Segunda Temporada De Finalmente Juntos escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 26
Capítulo 26: Uma Nova Esperança Surge


Notas iniciais do capítulo

Gente eu realmente, realmente sinto muito por essa demora em atualizar. Como eu normalmente gosto de postar o capítulo betado, eu demorei por alguns imprevistos tanto comigo quanto com a minha beta. E digamos que esse capítulo fora alterado tantas vezes até que ficasse da forma que eu queria mais que a qualquer outro dessa fic, então por isso demorei a postá-lo.

Bem, mas espero que gostem e desculpa pela demora, realmente tive que me virar nos 360 pra fazer isso ficar ótimo! Boa leitura!

#capítulo betado



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410517/chapter/26

POV HINATA

Após nossa conversa em minha sala no hospital, Naruto fizera a questão de deixar-me em casa. Nenhuma palavra fora dita. Nenhum sorriso esboçado. Ficamos em silêncio até que seu carro parasse na única vaga de garagem que havia naquele terreno. O sol já se pondo no horizonte enquanto eu descia do veículo. Apenas um simples e singelo “até mais” escapara de nossos lábios antes que eu pudesse ver o carro do Uzumaki desaparecer duas esquinas à cima.

Eu ainda relembrava toda a maluca história que ocorrera entre mim e Gaara. Ele fora o primeiro conhecido de Konoha que soubera sobre minha doença mesmo que por acaso. Porém, as palavras ditas pelo ruivo ainda dançavam em minha mente tentando buscar algum significado para sua volta repentina à Konoha.

Abri a porta sem muito esforço. Eu ainda sentia-me um pouco fraca devido ao quase desmaio. Fechei meus olhos assim que a fraca luz da lâmpada iluminou a sala de estar e sem muito ânimo caminhei rumo à cozinha. Mesmo sem nenhum apetite, eu sabia que deveria comer alguma coisa ou, quem sabe, beber um pouco de suco. Um estômago vazio apenas pioraria minha saúde já debilitada pelo avanço da doença.

Era isso que acontecia aqueles que tinham um quadro de leucemia crônica. As crises viam periódicas e quando surgiam, eram tão ou mais fortes que as de um doente com o quadro agudo. Abri a geladeira retirando de lá uma jarra de suco de morango, previamente preparada. Enchi um copo e tentei inutilmente solver o líquido lá contido. O gosto amargo de ferro misturava-se em minha boca provocando um reboliço desconfortável em meu estômago. Tive que conter ao máximo a vontade de vômito que se formava na base de meu esôfago para, pelo menos, colocar o copo de vidro sobre a mesa.

Fora apenas o tempo de colocar o copo sobre a mesa e o sangue começara a escapar pelas laterais de meus lábios sujando a blusa branca que eu usava. Aproximei-me da pia e permiti-me visualizar o sangue jorrar por minha boca. Se aquilo fosse sopa, provavelmente eu veria como uma paródia ao filme “O Exorcista”, mas não... Aquilo mais parecia uma paródia de “A Hora do Pesadelo” estreado por Robert Englub no papel de Freddy Krueger, trazendo a toma o maior dos meus pesadelos.

Sim, aquilo era um pesadelo. Mesmo que eu tentasse parecer forte nesses momentos, por dentro, uma mínima e quase invisível rachadura aos poucos ia aumentando de extensão. E, creio que algum momento, eu acabaria caindo no fundo impossível de ser visto dessa rachadura. Um fundo que eu chamo de morte.

Ergui meu rosto. Minha vista ainda estava um pouco embaçada e enquanto eu encarava minhas próprias mãos podia ver sangue fresco ainda escorrendo. Um sangue com o tom vermelho vinho e um cheiro forte e amargo no ar. Funguei, provavelmente tentando impedir que lágrimas escorressem por meu rosto assim como acontecia em grande parte desses incidentes. Abri a torneira deixando que a água, talvez levassem meus tormentos pelo ralo juntamente com aquele sangue. Limpei-me e deixei a pia praticamente brilhando, o que levara embora todo o resto de meu fôlego e coragem para trabalhos que exigissem esforço. Naquele momento eu sabia exatamente do que precisava: a minha cama e uma boa noite de sono.

Subi as escadas e quando cheguei ao meu quarto deixei que meus olhos vagassem em direção a parede de vidro que estava completamente descoberta. De lá, era possível ver-se alguns campos indicando que aquela parte da cidade era longe do centro movimento, no qual os prédios de concreto tomavam conta da visão pacata de Konoha. O céu já começava a ganhar seu tom azul-escuro com alguns pontos iluminados. Corpos que possuíam seu próprio brilho faziam a imensidão escura tomar uma aparência brilhante, mesmo que ainda ofuscados pelos mínimos raios de sol que vinham de trás da colina. A lua, cuja cor prateada sempre me lembrava de meus próprios olhos, estava cheia. A breve brisa noturna escorria quarto adentro fazendo com que meus longos cabelos negros esvoaçassem lentamente. Sorri singelamente enquanto cobria as vidraças com as cortinas azuis e depois caminhava em direção ao guarda-roupa.

Retirei uma simples camisola preta com alguns detalhes rendados e troquei-me. Meus pés levaram-me novamente até a cama, lugar em que finalmente, pude sentir o colchão sob meu corpo e fechar meus olhos, nem que fosse por alguns simples minutos.

POV GAARA

Joguei os livros sobre a mesa de centro e deixei que um suspiro cansativo simplesmente escapasse por meus lábios. Mesmo que eu já estivesse envolvido com essa pesquisa e com os testes em animais dessa nova vacina, ainda haviam várias coisas que eu não conhecia sobre isso. Suspirei lentamente mais uma vez e encarei a pilha de materiais. Ergui-me do sofá e segui em direção à cozinha. Assim que abri a geladeira em busca de uma garrafa de refrigerante que havia colocado mais cedo ali, o celular vibra no bolso do meu short. O nome de Naruto deixara-me confuso por alguns instantes, afinal já era tarde e eu realmente não esperava por sua ligação.

― Alô. ― resmunguei facilmente ouvindo o som de buzinas ao fundo então deduzi que ele estivesse na rua. ― O que você quer?

Que forma elegante de falar com os velhos amigos, ruivo... ― retrucou o loiro do outro lado da linha. Encarei o relógio na parede da cozinha. Se ele observasse a hora entenderia o motivo dessa “elegância”. ― Bem, mas não é para ouvir a sua magnifica voz que eu liguei... ― ele resmungou enquanto eu retirava um litro de refrigerante da geladeira. ― Preciso conversar com você.― Sobre? ― perguntei curioso enquanto fechava a geladeira e continuava seguindo em direção aos armários onde eu guardava algumas besteiras alimentícias. Retirei um pacote de salgadinhos e despejei-os dentro de uma tigela vermelha e funda. ― Naruto?

Eu digo em meia hora. ― respondeu o Uzumaki. ― Tenho que passar em casa antes, então... Em meia hora estou aí, ok?

Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa a chamada é encerrada e eu ainda fico alguns segundos encarando o visor escurecido do telefone. Suspirei novamente jogando o celular dentro do bolso e pegando o refrigerante e a tigela de salgadinhos para então voltar novamente para a sala. Sentei-me no acolchoado sofá verde-musgo, um presente dado por Temari devido ao meu retorno. Liguei a televisão e encarei o programa de auditório que passava em um dos cinco canais. Rolei minha vista pelo cômodo recém-reformado. Desde a morte de meus pais há dois anos, nunca havia voltado para Konoha, então a casa ficara sobre os cuidados de Naruto por pedido meu e de meus irmãos. Eu realmente acreditava que aquele idiota loiro iria deixar a casa aos mofos, mas impressionei-me com a forma como ela havia sido reformada. Eu realmente preferiria alugar um apartamento, mas Temari quando soube que eu estaria de volta ao Japão fizera o favor de intimar-me a ficar em nossa velha casa e quando finalmente voltasse para a Alemanha, fizesse um relatório para ela sobre: como Naruto havia destruído o patrimônio deixado por nossos pais; isso em suas próprias palavras. Pobre Temari, pensei. Iria se arrepender amarguradamente quando eu lhe dissesse a verdade.

Enquanto bebia um gole do refrigerante, pensei o que poderia ser dito por Naruto nessa conversa importante que ele queria ter comigo. Provavelmente esse assunto se resumiria em um único nome: Hinata. Suspirei lentamente. Ela provavelmente gostaria de manter o máximo de distância de mim desde o ocorrido entre nós dois no Canadá. Confesso que errei, e muito, mas eu simplesmente não consegui me manter naquele momento. Há anos que venho gostando de Hinata, mesmo que em segredo. Sempre soube que ela era e sempre seria apaixonada por Naruto, mas no fundo, eu tinha certa esperança de que caso ambos se afastassem, eu conseguiria demonstrar o que sentia a ela. Porém, quando a oportunidade finalmente surgira, eu a aproveitei da forma errada.

O velho apresentador comentava alguma coisa sobre uma banda local de J-Pop que não era a melhor forma de tirar-me de meus pensamentos. O som oco de uma única batida na porta despertou-me e rapidamente caminhei até lá. Encarei Naruto ainda confuso. O motivo de sua visita, mesmo que eu já tivesse certa ideia do que poderia tratar, ainda não havia sido revelado.

– O que aconteceu? – perguntei ao Uzumaki assim que o meu momento de estupor findara.

– Gaara, precisamos conversar. – fora apenas o que escapara por seus lábios antes que eu finalmente desse-lhe passagem para entrar.

Naruto sentou-se em um sofá verde-musgo no centro da sala de estar. Avisei-o que iria procurar uma camisa para vestir e disse-lhe para ficar a vontade. Segui em direção ao corredor e entrei na primeira porta à esquerda, meu quarto. O local era amplo e bem arejado. Uma grande cama de casal estava posta justamente no centro do quarto. Uma colcha vermelho-vivo protegia o colchão contra poeira. Aproximei-me do pequeno guarda-roupa e abri a segunda gaveta de cima para baixo. Peguei uma camisa marrom e logo depois de vesti-la, resolvi voltar para a sala.

– Gaara... – sussurrou Naruto assim que viu-me em minha frente. Encarei os papeis e os livros sobre a mesa de centro. Os artigos, que até alguns minutos atrás eu vinha estudando estavam remexidos. Provavelmente Naruto aproveitara minha rápida troca de roupa para bisbilhotar tais papéis. – Sobre esse tratamento que você comentou comigo pelo telefone... – ele murmurava, mas eu conseguia ver claramente em seus olhos que ele ainda continuava em dúvidas sobre o tratamento experimental que vínhamos desenvolvendo na Alemanha desde o início do semestre. Eu entendi como ele se sentia. Estava preocupado com Hinata. Ela provavelmente não acreditaria que esse tratamento funcionasse e, mesmo que ela aceitasse fazê-lo, creio que se não funcionasse, ela desistiria definitivamente. – Acredita que se eu leva-la até a Alemanha você e sua equipe pode curá-la?

– Naruto... – Sentei-me em uma poltrona a sua frente. Um breve suspiro escapara por meus lábios para que por fim, eu voltasse a encará-lo. – Devo frisar que esse tratamento ainda está em fase de testes. As chances que dê certo só chegam a 50%. Ainda não conseguimos testar esse anticorpo em humanos, a OMS ainda não permitiu os testes em larga escala, apenas em um pequeno grupo. Testamos em ratos e em alguns macacos, mas ainda não testamos em humanos. Ainda estamos fazendo algumas modificações para que não haja efeitos colaterais graves. – disse – Vou colocar a Hinata como “cobaia” nos testes daqui a dois meses quando começarmos a testar em humanos. Não garanto que dará certo, mas farei o máximo ao meu alcance.

– Ela não suportaria outra falha, Gaara...

Encarei o loiro, mas minha mente turbulenta continuava a lembrar de quando descobri sobre Hinata e sobre sua doença. O Uzumaki me encarou aparentemente confuso, com toda certeza devido a minha expressão facial. Lembrei-me novamente daquela promessa que a fiz. Eu prometi que arrumaria uma cura definitiva para ela. Eu sabia que um quadro de leucemia crônica tende a piorar com o tempo e, mesmo com tratamentos, as chances de retornos agressivos eram enormes.

– Não se preocupe Naruto. – falei, desta vez olhando fixamente para minhas mãos. Eu não queria que Naruto percebesse o que passava-se por minha mente e por meu coração naquele momento. Conhecia o Uzumaki há tempo o suficiente para que pudéssemos entender um ao outro apenas com o olhar e, mesmo que Hinata me odiasse, ela o amava, disso sempre soube. Nesse momento, eu só quero que ela não desista. Eu só quero que ela seja feliz, seja ao meu lado ou ao de Naruto – Dará tudo certo. ― pronunciei mais para convencer a mim mesmo que ao loiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Aguardo os comentários de vocês. Nos vemos em breve, prometo! Beijos e abraços! ;D