Senet: O Jogo Dos Deuses escrita por Carlos Neiva


Capítulo 3
Capítulo 2: Um simples jogo




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         “Vou sair para arrumar umas coisinhas, você tem vinte e quatro horas para se decidir, amanhã às dez da manhã um avião sai para o Egito e você vai me encontrar nele. Aqui está sua passagem”. Essa eram as últimas palavras de Inpu antes de sair e deixar William pensando na decisão da sua vida. William se dirigiu a sacada do seu apartamento e, contemplando a o trânsito nas ruas, pensou em tudo aquilo que fizera com que seu mundo desabasse em menos de doze horas.

         William tentou analisar a situação com calma, pensando em tudo friamente. Viu o quanto se sentia bobo por ter pensado na mínima hipótese de largar toda sua vida para fugir com um louco que conhecera na noite passada. “Deuses... Bah!” repetia par si mesmo “Não vou para o meio do nada com aquele maluco que acha ser um deus”.

Foi aí que ele se lembrou da dor de cabeça e do sonho. O que aquilo queria dizer? O sonho com a fera era tão real, ainda se lembrava daquele hálito terrível. Seu cérebro então devolveu com uma explicação lógica, “A dor de cabeça deve ter sido por que bebi rápido e de estômago vazio e o pesadelo foi por causa da conversa sobre hieróglifos ou algum filme que vi por esses dias”. Então William decidiu que não sairia para nada e continuaria vivendo sua vidinha tranquila.

         O dia passou extremamente rápido e William acabou por não fazer nada o dia todo. Ao cair da tarde ele se sentou em frente ao computador e iniciou uma pesquisa sobre o Egito. Leu tudo que podia sobre os deuses egípcios, procurou sobre o jogo senet e tentou ler algumas coisas a respeito de encarnações das divindades coptas. Um pequeno artigo num site de um desses malucos que acreditam em aliens falava que Osíris, principal divindade do mundo inferior, já havia encarnado em diversas personalidades da história, desde Ptolomeu II ao herói Hércules. Achou alguns trabalhos de Isaac Newton que diziam a mesma coisa. E por fim encontrou num fórum de discussão algumas pessoas falarem de anomalias nas pirâmides, algo como seres super poderosos travando guerras por lá. William achou que já era o bastante para um dia e acabou por adormecer.

         William seguiu uma estrada sinistra que descia cada vez mais, não havia nem teto, nem paredes, mas a sensação de claustrofobia continuava. Ele foi seguindo aquela estrada  até encontrar novamente o cachorro de pelo negro que latiu para ele e saiu correndo, como o esperado. William desta vez seguiu caminhando atrás do cachorro até encontrar um ser estranho que não parecia nada com o de antes. Dessa vez, a criatura tinha todo corpo de leão, mas a cabeça de águia, juntamente com um par de asas. A criatura olhou irritada para ele e depois se curvou na intenção de abocanha-lo, uma espécie de clarão vez com que a criatura recuasse, mas num salto ela tentou um segundo ataque. William rolou pela garganta da fera. Então acordou.

          Olhando para o rádio relógio viu que ainda tinha tempo de pegar o avião com Inpu, mas riu de estar pensando naquilo e novamente se sentiu um besta por achar que largaria tudo para embarcar numa busca pela resolução dos mistérios da sua vida. Aquilo vez com que ele de início paralisasse e saltasse da cama em busca de se arrumar o mais rápido possível. “ Eu não acredito que estou fazendo isso”.

         Alguns imprevistos fizeram com que William chegasse às dez e meia no portão de embarque. Então, numa espécie de oração à sua consciência disse que se tivesse perdido aquele avião, era por que realmente não devia tê-lo pego. Mas ao chegar ao portão de embarque, viu Inpu que apontando para o relógio e sorrindo disse:

_ Você está atrasado, mas por sorte o avião também!


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