Impugna escrita por Juno Wolf


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo antes do prazo!
Leiam as notas finais, sim? Eu agradeço.
Eu queria dar alguns avisos:
1 - O nome foi atualizado para dar resultado nas pesquisas. Muitas meninas disseram que ao procurarem impugna no site, pelo nome diferente, não encontravam. Então eu tirei do caps e dos espaços, ficando simplesmente "Impugna".
2 - Peço que curtam aqui para mim: https://www.facebook.com/pages/Coffee/502703099844888?ref=ts&fref=ts certeza que não vão se arrepender!
Até mais!



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Hoje é dia trinta de dezembro. O último dia no Instituto Saika, antes que nos mandem para casa no feriado de fim de ano.

Sasuke irá para casa comigo.

Até agora eu não consigo acreditar o quão bem Danzou aceitou essa informação quando, ontem, pouco antes do jantar, nós conseguimos ligar para minha casa.

Oh, claro, menino Uchiha. Seria uma honra te receber em minha humilde residência.

Comprimi os lábios em irritação.

Eu realmente preferiria que ele tivesse negado violentamente a estadia de Sasuke em sua casa, mas ele não hesitou nem por um segundo quando disse sim, e eu tive de agüentar o sorriso de escárnio do moreno durante todo o jantar.

Quando nós deixamos o refeitório ele puxou meu braço delicadamente, fazendo-me assustar e tropeçar em minhas próprias pernas, caindo com as costas contra seu peito, sentindo meu corpo se arrepiar completamente quando ele sussurrou no meu ouvido: “Até amanhã, Sakura”.

Agora, enquanto eu luto contra meu cabelo que resolveu acordar mais rebelde do que é naturalmente, sinto meu sangue ferver de raiva. Raiva de Sasuke, raiva de nossa situação, e, principalmente, raiva da forma com a qual meu corpo reage a sua presença.

Eu tenho a absoluta certeza de não sentir nenhum sentimento romântico por ele, e isso me deixa absolutamente aliviada. Porém, embora eu tenha minhas certezas, as outras sete existências parecem gritar em meu cérebro, e meu corpo é estimulado a milhões de arrepios apenas com o som rouco de sua voz.

Seguro a escova de cabelo com força entre os dedos, olhando minha cara irritada no espelho embaçado do banheiro. Sinto-me absolutamente ridícula por deixar-me levar por vidas passadas.

Mas, meus amigos, o pior ainda não ouviram. Nesta madrugada meu cérebro resolveu me pregar outra peça, mostrando a primeira relação sexual de Emett e Iwaly, o que me fez acordar no meio da madrugada, absolutamente suada e excitada, odiando cada micro célula de mim mesma, forçando-me a dormir no chão duro e gelado de meu quarto até a manhã chegar.

O resultado são minhas costas doloridas e olheiras enormes abaixo dos olhos. Além disso, acredito ter ficado gripada por dormir no chão frio durante seis horas. Essa tese se faz pelo simples fato de eu não ter parado de tossir desde que acordei, e nem o banho quente ajudou.

Desistindo de brigar com o meu cabelo, eu prendo-o de qualquer jeito, ignorando os fios arrepiados no topo de minha cabeça e assim que a porta se abre eu saio marchando até a fila, enquanto não consigo reter a raiva crescente em meu peito.

Ignoro as estúpidas garotas rindo da minha cara enquanto eu ando firmemente até o refeitório.

Eu passo pela fila de comida colocando qualquer coisa em minha bandeja, e basicamente atiro-a na mesa quando me sento rudemente na cadeira, passando a castigar a comida com mordidas duras, ignorando o sangue que verte de minha língua quando a mordo várias vezes seguidas no mesmo lugar.

Shikamaru apenas me observa um tanto confuso enquanto eu resmungo irritada por morder novamente a minha língua.

Eu soco a mesa e solto um grito esganiçado, fazendo a atenção do refeitório se voltar para mim, e, ainda mais estressada por agora estar sendo monitorada pelos médicos que temem um ataque, eu respiro fundo, cravando os punhos com força.

— Tá tudo bem? – Shikamaru pergunta um tanto hesitante, parando a colher de cereais no caminho para a boca.

— Olha pra minha cara, Shikamaru. – Eu resmungo sem olhá-lo. – Eu pareço estar bem?

Ele levanta as mãos em sinal de rendição.

— Eu me rendo. – Ele sussurra, segurando o riso. – O que aconteceu?

Eu abro a boca para responder, mas quase pulo para fora da cadeira quando uma voz rouca sussurra próximo demais de meu ouvido.

— Bom dia, Sakura.

— Mas que inferno, garoto! – Eu quase grito, quando viro um tapa muito bem dado no seu braço.

Ele dá um sorriso de canto, e eu tenho vontade de socá-lo até arrancar sangue.

— Vai se foder, Sasuke. Por favor, vá se foder. – Eu me levanto da mesa sem olhar para trás, jogando os restos de meu desejum no lixo e deixando a bandeja no suporte, castigando o chão com minhas pisadas duras enquanto me dirijo para fora do refeitório.

Estou tão furiosa que trombo com alguém na metade do caminho até os armários.

Estou pronta para xingar até a quinta geração da pessoa, quando ouço uma voz baixa e doce me sussurrar um “desculpe”.

— Hinata? – Eu olho a garota de cabeça baixa apertando os livros com força entre os braços, um tanto trêmula. Abaixo a cabeça tentando focalizar seus olhos, sentindo minha raiva derreter quando encontro o rosto molhado. – O que aconteceu?

— E-eu... – Ela respira fundo e tampa a boca com uma das mãos, virando as costas na direção contrária a minha, correndo até o banheiro do corredor, fechando a porta.

Eu fico verdadeiramente preocupada e vou atrás, ouvindo o som de soluços saindo de uma das cabines.

— Hinata? – Chamo-a novamente, ouvindo um último soluço antes da quietude total. – Você não está nada bem, o que ta acontecendo?

Eu vago de cabine em cabine, até encontrar a única porta trancada.

— Abre a porta. – peço, calmamente, e a porta se abre em um click. Hinata sai de cabeça baixa, com as mãos ainda trêmulas, mal agüentando o peso dos livros.

Eu retiro-os de suas mãos, colocando sobre a pia, e a puxo para fora da cabine, levantando seu rosto e encarando seus olhos vermelhos.

Não pergunto mais nada, vendo lágrimas ainda escorrendo pelo rosto branco. Suspiro.

Pego três folhas de papel, secando as lágrimas que ainda escorrem. Eu teria insistido para que ela falasse, mas ela está tão sentida que eu me seguro. Depois de deixar os papéis em suas mãos, vou até a entrada do banheiro, enchendo um copo com água, fazendo-a sentar-se em um dos bancos que existem dentro do banheiro, entregando o recipiente cheio.

Só quando vejo que ela parou de chorar, pergunto novamente.

— O que aconteceu?

— A-a gente vai perder aula... – Ela sussurra, com a voz ainda chorosa.

— Eu não me importo. Você tava desesperada, desembucha. – Eu coloco as mãos na cintura e olho-a nos olhos, aguardando sua voz. Ela respira fundo.

— E-eu estou preocupada com o Neji...

Forço meus ouvidos para ouvir sua frase, e então tudo faz sentido.

No dia anterior Neji Hyuuga não apareceu para o jantar. Ouvi fofocas durante toda a refeição sobre ele ter sido levado para o quarto branco.

O quarto branco é o mais temido do instituto. Nos casos mais graves, quando a pessoa tinha um ataque, tentava fugir ou se matar, era levada para o quarto branco: Um espaço completamente acolchoado e sem janelas, onde eles enfiam medicamentos em você até você estar tão grogue que mal consegue manter os olhos abertos. Então você é deixado lá por algum tempo, até estar calmo o suficiente (na opinião deles) para ser liberado.

O fato é que algumas pessoas saem de lá machucadas... Sendo que entraram lá completamente bem.

Todos sabemos o que isso significa.

Bom, Neji é para Hinata a única coisa que confia e se importa consigo. Sei disso. Vi o desespero do garoto quanto ela foi sedada – ficou tão nervoso que teve de ser sedado também.

— Ele vai ficar bem, Hina.

Ela nega com a cabeça.

— É a terceira vez que ele vai para lá, Sakura-chan. – Ela olha para baixo, voltando a chorar. – E-ele voltou com o punho enfaixado da última vez...

Eu mordo meu lábio. Conforme sua freqüência para a sala branca aumenta, o número de ferimentos também. Eu seguro suas mãos.

— Hina, – Eu digo, e a faço olhar-me nos olhos. – Ele vai ficar bem. – Mas sei que não vai.

Hinata parece forçar a sombra de um sorriso, e eu sei que ela não acredita em minhas palavras.

O sinal toca e ela joga o copo vazio de água no lixo, e eu peço para que ela lave o rosto.

Saio de lá com os braços enlaçados aos dela, tentando mudamente dizer que se ela precisar de mim, eu estaria ali.

***

Nós chegamos atrasadas na sala. Kakashi, o professor de literatura me olhou, sorriu e me mandou sentar.

— Vejo que ambas devem ter problemas bem sérios para atrasar à aula em um lugar como esse. – ele mexe na máscara cirúrgica que sempre usa sobre o rosto. – Sentem-se.

— Desculpe Kakashi-sensei. – Hinata diz formal, se curvando levemente.

Eu apenas reviro os olhos e adentro a sala, um tanto sem paciência, sentando na carteira vazia ao lado de Shikamaru.

— Preciso falar com você. – Eu sussurro, começando a copiar a matéria.

— Certo. – ele responde simplesmente, sem sequer voltar os olhos para mim.

***

— O que há entre Neji e Hinata?

É a primeira coisa que eu pergunto quando chegamos ao pátio para a aula de ginástica. Shikamaru me encara e suspira, negando com a cabeça quando começa a se alongar.

— É sério, Shikamaru. Eu sei que eles têm algo a ver com a minha situação.

— Hyuuga Neji e Hyuuga Hinata são... Primos. – Ele diz um tanto hesitante, sussurrado, quase com medo de que as paredes ouçam.

— Ótimo. Agora que já me disse o óbvio, pode continuar. – Eu cruzo os braços, encarando-o feroz. Ele para de se alongar e massageia as têmporas, cansado.

— É complicado, Sakura.

— Eu sei! Mas eu quero ajudar! Eu vi como ela ficou hoje e estou muito preocupada, Shika! – Eu me sento no chão, exausta. – Essa situação me machuca. Eu não sou cheia de amores para com ela, porém ela continua sendo minha amiga! Eu me importo! Por favor...

— Ok. – Ele diz, e volta a se alongar. – Mas não aqui, e não agora. Acredite quando eu digo que as paredes têm ouvidos.

— Quando, então?

— Eu não sei. – Ele suspira. – Mas quando surgir uma brecha, eu prometo te contar.

Eu assinto com a cabeça, e começo a correr em torno do campo, como Gai havia mandado.

Eu preciso entender Hinata, para então poder ajudá-la. Algo me diz que o problema é bem maior do que eu imagino.


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Notas finais do capítulo

Peço que vocês não tenham esperanças de casais clássicos se formando aqui. O único casal clássico a ser formado será Sasusaku. Não tenham esperanças de NaruHina, Gaaino, Nejiten, Shikatema... Sério, eu peço isso a vocês do fundo do coração, por que eu tenho planos bem diferentes para eles.
Existirá um casal Yaoi, existirá incesto... Então, peço que compreendam a importância desses casais divergentes para a historia.
Espero que compreendam, de verdade, e que não deixem de acompanhar por isso.
Atenciosamente, Hina.
Obrigada por Lerem!