Impugna escrita por Juno Wolf


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

WOOOOOOOOOW! Agora as coisas começam a esquentar.Eu sei que vou dar um nó na cabecinha de vocês, mas é necessário. logo entenderão. Espero que gostem!



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O certo, Sakura, é se perguntar quem é você.

• O Necessário •

Devo lhes dar um alerta, caros leitores.

Se vocês tem medo de pessoas diferentes

Se vocês as olham com desgosto

Devo dizer

Não leiam a minha vida. Não desvendem minha historia.

Pois sou a pessoa mais diferente que você conhecerá.

 

Meu coração martela desesperado contra minha caixa torácica, e por um segundo eu fico completamente sem ar.

Como ela sabe? Como ela sabe?

Ela me olha profundamente nos olhos e eu me sinto quase nua. Ela entra pelo meu corpo e abre cada uma de minhas portas tão rapidamente que eu acho que vou desmaiar.

Ela me desvenda.

E faz isso com tanta facilidade que me assusta.

— Sakura. – Ela me diz, e eu estou tão concentrada em suas palavras que todo o resto do quarto some. – Eu sabia que você iria vir até aqui desde antes de você acordar hoje de manhã. – Ela me diz, e eu engulo a seco, com a cabeça borbulhando em dúvida. – Eu vi.

— Você viu? – Eu pergunto, e ela me sorri.

— Eu vejo as coisas antes que elas aconteçam. – Ela diz, e seu sorriso desaparece de uma hora para a outra. – Seu futuro.

— Meu futuro? – Eu engulo a seco e ela olha para a porta, e só então eu ouço passos.

Ela parece nervosa por um instante.

Então, me olha e diz:

— Escute Sakura, nós estamos sem tempo. – Ela me diz, e sua voz sobe uma oitava. Ela está ficando nervosa. – Muita coisa vai acontecer com você nos próximos dias. Muita coisa vai mudar daqui em diante, assim que você deixar este quarto. – Os passos do lado de fora ficam cada vez mais altos, e eu estou suando frio. – Me escute, Sakura, você precisa confiar em mim.

Confiança.

Esse é o tipo coisa que você não deve entregar a uma maluca que acabou de conhecer. Mas, por algum motivo, eu sinto que talvez – e somente talvez – eu possa realmente confiar nela.

E confirmar isso me assusta.

— Você vai ter que confiar nos seus amigos. – “Mas eu só tenho o Shikamaru...” Penso, mas não falo nada. – E você precisa confiar nele, Sakura. Você precisa confiar no homem de Azul. – O homem de azul. A alma.

Ela fala isso e eu volto a tremer, e meu coração quer quebrar minha caixa torácica e fugir do meu peito.

— Você precisa confiar, no Shikamaru. E precisa confiar no Sete. – “Quem é sete?” me pergunto, e depois fico mais assustada ainda em saber que ela sabe quem é Shikamaru.

Ela parece completamente louca, e completamente sã ao mesmo tempo.

— Você tem que confiar principalmente em si mesma, Sakura. Uma hora você vai precisar só de você. – Ela olha para a porta, e os passos estão tão próximos que eu sei que alguém vai abrir a porta a qualquer momento.

A porta destrava, e antes que eu saia correndo pela porta, ouço-a falar:

— Diga a Shikamaru que os pássaros já começaram a levantar vôo. Ele precisa preparar as armas. – Ela grita, e eu ouço do corredor. – NÃO SE ESQUEÇA DE QUEM VOCÊ É!

Quem eu sou?

Eu estou correndo pelos corredores. Correndo, correndo, correndo. Viro todas as paredes, e tropeço às vezes por que minhas pernas ainda tremem. “O que foi isso?”, me pergunto “Ela é louca?”. Eu ainda corro, corro por que preciso fugir de alguma coisa – ou de alguém. Corro por que só assim eu posso ignorar a tremedeira que começa nas pontas de meus dedos e percorrem meu corpo todo. Corro por que minha vida depende disso – e eu nem sei por quê.

Corro por que tenho medo de ficar sozinha.

E corro por que não sei o que vai acontecer comigo. E eu estou com medo.

Quem eu sou?

Minha cabeça gira, e eu começo a soar frio novamente.

Quem eu sou?

Meu nome é Haruno Sakura. Tenho dezessete anos. Sou magra demais para minha altura. Tenho cabelo rosa. Vejo espíritos. Acham que eu sou louca. Fui internada no Instituto Saika. Meu padrasto é um psicopata. Minha mãe é covarde. Meu irmão me abandonou. Eu só tenho um amigo. Meu pai está morto. E eu não sei o que está acontecendo comigo.

Eu continuo correndo como se minha vida dependesse disso.

Mais rápido.

Mais rápido.

Tenho um estalo e estou de volta no refeitório.

Ele está vazio.

Shikamaru... Shikamaru!

Eu olho para os lados, como se ele fosse aparecer misteriosamente ao meu lado. Eu fecho os olhos e os abro, esperando acordar de um pesadelo.

Eu não sei o que está acontecendo!

— Sakura? – Eu ouço uma voz, e começo a chorar quando abraço Shikamaru com força. – Ei, ei, o que foi? – Ele me abraça de volta – Você não chegava logo na sala, vim atrás de você. – Ele diz, e me olha. – Por que está chorando? Está tremendo também? Sakura!

— Eu vi pessoas. – Eu digo num fio de voz, enquanto soluços se expandem em meus lábios.

— Você sempre vê pessoas.

— Não. – Eu balanço a cabeça e olho para ele, quase desesperada. – Tem alguma coisa acontecendo. Alguma coisa fora do normal. – Ele me olha. “Eu não sou louca!” – Eu vi pessoas. Na minha cabeça. Como visões. Eu... Eu estava no corpo de outra pessoa. Como uma memória. – Eu começo dizer, rápido, sem parar. – E então eu comecei a correr para qualquer lugar, e fui parar no inverno. – Eu seguro seus ombros e olho firme para ele enquanto falo, pois tenho medo de cair. – Eu falei com a garota do piano. A Temari. – Seus olhos se arregalam um pouco, mas eu continuo. – Ela disse algo sobre futuro. Algo para eu ser forte. Alguma coisa a ver com “sete”. Disse para eu confiar no cara de azul. Shikamaru! Ela não deveria saber de nada! – Eu digo quase desesperada. – Ela disse algo sobre ver o futuro.

Shikamaru de repente está pálido, e ele me olha firmemente, segurando meus pulsos.

— Ela disse mais alguma coisa? – Seus olhos sobre os meus são tão intensos que eu acho que vou despencar.

— Disse algo sobre... – Eu respiro fundo. Nem havia percebido que prendi o ar. – Sobre pássaros. Disse que eles estão levantando vôo, e... – Eu engulo minha saliva. – E que é para você preparar armas.

O maxilar de Shikamaru fica rígido, e a força de suas mãos em meus pulsos fica mais forte.

— O que está acontecendo, Shikamaru?

— Merda! – Ele diz.

E de repente, ele está me puxando pelo pulso, enquanto corremos pelos corredores.

O que está acontecendo? O que está acontecendo?” Minha cabeça está explodindo, e eu estou ainda mais assustada, por que é a primeira vez que vejo Shikamaru tão nervoso.

Ele é a calma em pessoa.

— Escute Sakura. – Ele me diz. – Tem algumas coisas acontecendo, e logo você vai precisar saber. – Ele vai falando com a voz completamente normal, embora estejamos correndo. – Mas entenda que eu não posso te contar ainda. Entenda que sua vida está em jogo. A sua, e a dele.

Minha vida está em jogo.

Quem é ele?”

Eu quase começo a chorar de desespero, por que eu estou completamente confusa.

E perdida.

E desesperada.

O que está acontecendo?

— Você está me ouvindo, Sakura? – Ele diz, e me olha de canto.

Eu balanço a cabeça afirmativamente, com dificuldade.

— Entenda que tem certas coisas que exigem regras, e tem pessoas poderosas acima de nós, que controlam essas regras. Mas você e ele as quebraram de alguma forma.

Do que ele está falando?

— Preciso que você faça tudo o que eu pedir para você fazer. Mesmo que pareça absurdo. Por favor, nãos seja teimosa.

Eu apenas afirmo.

Estou ligada no automático.

Não sei do que ele está falando, não sei.

— Qualquer erro resulta em morte. Você me entendeu? – Eu estou tremendo tanto, que tenho medo de minhas pernas falharem e ele me arrastar pela velocidade em que corre.

Ele tira um celular do bolso.

Eu arregalo os olhos.

Todos os aparelhos eletrônicos que temos – celulares, tablets, computadores, até mesmo rádios portáteis e mp4 – são retirados de nós quando entramos no instituto Saika. Me pergunto desde quanto ele guarda aquele aparelho.

Ele escreve algo com velocidade e depois guarda o telefone.

— O que está fazendo? – É tudo o que consigo falar, quando ele para de correr e começa a apalpar as paredes.

— Apenas me siga. – Ele diz, e eu não sei o que está falando.

Não sei, não sei, não sei.

— Shikamaru!

Eu preciso entender.

Ele me segura pelos ombros, e seus olhos estão desesperados.

— Você tem que confiar em mim!

— Shikamaru! – Eu ouço uma voz feminina ofegante, e quando viro o rosto, vejo a garota morena de coques que andava com Hinata. Fico sem ar quando caminho os olhos para o lado.

Parado ao lado dela, com o braço sendo puxado, está ele.


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