum.... – Percy disse discordando.

Samantha olhou feio para ele mais preferiu não comentar sobre isso.

– Annabeth deu uma notícia. Que ela conversou com a mãe dela, e me parece que os Deuses liberaram a minha entrada e a de Nico de volta no acampamento.

– Já estava na hora – Percy disse.

– Ah, agora né? Acho que foi um pouquinho tarde... – Eu completei.

– Bom, acho que vou saindo, eu sai do acampamento sem comer nada e estou morrendo de fome – Percy disse já saindo do quarto nos deixando sozinhos.

Fiquei encarando Sammy sem perceber até que ela me deu um cutucão no braço. Eu protestei de dor.

– Para de ficar me olhando com esse jeito de pena, eu to bem, que saco – Ela disse com bico.

Incrível como essa garota tem um pavio curto. E parece que diminui mais com o tempo.

– Eu...

– Olha Nico, aconteceu, acabou – Ela me encarou e sua pose de durona parece que desapareceu por um momento. Seu tom de voz mudara – Foi um susto e eu estava desprevenida, e não se culpe porque não foi culpa sua, você apenas estava cuidando de mim, o que você prometeu fazer.

– Mas eu...

– Nico Di Ângelo, se você ousar me contrariar... – E a pose está de volta õ/ - Eu odeio essas melosidades, já disse. Eu só fiquei muito abalada naquela hora – Ela completou olhando pra frente.

Olhei para a minha mão e a dela, que ainda segurava a minha. Reparei nas nossas alianças. Ainda com aquele brilho que ela tem que as diferencia.

Iguais, mas diferentes.

Isso define muito bem eu e Samantha.

– Eu te amo – Finalmente uma frase que eu consegui falar.

– Eu também, mas se ficar dando uma de vítima, eu acabo com isso rapidinho.

Sorri tirando um sorriso dela também.

– Minha invocadinha - Dei um beijo em sua bochecha, onde se encontrara o machucado. Rezando para que isso nunca voltasse a acontecer. Segurei o rosto dela de vagar e desferi um beijo calmo em seus lábios. Depois de tanto susto, nada melhor.

Mas algo, ou alguém, sempre tem que estragar o clima.

– Olha, eu não sabia o que você gosta, então eu peguei um lanchinho natural e um suco pra você Nico... – Percy metralhou as palavras enquanto entrava no quarto. Ele fez uma parada para ver a cena. Eu e Samantha olhamos para ele – Para a princesinha das trevas não engordar... – Ele completou debochado nem ligando pro que tinha visto, fazendo com que Samantha soltasse uma gargalhada.

Foi tão bom ouvir aquela risada que eu não quis discutir. Dei um selinho na minha invocadinha e tratei de pegar logo o lanche. Afinal, eu também não tinha comido nada.

Apenas aproveitei o momento.


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Notas finais do capítulo

Aw, o que vocês acharam?

E sobre o Nico se culpar de tudo?

Acham que eles vão ter que ir atras da Natália?

Esperamos seu comentário ;)



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