O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 23
Capítulo 23




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POV NATÁLIA

Minha cabeça andava muito confusa. Á procura de respostas. Meus pensamentos voltavam no tempo em que eu era adorada por todos por ser linda e desejável. Eu amava isso. No tempo em que, eu sabia o que me esperava a cada minuto á frente, em quem eu podia confiar, antes eu sabia... Quem eu era.

Pelo menos, eu achava que sabia, por que agora tudo mudou e eu não sou muito boa com mudanças. Sim, eu vim de um orfanato, não conhecia meus pais, não sabia direito minha história, mas sempre procurei saber. Aquelas perguntas que nunca saíam da minha cabeça.

Onde eu nasci?

Por que meus pais me abandonaram?

Será que eles ainda estão vivos?

Por que nunca vieram me visitar? O que foi que eu fiz?

A minha única vantagem era ser a mais bonita entre todas as garotas da minha idade. Diziam que eu tinha um encanto na voz, mas que ao mesmo tempo eu sabia ser agressiva e fazer com que temessem a mim. Eu conseguia tudo o que eu queria. Ou quase tudo. Nunca me diziam da onde eu vinha e quem eram meus pais, eles diziam que não sabiam na verdade. Mas, eu sei que mentiam pra mim. Assim, como sempre foi minha vida, se eu não usasse o encanto que todos diziam que eu tinha, eles mentiam pra mim. Todos.

Sem exceção.

Eu estava sentada na areia da praia com os braços apoiados nos joelhos e olhando para o horizonte, tentando descobrir o que havia depois do mar e pensando no que eu faria agora. Agora que eu sabia o que eu era e como eu devia agir daqui pra frente. Meu mundo agora estava totalmente diferente, eu não tinha mais amigos, mais ninguém que me adorasse, que viesse conversar comigo apenas para escutar o som da minha voz, eu não me sentia mais especial, ninguém conversava comigo, me olhavam com desprezo até no lugar em que eu pensava que me sentiria segura, mas o acampamento estava sendo apenas outro lugar em que de nada eu saberia. Nada da minha história. Minha única informação é que sou uma semideusa, mas quem são meus pais? Eu penso tanto nisso que varias vezes chego a ficar com dor de cabeça, e quando cheguei aqui pensei que todas as respostas para minhas perguntas seriam respondidas. E no fim, o acampamento acabou sendo só mais um lugar em que eu nunca saberia nada.

Lágrimas caíram no meu rosto. Nada. Nada. Nada... Fechei meus olhos com força e voltei a sentir a dor. A dor de não saber em que mundo você vive ou de que mundo você é. E agora, eu sentia emoções mais fortes que nunca havia sentido antes. Eu não tinha culpa e não sabia como controla-las, elas agiam por si próprias. Era sentimentos por Nico. O único que havia sido generoso comigo, tinha me defendido. Conversado comigo, mesmo em pouco tempo. Me feito rir, pra esquecer um pouco da dor. Aquele beijo, o primeiro beijo que eu havia dado não pra conseguir alguma coisa mas, por amor. E agora ele também se fora. Eu não o culpava ele estava com quem amava agora, eu tinha tanta vontade de acabar com tudo aquilo logo, com a minha dor, fazer com que Nico fosse só meu ou pelo menos, acabar com seu namorinho meloso, fazer com que sofresse para talvez correr até mim, mas eu só conseguiria isso se fizesse com que se separasse de Samantha. Eu não tinha forças pra isso. Não tenho medo dela é claro, mas só não tenho forças para nada agora que eu nem sei que caminho vou seguir. Ele está feliz já deixou bem claro que não me quer então... E tudo voltou.

PORRA! POR QUE TINHA QUE SER ASSIM?

Nada mais estava dando certo.

Mas, o que foi que eu fiz? Por quê... Tudo podia ser mais fácil. As lágrimas lavavam meu rosto por completo e eu não me importava, ninguém estava vendo, ninguém saberia. Foi quando senti uma mão encostar meu ombro. Virei-me no susto.

– Desculpa, eu não... Não queria assustar você – falou.

Suspirei e senti um enorme desapontamento.

Era Percy.

– Tudo bem – sorri para ele e me levantei

– Você... Não me assustou.

Passei a mão no rosto para limpar as lágrimas, mas ele já havia visto.

– Ei – ele falou e seu tom foi tão generoso que eu quase o abracei – O que acontece com você?

Balancei a cabeça sorrindo.

– É só... Tá sendo difícil pra mim me acostumar com tudo aqui – respondi.

Ele balançou a cabeça assentindo.

– Eu entendo perfeitamente – ele sorriu – Mas, não se preocupa Natália vai ficar tudo bem, você vai se acostumar.

Ele disse e fez uma coisa que eu não esperava. Ele me abraçou. Respondi ao abraço rapidamente. Eu precisava mesmo disso. Mas, ao mesmo tempo em que eu gostava senti uma raiva me subir o corpo, ele estava sentindo pena de mim? Respirei fundo e então ele me soltou. Sorri constrangida e mexi em uma mecha do meu cabelo.

– Então... – ele também tinha corado um pouco – Eu não vim atrapalhar seu momento, e só que Quíron me pediu para te levar até a Casa grande.

Era agora.

– Tudo bem – Respondi e comecei a caminhar, ele me acompanhou – E você está bem? – perguntei o olhando.

– Sim, tá tudo correndo bem – Respondeu um pouco confuso.

– E com a Annie?

– A Annie? Tá tudo bem com ela também. Por quê?

Meus deuses, ele não tinha entendido.

– Hãm... Vocês dois estão... – comecei

– Ah sim. Estamos bem. Muito bem – ele me olhou com um olhar intensivo.

Assenti.

Já estávamos chegando á Casa grande e eu me perguntei o que Quíron iria querer comigo. Observei como o acampamento andava normal depois de tudo. Campistas conversavam , lutavam, corriam, sorriam. E eu estava á pouco de definir meu caminho.

Meu coração estava disparado.

Quando estávamos á pouco de chegar da casa grande , avistamos alguns campistas parados em frente ela. Alguns não, muitos. E eram todos campistas homens. Olhavam para a Casa Grande como se fosse algo muito belo ou como se estivessem hipnotizados. Olhei para Percy, ele parecia ser o único semideus normal.

– Percy? O que está acontecendo ali? – Perguntei.

– Eu não sei – respondeu simplesmente. Então ele segurou minha mão me levando para dentro da pequena multidão. Subimos as escadas e pensei que seriamos parados. Mas, ninguém nos interrompeu e continuamos. Percy parou e apontou para a porta para mim. Eu assenti.

– Obrigada – falei.

Ele assentiu e foi embora. Bati na porta. Em uns tempos eu aprendi a ter educação.

Ouvi um Entre e abri levando um susto e ao mesmo tempo entendendo tudo. Quíron me olhou, mas não disse nada e saiu. Ele não queria falar comigo? Percebi que havia um homem parado olhando com cara feia para mim. Ele usava uma jaqueta de couro.

Já deduzi que é um motoqueiro.

Foi quando olhei para a mulher ao seu lado. Ela era linda. Incrivelmente linda. Encantadora na verdade. Sorriu para mim e eu entendi.

– Você não é... – comecei, mas a mulher me interrompeu.

Afrodite – ela respondeu sorrindo.

Olhei para o homem.

– E você? – perguntei, dessa vez eu não sabia.

– Ora, garotinha, eu sou Ares – respondeu e tentou sorrir.

Um sorriso horrível e amedrontador. Eu assenti.

– O que vocês querem comigo? – perguntei logo me arrependendo.

Afrodite soltou uma risadinha doce e debochada.

– Somos seus pais querida.


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Notas finais do capítulo

Tá explicado a multidão em frente a Casa Grande? rs.

Bom, gostaram?

Comentários?

Bjs e até o próximo!



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