Segunda Temporada De Finalmente Juntos escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 30
Capítulo 30: Corte de Tempo


Notas iniciais do capítulo

#capítulo Betado

Oi gente. Depois de um século sem atualizar, finalmente tô trazendo o 30º capítulo. Sinto muito pela demora.

Espero que gostem. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410517/chapter/30

*Hinata*

Coloquei as últimas fichas de prontuários dentro da gaveta quando meu turno no hospital finalmente chegara ao fim. Hoje, o dia tinha fora incrivelmente cansativo tanto que perdi as contas de quantos pacientes eu havia visitado. As palavras de Naruto permaneciam em minha mente desde que conversamos mais cedo. Mesmo após toda a preparação para a realização do hemograma em Hiro e ainda mais após o recebimento de um resultado satisfatório em todos os níveis, Naruto não falara nada. Era torturante para mim ficar imaginando o que se passava na mente do Uzumaki de cabelos loiros por isso foquei-me ao máximo em visitar e fazer exames periódicos em pacientes. Talvez assim eu conseguisse manter esses tipos de pensamentos longes o suficiente. Retirei meu jaleco, colocando-o sobre meu braço e suspirei antes de sair pela sala. Havíamos combinado de conversar em um restaurante no centro da cidade cujo nome ainda era facilmente recordado por mim. Porém, ele iria deixar Hiro na casa de Hana, antes de finalmente me encontrar no local marcado. Dado isso, eu teria que pegar um táxi até o tal restaurante.

― Hinata! ― uma voz feminina chegara a meus ouvidos após declamar meu nome e virei-me apenas para vislumbrar uma Sakura completamente sorridente caminhando em minha direção. Há poucos dias ela havia decidido, por si mesma, que voltaria ao trabalho. Então meio que vê-la caminhando pelos corredores havia voltado a ser algo incrivelmente comum. Sorri minimamente para a rosada quando ela finalmente me alcançara. ― Como está o Hiro? Naruto me disse que ele estava fazendo alguns exames hoje.

― Ele está bem. ― eu falei rapidamente enquanto arrumava a bolsa sobre meu ombro direito. ― Os resultados foram satisfatórios e ele poderá, aos poucos, retornar a sua vida normal. Acredito que em breve ele voltara para a escola e, para isso, ele apenas precisa tomar alguns cuidados em especial. Cuidados esses que fiz questão de deixar bem claro para Naruto e Hana em uma folha de papel.

― E... ― ela sussurrou o conectivo sem muita vontade. Parecia que tentava organizar as palavras a serem ditas, mas não conseguia. Era até estranho ver Sakura daquela forma, pois para mim, ela sempre parecera aquele tipo de garota que tinha plena certeza do que falaria. Vi-a prender a respiração e soltar um suspiro exaustivo logo em seguida, o que chamou minha atenção. ― Como estão vocês dois?

― Eu... Bem, eu realmente não sei... ― comentei. Sakura não era a pior pessoa do mundo. Certo que tivemos alguns desencontros de opiniões quando ainda estudávamos na escola devido ao seu “namoro” com Naruto, mas nunca a considerei uma pessoa ruim. Mesmo que eu negasse, ela era a melhor em dar conselhos, disso eu não tinha dúvidas. ― Ele estava muito estranho hoje. Mal falara comigo e... Ele pediu que eu o encontrasse em um restaurante no centro para conversar.

― Ele está evitando falar com você? ― perguntou-me aparentemente confusa. De certo modo aparente, isso lhe surpreendera tanto quanto a mim. ― Oras, o que dera naquele idiota?

― Não sei... Mas vou descobrir agora. ― disse facilmente. Meus dedos remexeram a bolsa em meu ombro pela segunda vez e sorri para a Haruno tentando não transparecer meus inúmeros dilemas internos. ― Vou indo... Até amanhã.

Sai pela porta após despedir-me de Sakura. Entrei no primeiro táxi que encontrei por aquelas redondezas e, logo após ditar as coordenadas, vi-o escapar pelas ruas pouco movimentadas o que parecia completamente estranho em plena segunda-feira. Encarei a janela do automóvel deixando que meus olhos fitassem os grandes prédios que cercavam o centro e que meus pensamentos novamente cedessem aos tormentos que o perseguiam minunciosamente desde o início daquela manhã. Suspirei lentamente deixando que minha testa encostasse ao vidro translúcido do táxi. Uma música instrumental de toque triste ecoava pelo som automotivo atingindo meus ouvidos e provocando-me pensamentos nada felizes.

Quando o carro parara eu consegui vislumbrar o prédio do restaurante. Dei o dinheiro da corrida para o motorista e despedi-me. Encarei o lugar ainda parada do lado de fora. A parede de tijolos vermelhos erguia-se até acima de minha cabeça. As portas de vidro deixavam que fosse possível vislumbrar qualquer um que estivesse dentro daquele estabelecimento. Suspirei lentamente enquanto entrava no lugar.

Olhando internamente ficava visível o quão deslumbrante era o lugar e eu, mesmo que de modo inconsciente, me senti estranha por estar ali usando apenas uma camisa branca e uma calça jeans. A mesma que eu usava desde o almoço. Encarei o homem alto que estava ao meu lado, logo na entrada. Aparentemente, ele era o recepcionista daquele lugar. Aproximei-me dele e sorri educadamente para o rapaz, vendo-o retribuir o sorriso em seguida.

― Com licença. ― murmurei de forma educada. ― Eu tenho uma reserva em nome de Naruto Uzumaki. ― falei lembrando-me do que Naruto me dissera antes de sair do hospital. Encarei o rapaz que remexia os dedos pelo teclado do computador. Ele sorriu em minha direção e convidou-me a acompanha-lo. Segui-o até que nossos passos nos levassem a uma mesa aos fundos do estabelecimento. Era um lugar reservado, definitivamente. ― Obrigada.

O rapaz deixou aquele lugar e sentei-me sem nenhuma relutância. Meus dedos batucavam sobre a madeira rústica da mesa enquanto os segundos passavam rapidamente no relógio da parede. Meus pés balançavam-se sob a mesa em tensão. O calor da lareira aquecia meu corpo enquanto o som de uma música calma escapava pelos alto-falantes presos ao topo das paredes. Encarei o local e consegui, de algum modo, vislumbrar as pessoas que ali estavam. Um homem de longos cabelos castanhos estava acompanhado de uma bela mulher ruiva. Mas adiante, uma mulher bebericava o que me parecera uma taça com Martini. Meus olhos continuavam buscando distrações pelo local até que topei com um par de olhos azuis brilhantes. O dono desses olhos fora facilmente reconhecido por mim. Naruto ainda na recepção conversava com o rapaz que a pouco me atendera e logo o vi caminhar em direção à mesa em que eu estava.

― Desculpe o atraso. ― ele apenas comentara e novamente senti uma agonia em meu peito. Era um sentimento preocupante e as ações de Naruto eram as responsáveis por esse sentimento manter-se vivo em mim. Ele estava, sem sombra de dúvidas, diferente comigo. ― Hana demorou mais do que eu pensava na entrevista de emprego e minha mãe não estava em casa para ficar com o Hiro. Então tive que esperar por ela...

― Tudo bem... ― sussurrei francamente. Encarei o Uzumaki a minha frente. Naruto ainda parecia extremamente diferente, mesmo após seu pedido de desculpa pelos quinze minutos de atraso. Não esboçava nenhum sorriso que fosse, ao contrário de suas ações cotidianas. Era estranho, sem dúvidas. ― Está tudo bem com você hoje? ― perguntei-o rapidamente impedindo que ele pudesse desviar o assunto para algo banal o que eu sabia que era, desde a infância, seu trunfo em uma conversa. ― Você mal falara comigo durante o dia e agora me chama para vir até este restaurante... Está escondendo alguma coisa, não é?

― Hinata... ― disse facilmente e eu soube no mesmo momento que ele tentaria desviar o assunto. Logo neguei, balançando a cabeça para os lados e erguendo a mão a sua frente. ― Por favor, vamos jantar antes de conversar.

― Não. Você vai me dizer logo o motivo de me chamar até aqui, o motivo por querer conversar depois de simplesmente ignorar-me a manhã inteira. ― murmurei. Estava farta desses atos vindo de Naruto e algo, no fundo de meu peito, ameaçava explodir a cada novo segundo passado se ele, simplesmente, não contasse logo o que havia acontecido para me tratar tão indiferentemente. ― O que houve?

― Hinata, você está escondendo alguma coisa de mim? ― perguntou-me e eu franzi o cenho ligeiramente confusa. Não entendia em que lugar ele estava tentando chegar com tal pergunta, mas meu peito rapidamente comprimiu-se. Havia algo que eu não contara a ele, mas era algo efêmero e sem importância, pelo menos para mim. ― Alguma coisa que tenha ficado sem me dizer, mas que queira contar?

― Naruto... O que você...? ― a pergunta não se formara em minha garganta. Vi o loiro fechar os olhos rapidamente e erguer-se da mesa, passando ao meu lado sem sequer olhar para trás. ― Naruto... ― chamei-o enquanto erguia-me da mesa. Caminhei atrás dele e puxei lentamente seu braço fazendo com que ele parasse. ― Naruto o que aconteceu?

― Não é nada, Hinata. ― ele resmungou. ― Eu só lembrei que precisoava ir a um lugar ainda esta noite. ― ele dissera e eu franzi o cenho lentamente. Meus dedos que ainda seguravam seu braço escaparam e meus braços cederam ao lado de meu corpo de forma dramática. Aquela cena lembrava-me filmes antigos que eu costumava assistir na companhia de Hanabi e pipoca ― Desculpe. Eu realmente preciso ir.

*Naruto*

As ruas estavam vazias e percebi que chegaria ao meu destino mais cedo que eu pensara. Encarei o retrovisor e por um momento lembrei-me de Hinata. Ela parecia confusa com o que eu disse, mas não havia outro modo de pergunta-la, de confrontá-la sem ser a forma direta. Suspirei lentamente. Eu havia me tornado um idiota em busca de respostas que, provavelmente, eu nunca iria gostar de conhecer. Eu estava buscando algo que, provavelmente, me deixaria pior do que eu já me sentia.

Perguntei se ela me escondia algo, mas ela não respondera. Bem, certo que eu não lhe dera muito tempo ou oportunidade a responder, mas eu sabia quem tinha as respostas para minhas perguntas e quem me ajudaria naquele momento. Ele a conhecia, talvez melhor do que eu. Ele conhecia a Hinata que morou no Canadá. Ele sabia quem era a Hinata que havia mudado, que a doença havia feito mudar. Ele conhecia a Hinata que era capaz de esconder coisas. Ele, ao contrário de mim, conhecia perfeitamente esse novo lado da Hyuuga.

Estacionei meu carro na vaga de uma loja de conveniências que ficava ao lado daquele prédio de dez andares no centro da cidade. Entrei pela portaria e depois de conversar com o porteiro, um grande conhecido meu, durante poucos segundos, entrei sem ser anunciado. Havia dito que estava querendo fazer uma surpresa para meu grande amigo e, como eu já havia aparecido ali várias vezes a trabalho, meu passe livre fora facilmente concedido. Peguei o elevador e apertei o botão do andar correspondente ao dele. Poucos segundos depois, a porta fora novamente aberta dando espaço a um corredor simples. Aquele prédio era um caso a parte. Dois apartamentos por andar. Cada apartamento tinha quatro quartos e dois banheiros. Conhecia facilmente toda a estrutura do local graças a meu trabalho como arquiteto.

Encarei o número gravado em letras cursivas e douradas. Meu dedo apertara a campainha e ouvi um resmungo vindo de dentro. Algo semelhante a: “Porcaria de porteiro” e, inicialmente, senti-me mal pelo meu velho amigo. Logo após o sonoro click da chave rodando na fechadura fora ouvido. A porta é aberta e eu pude então vislumbrar o dono do apartamento. Ele sorria debochadamente em minha direção, mas algo em sorriso tinha um “que” de dúvida e medo por ver-me parado na porta.

― A que devo a honra de sua visita em meu singelo apartamento? ― perguntou-me de modo debochado. Encarei-o seriamente e vi-o sorrir, desta vez, sem muito sarcasmo e estender a porta para que eu entrasse. ― Aparentemente não é algo bom, certo? ― vi-o bebericar a cerveja enquanto fechava a porta atrás de nós. Caminhou até a sala e jogou-se sobre o sofá. Encarei a televisão ligada em uma partida de futebol com times, por mim, completamente desconhecidos. Sobre a mesa de centro havia um pequeno isopor repleto de latinhas de cerveja e um prato com churrasco ainda quente. ― O que quer?

― Sabe se a Hinata teve algum envolvimento com Gaara no Canadá? ― perguntei rapidamente. Não sabia ao certo se ele conhecia o Sabaku, mas eu ainda mantinha aquela dúvida de suspeitava que ele o conhecia muito bem. Vi-o bebericar mais um gole da cerveja e encarar-me completamente sério. ― Sabe se eles...

― Com o água de salsicha? ― perguntou para mim e eu franzi o cenho. Hidan retirou uma cerveja de dentro do isopor e empurrou-a para mim. Aceitei automaticamente a bebida, mesmo que eu não fosse um fã nato de cerveja e preferisse mil vezes um bom e velho vinho. ― Por que a pergunta?

― Eles tiveram algo ou não? ― perguntei Repeti a pergunta, tentando ao máximo evitar rodeios. Algo que eu conhecia sobre Hidan, mesmo que houvéssemos sido apresentados fizesse pouco tempo era que ele, melhor do que eu, conseguia desviar assunto. ― Se eles chegaram a ter alguma coisa me diga, Hidan.

― Por que não pergunta para a Hinatinha? ― ele questionou-me. Pensei por alguns segundos em uma resposta para essa pergunta e como resposta apenas abri a cerveja e bebi um longo gole. ― Hum... Então não quer perguntar pra ela, entendi...

― Hidan, você sabe de alguma coisa, não é? ― a pergunta escapara por meus lábios tão facilmente quanto fora formada em minha mente. ― Apenas responda minha pergunta de uma vez por todas. Você disse que queria a felicidade da Hinata, então...

― E eu quero, mas ficar remexendo nessa ferida não é algo que a deixaria feliz nenhum pouco, até um tolo como eu sabe disso. ― ele resmungou rapidamente e eu franzi o cenho ainda confuso. ― É uma longa história...

― Tenho tempo o suficiente. ― murmurei para o rapaz que apenas me encarou curioso e bebeu a cerveja. O jogo era algo de pano de fundo para a conversa e pouco importava naquele momento que o time vestido de branco estivesse vencendo de 2 a 0 o time vermelho. ― Por isso... Diga-me.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Devo continuar? O que esperam da fic? Obrigada a todos quem veem acompanhando. Espero vê-los nos comentários. Beijos e abraços!