Sword Art Online - Hunter escrita por Razi


Capítulo 7
Capítulo 6 - Herói


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora!(acho que isso já virou rotina né .-.), sei que prometi postar o capítulo mais rápido, porém vários fatos me impediram, provas finais da faculdade, internet ruim e dificuldade em revisar o capítulo que ficou muito grande. Depois de conversar com meu beta resolvi mesmo dividir em duas partes para facilitar o entendimento da narrativa, por isso esse capítulo é menor do que de costume. Mas agora é sério até domingo o próximo capítulo já sai!
Boa leitura xD



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31 de Outubro de 2023 – 17° Andar – Arredores de River Wood – 7:11 am.

Samanta acabara de sair de sua casa e caminhava calmamente até o centro da pequena vila, para fazer suas compras. O sol da manhã estava brilhante e o fraco vento mantinha o clima agradável. Por sua casa ficar nos limites do vilarejo, Samanta tinha que percorrer uma estrada de terra bem acidentada, que contornava uma grande plantação de trigo.

Enquanto caminha Samanta ficava pensando sobre que tipo de assuntos Hikaru estava metido. Ela sabia que sua profissão era arriscada e se sentia aliviada quando ele aparecia em sua casa. Mas ultimamente suas visitas ficaram menos frequentes o que a deixava aflita por notícias. Hikaru não gostava de contar sobre seus trabalhos para não envolve-la em algo perigoso, por isso ela nunca perguntava do que se tratava. Sua última experiência a deixou traumatizada, que se não fosse por Hikaru, ela teria sido uma vítima de assassinato.

Enquanto olhava de relance para a plantação, Samanta viu algo preto se mexendo entre o amarelo que enchia o lugar. Ao se concentrar naquele local ela pode enxergar um player vestindo uma capa negra, ele estava armado com um machado de uma mão e parecia carregar algo no ombro. Ele estava indo em direção a floresta de carvalhos do outro lado do campo, onde muitos jogadores iam para obter madeiras de qualidade. Quando a habilidade de escanear de Samanta foi ativada, um cursor laranja apareceu em cima do Jogador.

“Um jogador laranja?! Por aqui?!” pensou ela enquanto se abaixava para não ser vista. Apesar da posição, ele parecia estar apenas de passagem e não avistou Samanta. Ela ainda curiosa, voltou a observá-lo. “O que será que ele quer? ... Será que tem mais deles?!” Um rápido calafrio passou por seu corpo ao pensar que alguém poderia estar observando-a também.

Entretanto ela ainda continuou com seu olhar fixo no jogador que ia se distanciando, até que em seu ombro um cursor verde apareceu, Samanta se concentrou mais ainda e percebeu que ele carregava alguém em seu ombro, alguém bem pequeno. Foi então que seus sentimentos entraram em choque.

“Any-chan?!” disse ela com a voz tremula “Não pode ser ...” ainda abaixada ela abriu seu menu e foi até a lista de amigos para confirmar o local onde a menina se encontrava. Samanta levou sua mão a boca para conter um choro de desespero ao confirmar a posição de Any, no campo de trigo chegando perto da floresta de carvalhos. “Eu tenho ... Eu tenho que fazer algo” disse ela a si mesma tentando se controlar emocionalmente.

Depois de conferir novamente onde o jogador laranja estava, Samanta se levantou e começou a correr de volta para a sua casa. “Preciso de uma arma!” pensou. Ela não andava mais armada, não era necessário, pois os lugares em que costumava frequentar eram sempre na zona segura.

Quando chegou a sua casa, ela começou a procurar desesperadamente uma arma. Em sua mente ela imaginava que tipo de horrores Any estava sentindo por estar junto de alguém tão perigoso. Isso fez com que seu desespero só aumentasse, mas era um desespero de tentar salvar Any, para que ela não passasse pelas mesmas coisas que Samanta passara.

Samanta não possuía armas muito fortes em sua casa, mas ela lembrou da espada antiga de Hikaru que a deixo após trocar pela Ilusion. A lâmina não era tão forte como a nova, mas Samanta estava consertando-a para que Hikaru pudesse levá-la como uma arma reserva.

“Esta deve servir.” Disse ela verificando o corte da espada. Depois a equipou e a bainha apareceu em sua cintura.

Ainda que suas habilidades e experiências de batalha não fossem grandes, Samanta aprendeu um pouco com Hikaru. Ele a ensinou como se defender e lhe disse alguns princípios básicos de uma luta para definir quando estaria em vantagem e quando deveria fugir. Seguindo esses ensinamentos Samanta pensou em tentar emboscar o jogador laranja para que criasse uma chance de Any fugir, o restante ela iria improvisar.

Rapidamente Samanta saiu de sua casa pela porta dos fundos que dava acesso, quase imediato, a plantação de trigo. Ela percebeu que o jogador laranja estava seguindo uma linha reta, que talvez desse em seu destino. Então começou a planejar uma rota alternativa. De longe, ela pode vê-lo entrando na floresta ainda carregando Any.

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31 de Outubro de 2023 – 17° Andar – Floresta dos Carvalhos Gigantes – 8:03 am.

Dariu estava coletando alguns materiais no meio dos grandes carvalhos que compunham a floresta. Para coletar madeira necessária para construção de uma casa pequena, era preciso cortar cerca de duas dessas gigantes árvores, coisa que Dariu conseguia fazer sozinho mas que demorava quase meio dia de trabalho. Dariu se especificou na profissão de engenharia em SAO, mas que popularmente era chamada de construtor. Construtores são os jogadores capazes de criar casas e até mesmo estradas pavimentadas dentro de Aincrad, podendo assim criar um bairro ou um castelo fora da área segura. Até mais do que isso, eles também podiam criar pequenas coisas de madeiras como móveis e objetos de decoração, sendo possível ainda, em certos níveis mais avançados, criar armas de cerco como catapultas e aríetes.

Por causa disso, engenheiros eram muito visados pelas guildas grandes que desejavam ter seus próprios castelos e suas próprias armas de cerco. Originalmente SAO também tinha suporte para criar guerras entre guildas, onde uma invadia o castelo da outra. Porém as guildas estavam mais preocupadas em zerar o jogo, do que brigarem entre si.

“Então... Decidiu sobre a minha proposta?” uma voz séria e pesada interrompeu o trabalho de Dariu, que virou espantado a fim de saber quem estava falando.

No local que Dariu havia passado tem poucos segundos, estava agora uma figura alta encostada numa árvore, usando uma capa com capuz que ocultava a parte superior do seu rosto. Não era possível ver seus olhos, mas o contorno de sua face era bem visível. Suas roupas, abaixo de sua capa, eram bem mescladas, todas em um tom mais escuro e algumas um pouco rasgadas, parecendo ser um viajante. Não aparentava estar armado, porém sua capa também cobria seus braços, não podendo definir se estava carregando alguma.

“Eu já tinha lhe dito a minha resposta antes” Respondeu Dariu com uma expressão séria sem se intimidar com a presença do estranho, que se virou para encará-lo. Um cursor laranja apareceu na visão de Dariu após o encapuzado ficar de frente com ele.

“Eu lhe disse para pensar da última vez... e que depois viria ouvir sua resposta.” Continuou o PK.

“Ainda continua sendo não...”

“Hum... sugiro que reconsidere...” advertiu o PK e logo depois estalou os dedos. Outro encapuzado saiu de trás de uma árvore, este estava com um machado de uma mão encostado no pescoço de Any, que estava com um olhar assustado e aparentando segurar o choro.

“Any-chan!” gritou Dariu quando viu a situação em que a garota se encontrava. “Solta ela!” disse ele desta vez se dirigindo para o PK que ficou em um breve silêncio. Impaciente Dariu começou a manipular o machado de lenhador, que estava em sua mão, de um modo que ficasse pronto para um ataque. Mas quando o PK percebeu suas intenções, ele simplesmente fez um sinal para que Dariu olhasse para cima. Mais três membros da guilda PK entraram no campo de visão de Dariu, estavam todos escondido em galhos mais altos, apenas observando e esperando o sinal do líder.

Era um total de cinco PK’s, Dariu sabia que não poderia vencer em combate contra todos, ainda assim não queria se render e colaborar com eles, mas desta vez eles pegaram Any como refém, por isso ele acabou ficou sem alternativas.

“Tudo bem... apenas soltem-na. Eu irei com vocês.” Afirmou Dariu.

“Nii-san!” gritou Any quase chorando.

“Quieta...” repreendeu o PK que estava segurando-a. O outro que estava conversando com Dariu se virou e encarou Any por alguns segundo.

“Vamos levá-la junto... não se preocupe, ela não irá se machucar. A não ser que você faça algo errado.” Concluiu o PK com um leve sorriso no canto esquerdo de sua boca.

Perto do local onde eles estavam, Samanta chegava silenciosamente. Ela havia escutado o grito de Any e começou a se mover agachada pelos arbustos. Surpreendeu-se ao ver Dariu junto deles. Depois ficou planejando o que fazer com eles, porém ela só havia visto os dois PK’s que estavam à frente de Dariu.

“Se eu atacar um deles com certeza Dariu vai me ajudar com o outro e assim podemos afugentá-los” pensou Samanta. Ela começou a tremer levemente a mão que estava segurando a espada ainda embainhada. Fechou os olhos e tentou escutar o que eles conversavam, mas não conseguiu ouvir nada. Irritada ainda com sua tremedeira ela apertou a empunhadura com toda a sua força e prendeu um pouco a respiração que estava se acelerando. “Certo, é agora!” Soltou a respiração desembainhou a espada e pulou para fora do arbusto.

“Soltem-na!” Gritou Samanta Interrompendo a conversa de Dariu e o PK. “Ou se não...” Ambos olharam para ela.

“Samanta?” perguntou Dariu um pouco confuso. “Não!...”

“Ou se não o que?” perguntou calmamente o PK, com uma voz sombria. A pergunta perturbou Samanta por alguns instantes, mas ela logo se recompôs e apontou a espada para o encapuzado.

O PK deu um pequeno riso com a demonstração de ameaça de Samanta que mantinha uma pose séria e determinada. Dariu mostrava-se aflito, pois ele tinha percebido que Samanta não havia visto que existiam mais três inimigos acima, que já se moviam nas árvores para cercá-la.

Alguns segundos tensos se passaram. Dariu tinha medo de avisar Samanta sobre o perigo eminente e eles resolverem atacar por causa do alerta. Mas por outro lado imaginava se era possível reagir em tal situação. O PK então estalou novamente os dedos e um dos seus subordinados desceu da árvore. Este caiu bem em frente de Samanta que se assustou, tropeçou e caiu de costas. O PK era grande, com estatura de um homem de 25 anos, tão grande como aquele que havia traumatizado Samanta. Ele sacou sua grande espada de duas mãos que estava embainhada em sua cintura. O movimento revelou sua armadura pesada, que estava oculta pela sua capa negra. Samanta no chão entrou em pânico e tentou recuar mas o PK a agarrou por suas roupas e a arremessou para o outro lado. Ela caiu pesadamente quase aos pés de Dariu que estava se segurando. Então ela pode ver os outros dois que ainda estavam escondidos nos galhos das árvores.

“Eram cinco... Droga... eu estraguei qualquer plano que Dariu tivesse para escapar...” se culpou Samanta. Dariu a olhou com grande preocupação e hesitação.

Samanta logo se pôs de pé e se lembrou das palavras de Hikaru “Se alguma vez for cercada por inimigos e não tiver mais nem uma forma de escapar, se acalme, e LUTE!” Essas palavras davam medo a ela, pois sabia que aquilo só aconteceria em último caso. Mas o momento havia chegado, ela estava cercada e sem chances de escapar. O único meio de sair dali, era lutando. Um pouco suja, Samanta levantou a espada em posição para a batalha e se concentrou no inimigo que havia arremessada a.

O grande PK deu uma gargalhada e tirou seu capuz preto revelando um rosto bem exótico, mas que tinha um cabelo preto simples em corte militar, aparentando ser bem mais velho. Para Samanta, a imagem do PK lembrava muito a de um segurança de shopping. Isso de certo modo a acalmou, pois antes, no mundo real, ela já havia brigado com um deles, verbalmente é claro.

“Certo, eu consigo...” se motivou Samanta ao perceber que mais nem um outro PK iria se mover. A luta iria ser apenas contra aquele que a arremessou.

Com um grito de guerra, Samanta avançou para cima de seu inimigo. Ela se atrapalhou um pouco pensando em que lugar do corpo deveria atacar. O PK se manteve parado até o golpe de Samanta ir em direção a seu peito para fazer um corte na diagonal. Sem muito esforço ele apenas parou sua longa espada na frente e bloqueou a lâmina de Samanta, que sentiu um abalo grande em seu braço. A diferença de força entre os dois era grande, Samanta jamais tinha ido além do 20° andar, muito menos enfrentado inimigos de níveis maiores. Mas ela não desistiu e começou a executar uma sequência de vários golpes rápidos. Ela sabia, velocidade podia vencer força e era nisso que se mantinha sua esperança. Entretanto seu inimigo não era apenas mais forte, sua velocidade também se mostrava superior a de Samanta.

A espada de Samanta brilhou com uma habilidade e ela atacou com fúria o pescoço do PK. Perto de atingir seu alvo, a lâmina foi bloqueada e repelida com força. Com o choque do impacto, Samanta cambaleou e o no momento em que sua defesa baixou, o PK acertou um golpe bem em seu rosto com a empunhadura da espada. Um zunido em seu ouvido direto e o chão se aproximando e se escurecendo, foram as últimas coisas que Samanta sentiu antes de desmaiar.

O grande PK deu uma risada sem jeito enquanto Dariu olhava para outro lado tentando se segurar.

“Devo matá-la, chefe?” Perguntou o grande PK.

“Não! Vocês não devem fazer isso!” interrompeu Dariu antes do PK, que conversava com ele no início e líder do bando, responder. “Vocês precisam de um ferreiro, não?! Ela é uma ferreiro muito boa, podem levá-la. Não precisam matá-la!” Continuou Dariu tentando arranjar alguma desculpa para os PK’s não fazerem mal a Samanta “Desculpe Samanta-san... Desculpe envolve-la nisso.” Pensou ele.

“Não precisamos de ferreiro... Já temos um...” Respondeu o líder dos PK’s que estava conversando com Dariu.

“Mas ela não é um simples ferreiro... ela já é um mestre ferreiro, capaz de fazer excelentes armas e armaduras. Não se encontram muitos desses nem mesmo na linha de frente” Argumentou Dariu. O PK líder percebeu que o que Dariu disse antes foi só para salvar Samanta de um final terrível, mas se o nível de profissão dela fosse realmente alto, compensaria mais usa-la, já que pelo jeito ela também se importava com a garotinha. Os outros dois PK’s que estavam nas árvores desceram e um deles começou a ir em direção a Dariu, com uma corda em mãos. Enquanto isso o outro foi até Samanta, se agachou e começou a olhar o rosto dela com um jeito curioso.

“Chefe, acho que é verdade. Me lembro de ouvir sobre uma mestre-ferreiro que estava neste andar. E a descrição bate com essa aqui.” Disse o PK que estava analisando Samanta. Este retirou o capuz revelando seu rosto angular, com dois dentes mais saltados a frente de sua boca. Ele tinha cabelos loiros, mas que estavam com um tom esverdeado. Sua postura era um pouco esquisita, lembrando muito a de um rato.

“Certo, pegue-a... vamos leva-la também...” Concluiu o PK líder. Dariu ficou um pouco menos aflito.

“Hehe. Vou adorar pegá-la...” Disse o PK estranho, que olhava com perversão o corpo de Samanta.

Assim que ele estava preste a tocar em Samanta, um objeto o atingiu bem em sua costela esquerda. O estranho PK ficou paralisado e caiu duro no chão com o status de paralisia. Era uma pequena adaga imbuída de veneno paralisante. Quando seus companheiros perceberam o que lhe havia acontecido, começaram a procurar em volta de onde tinha vindo aquele ataque.

“Ali!” Disse o PK que estava com a corda em mãos. Todos olharam para a direção em que ele apontou. Viram uma pessoa caminhando com uma espada de uma mão desembainhada.

Ele usava uma capa marrom escuro que escondia a parte de cima de seu corpo, abaixo dela era notável que não usava nem uma armadura. Vestia uma camisa do mesmo tom que a capa e uma calça preta simples, bem surrada. Ao lado, sua espada se destacava na cor roxa mais puxado para o vermelho.

Não era possível enxergar muito bem seu rosto, mas a luz da manhã destacava seus cabelos prateados.

“Hikaru-saaan!” gritou Any que tentou se soltar mais uma vez do PK que a segurava, sem sucesso.

“Hi...karu? Cabelos prateados... espada de uma mão... Chefe, esse deve ser o caçador... Lobo Prateado!” Disse o PK que estava segurando Any. “Aquele que é da linha frente...”

“Hum... a cabeça dele vale muito dinheiro, mantêm-no!” Disse o Líder deles. Imediatamente o PK grande que atacou Samanta começou a correr em sua direção seguido do outro que ia amarrar Dariu. Este guardou a corda sacou uma cimitarra¹.


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Notas finais do capítulo

Cimitarra¹ é uma espada de lâmina curva mais larga na extremidade livre, com gume no lado convexo, utilizada por certos povos orientais e associada aos piratas de navios em meados do século 17.

Bom é isso, apenas um gostinho da história =)



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