POV SAMANTHA

Muito bem, foi ali que nos instalamos, na casa da minha mãe. Nos instalamos bem, pelo simples fato de não ter outro quarto para Nico dormir, então ele ficaria com a sala. “Ficaria”, porque ele vem pro meu quarto todas as noites depois que todo mundo dormia pra vir se deitar comigo. Nos primeiros dias minha mãe reclamava com ele sobre minha privacidade, e que não gostava de alguns barulhos indesejáveis que ouvia de noite, mas eu conversei com ela que acabou aceitando. Ela gostou do Nico mais do que eu esperava que fosse possível. Natália nos levou para fazer compras, já que tinha um cartão “Afrodite Ilimitado” que ela ganhara de sua mãe, como todos os outros irmãos. Só que o passeio foi interrompido por mais monstros que entraram na loja e tivemos que nos apressar um pouco. Mas tirando isso, estava ocorrendo tudo bem, pois corríamos de volta pra casa sempre que fora preciso já que a barreira de Natália estava até que funcionando bem.

Quase não percebi que já tinha se passado 1 mês que estávamos na casa da minha mãe. O que batata frita e Tv a cabo com vários canais não faz com a gente não é?

– Sammy, o que foi? O que você tem?

– Não sei, uma tontura – Eu respondi com um fio de voz. Perdi totalmente as forças de repente enquanto eu levava pipoca para mim, Nico e Natália comer enquanto assistia um filme de fim de tarde. Sorte que eu já estava perto deles, então Nico e Natália foram rápidos e conseguiram estender os braços e me segurar. Mas a pipoca foi toda ao chão.

– Ela está pálida – Comentou Natália. O mundo estava girando, eu não conseguia levantar – É melhor ela tomar um banho morno e descansar, está muito fraca – Ela comentou enquanto eles me colocavam deitada no sofá. Minha mãe não estava em casa, ela era enfermeira em um grande hospital da cidade, então estava sempre ocupada.

– Consegue levantar? – Nico perguntou me olhando. Ele estava realmente preocupado. Balancei minha cabeça que não e fechei os olhos com força, minha tontura ainda estava forte – Ok, vamos tomar um banho, e eu te coloco na cama pra descansar.

Dizendo isso ele me pegou no colo e me levou em direção ao banheiro. Isso me fez abrir um sorriso bem fraco.

– Me lembrou a primeira vez que a gente se viu – Consegui dizer. Ele sorriu e concordou. Estávamos subindo as escadas.

– Só que ali eu estava com ódio e irritado com você.

– Eu vou separar uma roupa bem levinha pra ela enquanto você ajuda a dar o banho Nico – Ouvi Natália dizer atrás da gente. Então ela entrou em meu quarto e Nico foi em direção ao banheiro.

Ele me colocou em cima do vaso sanitário sentada. Ainda me segurando ele ligou o chuveiro e deixou a água cair na banheira.

– Vou deixar ela morninha pra você relaxar ta bom? – Ele sussurrou pra mim enquanto acariciava meu rosto. Ele me tratou definitivamente como uma princesa, sem perversão nem nada. Por mais que eu não goste de melações eu aceitei tudo aquilo, ele sabia que eu estava mal. Tirou minha roupa bem devagar e me ajudou a entrar na banheira. A água não estava nem fria nem quente, mas fez um arrepio percorrer meu corpo.

– Pronto, agora fique ai que eu vou buscar sua roupa e já venho, se sentir algo me chama bem alto ta bom? – E depositou um beijo na minha testa.

Eu não podia arranjar um namorado melhor.

Fechei os olhos e fiquei ali sentindo a água inundar meu corpo. Sou filha de Poseidon, água sempre me faz ficar melhor. Me lavei e voltei a relaxar, quando um movimento chamou minha atenção.

– Sua cor já voltou, isso é muito bom, você está melhorando – Ele disse entrando no banheiro e fechando a porta. Pendurou minha roupa e me olhou. Mas eu percebi que ele estava com uma cara de espanto, mas branco do que o normal.

– Acho que quem precisa de um banho é você, o que houve?

– N... nada. Natália disse que quer conversar com você depois. Vamos sair da banheira agora neném? – Ele perguntou divertido. Fiz bico e balancei minha cabeça negativamente. Ele riu e veio em minha direção.

– Pode deixar, eu estou melhor - Levantei da banheira e Nico me entregou a toalha segurando no meu braço – Você não acredita em mim não é?

– Não, você sempre quer dar uma de durona – Ele disse com um meio sorriso. Rolei os olhos e passei a toalha pelo meu corpo. O que Nico não deixou de admirar. Sei que os filhos de Poseidon não ficam molhados, só quando querem. E eu queria, gostava dessa sensação. Me faz sentir mais... Normal.

– Dá pra parar de olhar pra mim assim? - Perguntei o encarando.

– Aposto que você vai ficar linda.

– Como assim? Linda como?

– NICO! CHEGUEI, CADÊ A SAMANTHA? – Ouvimos a voz fina e irritante de Natália. Nico deu a roupa para mim vestir. Uma camisola azul de ceda bem curta, que eu amava. Era uma das minhas preferidas. Não só minha... (Se é que vocês me entendem).

Saímos do banheiro e Natália estava no corredor nos esperando.

– Chegou da onde Natália? – Perguntei olhando pra ela.

– Você vai ver. Vem, quero falar com você – Então ela me puxou pra dentro do seu quarto de hóspedes. Olhei para trás e Nico estava me encarando com um pequeno sorriso no rosto. Sorri de volta. Então a porta se fechou atrás de mim.

POV NICO

Confesso que estava muito nervoso. Samantha com suspeita de gravidez? Meus deuses. Minhas pernas ficaram bambas quando Natália me falou aquilo. Então eu me lembrei da nossa primeira vez, foi a única vez que não usamos proteção nenhuma.

“Nico, ela está fraca ultimamente, a menstruação dela com certeza está atrasada, porque até agora não vi ela pedindo nem indo comprar nenhum absorvente e vai fazer quase 1 mês que estamos aqui, mas ela não deve ter percebido isso pela euforia dela estar com você.”

Isto que Natália havia falado pra mim no quarto, não parava de repetir na minha cabeça. A Sammy só tem 15 anos e eu 16, somos muito novos pra isso. Pra ter essa experiência de ser... Pais.

Mas pensando bem, Samantha realmente estava muito fraca nessas ultimas semanas, se cansava rápido, só queria ficar deitada comendo besteira... E... Não estava querendo sexo. E isso já é desesperador o bastante pra mim.

Elas já estavam a quase meia hora dentro daquele quarto. Natália tinha corrido a uma farmácia enquanto eu estava com Samantha para comprar um teste de gravidez. Foi bem rápido porque estamos no centro da cidade, tudo é bem pertinho. Eu estava sentado no sofá olhando pra tela desligada da TV imaginando minha vida sendo pai. Aquela pipoca que Sammy havia derrubado ainda estava toda lá. Tudo ia virar de cabeça pra baixo. Mas apesar de tudo, é minha invocadinha, seja o que for eu vou assumir e vou estar com ela. Sempre.

Então eu ouvi uns sons de passos nas escadas. Natália descia a frente e atrás vinha minha invocadinha com os olhos todo vermelho, obviamente de tanto chorar. Levantei e andei em direção a elas. Natália deu espaço para o lado. Olhei Sammy e ela abriu um sorriso. Não sei se era de felicidade, ou preocupação. Então Natália falou o que eu já esperava.

– Parabéns, futuro papai.