POV PERCY

– Percy...

– Não Annabeth – respondi secamente e ela suspirou.

Eu e Annabeth quase havíamos discutido quando decidi que eu iria atrás de Hades e ela não. Orgulhosos os filhos de Atena. Mas, não havia escolha, eu iria, mas não levaria Annabeth comigo, se ela era um dos primeiros alvos de Luke para afetar Samantha, não sairia deste acampamento.

– Percy, por favor... – ela insistiu. Neguei o que foi mais fácil fazer de costas, já que eu estava ocupado demais arrumando minhas coisas, minha mochila na verdade. Eu e Nico iríamos hoje mesmo acertar as contas.

Não mexa com Annabeth, se não o filho de Poseidon pode acabar ficando bravo. E Luke havia conseguido isso, novamente, mesmo que não tenha sido ele, que ele esteja sendo controlado pelo poder do Deus dos Mortos, ele pode ter morrido com fama de herói no final, mas eu sabia que no fundo não é isso o que ele é. Eu posso ser bobão ou talvez, meio lerdo ás vezes. Mas era preciso mais do uma fincada no coração para eu poder confiar, no caso de Luke.

– Como você vai seguir os caminhos certos lá fora? Vai precisar da minha inteligência e estratégia – Eu já tinha ouvido isso antes. Virei-me para ela.

– Annabeth – falei e me aproximei dela, ela estava sentada na minha cama, estávamos á um tempo no chalé de Poseidon sozinhos. Quíron havia chamado Nico para a Casa Grande e disse que poderíamos ir adiantando as coisas, pois partiríamos no mesmo dia.

Isso também o ajudaria a esquecer de Samantha.

– Por favor... – continuei, olhando em seus olhos e segurando suas mãos – Prometa que vai ficar bem, que vai se cuidar. Não fará nada compulsivo. Que será inteligente. - Ela revirou os olhos.

– Sou inteligente demais Cabeça de Algas. Filha de deusa da Sabedoria lembra? - Sorri.

– Claro, eu sei meu amor. Mas, só prometa ok? – Perguntei e ela assentiu sorrindo no fim.

– Eu prometo – ela disse. Sorri e abracei, beijando-a nos lábios logo depois.

– Percy, o que você promete para mim? – Ela perguntou e a olhei com expressão confusa.

– Como assim?

– Prometi á você que ficarei bem e que não farei nada compulsivo. E você? Promete o que pra mim? Também vou ficar preocupada, você vai estar fora do acampamento. E pior, por conta própria – Ela respondeu.

– Bom, eu prometo que ficarei bem, que não farei nada compulsivo, que não comerei nada azul de um estranho – tive que sorrir com essa – E isso é uma promessa... – Puxei Annie pela cintura devagar deixando-a em pé. Ajoelhei-me na sua frente e beijei sua barriga – Para os dois.

POV NICO

– COMO ISSO ACONTECEU? – Gritei me levantando rapidamente da cadeira fazendo com que a mesma voasse para trás. Quíron me olhou com advertência.

– Desculpe – falei e relaxei os ombros sentando-me novamente. Ele assentiu.

– Criança, o que sei é o que lhe disse. Natália parece ter juntado forças com seu pai, Hades. No caso não sabemos exatamente o porque, mas não é fácil descobrir não é mesmo? – Ele me olhou como se eu soubesse a resposta. E eu infelizmente sabia.

– Não posso acreditar – Foi o que consegui dizer.

– Por isso, te chamei aqui. Quero saber, se percebeu algo de... Suspeito talvez, no comportamento, nas palavras ou atitudes da Natália. Vocês a buscaram em missão – Ele me olhava com esperança e falava gentilmente.

– Não. Nada – Respondi. Ele assentiu suspirando.

– Samantha talvez tenha percebido... - Samantha.

Ouvir esse nome fez com que meu coração batesse rapidamente e um formigamento subisse em meu corpo. Tentei me controlar respirando fundo, o centauro já havia percebido.

– Nico, sinto em... – ele começou, mas eu o interrompi.

– Isso é tão confuso. Meu pai a acorrentou, a manteve presa como refém no submundo, como ela pode ter se juntado á ele? E por que exatamente? Não pode ser só por ódio da Samantha. Elas haviam feito as pazes – Talvez “pazes” não seja exatamente a palavra – Por quê? Nós a ajudamos. Por que ela faria isso? – Soltei tudo isso em um fôlego só olhando para Quíron que sorriu.

– Nico, sei que tudo é confuso agora. Mas, você e Percy partirão em missão esclarecendo todas as questões e confio eu, tudo será resolvido. Confio em vocês – Ele respondeu, e suas palavras me acalmaram.

– Obrigado Quíron – respondi.

– Bom, então está tudo resolvido então? Partirão hoje mesmo? – Ele perguntou e seu tom de voz era preocupado. E devia, estávamos indo enfrentar um Deus. Meu pai para melhorar.

– Sim, estou esperando Percy. Iremos hoje mesmo – respondi.

– Muito bem.

– Quíron...

– Sim? – ele me encarou e corei pela perguntar que eu estava preste a fazer.

– Entendi o porquê de ter me chamado aqui, mas... E a gravidez de Annabeth? É tudo verdade? – Perguntei. Ele desviou o olhar.

– Bom, acredito que sim. Tudo é verdade. Annabeth está mesmo grávida.

– Mas, como isso? Pode um... Filho de dois semideuses? Ele nascerá bem? Saudável? – Disparei. Eu era bom nisso.

– Nico, não se preocupe. Cuidaremos de tudo. Annabeth e o futuro bebê ficarão bem – Ele respondeu desviando das perguntas importantes.

– Nico – Ouvi uma voz apressada me chamar. Virei-me.

– Estou pronto. Vai arrumar suas coisas ou ainda falta passar chapinha? – Percy me perguntou encostado na porta da Casa Grande.

Levantei-me revirando os olhos enquanto Quíron dava risada.

– Bom, meninos. Boa sorte na missão. - Assenti e sem dizer mais nada sai descendo os degraus da casa com Percy rindo atrás de mim.

– Qual é Nico, foi só uma distração. Sabe, clima tenso – ouvi ele dizer as minhas costas e comecei a andar rapidamente em direção ao chalé 13.

– Conversou com Annabeth? – perguntei quase gritando, não sabia á quantos passos ele estava de distância. Mas, sabia que estava ali.

– Sim – respondeu. Simples demais.

– Eai? – insisti. Pô, eu sou curioso.

– Eai o que? – Agora ele já estava ao meu lado. Olhei para ele.

– Nada – respondi e entrei no meu chalé com Percy esperando do lado de fora. 7 minutos depois sai do chalé com minha mochila nas costas. (É gente, eu olhei no relógio tá?)

– Uau – Percy disse com voz teatral – Você pode ganhar um prêmio por passar uma chapinha tão rápido.

– Pelo visto, chapinha é seu assunto favorito, não é mesmo Cabeça de Alga? – Perguntei o encarando fixamente. Ele estreitou os olhos, sério.

– Não te dei permissão pra me chamar assim – ele respondeu. Revirei os olhos.

– Não ligo. Vamos logo – respondi e andei á sua frente em direção aos portões do acampamento. Ele não disse mais nada, então partimos em direção ao mundo exterior. Em mais uma missão.