–Tem zonzóbulos rodeando sua cabeça, Roxanne- Comentou Alice Logobottom com um ar sonhador.

Roxanne sorriu com o que Alice disse. Estava precisando de alguém ao seu lado agora, e sabia que James nesse momento estaria em algo sala de aula vazia ou no dormitório com Emily, e ela não estava a fim de interromper o casal. Sem contar que o assunto que queria desabafar, não era algo que James entendia.

–Posso me sentar com você?- Perguntou Alice.

–Claro que pode- Roxanne respondeu sorrindo para Alice, que só agora percebeu o que a garota vestia.

Alice estava com um óculos estranho, que Luna e Alice diziam que aqueles óculos eram especialmente para caçar zonzóbulo, usava um vestido laranja, com um sapato azul, sua roupa estava um pouco amassada e suja de terra. Alice sempre mudava o estilo do cabelo, e hoje ele estava em uma trança que estava desarrumada, e estava com um pouco de terra também. Na verdade a Alice estava suja de terra em toda parte do corpo.

As estavam sentadas ao lado do salgueiro lutador, onde observavam Hogwarts.

–Alice, você está bem?- Perguntou Roxanne.

–Sim e você?

–Eu too bem. Mas o que aconteceu com você?

–O que quê tem eu?- Perguntou Alice avoada.

–Você está toda suja de terra.

–Eu saí para caçar zonzóbulos, e acabei indo para a floresta proibida, então eu tropecei e acabei caindo- Explicou Alice.

–Não é melhor ir á enfermaria?- Perguntou Roxanne preocupada.

–Não sinto dor, e eu só me sujei mesmo, e eu até que gostei do meu cabelo sujo de terra- Falou Alice sorrindo- Eu vou até aproveitar enquanto eu posso ficar assim, pois quando eu voltar o Jhon com certeza vai praticamente me arrastar para o banheiro mais próximo, e vai me dar uma bronca dizendo que eu não posso andar pelo castelo suja de areia, e me limpar ali mesmo sem se importa se alguém tiver nos olhando- Alice riu com o que ela mesma disse.

Jhon era sempre cuidadoso com a irmã. Na verdade ele era protetor demais com ela, pois sua irmã era uma garota sonhadora, inocente e fácil de ser manipulada, então sabendo que qual quer um pode se aproveitar disso, ele acaba que cuidando demais dela. Neville nunca viu problema com o jeito de ser da Alice, Luna sempre foi daquele jeito, e por causa desse jeitinho dela, ele acabou se apaixonando por ele. Mas mesmo assim Jhon não confiava muito.

–Mas e você Roxanne? Eu percebi que você está meio para baixo.

–É que Scorpius me chamou para sair.

–E isso é ruim?- Perguntou Alice confusa.

–Não que seja ruim, mas eu sei que ele está querendo sair comigo para esquecer outra pessoa. E isso me faz sentir como se eu fosse uma segunda opção, e eu realmente não estou a fim de ser- Desabafou Roxanne.

–Se ele quer esquecer-se de alguém, então ele estava à procura de alguém que fosse bastante bonita, inteligente e boa, para que ele se apaixonasse rápido, e você foi à escolha dele, porque você é melhor pessoa para ter com quem ficar ao lado- Respondeu Alice sonhadoramente.

–Obrigada, Alice- Sorriu Roxanne.

–Não sei por que está me agradecendo, eu só disse a verdade- Respondeu Alice- Oi, Jhon.

Roxanne estranhou o que Alice disse, então olhou para trás e viu Jhon indo para perto delas. Alice nem tinha virado para trás para percebe a presença de seu irmão, mas Roxanne nem ficou assustada, pois com a Alice tudo era possível.

–Oi Jhon- Roxanne deu um aceno.

–Olá meninas- Jhon ficou na frente delas e encarou sua irmã com desconfiança, e depois olhou para Roxanne e perguntou Atrapalho algo?

–Não, estávamos apenas conversando.

Jhon voltou o olhar para a irmã e depois balançou sua cabeça em reprovação e se agachou.

–Alice sua desastrada, por que não voltou logo para o castelo para se limpar?- Perguntou Jhon tirando o óculos da irmã, e pegando um pano, e passando no rosto da irmã, que riu.

–Eu estou bem, Jhon. E eu gostei do meu cabelo sujo de terra- Falou ela animada.

–Sabe Alice, você pode ter 17 anos, mas você age como uma menina de sete anos- Resmungou Jhon guardando o pano nas veste, e colocando o óculos estranho de Aline novamente nela.

–Você também Jhon, você pode ter 17 anos, mas age com um velho rabugento de noventa e sete.

Jhon se levantou novamente e deu as mãos para Alice, para ajudar ela a se levantar. Logo após Alice se levantar Jhon fez o mesmo com Roxanne.

–Obrigada, Jhon. Mas eu ainda vou ficar por aqui- Recusou Roxanne educadamente.

Jhon e Alice se despediram de Roxanne, e voltaram para o castelo, ainda tendo a minidiscussão sobre a idade mental de cada um.

****

–Nossa que divertido passar o sábado inteiro apenas olhando para o teto- Resmungou Scorpius deitado na cama.

–Podia ser pior, você poderia estar na enfermaria- Respondeu Albus mexendo em uns livros que estavam na estante do quarto.

–Ela disse para eu descansar, e não ficar deitado na cama, ou seja, eu posso andar pelo castelo, mas só não posso sair correndo.

–Fique na cama até o horário do almoço, ai depois você começa a andar pelo castelo, acabou de sair da enfermaria tem que pelo menos ficar um pouco na cama.

Scorpius nem se deu o trabalho de responder, sabia que se falasse algo contra, Albus iria fazer o mesmo discurso que ele tinha acabado de sair da ala hospitalar. Com tédio ficou apenas observando o amigo escolhendo algum livro que ele não tinha ideia de qual era. Percebeu que Albus achou quando deu um pequeno sorriso de vitória. Contente, se levantou e foi até Scorpius entregando o livro.

–É um livro trouxa que a tia Hermione me deu de natal- Explicou Albus- Como ano passado eu esqueci em casa quando vim para hogwarts, então você acabou não lendo.

Olhando para a capa do livro, ficou extremamente feliz. Scorpius amava ler, ele lia qual quer tipo de livro, tanto de trouxas como de bruxos.

Nem leu a sinopse, abriu direto o livro e começou a ler, mas quando estava na metade do primeiro capítulo, percebeu que Albus colocava o cachecol dele.

–Você vai sair?

–Eu vou.

–Vai me deixar aqui sozinho?- Exclamou Scorpius.

–Eu queria ficar aqui, mas eu tenho que fazer algumas coisas hoje.

–Tipo sair com o Jhon- Não era uma pergunta, e sim uma afirmação que Scorpius fez.

–Na verdade não. Como eu te disse eu tenho que resolver algumas coisas.

Escutou alguém bater na porta, e apenas murmuraram para que entrasse. Viram que o monitor chefe da sonserina que estava entrando no quarto.

–Oi Scorpius, eu fico extremamente feliz de ver que você saiu da enfermaria- Sorriu simpaticamente para Scorpius, mas depois virou para Albus- Preciso falar com você.

–Não tenho nada para te dizer- Respondeu grosseiramente Albus. E Scorpius estranhou a defensiva do amigo.

–Na verdade eu vim avisar que sua irmã, a Lily, ela está na enfermaria.

–Obrigado por avisar, quando eu sair daqui já vou direto para lá. Agora que você avisou, já pode ir embora.

David se despediu dos dois e saiu do quarto. Scorpius estranhou o jeito tão calmo e grosso do Albus, de falar daquele jeito com o monitor.

–Cara, o quê que foi isso?- Perguntou Scorpius logo após o monitor ter saído do quarto.

–Não gosto dele- Respondeu Albus já saindo do quarto.

****
Albus ia procurar Roxanne, mas como o chantagista do David apareceu no quarto preferiu primeiro ver sua irmã, e depois falar com Roxanne. Isso nem seria um grande contra tempo para ele, pois com certeza todos os seus primos estariam lá como na ultima vez.

Nem ficou muito preocupado ao saber que sua irmã estava na ala hospitalar, achava que era só a cólica que ela teve no dia em que eles decidiram faltar à aula.

Mas ao chegar lá ficou assustada com cena que viu. Ele nem tinha entrado na enfermaria, estava no corredor que dava para porta da enfermaria. E só ali, viu Fred II, andando de um lado para outro, falando coisas incompreensíveis e se tremendo inteiro. Lucas sentado no chão, todo pálido, ele parecia bastante fraco, seu olhar não saia da porta, ele parecia até não piscar os olhos.

–O que está acontecendo aqui? Perguntou Albus assustado temendo a resposta.

–Albus!- Exclamou Fred II já indo para perto de Albus, ele parecia meio paranoico, mas sabia que seu primo ficava assim quando estava desesperado- Eu... Eu não sei... Ninguém diz nada... Nada se fala... Tu-Tudo bem... Ai eu e Lucas... Lily... LILY!- Albus não entendia nada, e ele mesmo estava para enlouquecer com isso, mas estava lutando para manter a calma, já bastava Fred II agindo como um louco.

–FRED II, CALE A BOCA E RESPIRE- Gritou Albus para Fred. Colocou as mãos no ombro e percebeu o quanto o seu primo tremia.

Fred estava tendo dificuldade para respirar direito, estava desesperado demais. Mas acabou se acalmando um pouco. Albus o levou para perto da parede, onde Fred II se sentou no chão com as costas apoiado na parede, ainda tremia, e seu olhar ainda estava meio vago.

Albus percebeu que seu primo desse jeito jamais iria conseguir resposta. Ele viu Lucas olhando para ele, e nem precisou que Albus perguntasse.

–Nós estávamos na cabana do Hagrid- Lucas começou a explicar- Eu tinha tomado sem querer o chá de Hagrid, então eu comecei a passar mal, com isso decidimos sair de lá. Lily estava bem, ela estava rindo da careta que eu fazia, estava normal, saudável. Então encontramos o Hugo, mas eu estava preste a vomitar, então o Fred II disse para a gente se encontrar no salão comunal da grifinória. Mas quando eu e o Fred estávamos saindo da enfermaria, vimos o Hugo saindo correndo com a Lily nos braços dele, ela parecia estar tendo uma convulsão. Ai ele entrou na enfermaria com ela, a gente tentou entrar, mas a enfermeira não deixou a gente entrar. Vimos alguns professores saindo e entrando dali. E agora parece que ela está bem, mas não deixaram a gente entrar ainda, estão falando primeiro com a diretora, ai quando ela sair a gente vai poder entrar.

–O Hugo ficou esse tempo todo ai dentro?

–Sim, ele também não estava muito bem. Ele estava que nem o Fred II só que pior, então eu acho que deram uma poção para ele se acalmar. Eu nunca tinha visto Hugo perde o controle daquele jeito.

Com a explicação do Lucas, Albus conseguiu se acalmar um pouco. Mas ainda estava preocupado, pelo o que Lucas tinha contado, estava normal para que do nada isso acontecesse.

Escutaram um barulho e viram que a porta da enfermaria estava aberta. Em um salto Fred II se levantou e praticamente correu para dentro. Albus e Lucas fizeram a mesma coisa.

Já dentro da ala hospitalar, encontraram Lily e Hugo dormindo. Albus correu até a irmã e com cuidado tocou no rosto dela. Fred II estava sentando na cama de Lily, segurando a mão dela e praticamente chorando de felicidade por finalmente ver ela. Lucas apenas se sentou em uma cadeira que estava entre as camas de Hugo e Lily. E segurou a outra mão dela.

–Como ela está?- Perguntou Albus olhando preocupado para a enfermeira.

–Ela está bem- Tranquilizou a enfermeira- Consegui tirar todo o veneno do corpo.

–Veneno?

–Sim, veneno. Parece que ela tomou veneno da Acrômantula . Felizmente Neville tinha algumas plantas raras, que mistura com algumas poções medicinais, foi capaz de retirar todo veneno. E agora ela está fora de perigo. Mas foi muita sorte do amigo dela ter trazido ela a tempo, se demorasse mais alguns minutos ela teria morrido- Todo mundo estremeceu com que a enfermeira disse no final.

–Por que ele beberia veneno?- Indagou Albus. Não tinha sentido nenhum sua irmã do nada decidi beber isso.

Há única coisa que veio para a cabeça de Albus, era sua irmã quisesse se suicidar, mas ela jamais iria fazer isso. E alguém poderia ter dado para ela, mas sua irmã não é o tipo de pessoa que aceita as coisas sem ao menos desconfiar delas.

Olhou para o lado e viu Hugo dormindo na cama da enfermaria.

–E o Hugo?

–Ele estava tendo um ataque de pânico. Então eu tive que acalmar ele dando umas poções.

–Tem certeza que Lily não foi picada? Por que ela jamais iria beber aquilo- Perguntou Lucas.

–Tenho!

Albus se lembrou da história que seu pai tinha contado que Hagrid cuidava de uma Acrômantula, mas ele deixou bem claro que ela tinha morrido. Mas mesmo que o Hagrid ainda tivesse a Acrômantula, não poderia ter sido ela, pois a enfermeira deixou bem claro que sua irmã que bebeu.

Olhou para o primo que estava dormindo profundamente, percebeu que ele só acordaria no meio da tarde. E a primeira coisa que ele faria, seria falar com o primo. Pois Albus precisava saber verdadeiramente o ocorrido, e ele tinha uma intuição de que Hugo participou nisso tudo.