POV SAMANTHA

Tudo estava perfeito. Nico é perfeito. Quando ele me beijou, minhas pernas ficaram bambas mais em nenhum momento pensei em recuar. Seu beijo era calmo, seus lábios eram macios e quentes. Eu passava as mãos com toda a liberdade pelos seus cabelos e ele segurava com força minha cintura me puxando para mais perto dele. Estávamos com essa vontade desde aquele dia na barraca, quando estávamos acampando com as caçadoras. “E agora, ninguém pode nos atrapalhar...”

Pois é, foi meu ultimo pensamento antes de alguém nos atrapalhar. Ironia?

Nico e eu nos separamos quando sentimos uma corrente gelada correndo pelo nosso corpo. Olhei para Nico, estava todo encharcado. Eu sendo filha de Poseidon estava completamente seca. A cada minuto estou achando isso mais útil.

Já que estávamos na beirada da água, a primeira coisa que eu pensei foi:

– Pai? – Eu pronunciei baixo olhando para o mar.

– NÃO! EU MESMO! – Gritou Percy andando em nossa direção rapidamente com uma cara de ódio. Ele tinha feito uma onda para nos separarmos.

ÓTIMO, MEU IRMÃO VIU ESSA CENA, QUE LINDO!

– Percy, calma, calma! – Eu pronunciei levantando as mãos em forma de rendimento. Mais ele não ligou.

– Eu vou te matar Nico! Pode ir avisando seu pai que ele vai ter mais uma alma para acorrentar! – Percy passou por mim e correu em direção a Nico. Nico como não é bobo, começou a correr todo encharcado gritando o que tinha acontecido para Percy entender. Mais meu irmão não estava dando ouvidos.

– AH PERCY, VAI FICAR DANDO UM DE IRMÃO PROTETOR AGORA? – Eu gritei.

– EU TE FALEI SUA CAVEIRA AMBULANTE, PRA NÃO CHEGAR MAIS PERTO DELA! – Gritou Percy me ignorando.

Ele deu uma rasteira que fez Nico cair no chão, pulou em cima e começou a estrangula-lo.

“Como assim Percy tinha falado para Nico não chegar perto de mim?”

– Que ótimo! Eu que não vou ficar separando brigas de idiotas. – Murmurei para mim mesma.

Foi quando eu olhei pra trás e um estalo veio em minha cabeça. Abri um sorriso maquiavélico no rosto. Comecei a correr para fora da praia sem que os dois percebessem.

POV NICO

– PARA PERCY! QUAL É O SEU PROBLEMA? - Gritei com dificuldade fazendo Percy parar de tentar me matar e me encarar. Lentamente ele levantou de cima de mim.

Suspirei. Cara, o Percy ficou com uma cara de demônio só por me ver beijando a irmã dele. Imagina se ele visse...

– Eu ainda vou acabar com você, só vou falar com...

– Ótimo, agora eu estou com 2 quilos de areia grudado em mim! – Agonizei batendo em minhas calças. Percy rolou os olhos.

– Hey, onde está Samantha? – Percy ia começar a discutir com sua irmã, mais percebeu que ela não estava mais lá.

– Imbecil cabeça de alga! – Falei tentando tirar a areia da roupa.

Percy esticou a mão para o mar e virou-a para mim fazendo uma onda enorme me atingir. Parecia que estava jogando água com a pressão daquelas mangueiras dos carros de bombeiros. Tropecei dando vários passos para trás, me levantei tossindo e engasgando.

– Tá limpo agora? – Ironizou Percy ainda olhando a praia.

Se ele não fosse meu quase cunhado, eu o mataria.

– Cadê a Sammy? – Percy perguntou para mim. Eu estava tentando me manter de pé quando percebi o que ele queria dizer e gritei:

– PUTA QUE PARIU ELA FOI ATRÁS DA NATÁLIA! AGORA FUDEU MEU ERMÃO! – comecei a correr.

– O que ela vai fazer atrás daquela garota? – Perguntou Percy correndo atrás de mim.

– Nada... – Ironizei – Você sabe que essas duas não se encaram dês de quando se conheceram!

Vi Percy arregalar os olhos e correr mais rápido. Finalmente ele entendeu a coisa rápido.

– Merda, merda, merda, isso vai dar merda! – Disse para mim mesmo num fôlego só enquanto corria.

POV SAMANTHA

Saí da praia e comecei a explorar os lugares com os olhos procurando aquela garota escrota.

Corri por uns 5 minutos, até encontrar aquele perfil que logo percebi que era ela. Mais ela estava em pé na frente do chalé de Poseidon.

“O que ela quer ali?” Pensei.

Devagar fui me aproximando dela sem que ela percebesse minha presença. Ela estava fitando o chão. Peguei uma faca, que por ironia eu ando levando comigo e arremessei nela. Pegou no alto do seu ombro direito parando na parede do chalé.
Ela levou um susto e olhou para a faca horrorizada.

– Droga, errei. – Murmurei chegando até ela. Ela rapidamente pegou a faca que estava na parede e me olhou.

Achou que eu estava desarmada.

– Tem certeza? Acho que você ainda continua em desvantagem. – Pronunciei com um sorriso maligno ativando Tsnunami produzindo “aquele som agudo” quem fez Natália se enrijecer.

Parei a uns 5 passos dela, apontei minha espada para seu peito.

– Apenas estou cumprindo o que eu disse...

– Calma, calma, eu vim aqui para conversar! – Disse ela.

– Sério? Agora você quer conversar? Tarde de mais.

– Eu gosto do Nico. Estou meia que apaixonada por ele. Não me culpe por isso.

– Culpar? Eu vou esmagar você como se esmaga um inseto. Você é uma vadiazinha que se joga para cima de qualquer garoto que aparece na sua frente, você se meteu com a garota errada sua desgranhenta.

Ela deu alguns passos para trás.

– Sim. Dês da primeira vez que vi Nico, me senti atraída por ele. Ele é um garoto tão bonito. Encanta qualquer uma!

Isso é verdade. Aconteceu até comigo.

Nico realmente encanta qualquer... PERA Í...

– ESTÁ ME CHAMANDO DE “QUALQUER UMA?” – Grunhi entre os dentes.

Aproveitei sua distração e consegui tirar a faca de sua mão. Joguei-a longe, atirando Tsunami junto. A briga que eu queria com ela, era corpo a corpo. Segurei ela pela nuca, a rodopiando e jogando ela no chão.

– Não! Não foi isso que eu quis dizer! – Ela tentou falar.

– Vou te mostrar quem é qualquer uma. – Grunhi entre os dentes.

Fui tentar subir em cima dela, mais ela me deu uma rasteira, ela gritava para mim parar mais eu não queria dar ouvidos. Consegui subir em cima dela novamente, olhei rapidamente para os seus olhos, aquela chama que sempre se acendia quando queria brigar comigo, não estava mais lá. Seus olhos estavam de uma cor diferente, estavam uns tons mais claros.

“Ah, foda-se também.”

Arquiei minha mão pra trás para lhe dar uma bofetada, quando um grito diferente me fez parar.

– SAMMY, PARA! – Nico e Percy chegam ofegantes.

– Não, me deixe acabar a conversa com essa aqui... – Eu disse olhando pra Natália. Nico passou seus braços pela minha cintura e me puxou de cima dela. Eu não me rebati, poderia acabar com ela depois.

– Isso é uma conversa? – Disse Percy entre risos ajudando Natália a se levantar. – Olha a meia-irmã que me arranjaram. – Completou sorrindo brincalhão pra mim.

Fiz bico.

– Acalma evocadinha, aposto que você nem deixou Natália dizer o que queria, não é? – Nico disse do meu lado ainda com o braço pela minha cintura.

– Não tem nada pra ela me explicar...

– Samantha, olha, eu sei que você gosta do Nico, e Nico de você. Não vou mais impedi-los, nem atrapalha-los. Não vai mudar nada mesmo, eu vi o amor de vocês florescerem, mais eu gostei tanto de Nico, que na mesma hora eu decidi... hãm... Eliminar a “concorrência”...

– Concorrência? Tá me achando com cara de garota de programa? Que eu tenho que disputar homens com você? – Falei cruzando os braços.

– Hãm... Natália... Seja mais específica... Por favor – Implorou Nico.

– Nico disse a mim, para parar de tentar separar ele de você, porque quem ele ama é você Samantha, eu posso sentir isso.

– Tá... E você, assim, vai parar de me provocar, é isso? – Eu perguntei encabulada.

– Isso nunca – Ela disse com um meio-sorriso. Percy quase desmaiou com a resposta de Natália. Nico engoliu seco e apertou seu braço na minha cintura.

Sorri pra ela também. Isso bastava. Nico e Percy suspiraram.

– Eu também não. Inimigas, de boas? – Fiz “joia” com a mão. Por mais que isso irrite. É bom discutir, nós sabíamos disso. Na verdade, éramos ótimas em discussão. Ela retribuiu com outro “joia”.

– De boas. – Completou ela.

Nico agora, passou seu braço pelo meu pescoço. Me arrepiei pois ele estava ainda estava úmido. O encarei e vi que ele estava sorrindo.

– Calma ai, você fizeram as pazes? Ou continuam inimigas? – Percy perguntou rezando para a resposta ser positiva.

Como sempre, Percy sendo Percy.

– Os dois! – Eu e Natália dissemos num único som. Todos riram.

Menos Percy, que ainda não entendeu.