Impugna escrita por Juno Wolf


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu cheguei para dar um nó na cabeça de vocês. Esse capítulo vai fechar algumas pontas, e abrir milhares de outras. Esse capítulo vai deixar vocês MUITO CONFUSOS. Por isso, precisarei da ajuda de vocês.O capítulo oito (o próximo capítulo) será um pouco maior, e irá responder TODAS AS DÚVIDAS DE VOCÊS. Então, para as cabeças confusas, PRECISO DOS REVIEWS DE VOCÊS; PRECISO ESCLARECER AS DÚVIDAS QUE EU IREI CRIAR NA CABEÇA DE VOCÊS. Estou MUITO preocupada com o que vocês entenderam, e não entenderam, e vocês PRECISAM me ajudar, para que eu possa melhorar.Quero que digam o que gostam, não gostam.Mas, digo desde já, não vou dar spoilers. Cuidado com as perguntas do tipo "O que o Sasuke fez?" ou "Por que o Shikamaru e a Tenten sabem de tudo isso?" por que essas serão respondidas mais para frente.Irei responder as perguntas básicas sobre o ciclo de almas e a realidade alternativa da historia, mas não darei NENHUM SPOILER!Espero que me ajudem, para que eu ajude vocês.E espero que gostem desse capítulo confuso pra caralho, e aguardo as perguntas de vocês.Minhas mãos estão preparadas para desatar muitos nós mentais.Espero que gostem.Atenciosamente, Hina.



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Minha cabeça está girando. E então eu estou caindo, caindo, caindo, e Shikamaru me puxa pela mão para dentro de uma passagem quase invisível dentro de uma das paredes do Instituto Saika.

E apesar de eu ter em mente que deveria prestar atenção por onde ando, meus olhos não se desgrudam do rosto pálido de traços firmes do garoto que é puxado pelo pulso.

Eu tenho certeza de conhecê-lo, e esta constatação é tão distante e parece tão irreal, que eu procuro bem fundo em minha mente opção para descartá-la.

Não encontro.

Eu volto a mim quando noto que Shikamaru começa a descer escadas. Tropeço nos meus cadarços desamarrados, e por bem pouco nós não rolamos escada abaixo.

Então meu melhor amigo me joga nas costas e me carrega pelos degraus.

— Shikamaru, isso é desnecessário. – Eu digo.

Ele estala a língua, e não me responde, ato que me deixa ridiculamente irritada.

O túnel pelo qual corremos é escuro e úmido, e parece ter séculos de existência. A luz fraca é a base de uma vela que a garota morena segura em mãos enquanto corre à nossa frente, descendo as escadas que não tem corrimão, e eu me pergunto onde diabos ela conseguiu o objeto.

Eu quero perguntar o que está acontecendo, e por que Shikamaru está tão nervoso; E quero saber quem é a garota que nos guia pela escadaria, e mais do que tudo, algo que meu interior grita desesperadamente, sedento em ter uma resposta;

Quem é o garoto?

Quando chegamos ao fim dos degraus, a garota aperta um botão e uma luz fraca se acende. Uma lâmpada.

Shikamaru finalmente me põe no chão, e então estamos os quatro nos encarando. A garota olha para Shikamaru e morde o lábio inferior, e não é necessário ser um gênio para saber que ela sabe o que estava acontecendo. Sabe bem.

O silêncio começa a me irritar, e eu estou quase implorando para alguém dizer alguma coisa. Antes que eu abra minha boca para falar algo, a voz rouca de Shikamaru invade o cômodo.

— Você conseguiu trazer ele para cá. – Ele diz, olhando para a garota. – Estou impressionado.

— Idiota. – Ela está ofegante, e se apoia nas paredes, segurando o peito, enquanto tenta em vão acalmar sua respiração acelerada. – Não duvide de minha capacidade nas missões.

— Alguém pode, por favor, me explicar o que está acontecendo? – Eu digo, olhando fixamente para Shikamaru, com a expressão mais zangada que consigo, pois no momento não estava nada menos do que furiosa.

— Você não disse a ela? – A morena se vira para Shikamaru, e sua expressão fica tão raivosa quanto a minha.

— Tenten... – Então esse é o nome dela.

— Você tinha que ter contado!

— Não deu tempo. – Ele diz, massageando as têmporas enquanto nega com a cabeça. – Eu não podia contar antes, ela não acreditaria. E Temari falou com ela bem antes do esperado.

— Aquela vagabunda. – Tenten trinca os dentes, e olha para mim, depois para ele, e então para Shikamaru. Isso me irrita.

— Vocês podem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – Eu me levanto do chão, quase gritando, extremamente irritada – E confusa, e com medo, e desesperada para entender o que diabos está acontecendo— por não saber de nada, e Shikamaru solta um suspiro engasgado.

Olhou para ele, depois para mim, e então para Tenten.

— Ele sabe? – Shikamaru pergunta, olhando para Tenten, apontando com o queixo para o garoto moreno – e lindo— e misterioso, – e eu estou louca para saber seu nome— e irritante. Eu soco o chão, nervosa por ser ignorada.

— Ele sabe. – A Tenten diz, e eu tomo coragem para olhar novamente para o moreno.

Está quieto, olhando-nos como um turista olha a Torre Eiffel.

— Sakura. – Eu olho para Shikamaru, e me agarro ás suas palavras como se minha vida dependesse disso. – Existe, além de nós, um poder muito forte, que controla todas as pessoas, e todas as ações da humanidade. Este poder é chamado de triângulo. O triângulo é formado por três divindades. – Ele vai dizendo, e eu torço meu rosto, não entendendo uma palavra do que ele diz. – A primeira divindade é chamada de Séculus, também conhecida como Tsunade. Ela é a única divindade feminina, e é responsável pelo controle do tempo e espaço.

Enquanto ele fala, eu presto tanta atenção, que mal percebo que sua voz racha quando ele engole à seco, como se estivesse falando algo errado.

— Tsunade controla nossas horas, nossos anos, e também controla a morte e a vida, dando um tempo certo para cada alma em cada vida. Além disso, é ela a responsável pelo nascimento de cada alma. – Tenten completa, e Shikamaru apenas assente com a cabeça.

— A segunda divindade é chamada de Destinus, e também é conhecido por Jiraya. Ele controla o destino e as ações de cada alma da terra. – Ele continua. – Ele também cuida para que cada alma reencarne corretamente, acerta seu curso de vida, e, para as almas que já cumpriram seu ciclo completo, ele é, também, quem encaminha a alma para o segundo nível.

Quando eu mostro incredulidade, penso em perguntar algo, mas ele faz um sinal de paciência, e então eu me calo.

— A terceira e última divindade é chamado de Encaminhador, e também é conhecido por Orochimaru. Seu trabalho é cuidar das portas do paraíso e da tortura eterna, não permitindo que as almas escapem.

Completamente confusa, e com a língua pinicando em curiosidade, eu não resisto.

— Escapem? – Eu digo, com uma nota de sarcasmo.

— Por favor, Sakura. – Ele me diz, cansado. – Cada coisa à seu tempo.

Eu me calo, irritada.

— Eu posso explicar o restante, Shika? – Tenten pergunta, e ele apenas assente, novamente. – Pois bem. As almas são separadas em classes. A primeira classe é a fase de reencarnação. Ou seja, ela vai viver como um ser humano comum, com o destino planejado milimetricamente por Jiraya, até que morra. Esse ciclo pode ocorrer apenas cinco vezes.

“Após o ciclo ser completo, a alma é elevada ao segundo nível. O nível dois é o livre-arbítrio. Jiraya não mais tem controle do destino da alma, porém, ela deve respeito e obediência absoluta às três divindades.”

E se ela não seguir as regras?” Ela parece ler minha mente quando continua:

— Caso contrário, ela é jogada na tortura eterna, imediatamente. – Tenten olha para mim, e para o moreno, então continua a narrativa. – O segundo nível também é conhecido como o nível de missões.

O triângulo é inteiramente ocupado pelos deveres com as almas, e é por isso que as almas de segundo grau recebem a missão de encaminhar as almas de nível três para o lugar certo.

Almas de terceiro grau são conhecidas pelos primeiros-graus como ‘almas penadas’, ‘fantasmas’, etc. Poucos são capazes de vê-los. Na verdade, ninguém deveria. Mas o triângulo não é perfeito. Ás vezes as almas vagam antes de encontrarem os segundos-graus, e então acabam sendo vistos pelos primeiros. De qualquer forma, as missões dos segundos são guiar as almas de terceiro grau para o paraíso, ou para a tortura depois de serem julgados por Orochimaru. Como sabemos? Após o julgamento, a alma ganha uma determinada cor, e então, o portão é aberto.”

Eu engulo à seco, confusa.

— As almas são criadas por Tsunade, e enviadas a terra quando uma mulher engravida. – Shikamaru entra na conversa, explicando. – E nesse processo, a alma passa por uma certa turbulência, em que elas se separam. Então, são criadas aí, as almas gêmeas.

“As almas cortadas ao meio são condenadas a procurar eternamente por sua outra metade. O resultado, humanamente dito, é chamado de amor.

As almas gêmeas sempre irão se encontrar durante as cinco reencarnações, porém, após serem elevadas ao segundo nível, elas automaticamente se completam sozinhas, e então tem a necessidade de buscar sua outra metade interrompida.”

Então ele me olha.

— Agora sobre sua dúvida, Sakura. – Ele engole a própria saliva, sem tirar os olhos de mim. – Algumas almas se recusam a esquecer sua outra metade, mesmo após seu ciclo de reencarnação ter sido completo. Então a segunda fase de sua evolução é quebrada, e ela é enviada diretamente ao inferno, por descumprir as regras. Isso por que, apenas humanos são capazes de amar. – Ele me olha profundamente, e eu vasculho seus olhos, procurando um sinal de que tudo aquilo é uma grande palhaçada.

Mas, quando não vejo nenhum brilho de divertimento em seus olhos, sei que está falando a verdade.

— Séculos se passam, e uma alma gêmea é criada. – Seus olhos são tão intensos sobre os meus, que eu sinto meu corpo tremer. – A princípio, tudo estava normal. Eram duas almas seguindo naturalmente seu ciclo, como Jiraya havia programado. Eles tinham suas vidas marcadas por tragédias que os separavam sempre um do outro de formas terríveis.

“Após a quinta e última reencarnação, algo deu errado. Eles se recusavam a esquecer um do outro. Como recompensa foram jogados à tortura. Mas, desafiando qualquer regra, qualquer expectativa, eles conseguiram fugir.”

Minha garganta se fecha.

Eu não consigo respirar.

“– Entenda que algumas coisas exigem certas regras, e existem pessoas poderosas acima de nós, que controlam essas regras. Mas você e ele as quebraram de alguma forma.”

Eu não consigo respirar, eu não consigo respirar.

— Eles, superando tudo e todos, conseguem entrar no ciclo de reencarnação outra vez, e então, fogem durante outras duas existências, com a peculiar habilidade do livre arbítrio.

“Em sua oitava vida, após a procura incessante de Orochimaru, eles são encontrados. Mas algo está errado. Orochimaru não consegue tocá-las. Após várias tentativas, ele passa, sem querer, o poder de uma alma de segundo grau para uma das duas almas gêmeas. E ela é capaz de enxergar e encaminhar as almas de terceiro grau.”

Eu não consigo respirar. Não consigo, não consigo.

“Então, ao mesmo tempo, o inacreditável acontece. As almas são classificadas pelos três níveis ao mesmo tempo. Nível um, reencarnação; A possibilidade de ter uma vida humana. Nível dois, as missões; O dever de encaminhas as almas julgadas. Nível três, julgada, colorida, incapaz de reencarnar.

Incapaz de morrer.

Todos estão me olhando, e eu estou branca, fria, tremendo, tremendo, tremendo.

— À dez anos, Orochimaru fez sua primeira tentativa de recuperar suas almas condenadas. – Ele suspira. – Esta tentativa baniu toda uma família. – Ele olha para o moreno, que olha para o chão, como quem tenta se distrair. – E tirou o pai de uma garotinha... – Então ele olha para mim, e eu estou chorando. Minha culpa, minha culpa, minha culpa.— Mas ele falha, pois as almas tem um poder que ele não têm.

E, antes que eu lhe pergunte o quê, ele olha para nós dois.

— Eles tem um ao outro.

Eu engulo a seco, umas, duas, três vezes. E outra vez eu estou caindo, caindo, caindo.

— Vocês. – Ele aponta para nós. – Vocês são as almas condenadas. – Eu não estou respirando, minha garganta está fechada.— Sakura, as visões que você teve. – Ele diz, sem me olhar. – São lembranças de suas outras vidas. Vocês não são almas comuns, e tem a vantagem de lembrar um do outro.

Eu não estou entendendo nada, nada, nada. Então Shikamaru dirige seu olhar exclusivamente ao moreno.

— Não é mesmo, Sasuke? – Sasuke. Seu nome é Sasuke. Pela primeira vez, Sasuke olha alguém nos olhos. – Ou devo chamar-te de Sete? – Os olhos negros faíscam, e eu estou confusa, confusa, confusa. – Afinal, é por você que estamos aqui.

Meu coração quer quebrar minha caixa torácica.

Você precisa confiar, no Shikamaru. E precisa confiar no Sete.

Sete.

Duas crianças correm em um pasto verde.

Dois amantes se beijam no crepúsculo.

Dois amigos jogam água um no outro em uma praia.

Marido e mulher trocam votos de amor eterno.

Uma mulher dá a luz enquanto o homem segura sua mão com força.

Adolescentes escrevem seus nomes em uma árvore, dentro de um coração.

Garoto e garota montam uma barraca em uma floresta.

Sete visões.

Sete casais.

Sete reencarnações.

Eu olho para os olhos dele, e então eu entendo o motivo daquele número. Aquele motivo tão peculiar. O motivo que pode nos matar.

Desafiamos o mundo sete vezes.

E eu nem sei o motivo.

E eu não sei o que está acontecendo.

Mas algo dentro daqueles olhos negros me fazem acreditar em algo.

Fazem-me acreditar naquele número.

Sete.


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