Sword Art Online - Hunter escrita por Razi


Capítulo 5
Capítulo 4 - Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, Capítulo postado bem mais rápido do que o normal xD

espero que gostem



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Uma campina se alongava até os limites que meus olhos podiam ver. Uma névoa densa, que se juntou devido a uma noite gelada, cobria todo o lugar. Apenas uma pequena colina, coberta por grama e algumas árvores, se destacava no meio daquele cinza. Ainda não havia amanhecido, porém os primeiros raios de luz riscavam o céu.

Sentia o frio da névoa cortar meus pulmões. Meu corpo estava cansado, minha visão era turva, entretanto meu destino ainda era claro. A colina, aquele pequeno local parecendo uma ilha num mar cinza desconhecido.

Um grito de uma mulher aterrorizada ecoou pelo lugar. Imediatamente aumentei a velocidade da minha corrida. O mundo a minha volta tinha um tom escuro, não era possível diferenciar o que era real e o que era apenas sombras. Eu continuava correndo freneticamente.

Quando finalmente cheguei à colina escutei o choro da mulher que gritou. Passei por duas árvores e puder vê-la aos prantos no chão. Me aproximei vagarosamente, seu rosto estava oculto por seus longos cabelos.

De repente escutei o som de um pequeno graveto se quebrando vindo das árvores que acabara de passar. Me virei para conferir e uma figura imensa, de um homem, estava em pé na minha frente. Segurando um machado com as duas mãos levantadas acima de sua cabeça, ele sem piedade desferiu um golpe em minha direção...

30 de Outubro de 2023 - 44° Andar - Green Stone

Duas batidas fortes na porta me fizeram levantar com um susto. Com a respiração acelerada, olhei em volta para verificar se estava tudo em ordem em meu quarto. Mesmo que SAO fosse um mundo virtual, ainda era possível ter sonhos bem reais quando se dormia. No meu caso aquele pesadelo sempre me assombrava. Uma repetição da minha primeira missão como caçador, só que nessa versão, o assassino me matava.

Outra vez as batidas interromperam meus pensamentos. Abri meu menu para conferir o horário.

“10:57... droga, estou atrasado!” pensei enquanto dava um pulo da cama me equipando. Abri a porta e encontrei Nalius com uma expressão preocupada.

“O que aconteceu?” perguntou ele.

“Não se preocupe, às vezes eu durmo de mais” respondi enquanto fechava e trancava a porta do quarto.

No dia anterior chegamos à cidade de Green Stone no 44° Andar, um lugar de estilo bem medieval com construções de pedras esverdeadas. Quando chegamos já tinha anoitecido e era muito provável que Toshio, a pessoa que viemos interrogar, já tinha se escondido dentro de algum hotel e só iria sair novamente quando fosse dia. Decidimos procurá-lo na manhã seguinte e alugamos quartos na hospedaria local para descansarmos.

Ao chegar em meu quarto percebi que era cedo ainda (na minha rotina de costume), o relógio marcava 21:16. Decidi então ir à até o 49° para ganhar um pouco mais de pontos de experiência e me acostumar com os novos equipamentos. Em combate contra as criaturas da linha de frente, descobri o porquê do nome da minha nova espada. Ilusion, quando os golpes atingiam certa velocidade, ela ativava uma habilidade única que deixava um rastro de ilusão da lâmina por onde passava para confundir o inimigo. Uma habilidade muito útil que impedia que meu adversário me analisasse com precisão e deixava sua defesa um pouco lenta por esse fator. Demorei um pouco para me acostumar, pois na primeira vez que ela foi ativada fui eu quem ficou confuso.

Acabei ficando por muito tempo na linha de frente, voltando para o quarto da hospedaria no 44° andar quando o sol já tinha nascido, e dormi desde então.

“Tínhamos combinado as 8:00 no hall da hospedaria, não foi?” perguntou Nalius enquanto descíamos as escadas.

“Sim, mas as vezes acabo dormindo de mais mesmo... meus horários são um pouco... hum... esqueça...” ser sincero não era meu forte e naquele momento eu não queria dizer a ele que estive na linha de frente testando minhas novas habilidades.

“Que seja. Enquanto você dormia, eu estive procurando pelo Toshio-san, e o achei na padaria ao leste. Ele disse que se pagarmos o almoço, ele dirá tudo o que for necessário para colaborar na nossa investigação” Apesar de tudo Nalius não estava bravo, e apresentava determinação em sua voz.

“Ótimo... E quanto ao almoço...” mesmo indo para a linha de frente na noite anterior, o dinheiro ganho mal deu para as despesas com a hospedaria e teleporte. Acabei fazendo uma cara de dó para Nalius.

“Ah... Tudo bem eu pago para você também” disse Nalius se conformando com a situação. A esta altura nós já tínhamos nos tornado amigos. Desde que começamos a conversar no Castelo de Ferro Negro, Nalius aparentava ser um rapaz bondoso e bem educado, um tipo de pessoa rara no meio dos caçadores que em grande parte eram mal-humorados e só se importavam com dinheiro.

“Obrigado!” respondi com um grande sorriso no rosto.

Enquanto caminhávamos, começamos a conversar sobre coisas aleatórias, e acabei contando a ele sobre meu convívio com Samanta, Any e Dariu.

“Nalius, desculpe a curiosidade, mas quantos anos você tem?”

“Quinze” respondeu Nalius sem se importar. Interrompi a minha caminhada e fiquei observando-o, mesmo sendo quatro anos mais novo do que eu, ele ainda era bem mais alto. Alguns segundos constrangedores passaram até que eu continuasse meu ritmo, Nalius nem percebeu, mas eu fiquei ressentido por ser tão baixo.

“Sabe, você é bem diferente do que eu imaginava...” Disse Nalius enquanto olhava para uma torre de vigia da cidade.

“Como assim?” a afirmação de Nalius me preocupou por um momento, não que eu me importasse com a opinião dos outros.

“Sem ofensa, mas entre os outros caçadores você é conhecido pela arrogância, e por ser implacável com seus alvos, só achei que você seria o tipo de pessoa muito séria e rígida que nunca pediria por ajuda ou que fizesse caridade.” Foi a primeira vez que alguém tinha me dito isso. Fiquei sem reação por alguns momentos, isso era um mundo virtual mas nossas mentes e nossas personalidades eram reais. “Fico feliz por isso, estava começando a achar que só haviam pessoas cruéis e maldosas nesse mundo.”

“Obrigado. Infelizmente nesse mundo também existe o preconceito, por isso resolvi criar essa maneira de viver. Em público sou o Lobo Prateado, um caçador rígido e implacável, temido por suas ações. Mas reservado, com as pessoas que eu realmente gosto de estar, eu sou apenas Hikaru, com a mesma personalidade que tenho no mundo real...” No mundo real eu sofria muito preconceito devido a minha aparência, era taxado como rebelde e delinquente, mesmo nunca fazendo coisas para merecer tais títulos. Por causa disso as outras pessoas não aproximavam-se muito, também por medo ou até mesmo para não quererem ficar com a mesma fama. Talvez tenha sido este o motivo de me aprofundar tanto nos jogos eletrônicos.

“Então você também é uma boa pessoa no mundo real...” concluiu Nalius com um sorriso bondoso.

“Você também é uma pessoa bondosa, fico feliz em estar contigo nesta missão.” Meu maior medo inicial era que Nalius fosse algum mau-caráter que estava querendo apenas ganhos próprios com esta missão. Apesar de tudo percebi que quem estava sendo preconceituoso era eu, por achar isso da maioria das pessoas que se aproximava de mim.

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Algum tempo depois nos encontramos com Toshio, Nalius me apresentou a ele e saímos para procurar um restaurante. Toshio era um rapaz de 17 anos, sua estatura era normal com cabelos escuros, seu rosto aparentava uma tristeza e desolação de alguém que enfrentou uma situação desesperadora. Ele estava equipado com uma armadura pesada feita de um aço fino e barato de alguns níveis mais baixos, em seu cinto encontrava-se uma espada de uma mão que fazia par com um pequeno escudo redondo de madeira que estava em suas costas.

Entramos em um grande salão, que possuía um bar com diversas bebidas expostas e um local a mais com algumas mesas redondas, o lugar tinha o mesmo estilo que o restante das construções da cidade.

Dei uma rápida olhada no menu do restaurante, porém não reconheci nem um tipo de prato. Então esperei pacientemente que Toshio escolhesse um. “Ele já está nesse andar há muito tempo, deve conhecer todos os pratos saborosos daqui” pensei enquanto o olhava disfarçadamente. Quando Toshio pronunciou o nome do prato que queria para a garçonete, que era um NPC, eu o imitei pedindo o mesmo nome do prato. Nalius apenas respondeu que queria o mesmo, nesse momento percebi que ele estava tão confuso quanto eu em relação ao que pedir.

“Toshio-san, temos algumas perguntas que gostaria que respondesse” Comecei a conversa querendo ir direto ao assunto. Nalius havia me dito antes que não revelou a Toshio qual assunto nós abordaríamos. Entretanto ele já aparentava saber do que se tratava.

“Ok, vou colaborar conforme combinado.” Respondeu Toshio com a cabeça abaixada num tom pensativo.

“Sobre o que aconteceu há seis dias atrás, precisamos que descreva a aparência, habilidades, força e o que for de ajuda para a captura desses assassinos.” Desta vez foi Nalius quem falou, englobando todas as nossas dúvidas.

“Acho melhor contar-lhes o que aconteceu naquele dia” retrucou Toshio com uma expressão mórbida. Nalius me encarou, e eu acenei com a cabeça em confirmação para que Toshio continuasse. Sem se importar Toshio apenas continuou com o seu relato.

“Minha guilda era formada por 5 integrantes, estávamos todos felizes por estar finalmente perto de chegar a linha de frente. Ajudar a finalizar esse maldito jogo era tudo o que nós queríamos. Já era quase noite quando tomamos o caminho para a zona segura. Para evitar de passar pela floresta no escuro decidimos dar a volta e pegar um caminho alternativo. Porém o caminho passava por duas colinas que fazia com que a estrada ficasse estreita e o restante do mundo oculto para nós. Um local apropriado para uma emboscada. Infelizmente percebemos isso muito tarde... foi tudo muito rápido... quando percebi, o líder da nossa guilda, Rugy-san, lutava contra um homem coberto inteiramente por uma capa e um capuz preto. Nesse momento, outros correram de cima da montanha... Eram muitos, eu não puder fazer quase nada, quando eu vi uma brecha na formação deles eu corri... Corri como nunca tinha corrido antes. Um dos meus companheiros e amigo me seguiu, Saigo... Ele acabou caindo, e eu o deixei para trás...” lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Toshio “Eu sou um covarde... eu me apavorei e abandonei meus companheiros, e agora tenho até medo de sair da cidade...” Nalius cerrava seu punho com força enquanto fazia um expressão perplexa com raiva ao ouvir os relatos de Toshio.

“Entendo como se sente Toshio-san, mas por favor, tente se lembra dos rostos ou habilidades, ou até mesmo das armas” não queria pressionar o clima pesado, mas era necessário extrair as informações. Precisava de algo para reconhece-los quando não estivessem todos cobertos.

“Aquele que estava lutando contra o Rugy, não tinha nem um lugar para se esconder perto dele, ele simplesmente apareceu no meio de nós, como um fantasma que se materializou” Em minha mente veio a imagem da criatura que enfrentei alguns dias atrás. “Ele... tinha um cabelo que parecia ser azul... eu não tenho certeza... a sua arma era um cutelo grande e aterrorizante, com enfeites de caveiras e ossos. Eu nunca o tinha visto, ele derrotou nosso líder sem esforço, foi assustador...”

“Com esses detalhes já é possível começar a procurar por eles” concluí enquanto tentava memorizar as informações que Toshio tinha mencionado.

“Sim... capa preta... cabelo azul... São descrições bem precisas. Hikaru, a foto tem algo assim que possa ajudar?” Perguntou Nalius. Abri meu inventario e tirei a imagem do símbolo da guilda PK e a foto dos três jogadores juntos. Mostrei-as a Toshio que analisou elas por alguns segundos.

“Essa imagem... aquele que atacou Rugy-san tinha ela tatuada na mão” Disse Toshio. Eu peguei a foto dos três jogadores que estava na mão de Toshio e me lembrei de algo parecido. Na foto, os três criminosos estavam de costas mas era possível enxergar claramente o braço do integrante que estava no meio. E em sua mão direita estava tatuado o símbolo da guilda. A foto estava um pouco embaçada, mas era possível reconhece-la facilmente.

“É o líder deles, veja!” falei, enquanto mostrava a Nalius a imagem.

“Isso! Com a descrição de Toshio já temos ideia de como ele luta, e assim é só começar a procurar alguém que conheça esse tipo que logo vamos chegar até ele.” Concluiu Nalius com certo brilho em seus olhos.

Nesse momento a garçonete trouxe os nossos pedidos. Colocou um prato a frente de cada um de nós. Olhei fixamente o meu prato, era algum tipo de sopa com cores roxas escura e pedaços de alguma criatura que parecia ser um polvo. Ao passar a colher dentro do prato, algo se mexeu, parecia ser a cabeça da criatura. Ela tinha olhos parecidos com os de um alienígena que vi desenhado em uma revista científica no mundo real.

Acabei fazendo uma expressão assustada e um pouco enjoada. Olhei para Toshio que estava comendo normalmente como se fosse algo muito saboroso. Quando percebi, Nalius olhava para mim com a mesma expressão. Ficamos nos encarando por alguns momentos para ver quem seria o primeiro a experimentar a gororoba.

“Eh... Toshio-san agradecemos todas a informações que nos deu, mas temos que partir o mais rápido possível para poder realizar a captura deles.” Decidiu Nalius. Por breves segundos fiquei aliviado por não ter que comer aquilo. Agradeci Toshio, me levantei e acompanhei Nalius.

“Ei... esperem, vocês não vão querer isso aqui?!” gritou Toshio com a boca cheia. Um rápido frio passou pela minha barriga.

“Hehe... deixa para a próxima, pode ficar se quiser.” Retrucou Nalius um pouco sem graça. Eu fiz o mesmo.

“Obrigado! Você são muito gentis!” Terminou Toshio, enquanto eu e Nalius cruzávamos a porta.

“Agora eu entendi porque não tinham clientes mesmo nessa hora!” resmunguei para Nalius que caiu na gargalhada que acabou me contagiando também.

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Durante a tarde, eu e Nalius começamos a investigar pela cidade para ver se alguém viu um jogador com as características que Toshio nos relatou. Perguntávamos até mesmo para os NPC’s, mesmo sendo inteligências artificiais que não se comparavam a humanos de verdade, eles podiam facilmente responder questões simples e até mesmo nos ajudar a procurar alguém, bastando apenas dizer as características do jogador e perguntar se o NPC o viu em algum lugar por perto. Este era um truque que poucas pessoas conheciam, mas que os caçadores usavam frequentemente, pois os NPC’s estão sempre atentos a sua volta e nunca esquecem um rosto.

Na maioria das vezes que abordávamos alguém era Nalius quem perguntava, sempre educado, as pessoas paravam para tentar ajudá-lo. Era claro que Nalius estava se empenhando ao máximo, para ele, aquela missão de captura era pessoal.

Infelizmente não conseguimos nem uma informação decente durante toda a tarde. A maioria das pessoas nunca tinha visto ninguém parecido com nossos relatos, e provavelmente essa pessoa não entrava em cidades seguras. Jogadores com cursor laranja não são permitidos nessas áreas, só conseguem entrar escondidos quando os guardas das cidades não os veem. Porém não possuem motivos para entrar, pois mesmo estando dentro, o seus avatares ainda ficam vulneráveis a ataques, tornando-os alvos fáceis.

“Ei...” Gritou Toshio de longe. Me virei para poder vê-lo. “Então vocês descobriram algo?” perguntou ele quando chegou mais perto de nós.

“Infelizmente nada, mas não se preocupe, suas informações foram de grande ajuda. Já pode deixa o restante conosco.” Expliquei, enquanto ele recuperava o fôlego.

“Tenho um pedido para vocês...” Disse Toshio dando uma pausa para respirar. “Por favor, posso lhes acompanhar nessa missão? Eu não tenho mais nada neste mundo, abandonei meus melhores amigos! Eu fui covarde e fugi, preciso de uma chance para mostrar o contrário! Mesmo que isso custe a minha vida no mundo real também...” Falar sobre a morte ou qualquer outros assuntos relacionado ao mundo real era um tabu não oficial entre os jogadores, então desse modo Toshio mostrava realmente seus sentimentos. Entretanto a sua presença provavelmente nos atrapalharia no caso de um combate, não poderíamos protege-lo enquanto lutávamos.

“Certo!” Aprovou Nalius. Eu fitei ele com um olhar de desaprovação, porém ele me encarou de uma forma séria. Sua expressão mostrava todo um sentimento de determinação. Ele não me disse nada, mas seus olhos me contavam toda a vontade de vingança, sentimento que também emanava de Toshio naquele momento.

Com essa pressão, eu apenas pude sinalizar com a cabeça concordando. Agora eu tinha algo que nunca pensei que teria neste mundo, um grupo de caçada. Toshio poderia não ser tão forte, mas era fato que ele estava se aproximando da linha de frente, então seu nível estava provavelmente próximo ao meu.

Contamos tudo o que nós sabíamos sobre nossos alvos até o momento para Toshio, mas sem citar recompensas e valores. Essa era uma informação que devíamos esconder por hora, até conhecermos melhor como era a personalidade dele. Ganância era algo comum entre todos os tipos de jogadores, então para evitar problemas era melhor omitir essa informação.

O sol começava a se pôr, e mesmo nós três fazendo perguntas a todos que apareciam na cidade, não tínhamos conseguido nenhuma pista se quer.

“Não é possível, estamos aqui a mais de duas horas sem nada e a noite já vai cair!” comentou Toshio.

“Não perca as esperanças, esse horário é o melhor para se adquirir informações. É o momento em que todos os jogadores estão voltando para áreas seguras.” Explicou Nalius tentando animar Toshio. Eu apenas observava calado, até visualizar um grupo com aparência cansada chegando pelo portão principal da cidade. Eram cinco pessoas no total, todos rapazes trajando armaduras pesada e leves. Dois deles estavam armados com espada e escudo, enquanto tinha um com uma lança, outro com um martelo gigantesco e o jogador no final da fila, o menor em tamanho deles, não era possível enxergar que tipo de arma ele possuía, provavelmente era um usuário de adaga que normalmente escondem suas armas.

Parei educadamente para conversar com o integrante que vinha a frente do grupo. Provavelmente era o líder de acordo com a formação padrão usada entre os jogadores, que eu conhecia por experiência.

“Posso fazer algumas perguntas?” perguntei após ter feito as apresentações formais.

“Dependendo do que for....” Disse o rapaz que olhou para os demais integrantes e depois voltou a atenção novamente para mim. “Responderemos se possível” Aparentemente aquele grupo era bem organizado e entrosado. Com simples olhares eles se entendiam, e o que estava na frente não tomava as decisões sozinho. Eu teria que tomar muito cuidado com as minhas próximas palavras para que eles contassem a verdade e não cobrassem um preço por ela.

“Um amigo nosso acabou se perdendo do nosso grupo após uma briga que tivemos, e não nos encontramos faz quase 3 dias. Estamos todos preocupados, ouvimos alguns rumores que existem jogadores laranja por aqui, então começamos a procurá-lo para que ele volte conosco.” Expliquei. Mentir era uma coisa comum em nosso trabalho, se dissermos as pessoas que somos caçadores dificilmente alguém iria colaborar com informações sem cobrar algo em troca.

“Se ele é seu amigo, basta verificar na lista de amigos a localização dele”. Respondeu o rapaz a frente. Nossas história tinham que ser bem convincentes para que não levantassem suspeitas. Para isso, conhecer os sistemas do jogo e a interação com eles era essencial.

“Então, por causa da briga que ocorreu entre nós, ele nos bloqueou da sua lista de amigos e assim perdemos a localização dele. A última posição que tínhamos, era aqui nesta cidade.” Expliquei. Enquanto isso Toshio e Nalius se juntaram a conversa. Quando o grupo percebeu a chegada do restante dos meus companheiros, eles começaram a acreditar na minha história.

“Certo, diga qual a aparência do seu amigo, talvez alguns de nós tenha visto ele nos últimos dias” Disse o rapaz. Percebi que eles ainda estavam sendo cuidadosos com que tipo de informações eles iriam passar para nós. Esse tipo de desconfiança entre os jogadores de grupos diferentes era normal, pois todos tentavam esconder para onde iam ou lugares que frequentavam fora de área segura para que não fossem encurralados ou emboscados. Isso era uma regra não oficial do guia de sobrevivência de SAO.

Eu acabei decidindo fazer uma descrição de um jogador comum, com armaduras populares para que nossa pesquisa abrangesse muitas pessoa nos relatos do grupo, até que um deles falasse detalhes da aparência dos nossos alvos. Desse modo, chegaríamos na onde queríamos sem que nem uma informação importante vazasse de nós, como aparência e características dos PK’s ou até mesmo cogitação de que somos caçadores e estamos atrás de alguém que está com um valor alto como recompensa. Informações sobre tipos de crimes não podiam ser espalhadas para que não houvesse pânico ou até mesmo algum tipo de incentivo para tais atos. Esse era um controle que ficava em responsabilidade dos caçadores e dos informantes.

Meu plano deu certo, o grupo acabou relatando o encontro com três jogadores que tinham a aparência que eu mencionei. Porém nem um deles, quando mencionado detalhes, era nossos alvos.

“Obrigado... infelizmente ele não era nem um desses...” eu disse. Nesse momentos os rapazes se olharam entre si com umas expressões tristes.

“Será que ele deve ter sido encurralado por algum grupo PK?” perguntou Nalius para mim. Eu o fitei por algum momento e pensei, “Será que pelas expressões do grupo eles sabem alguma coisa a mais? Bom... pelo menos é o que Nalius entendeu também... Vou continuar com a história”

“Não sei... Se algo assim aconteceu temos que encontra-lo o mais rápido possível!” respondi para Nalius ignorando a presença dos rapazes do outro grupo, que escutavam a conversa claramente.

“Eh... com licença...” Disse o garoto que estava no final da fila do grupo “Acho que vimos um grupo laranja perto da floresta...” Todos olharam para ele neste momento.

“Grim, tem certeza disso?” perguntou o rapaz a frente do grupo. O garoto confirmou balançando a cabeça. “... Este é o nosso scout, Grim, é ele quem faz a averiguação dos locais antes de adentrarmos. Podem confiar nos relatos dele, são sempre precisos” continuou o rapaz a frente.

“Como eles eram?!” perguntei me dirigindo ao Grim.

“Apenas os vi de longe, estavam na floresta, pareciam que eram pelo menos dois jogadores, quando avistei o laranja já retornei para o nosso grupo para contornarmos o lugar” relatou Grim.

“E como eles eram?!”

“O jogador laranja eu não consegui ver o rosto ou equipamentos, pois estava usando uma capa preta...” Quando escutei essas palavras de Grim, meu coração acelerou “É isso! Com certeza são eles!” pensei comigo mesmo. “... Já o jogador que eu vi primeiro estava com o cursor verde. Ele vestia uma camisa verde escura com uma armadura cinza clara por cima. Ele tinha o cabelo um pouco longo preso em um rabo de cavalo... Ah! Ele era ruivo também e ...”

“SAIGO!” Gritou Toshio interrompendo o relato de Grim. Todos olharam espantados para ele neste momento, mas sua expressão de extrema perplexidade não mudou.

“É o nome de seu amigo?” perguntou o rapaz a frente.

“É sim!” respondeu Nalius ao percebeu que eu estava ainda assimilando a situação.

“Onde eles estavam?!” Perguntei a Grim.

“... Na floresta a oeste da cidade, fora de zona segura...” disse Grim um pouco acuado.

“Este lugar é perigoso a noite, recomendo que esperem até o dia amanhecer.” Disse o rapaz a frente.

“Entendo e obrigado pelo aviso. Mas temos que ir o mais rápido possível talvez ele esteja em grande perigo, e normalmente os PK’s costumam viajar à noite. Então se formos no dia seguinte eles podem não estar mais lá” expliquei.

“Bom... não podemos mais ajudá-los, meu grupo está cansado e também não sabemos quantos são, talvez seja um emboscada.”

“Obrigado você já ajudaram muito com essas informações.” Agradeci a eles e depois o grupo partiu, com exceção a Grim que ficou parado e esperou o seu grupo ficar um pouco longe.

“Boa sorte Lobo-Prateado-san, espero que pegue todos!” disse Grim bem baixinho apenas para nós escutássemos.

“Co-como você sabe?” deixei escapar por um momento. Com um sorriso disfarçado, Grim respondeu:

“Caçadores chamam jogadores laranjas de ‘PKs’ e também, você é bem conhecido e fácil de se reconhecer.” Após isso, ele saiu correndo para acompanhar seu grupo parando para acenar um pouco depois.

“Obrigado...” murmurei comigo mesmo.

“Não entendo... Saigo... ainda está vivo? ... Eu já verifiquei minha lista de amigos e nada ele sumiu...” Disse Toshio ainda perplexo. Eu olhei para Nalius que estava com uma expressão séria.

“Temos que confirmar isso primeiro... Talvez seja uma armadilha para o nosso grupo. Ainda tenho certas dúvidas sobre essa missão, preciso de algumas informações antes de continuarmos. Mas primeiros temos que descobrir se Saigo está vivo ou não.” Expliquei

“Vamos para o primeiro andar então, só lá é possível saber...” Disse Nalius.

No primeiro Andar existia um monumento de metal que fica no castelo de ferro negro, que estava escrito os nomes de todos os 10 mil jogadores. Nele os nomes das pessoas que já haviam morrido eram cortados por uma linha, dizendo o horário da morte e a razão. Era desse modo que sabíamos quando alguém havia morrido ou não.

Partimos imediatamente, pois já havia escurecido e tínhamos pouco tempo para poder seguir o rastro dos nosso alvos. As coisas estavam andando finalmente, mas meu instinto dizia que devia tomar cuidado, pois algo ainda não tinha sido esclarecido.

Quando chegamos à praça dos iniciantes, ela estava completamente deserta. “21:17... precisamos ir mais rápido!” pensei comigo.

“Vamos!” gritei para nos impulsionar e logo começamos a correr. “Lembrem-se, não digam nada a ninguém, nem mesmo ao Koji-san!” Nalius me olhou com dúvida, mas assentiu.

Quando chegamos ao Castelo de Ferro Negro, fomos direto ao Hall onde se encontrava o monumento. Sem delongas começamos procuramos os nomes que Toshio ia dizendo. Os nomes estavam em ordem alfabética, o que ajudava a nossa procura, mas ainda assim achar um único nome no meio de dez mil não era uma tarefa rápido.

“Apenas... APENAS O SAIGO ESTÁ VIVO!!” exclamou Toshio surpreso “ele deve estar sendo mantido como prisioneiro, ou até mesmo sendo caçado pelos PK’s.”

As minhas dúvidas alcançaram Nalius, que ficou com um expressão séria quando percebeu. “Ele também notou... Se o Saigo está vivo, porque ele excluiria o Toshio-san da lista de amigos? ... tem algumas coisas que não estão fazem sentido...”

“Temos que ir saber se realmente é ele...” Disse Nalius. Eu e Toshio concordamos.

“Vão na frente tenho que falar com alguém antes...” antes que me interrompessem, continuei: “Não tenho tempo para explicar agora, não se preocupem eu alcanço vocês!” e deixei o hall com os dois me olhando curiosos.

“Desculpem, não posso contar para vocês... pelo menos agora não...”


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Notas finais do capítulo

Entrando no suspense da investigação agora hem xD
Infelizmente ainda vou começar a escrever o próximo capítulo, e ele vai ficar bem grande, então já vou avisando aqui que vou demorar bastante tempo para terminá-lo, espero que dentro de 15 a 20 dias eu já tenha terminado, devo levar mais uns 5 dias para revisar e postarei. Mas garanto o próximo vai ser incrível, o melhor da história ainda esta por vir!! Por favor continuem me acompanhando, se eu terminar antes é lógico que vou postar o mais rápido possível!

Pessoal por favor comentem a história, estou morrendo de curiosidade para saber a opinião de vocês!! critiquem, perguntem(adoro tirar dúvidas xD), agradeçam, qualquer coisa até um simples "legal" já¡ serve *-* vou responder assim que possível, eu sou bonzinho e sei receber muito bem criticas, até mesmo as dos fãs mais faná¡ticos de SAO(sou um deles viu '-') estou carente de comentários D=



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