Entro em minha casa, meu pai está preparando uma panqueca e meus irmãos me esperam.

- Annabeth, porque você saiu?

- Tive que ir na casa da Piper. - digo eu.

- Estou de olho em você mocinha. - falou minha madrasta.

Não gostava muito dela.. Minha mãe é arquiteta, o nome dela é Atena. Ela infelizmente, não pode passar muito tempo comigo.

Eu me sento á mesa e como junto a minha família.

Logo depois eu subo as escadas, chegando ao meu quarto.

O meu quarto tem as paredes azuis e nela, um mural com fotos que eu gosto: a maioria delas são com Piper e outras, com a minha mãe. Tenho uma com Jackson, de 3 anos atrás que é a minha favorita. Lembro me daquele dia como se fosse ontem : era o dia do baile e eu tinha feito um favor para ele, em troca ele me levou ao baile ( o que deixou Calipso muito brava).

Me coloco na frente da penteadeira e olho pro meu próprio reflexo. Não sou feia, sabe. Sou apenas ... mal cuidada eu diria.

Depois da conversa com as garotas, eu percebo mesmo que uma grande mudança seria boa para mim.

Olho para mim novamente. Soltos os cabelos e vejo como fica. Ele cai, em uma cascata de fios loiros. 

Da uma melhorada, de fato. Mas os óculos ainda complicam. Eles não são modernos, antigamente Reyna falava que eu tinha roubado - o de minha vó.

Tiro os óculos.

Não demora muito tempo, e eu tenho que coloca - los de novo. Eu sou praticamente cega. Uso 6 graus em um e 5 e meio em outro.

Talvez se eu usasse lentes...

Pego o meu Ipod e deito na cama. Coloco Stay da Rihanna.

Alguém bate na porta:

- Entra.

- Annie, querida. - diz papai - Tem um garoto aqui na frente e procura por você.

Garoto? Tiro os meus fones.

Desço as escadas, com o meu pai logo atras. 

Santa Mãe Atena ! Percy Jackson está na minha casa.

- Jackson? - pergunto.

- Ah, oi Annabeth. Vim saber se podemos fazer o trabalho de matemática.

- Sim. - desvio o olhar de Percy - Pai, posso subir com ele? Precisamos fazer o trabalho, para segunda.

- Pode sim, querida.

- Venha. - digo a ele.

Subimos até o quarto.

- Você pergunta se pode subir com um garoto ao seu quarto?

- Pergunto. - respondo eu.

Abro a porta.

Ele olha em volta tentando absorver todos os detalhes. Chega perto do mural e pega a foto que estamos juntos.

- Você ainda tem isso?

- Por quê não teria? Gosto dela.

Ele passa as mãos no cabelo, sorrindo. Ligo o meu computador da Apple (sim, eu sou um tanto rica mas nem ligo para isso.) e abro no Word.

- Pega o caderno ali Percy, por favor.

- Onde? - diz ele virando de um lado para o outro.

Reviro os olhos.

- Ali, Percy. - digo apontando.

Procuro no Google algumas teorias, que estão pedindo no texto.

Ele demora muito tempo para pegar o caderno e olho para trás para ver o que acontece.

Tarde demais. Ele fez o que eu temia.

Salto em sua direção.

- Dei me isso ! - grito eu.

Ele estava com o meu  velho diário na mão. Ele é muito velho, não escrevo mais ele. Mas como ainda tem folhas eu o uso.

Quase chorando digo: 

- O que você leu ? - pergunto.

- A primeira página. Annabeth... você gosta de mim?

Queria falar LÓGICO QUE GOSTO, SEU IDIOTA ! Mas apenas engulo o choro e falo :

- Esse diário é velho, Percy.

Ele ia exitar mais digo calmamente :

- Vamos fazer o trabalho ?

- Sim. 

Eu dito as resposta para ele e ele escreve. Terminamos rapidamente.

Ficamos em silêncio por algum tempinho. Ele me olha fixamente:

- O que foi ? - pergunto.

-Seu cabelo - diz ele apontando - está solto.

-Ah - falo eu passando a mão no cabelo - Ficou melhor.

- Sim, sim. - diz ele.

Resolvo tocar no assunto da festa:

- Você vai na festa de Jason, né? 

- Como você sabe da festa? - pergunta ele franzindo a sobrancelha.

- Fui convidada. Thalia. 

- Ata. Que legal ! Outra coisa: queria pedir desculpas por Calipso.

- Vocês são mesmo namorados?

Ele da de ombros.

- Ela acha que sim. Mas não somos não. Ela ... não é o meu tipo.

- Hum...

- Bom, Annie - AI MEU ZEUS ELE ME CHAMOU DE ANNIE - Eu tenho que ir embora.

Levanto.

- Te levo até a porta.

Ele se despede de mim. Não é um beijo, nem um abraço, mas um tchau.

Mas ele nunca fez isso e isso já é muito para mim.

Subo e fecho a porta. Me jogo na cama. Disco um número no celular e acho que todos no mundo ouve o meu:

- PIPEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER.