Segunda Temporada De Finalmente Juntos escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 32
Capítulo 32: Esclarecimento


Notas iniciais do capítulo

E hoje é dia de???? Atualização!!! ;D
Sim, eu sei que demorei uma década e meia para atualizar, sinto muito! Tanto que o capítulo já tava pronto, revisado pela minha beta e na minha pasta de fics do pc, mas eu realmente não tive tempo pra entrar na minha conta e postar (o que deveria ser a parte mais fácil dessa história dramática) porque eu tô meio que de babá vinte e duas horas por dia ... :(

Bem, mas espero que eu ainda tenha leitores, certo? Boa leitura!



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*Naruto*

Eu ainda aguardava uma resposta. Hinata parecia completamente confusa com tal declaração e, por um momento, eu quis que toda aquela história contada por Hidan fosse uma grande mentira. Eu quis que tudo não passasse de um sonho ruim, um pesadelo, e que na manhã seguinte eu acordasse de bem com tudo e, inclusive, de bem com Hinata.

― Quem te contou isso? ― a pergunta escapara de seus lábios. Não fora uma afirmação. Nem mesmo a negação a que eu tanto aguardava. Fora apenas uma pergunta seca e desgostosa. Os olhos dela mantinham-se fixos aos próprios pés. As mãos seguravam com força a porta que ainda mantinha a distância entre nós dois. ― Quem te contou isso, Naruto?

― Então é verdade... ― murmurei. Meu peito pesava como chumbo. O mundo parecia dar voltas e nestas voltas, eu me sentia como uma marionete. Sentia-me como se o titereio que me controlava simplesmente estivesse a fim de brincar com a minha vida. Meus pés tamborilavam no chão, de um lado ao outro. Eu, inconscientemente, fechei meus olhos e forcei um passo desastrado para trás. O som da sola de meus sapatos ao chocar-se contra o cascalho do chão era, em tese, o único som que eu pensava em ouvir agora, mas não fora assim que acontecera. Senti uma mão firme ao segurar meu braço e, antes que eu percebesse, já estava parado. ― Eu...

― Quem te disse isso? ― a voz de Hinata estava aflita, quase preocupada. Ela parecia não se preocupar por usar apenas uma camisola vermelha no meio da rua. Sua preocupação era maior do que isso. ― Por Kami, Naruto... Quem te disse isso está errado.

― Como? ― a inquisição escapou por meus lábios. Meus olhos, antes fechados, abriram-se em surpresa. Encarei a Hyuuga que ainda segurava meu braço entre suas mãos. ― Como assim?

― Nunca tive nada com o Gaara... Pelo menos não que gerasse algo assim... ― disse Hinata e, antes que eu notasse, meus pés e minhas mãos se apressaram. Os lábios da morena chocaram-se aos meus. Meus dedos entrelaçaram-se aos seus em um pedido mudo para que nunca voltassem a se separar. ― Naruto... ― Hinata sussurrou afastando seus lábios dos meus e colocando as mãos sobre meus ombros. ― Eu preciso te contar uma coisa... Eu... Preciso te contar o que aconteceu no Canadá entre mim e Gaara.

Naquele momento, ouvir a história não seria algo que eu gostaria, mas ao contrário das outras vezes, Hinata estava pronta para me contar. Ela parecia completamente diferente da antiga Hinata que eu cheguei a conhecer. Não. Ela, de fato, era uma Hinata diferente. E eu queria conhecer essa nova Hinata. Eu queria conhecer suas manias, seus segredos, seus sentimentos verdadeiros. Deixei que ela me puxasse através da porta.

A sala de estar estava iluminada. Sentei-me na pequena poltrona vermelha enquanto Hinata sentava-se no sofá a minha frente. O silêncio ainda reinara por alguns minutos. Ela observava qualquer canto da sala ao invés de meus olhos e, só quando lhe toquei as mãos e apertei-as entre as minhas, fora que ela finalmente respirara fundo e começara a falar.

― Havia se passado apenas um mês que eu tinha me mudado para o Canadá quando o encontrei na praça de alimentação do shopping. ― murmurou Hinata. As palavras que escapavam por seus lábios ainda mantinham o tom sério, mas eu conseguia ver claramente que algo a atormentava. ― Não nos encontramos por semanas depois do ocorrido... Quando o vi novamente fora logo que descobri sobre a leucemia. Ele descobriu quando mandaram uma amostra do meu sangue para o laboratório em que ele fazia estágio. Eu estava chateada. Estava enraivecida e até mesmo em choque por causa da notícia. Eu não estava no meu melhor dia e ele aparentemente... Bem, ele aparentemente aproveitou-se disso.

Eu não falei nada. Não havia nada que eu pudesse falar naquele momento. Não havia nada que eu pudesse perguntar ou questionar. Não havia nada que eu pudesse fazer além de continuar escutando tudo que ela tivesse a dizer. Encarei seu rosto e só então notei que ela chorava silenciosamente. Os lábios estavam trêmulos e as mãos suavam frio. Ergui-me da poltrona e sentei ao seu lado no sofá. Meus braços a envolveram e senti-a, aos poucos, relaxando.

― Ele pediu que eu esperasse... Ele disse que iria encontrar uma cura para mim. ― disse e eu lembrei-me do tratamento que ele começaria a realizar em humanos. Lembrei-me do trabalho que poderia ser, realmente, uma chance de Hinata finalmente viver em paz, sem preocupar-se com a leucemia ou com os tratamentos que não vinham dando certo. ― Perguntei o porquê de se preocupar tanto... E ele disse que... Ele disse que gostava de mim. Que sempre havia gostado... Então ele...

Meus olhos arregalaram-se. Minhas mãos pararam o cafuné feito sobre os cabelos negros de Hinata. Ela não precisava mais me contar nada. Só com as poucas palavras eu finalmente havia entendido o que acontecera. E só por causa disso, minha raiva crescia gradativamente. Se Hinata não estivesse precisando de mim naquele momento, eu sairia correndo em direção à casa de Gaara e lhe daria o soco que ele merecia. Mas Hinata precisava mais de mim naquele momento.

― Shii. ― retruquei enquanto recomeçava as carícias em seus cabelos. A respiração dela ia, aos poucos, se ajustando. Os tremores iam, aos poucos, cedendo. As lágrimas iam, aos poucos, secando. Quanto percebi, ela segurava com força minha camisa social e ressonava baixinho. ― Você vai ficar bem. Eu prometo.

*Hinata*

Na manhã seguinte

Demorei mais alguns minutos para, finalmente, abrir meus olhos. A luz fraca adentrava o quarto através do vidro. O lençol fino cobria parcialmente meu corpo e, só então, notei que ainda usava a mesma roupa da noite anterior. Busquei em minha mente os acontecimentos que antecederam meu sono e tentei recordar em como havia vindo parar na cama. Só então percebi que minha noite dormida sobre o colchão da cama, provavelmente, fora de responsabilidade de Naruto.

Ergui-me da cama. Minha cabeça ainda estava um pouco dolorida. Calcei os chinelos que estavam ao lado da cama e caminhei em direção ao andar inferior. O som do noticiário matinal ressoava pela casa. Ao atravessar o portal que separava a sala de estar da cozinha, eu o vi.

Usava a mesma roupa do dia anterior. Os cabelos loiros estavam mais desgrenhados que o normal. O sorriso estava estampado em sua face quando ele erguera o rosto e me vira. O repórter terminava de anunciar a previsão do tempo quando Naruto colocou a garrafa térmica sobre a mesa.

― Com fome? ― perguntou-me. Ergui uma sobrancelha e o fitei curiosa. Ele sorriu, provavelmente dando-se conta do motivo de meu espanto. ― Certo! Eu não cozinhei... Eu não tenho capacidade nem mesmo para preparar um suco, você sabe... Mas não se preocupe, é tudo comestível na mesa.

― Naruto... ― seu nome escapara por meus lábios. O Uzumaki aproximou-se alguns passos de mim. Sua mão segurara a minha e novamente senti o calor de sua pele subindo através da minha, apenas por esse simples contato. O noticiário sobre a bolsa de valores de Tóquio era, naquele momento, apenas um fundo de plano. ― Pensei que teria indo embora.

― Gosto de ver você dormindo. ― disse o Uzumaki. Sua declaração deixara-me, de fato, surpresa. Encarei-o, incerta. ― Está se perguntado por que eu não fui atrás do Gaara? ― ele questionou-me e eu acenei ainda incerta. ― Você precisava mais de mim ontem à noite. E, além do mais, eu gosto de ver você dormindo.

Sorri. Era quase impossível evitar tal ato. Era quase impossível não sorrir ao seu lado ou de suas piadas e/ou comentários sem graça. Era algo automático e inconsciente. Provavelmente isso se devia ao fato de que apenas ele sorrindo já era o suficiente para uma condenada como eu. Bastava um sorriso vindo de seu rosto que eu, praticamente, ganhava meu dia.

― O que fará no seu dia de folga? ― perguntou-me. Encarei seu rosto e só então percebi que hoje era realmente meu dia de folga. ― Talvez pudesse ficar o dia inteiro comigo hoje. Não preciso estar no escritório antes de quatro horas.

― Eu adoraria... ― sussurrei. Sim, eu realmente adoraria passar o dia ao lado de Naruto. Eu realmente gostaria de apenas admira-lo, observa-lo ou ouvir sua voz, mas havia algo que eu ainda precisava fazer. Encarei o pequeno anel dourado em meu dedo na mão direita. O símbolo de seu amor. A aliança que ele havia me dado. Estávamos noivos. E, por isso mesmo, eu ainda precisava fazer uma coisa. Encarei novamente seu rosto. Ele parecia confuso. ― Mas eu preciso falar com a tia Kushina.― ele me observou e dera um mínimo suspiro. Pelo visto, a conversa que eu viria a ter com tia Kushina seria algo complicado até mesmo pelos olhos azuis de Naruto. ― Ainda temos coisas a resolver.

― Olha... Eu posso... ― ele iria falar e eu sabia exatamente o que sairia por seus lábios. Ergui minha mão a frente de seus lábios, impedindo qualquer palavra que de lá saísse. ― Hinata...

― Deixe isso comigo. ― falei. ― Por favor.

[...]

O coração das madrinhas é como de nossas mães: é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão.

A campainha parecia ser um grande desafio para que eu pudesse, por fim, tocá-la. O som ecoou ligeiro como uma rajada de vento. Não muito tempo depois, eu pude ouvir um “já vai” apressado vindo de dentro. A porta fora aberta e revelara a imagem de uma ruiva completamente confusa com minha presença. Os longos cabelos de tia Kushina estavam presos em um rabo de cavalo alto. Um avental colorido estava preso a sua cintura. A blusa alaranjada com estampas de flores era visível, assim como seu olhar distante.

― Hinata... ― meu nome escapara. Não houve sorrisos animados em seguida. Ele não fora pronunciado com a alegria que eu lembrava. Não havia nada além de um triste e seco “Hinata” sendo dito pela Uzumaki. ― O que faz aqui? Naruto não está em casa.

― Não vim falar com ele. ― disse rapidamente. Mesmo após um grande sermão, Naruto concordara em deixar-me vir falar com tia Kushina a sós. Ele sabia tão bem quanto eu que aquela conversa seria difícil. Mas também sabia que era necessária. Kushina Uzumaki não era apenas a mãe do amor da minha vida. Ela era minha madrinha de batismo, uma segunda mãe para mim. Ela conhecia meus sonhos. Ela sempre esteve ali para ouvir minhas esperanças e também me ouvir quando eu tinha algum problema. Mesmo que ela tentasse manter essa imagem de mãe forte e decidida, eu a conhecia melhor que muitos. Eu sabia que ela apenas estava tentando se auto proteger. ― Eu vim conversar com a senhora. Será que eu posso entrar?

Eu temia que ela respondesse algo negativo, mas a conhecia. Ela apenas escancarara a porta, dando-me acesso a casa. Como Naruto havia me dito, não era mais a mesma coisa desde que tio Minato falecera. Quando eu costumava vir à casa de minha madrinha durante a infância e adolescência, nunca faltavam flores nos jardins ou até mesmo dentro da casa. Sempre havia música tocando no rádio. Sempre havia o cheiro de alguma comida saborosa recém-preparada. Agora, eu não conseguia sentir nada. Nem mesmo um cheiro... Nem mesmo um som.

Caminhamos em silêncio até a sala principal. Eu conhecia aquela casa com a palma das mãos. Sabia que se subíssemos as escadas, chegaríamos aos quartos. Havia três no segundo andar. O primeiro quarto a esquerda pertencia à tia Kushina e tio Minato. Logo a frente dele, havia um quarto para as visitas. No final do corredor, havia o quarto de Naruto. Eu sabia que se descesse para o porão, encontraríamos a adega de tio Minato. Ele realmente gostava de vinhos e fazer viagens em busca de novos sabores era seu hobby preferido. Tia Kushina sempre odiava aqueles vinhos, então por isso nunca ia no andar inferior da casa.

Eu sabia que havia dois banheiros naquele andar. E que, pelo menos antigamente, eles eram limpos três vezes ao dia sob os gritos de tia Kushina chamando a atenção de Naruto que sempre entrava neles com os sapatos sujos de lama. Então ela o puxava pela orelha e o colocava para limpar a cozinha e os três quartos, assim ele não entrava nos banheiros. Mas aquilo agora estava no passado. Tia Kushina sentou-se na poltrona da sala que pertencia a tio Minato. Sentei-me a sua frente.

― O que quer conversar? ― perguntou-me.

― Sei que sua intriga quanto ao relacionamento com Naruto não tem haver com a leucemia, tia. ― murmurei vendo a ruiva franzir o cenho e encarar o chão. ― Se fosse por isso, a senhora nunca se afastaria de mim. Eu sei que é complicado, mas... Não quero que fique longe de mim por causa do medo de me perder. ― os olhos de tia Kushina foram facilmente arregalados. Ela ainda não me encarava. ― Ao contrário do tio Minato, eu ainda tenho a chance de estar ao seu lado até meus últimos momentos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Será que devo continuar? Aguardo a sincera opinião de vocês. :D
Beijos! :D



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