Impugna escrita por Juno Wolf


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo!
espero que gostem!



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O peso de seu olhar queima meus olhos, mas eu não desvio o rosto. Sinto-me mole, e perco o fôlego.

Como respirar quando ele me deixa sem ar?

— Eu não sou ninguém importante.

Sua resposta me deixa inquieta, e eu semicerro os olhos buscando qualquer sinal de zombaria em seu rosto, e solto uma bufada irritada quando não encontro.

Tenho vontade de segurar seus ombros e chacoalhá-lo até que ele me dê respostas, até que ele entenda que minha vida está de ponta cabeça, e a culpa é dele.

Bato meus braços ao lado de meu corpo, quando na verdade quero bater na face branca de Sasuke, deixando meus cinco dígitos em sua bochecha. Mas surpreendendo a todos e a mim mesma, eu me aproximo até ficar a milímetros de distância dele, e sussurro, em um tom tão sério e ameaçador, que não reconheço minha própria voz.

— Escute aqui Sete. – Eu tenho o dedo indicador apertando seu peito – Minha vida está de pernas pro ar por causa dessa historia maluca, eu estou com a cabeça explodindo, quase bati no meu melhor amigo e a culpa é toda sua. – Os olhos dele são frios sobre os meus, e congelam meu sangue; Eu não me importo. – Você vai me falar tudo o que eu tenho que saber, vai responder as minhas perguntas, se não, eu juro, Sasuke, eu juro por Deus que eu deixo meus cinco dedos gravados na sua cara o resto do dia.

Eu posso ouvir Shikamaru engolir uma gargalhada.

Eu ainda encaro a cor ônix de suas íris, esperando que ele grite comigo e diga que eu não tenho o direito de ser grossa com ele.

Se ele fizer isso, com certeza o baterei.

Eu não me importo se nós somos almas gêmeas, se eu tive sete vidas ao lado dele ou o caralho que for só sei que irei socá-lo até minhas mãos ficarem dormentes, e a cara dele esteja inchada e sangrando.

Eu estou com tanta raiva que se me olhasse no espelho, com certeza não me reconheceria.

Ele suspira e encosta na parede, massageando as têmporas. Depois ri.

— Você reencarnou oito vezes, mas o gênio continua o mesmo. – Eu o olho com curiosidade, e ele olha para seus pés. – Sasame, Katherine, Iwaly, Edelaine, Madeleine, Aime, Janine. – Ele ainda ri pelo nariz, dizendo aqueles nomes que eu nunca havia ouvido antes daquilo. – Eu me lembro de todas, por que lembro todos os detalhes de minhas outras vidas. – Ele ainda não me olha, e o timbre de sua voz ainda é calmo. – Eu fui mandado para cá por um motivo, e eu sei que você sabe que eu sou o garoto com múltipla personalidade, e isso tem um motivo também. – Ele me encara, e seus olhos estão opacos. – Eu não fui apelidado de Sete por causa do número de reencarnações, Sakura. – Ele fala meu nome e meu sangue esfria e esquenta tantas vezes que eu me apoio na parede oposta a ele para não desabar. – Esse é o número de personalidades que eu tenho.

Eu arregalo os olhos, e então tudo faz sentido. Tudo. Minha cabeça gira, gira, gira, e meu corpo derrete sobre meus pés.

Sete vidas, sete personalidades.

— Sua alma não consegue esquecer-se de suas outras vidas, então as personalidades lutam dentro de Sasuke por um lugar. – Tenten explica, tomando a frente. Por um segundo, havia me esquecido que ela e Shikamaru ainda estavam lá. – Ele e as personalidades, ao contrário da maioria dos pacientes com mais de uma personalidade, dividem as mesmas memórias. Por isso Sasuke sabia de tudo sem que eu precisasse contar.

— Isso não explica a culpa dele de estarmos nessa situação. – Eu digo, com meu cérebro convulsionando contra meu crânio. Estou com a pior enxaqueca que já tive, e ainda assim quero tirar todas as minhas duvidas antes de tomar um analgésico.

Shikamaru e Tenten trocam olhares, e quando eu olho para Sasuke, seus orbes ônix estão grudados em mim.

— Você não precisa saber disso ainda, Sakura. – Shikamaru diz, me olhando.

Eu abro a boca para protestar, mas ele toma a frente.

— Você não pode saber disso ainda, Sakura. Por favor, entenda. Eu não gosto de esconder as coisas de você, mas é algo necessário. Por favor. – Os olhos dele estão tão cansados que eu apenas suspiro e balanço a cabeça positivamente.

— Estamos aqui à duas horas. – Tenten diz olhando para seu relógio de pulso. – Se não voltarmos logo vão vir atrás de nós.

Duas horas.

Eu estava tão assustada que mal percebi o tempo correndo.

— Certo. – Shikamaru nos olha, e eu sei que ele está bolando alguma coisa. – Quando sairmos daqui, nossas vidas terão mudado radicalmente. Vocês não podem deixar transparecer como se algo tivesse mudado. Ajam como sempre agiram.

O jeito com o qual ele fala faz tudo parecer tão fácil.

— Mas vocês vão notar mudanças. Vocês têm de saber que elas não são coincidência. Se nós sabemos que chegou a hora, os outros saberão também.

Shikamaru pega minha mão, e me puxa escadaria acima.

A última coisa que vejo antes de voltarmos ao corredor do instituto são os olhos negros de Sasuke cravados em mim.

***

Quando saímos do esconderijo atrás da parede, eu percebo que já se passa das onze horas, e a hora do almoço se aproxima. Nós não estamos em uma escola normal, e é óbvio que eles já sentiram nossa falta.

A prova disso é que assim que eu e ele viramos o corredor, médicos correm até nós.

Uma ideia louca passa pela minha cabeça, e eu apoio os braços nos ombros de Shikamaru, fecho os olhos e meu peso despenca contra ele. Ele capta a ideia no instante que sente meu corpo mole contra o dele.

— Ainda bem que encontrei vocês. Ela estava passando mal, e eu acho que desmaiou. – Ele diz, e eu seguro um sorriso.

Shikamaru daria um belo ator.

Eles tiram meu corpo do de Shikamaru e eu solto um gemido teatral. Abro os olhos lentamente.

— Onde eu estou? – Eu pergunto com a voz mole, e os médicos caminham me levando à enfermaria.

Shikamaru tenta vir conosco, mas o segurança não deixa, e ele volta para a sala.

— Você está no Instituto Saika. – Um deles diz. – Se sente bem?

— Apenas um pouco de enjôo e enxaqueca. – Eu solto um suspiro. – Acho que estou com a pressão baixa.

— É bem possível. – O enfermeiro me diz, e então me senta na maca.

Faz um exame rápido, me recomenda um remédio para enxaqueca, e depois e manda tomar vitaminas, pois suspeita de um início de anemia.

Faço alguns exames de sangue, e quando eles me liberam, já é hora do almoço.

Eu chego ao refeitório depois até mesmo do pessoal do Inverno, e minhas bochechas queimam quando todos ficam com os olhos cravados em mim.

Eu coloco a comida em minha bandeja, e caminho até a mesa ao lado de Shikamaru. Eu vejo um vulto amarelo, um sorriso largo, e olhos extremamente azuis encaram os meus.

Naruto pega a bandeja de minhas mãos.

— Você é a Sakura, não é? – Ele diz sorrindo, e eu o olho confusa. – Isso parece pesado, me deixe ajudá-la.

Naruto é a única pessoa do Inverno que não me dá medo, além de Hinata.

— Isso não é necessário, obrigada. – Eu digo e tento pegar minha bandeja de volta.

Ele apenas sorri e continua caminhando a meu lado.

— Seu dia hoje parece ter sido agitado. Acho que você viveu muitas coisas novas, não é mesmo? – Ele não tira o sorriso da cara e meus olhos se arregalam. – Você soube do garoto novo? Ele parece ser um chato, você também não acha?

Meus olhos brilham e ele sorri. Eu aperto seu braço em uma pergunta muda, e ele assente com a cabeça.

Algo dentro de mim estala.

Naruto é um deles.


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Notas finais do capítulo

:Aguardo:
Flores ou pedras!
Em reviews.