Sword Art Online - Hunter escrita por Razi


Capítulo 14
Capítulo 12 – Seguindo Rastros


Notas iniciais do capítulo

Voltando para história principal... Uma coisa que pensei que havia escrito nos capítulos anteriores, porém na revisão final eu não adicionei, é sobre uma pequena explicação da diferença entre os termos que utilizo, "Jogadores Laranjas" e "PK's". Quando os meus personagens dizem que tal pessoa é um "jogador laranja" eles se referem a um jogador que comete crimes, mas não mata outros jogadores. Os PK's também são jogadores laranja, só que matam outros jogadores sem se preocupar. Esse é o jeito de pensar do Hikaru. Logo, cada jogador em Aincrad pode pensar de qualquer outra forma. Por exemplo, os jogadores do Exército atacam qualquer jogador laranja (mesmo que ele estivesse apenas se defendendo de outros jogadores).



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18 de Agosto de 2024 – 17° Andar – River Wood.

Estávamos todos reunidos na sala da casa de Samanta. Nalius terminava de dar uma poção para Nagi, que estava deitada no sofá, inconsciente e com sintomas de febre. Enquanto isso, Samanta e eu ficamos observando.

Ao beber o restante da poção, uma pequena áurea apareceu em volta de Nagi. Instantaneamente, sua respiração ofegante e sua febre sumiram, deixando-a apenas dormir normalmente.

“Hum... É, funcionou. Os status negativos sumiram.” Concluiu Nalius.

“Mas ela não deveria acordar?” Perguntei.

“Sim... Mas é provável que o veneno não apenas drenou a barra de HP como, também tenha aumentado o cansaço. Agora ela está só dormindo, descansando para ser mais exato.” Nalius ficou olhando para Nagi por alguns instante e corou um pouco. “Trocando de assunto. O que é essa marca vermelha em seu rosto?” A pergunta foi direcionada a mim. “Também foi envenenado de alguma forma?”

“Não! É... Difícil explicar...” Enquanto eu falava, Samanta estava com uma áurea sombria em sua volta. “Mas por hora, obrigado por vir nos ajudar. Tentei utilizar as poções que eu tinha, mas nada funcionou.”

“Não é pra menos. Você sabe que o nível de criação influencia na criação de qualquer coisa, certo? Mas agora, estamos quase em 70% do jogo e diversas pessoas que se empenharam em alguma profissão já alcançaram o nível máximo nela.”

“Isso é verdade, alcancei nível máximo de mestre ferreiro há três semanas, mais ou menos.” Comentou Samanta. “Quando falei com outros mercadores, eles disseram que havia outros três que alcançaram o nível máximo também.”

“Exato.” Disse Nalius “Isso também é válido para outras profissões, a minha por exemplo. Também alcancei o nível máximo e existem alguns PK’s que também realizaram o mesmo feito.”

“Ou seja, venenos mais potentes que necessitam dos cuidados de um mestre em farmácia?” Perguntei.

“Não exatamente. Como disse antes, ainda estamos em 70% do jogo, então o que vai influenciar a diferença entre os itens produzidos por mestres, vai ser o nível de qualidade do material escolhido para produção. O que quero dizer é que essa garota foi envenenada por um veneno de rank S. Quem o fez, cuidou para que o efeito durasse até a morte ou até ser inserido um antídoto de valor equivalente.”

“Nem mesmo um cristal de cura foi suficiente.” Comentou Samanta.

“Não. O Cristal de cura só elimina venenos e status negativos conhecidos. Quando um veneno é sintetizado por um jogador, ele se torna único e necessita como base para o antídoto o ingrediente principal do veneno. Eu consegui Raiz de Mutilaila, que é um ingrediente Rank S, de um vendedor no 50° andar, semana passada. Por sorte dela, esse foi o ingrediente usado para fazer o veneno.”

“Dá para produzir mais?” Perguntei.

“Não. Era o suficiente para criar apenas uma dose. A boa notícia é que também só é possível criar uma dose do veneno por item. A má notícia é que quem vendeu esse ingrediente para o vendedor sabe onde consegui-lo para produzir mais.”

“É alguma planta que nasce em algum lugar?” Minha ideia era de conseguir pelo menos mais dessas para que futuramente não fôssemos vítimas do mesmo.

“Essa é a questão. Eu não sei. Até onde a minha experiência vai, mesmo tendo o nome de ‘Raiz’, não dá pra dizer se foi retirada de uma árvore, planta, monstro planta, ou até mesmo se foi de algum Boss.” Respondeu Nalius.

“Kisaro havia dito que também a comprou. Pelo menos não é algo que qualquer um consiga.” Concluí.

“Kisaro?” Perguntou Samanta.

“Ele é o PK que nós estávamos atrás. É uma longa história...” Essa não era uma verdade completa. Não queria que Samanta soubesse de tudo, pois tal informação a deixaria em perigo.

Em seguida, Nalius me questionou sobre o que havia acontecido. Sentamos à mesa e contei a história toda sobre os últimos dias.

Samanta ficou chocada ao saber sobre a força de Kisaro e o risco que eu corri durante a luta contra ele. Nalius, por outro lado, se surpreendeu ao saber que Nagi era a Megitsune.

Naquele momento, Any entrou na cozinha e se surpreendeu com a nossa visita. Ela havia saído para comprar alimentos para fazer o jantar. Após cumprimentar todos, ela ficou envergonhada ao admitir ter comprado pouca coisa, pois não sabia que haveriam visitas. Então ela pediu a Nalius para que a acompanhasse para buscar mais coisas.

A investigação estava parada e sem provas. Eu estava constantemente em conflito contra os PK’s. Após a guerra que ocorreu contra a guilda Laughing Coffin, os PK’s de Aincrad perderam grande força e não suportariam entrar mais em combate direto. Por isso começaram a realizar diversos tipos de retaliações, como matar amigos próximos e pessoas que davam suporte aos da linha frente, comerciantes, ferreiros, farmacêuticos entre outros. Logo, eu me afastei de Samanta e Any para protegê-las.

Pedi a Nalius para que as visitasse regularmente para conferir se estava tudo bem e garantir que ninguém perigoso chegasse até o local. Ele fez um bom trabalho e virou da família, Any sempre brincava com ele como se fosse o irmão mais velho. Dariu fazia falta para ela, mas fiquei feliz em saber quando Nalius me contou que ela voltara a sorrir.

Samanta e eu voltamos à sala para verificar se Nagi estava melhor. Ela ainda estava dormindo.

“Vocês... Passaram todo esse tempo juntos?” A pergunta de Samanta me surpreendeu ao quebrar o silêncio.

“Sim.” Respondi calmamente. Samanta parecia serena enquanto olhava para Nagi. Eu não tinha ideia do que podia acontecer até uma lagrima cair do rosto dela e depois se virou para que não a visse.

“Que droga. Você passou tanto tempo fora, eu estive tão preocupada.” Disse ela em tom baixo. “E do nada você aparece assim... Caramba! Se você morresse? O que ia acontecer?” A pergunta de Samanta meu deixou sem resposta e minha garganta imediatamente secou.

“Eu...” Eu não podia dizer novamente um simples desculpe e deixar por assim. Aquilo era inevitável, eu tinha que enfrentar perigos.

“Não me fale novamente que esse é o seu trabalho. Você tem mesmo que caçar os outros jogadores? Por quê?! Você não entende que eles são tão perigosos quanto os monstros que você já lida todo o dia?! Deixe-os se matarem lá! Não entre no meio deles... droga!” Seu tom de voz se mesclava entre um pouco de choro e irritação.

“Eu não posso... Eu tenho que ajudar” Não tinha mais ninguém para fazer aquele trabalho. Todos não acreditavam que os PK’s voltariam a ser problema. Se de alguma forma, quem ajudou a Laughing Coffin a se erguer, ajudar novamente uma outra guilda PK, a linha de frente, já comprometida com o resto do jogo, não suportaria um novo atentado e sucumbiria. Se chegássemos a esse ponto, não haveria mais esperança em sair daquele jogo e o pior, todos estariam a mercê dos PK’s.

“Ajudar o quê? Você vai para linha de frente para explorar, enfrenta aqueles Boss extremamente fortes, já não basta aquele estrago que ocorreu no 50° andar?! E você ainda estava no meio daquela loucura!” Quando vi o rosto de Samanta vermelho de raiva com lagrimas, não pude evitar. Abracei-a instintivamente, encostando sua cabeça ao meu peito e rocei meu rosto em seu cabelos.

“Eu não acho justo o que eles fazem... Cada jogador... Cada pessoa que perde a vida aqui, não é justo. Não importa quem seja, esse mundo se tornou um mundo real para nós. E não posso simplesmente deixar impune aqueles que mataram os outros. Não posso deixar que eles machuquem mais pessoas. O que eles fizeram... o que eu fiz...” Não suportei aguentar as minhas lágrimas. “Eu matei mais pessoas do que outros PK’s, não posso me contentar apenas em ficar na linha de frente” Samanta me abraçou com mais força. “Eu não posso apenas me esconder e esquecer o problema do resto do mundo...”

“Por que? Eu me esforço tanto para chegar em você e toda vez é como se você começasse a correr mais rápido para se afastar... Por que você faz isso?! Eu não quero mais ver você assim! Você está se machucando... Isso doí também!” Samanta chorava em meus braços. Eu estava perdido, em conflito com meus sentimentos. Eu já havia prometido muita coisa e não cumprido nem metade.

Eu não tinha mais o que falar, não sabia mais agir. Ficamos em silêncio, abraçados por alguns minutos, até nos acalmarmos. Depois ela olhou para o meu rosto, ainda com algumas lágrimas. Ao ver a minha expressão, ela provavelmente entendeu o que aquele silêncio significava. Eu não podia parar o que já havia começado, aquilo era para o bem dela também.

“Perdão...” Disse ela.

“Não. Eu não tenho que perdoar nada de você. Você sempre esteve aqui pra mim, sempre se preocupou...”

“Eu... Sempre quis te dizer...” Nossos olhares se encontraram “Eu sempre...”

“Huhum... Alguém poderia me trazer algo para beber?” Disse Nagi subitamente com uma cara de sono. Samanta ficou totalmente vermelha e me empurrou para longe.

“Certo, Certo! EU, já vou... eu já vou...” Disse Samanta totalmente sem jeito.

Samanta trouxe um pouco de chá para Nagi. Ao agradecer, eu apresentei uma à outra.

“Sua casa é linda!” Comentou Nagi enquanto olhava ao reder. “Espero não ter causado nenhum transtorno.”

“Não...” Samanta ainda estava embaraçada devido à cena anterior.

“Mas... onde eu estou?” Perguntou Nagi.

“17° andar, numa vila mais ao oeste da cidade principal.” Respondi.

“Andar rico em matérias primas, não é? Interessante, então é a sua base secreta...” Ela tomou um pouco do chá e deu um sorriso para nós. A situação era um pouco embaraçosa.

Mais tarde, Any e Nalius chegaram com as comprasse e em seguida ela nos preparou um bom jantar. Fiquei impressionado pelo nível de cozinha que ela tinha, provavelmente estava quase no máximo. Samanta também me revelou que Any tem feito entregas de comida para muitos jogadores nesse andar que não tem tempo para aprender a cozinhar.

Decidimos passar a noite na casa de Samanta, Nagi ainda não estava totalmente descansada, e eu estava praticamente no limite. Nalius resolveu ficar também, esperávamos fazer uma avaliação das informações sobre o caso para decidir nossos próximos passos.

Durante a noite, Nalius e eu ficamos do lado de fora em sacos de dormir, enquanto as garotas ficaram dentro da casa. Acendemos uma pequena fogueira e sentamos em volta dela para Nalius me passar as Informações que tinha adquirido.

“Pouca coisa relevante para ser exato. PoH não deixou mais rastros depois da cruzada.” Revelou Nalius.

“Sim, já esperava que ele ficasse apenas nas sombras. Ele deve estar arrumando alguma maneira de levantar a guilda novamente, para depois contra-atacar a linha de frente. Acredito que a chave seja o seu informante que vazou sobre a missão da cruzada.” Esse espião dentro da linha de frente poderia ajudar num ataque surpresa dos PK’s num evento futuro, causando um grande estrago.

Existiam mais jogadores na linha de frente do que PK’s ativos, e a maioria de nós era bem mais forte que eles. Porém a linha de frente só se movia e ficava forte graças aos seus comandantes. Eram suas estratégias, seus comandos que faziam todos progredirem. Sem eles, a linha de frente iria se autodestruir aos poucos enquanto enfrentavam os andares, dessa forma só restariam os PK’s.

“Você conseguiu achar aquele Shizuharo?” Perguntou Nalius.

“Não. Mas por sorte consegui evitar que a guilda de Kisaro se tornasse uma nova Laughing Coffin.”

“Shizuharo... Tenho certeza que ele sabe quem é o espião dentro da linha de frente.” Nalius estava impaciente. Desde que a cruzada destruiu a Laughing Coffin, não conseguimos mais nada para provar que havia alguém os financiando. “Mas mesmo que tenhamos o nome do espião, como vamos provar? Não sei se essa é a forma mais rápida de chegar a PoH, se não pudermos prendê-lo, não vamos conseguir interrogá-lo. De qualquer forma.”

“Também acho muito difícil conseguir a localização de PoH ou algum tipo de prova que incrimine o Exército de estar financiando as guildas PK’s. Mas, se de algum modo PoH ou qualquer outro estiver pensando em se vingar de linha frente, o jeito mais rápido seria eliminando os comandantes, e um espião poderia facilmente abrir caminho para um atentado.”

“Não sabemos uma forma de chegar até o espião, além de Shizuharo. Que também não temos o paradeiro nem sabemos como procurá-lo, agora que está foragido.” Concluiu Nalius. Ele tinha razão, estávamos perdidos. “Ou seja, estaca zero. De novo...” Nalius pegou um graveto e jogou no fogo.

“Hum... Sobre isso, acho que eu posso ajudar.” Ao olharmos para trás, vimos Nagi pensativa enquanto encarava o fogo. “Chega um pouquinho pro lado.” Ela entrou no meio de nós e sentou-se junto ao fogo. “Mas, por duas condições!” Ela olhava para nós dois com um grande sorriso. Ao perceber nosso silêncio ela continuou. “Certo. Um: eu preciso que vocês me contem tudo. Tudo mesmo, sobre essa história de financiamento de guildas PK’s. Dois: quero parte equivalente na divisão dos lucros.”

Nalius olhou para mim, enquanto me continha um pouco. Pelo que percebi, Nagi não escutara toda a conversa e achava que aquilo era só mais um trabalho.

“Certo, Nagi. Isso não é só um trabalho, estamos talvez na trilha de uma grande conspiração. E nós não vamos ter nenhum lucro nisso.” Queria passar de uma forma que não revelasse nada, mas que fosse verdadeiro para ela entender. Nagi soltou uma grande gargalhada logo depois.

“Haha... Fala sério! Conspiração? Vocês assistiram muito seriado ocidental. Haha... E outra, caçadores trabalhando de graça? Haha...” Enquanto Nagi ria, Nalius e eu continuávamos sérios. Ao perceber que nossa expressão não mudara, ela foi gradualmente se acalmando. “Isso é sério gente? Não tem um motivos, conspiração pra quê?”

“Quando a linha de frente se encontrava na casa do 40° andar, houve uma série de mortes de caçadores.” Uma história difícil de lembrar e pior de se contar. “Nalius eu fomos emboscados quando seguíamos um caso que descobrimos ser falso, porém não restaram provas disso. Num evento seguinte descobrimos a Laughing Coffin e seus planos. Mas do mesmo jeito não pudemos provar a existência deles como também a ligação que eles tiveram com os mortes dos outros caçadores.”

“Espera aí... Não tem como fazer um caso falso, não tem como fazer uma missão para caçar um inocente.” Questionou Nagi. Pacientemente eu contei a ela todo o episódio que ocorreu com Toshio e Saigo e logo em seguida sobre a morte de Dariu. Nagi não demorou muito para começar a suspeitar da guilda do Exército. “Isso... não pode estar certo... Não pode ser verdade.”

“Revelamos isso aos comandantes da linha de frente, mas, sem provas, eles nos negligenciaram. Até que a Laughing Coffin veio a público e gerou grande confusão, até mesmo para a linha de frente, depois disso você deve ter escutado os rumores...”.

“Que horror... mas e depois ninguém da linha de frente tentou contato para falar com alguém do Exército?” Perguntou Nagi.

“Não. Depois da destruição da Laughing Coffin, eles julgaram os PK’s como não sendo mais ameaça.” Dessa vez foi Nalius quem respondeu.

“E sem provas, não pudemos ligar o Exército com os PK’s e nem achar aquele que vazou a informação sobre a cruzada.” Completei.

“E aqui estão vocês...” Balancei a cabeça afirmando. “Nossa... isso é pouco demais para mim assimilar tudo de uma vez.”

“Nagi, eu sei que é complexo. Não estou lhe pedindo ajuda direta, pois não tenho direito de lhe deixar em perigo. Mas se você souber de alguma forma de achar Shizuharo ou até mesmo um outro jeito de pegar o espião, por favor nos conte.” Uma coisa que eu não sabia fazer, era pedir ajuda. Entretanto nossa posição não era das melhores.

“Eu... eu preciso de um tempo para pensar...” Ela se levantou e foi em direção até a casa.

“Cara... Ela é confiável?” Perguntou Nalius após se certificar que Nagi tinha entrado.

“Hum... De certa forma, sim.”

“Você acha ou tem certeza?”

“É difícil explicar... A noite que passamos juntos me deu essa impressão dela.”

“Vocês passaram a noite juntos?!”

“Uhum.”

“Cara... Sério, é desse seu lado que eu mais odeio...” Então Nalius foi dormir. Inicialmente eu não entendi o que ele quis dizer, mas a sua cara de frustração foi engraçada.

Fiquei pensando em alguma forma de conseguir achar o espião ou contornar a situação atual. Tive apenas ideias insanas, como invadir os quartéis do Exército um a um ou até mesmo forçar o espião a se revelar, nenhuma que fosse realmente eficaz. “Qual será que é a forma que Nagi disse?” Enquanto tentava descobrir, o sono me pegou.

19 de Agosto de 2024 – 17° Andar – River Wood.

“Direita Inferior” Bloqueei um ataque que tentava acertar minha perna direita. Utilizando da força, empurrei a lâmina oponente para longe do meu corpo. “Giro completo para esquerda, trocar de mão.” Girei meu corpo. Durante o processo soltei minha espada no ar e a peguei com a mão esquerda. Ao agarrá-la, carreguei uma Skill com a intenção de perfurar o corpo do meu oponente. Antes de o meu ataque acertá-lo, ele desviou para o meu lado direito e, com sua arma, fez um ataque de baixo para cima mirando na altura da empunhadura da minha espada. Com o choque, ela foi arremessada para cima.

Imediatamente, me abaixei para me esquivar de um ataque que vinha em horizontal. Apesar de não ter visto, pela minha experiência eu sabia que um ataque viria daquela direção. Depois de tanto tempo lutando, eu conseguia entender e prever os movimentos de meus inimigos baseando-me em combates passados. Quando o ataque previsto ocorresse, eu sabia que este deixaria desprotegida a parte de baixo do corpo do oponente.

Quando a lâmina passou por cima de mim, eu girei meu corpo novamente e apliquei uma rasteira. O golpe foi efetivo ao derrubar meu oponente. Antes que ele tivesse tempo para pensar, eu chutei a sua arma a uns cinco metros de distância. Ergui minha mão esquerda e peguei minha espada, que estava caindo, em seguida, a posicionei contra o rosto do oponente.

“Isso... FOI DEMAIS!” Exclamou Nalius enquanto se levantava.

“A sua abertura, ou fato de eu ter te desarmado?” Perguntei num tom sarcástico.

“Você me desarmou depois que eu te desarmei e ainda me tirou do combate com aquela pose legal!” Nalius deu uma olhada e viu Nagi e Samanta conversando enquanto Any colhia flores. “É por isso que as garotas caem em cima de você.” Acertei um pequeno soco na cabeça de Nalius.

“Idiota... Você tem que trabalhar essa sua postura, está abrindo muito a guarda quando você ataca.” Eu treinava regularmente com Nalius em duelos que consistiam em desarmar ou deixar fora de combate. Apesar de usarmos armas diferentes, o treino ajudava a reconhecer postura e adquirir mais experiência em combate. “Com essa deu quantas? 13 a 5 para mim? Ultimamente você não tem ganhado muito.”

“Calado... Acho que é você que tem lutado demais...” Ambos rimos em seguida.

Era de manhã e estávamos prestes a partir. Antes de ir, queria ver a posição de Nagi, mas ela não havia nos procurado, comecei a achar que ela nos evitava. Ela passou a manhã toda conversando com Samanta sobre assuntos triviais, parecia que não conversava com outra garota fazia tempo.

Quando eu e Nalius terminamos nosso rápido treino, Nagi veio falar conosco.

“Eu me decidi” Disse ela

“E então?” Questionei. Ela voltou seu olha para Samanta que falava com Any.

“Vocês parecem dizer a verdade. Vou ajudá-los.” Concluiu ela com um sorriso. Meu costume de trabalhar sozinho ainda me fazia sentir desconfortável na presença de outros, Porém no fundo fiquei feliz em saber que tinha mais alguém que acreditou em mim e iria me ajudar.

“Certo! Então qual era o seu plano Nagi-san?” Perguntou Nalius.

“Três dias!” Exclamou Nagi. Nalius olhou para mim sem entender nada.

“Pode explicar?” Perguntei.

“Só preciso de três dias para localizar esse Shizuharo. Até lá, vocês ficam de prontidão!” Ainda assim, eu não consegui entender o que ela iria fazer, uma vez que estávamos completamente sem pista, ela parecia estar confiante que resolveria em três dias apenas. Antes de nós questionarmos mais uma vez, ela explicou-se. “Descobrir a identidade de um espião da linha de frente é mais difícil, só que descobrir o paradeiro de outra pessoa é bem mais fácil. Sendo assim deixe isso comigo durante esses três dias.”

“Como você pretende fazer isso? Até para nós é difícil isso.” Indagou Nalius. Eu, mesmo sabendo a aparência e o nome, tinha muita dificuldade em localizar alguém sem pistas.

Nagi deu uma pequena gargalhada.

“Bom, para vocês acho que é difícil mesmo. Mas eu tenho meus métodos.”

“Que são?” Insistiu Nalius.

“Se-gre-do...” Disse Nagi com uma voz sedutora e uma risadinha no final. Nalius ficou corado instantaneamente. Depois ele olhou para mim para saber minha opinião, eu simplesmente dei de ombros.

O que Nagi pedia era apenas confiança de que ela nos chamaria dentro de três dias. Era um período pequeno considerando o tamanho da investigação.

“E durante esses três dias o que nós fazemos?” Perguntei.

“Não sei. O que vocês quiserem. Que tal uma folga?”

“Três dias... É muito tempo para uma folga...” A investigação estava parada mas a linha de frente estava em constante movimento. Eu não podia parar por três dias seguidos, havia muita coisa a ser feita ainda.

“Hum... Hikaru vai ficar aqui por três dias?” Perguntou Any logo atrás de mim.

“Hum? Vai mesmo?” Samanta, que estava vindo, reforçou a pergunta.

“Eu...” Eu não sabia mais o que dizer naquele momento. Ao ver Any e Samanta fiquei constrangido em negar.

“Sim, ele vai!” Disse Nagi. Any deu um Sorriso e comemorou alegre.

“Faz tempo que Hikaru não vem para casa e quando ele está aqui parece que eu tenho pai e mãe.” Afirmou Any. Fiquei vermelho e Samanta ficou tão constrangida que tentou se esconder em meio aos seus cabelos.

Inicialmente a minha intenção era ir para a linha de frente, entretanto não importava minha ação, a linha de frente iria avançar com ou sem minha ajuda, meu nível estava bem elevado e a investigação estava parada. Achei que naquele momento eu realmente poderia descansar um pouco.

Após isso, nós combinamos e adicionei Nagi como amigo para facilitar a comunicação e em seguida ela partiu sem revelar aonde ia. Quando a questionei mais tarde, ela simplesmente disse que também não sabia onde procurar, então iria andar por ai até esbarrar com alguém que saiba de algo. Já dissera ela antes que seus métodos eram fora do convencional. Particularmente fiquei curioso em saber se realmente funcionavam.

Nalius disse estar precisando reabastecer seu estoque de materiais e iria ao 50° andar para procurar por vendedores e lojas de comércio.

Eu fiquei com Samanta e Any no 17° andar. Durante os três dias fizemos muitas coisas juntos, como piqueniques, passeios e até pescaria. Elas me proporcionaram três dias inesquecíveis que eu jamais sonhei que teria, nem mesmo no mundo real. Durante esse tempo, eu consegui esquecer por alguns momentos o que nos havia acontecido, pela primeira vez em muito tempo eu estava vivendo em vez de apenas sobreviver.

Durante os três dias, Samanta me mostrou algo que eu não esperava. Ela vinha treinando com a espada contra Nalius há um bom tempo. Ela também havia ganhado muitos níveis nesse tempo que fiquei sem vê-la. Talvez ela tenha ficado com medo de acontecer algo novamente e decidiu ficar mais forte.

Ao testar suas habilidades, percebi muitas falhas em sua postura e no seu manejo com a espada, erros que necessitavam especialmente de experiência em combate para serem corrigidos. Nos fins de tarde começávamos um pequeno duelo, eu a ensinava uma boa postura de combate com golpes e Skills, o resto vinha com a experiência.

Samanta era uma boa jogadora, ela não parecia ser uma novata em games. Suas decisões eram rápidas e sem hesitação, simplesmente não tinha experiência e conhecimento em combate.

23 de Agosto de 2024 – 17° Andar – River Wood.

Nalius chegou cedo à casa de Samanta, trouxe consigo alguns materiais que ela pediu para serem comprados no 50° andar. Já era o quarto dia e Nagi ainda não havia dado nenhuma resposta.

Estávamos todos na entrada da casa de Samanta quando Nagi chegou. Nalius e eu já havíamos nos preparado para sair.

“Desculpem a demora, levou um pouco mais de tempo do que esperava e consegui a informação apenas ontem à noite.” Disse Nagi. Ela estava usando sua capa, escondendo todo o seu equipamento. Nalius também estava do mesmo jeito, com exceção a naguinata que estava guardada em suas costas. Eu, por outro lado, estava trajando o sobretudo que Nagi tinha me dado, pois minha capa tinha sido destruída. Eu não possuía armadura para esconder e muita gente já me conhecia por causa da minha espada e do cabelo, por isso resolvi ir daquele jeito.

Nagi, Nalius e eu nos despedimos de Samanta e Any e em seguida fomos a caminho da cidade principal do 17° andar.

“Ok. Para onde estamos indo exatamente?” Perguntou Nalius.

“62° andar. Consegui marcar um pequeno encontro com o Shizuharo-san.” A resposta de Nagi nos surpreendeu.

“Como você...?” Perguntei incrédulo.

“É claro, ele não sabe que somos nós.” Respondeu ela sarcasticamente. “Vocês sabem como funciona a hierarquia de um clã de PK’s, não é?” Até aquele momento eu nunca tinha ouvido falar sobre tal coisa. Nalius também parecia estar na mesma que eu. O nosso silêncio fez com Nagi parasse por um instante e nos encarasse. “Vocês não sabem?! Como podem se chamar de caçadores?!”

“Bem... normalmente eles têm apenas um líder” Disse Nalius.

“E se derrubamos o líder, o resto corre... é isso, não é?” Completei. Nagi colocou a mão em sua cabeça e ficou pensativa.

“Queria saber como vocês ainda conseguem ser considerados os melhores caçadores... Ah que seja, vou ter que explicar do zero então.” Ela então respirou fundo e voltou a caminhar. “A hierarquia dos PK’s são basicamente um Líder e soldados...”

“Eu não estava errado...” Cochichou Nalius.

“Calado!” Exclamou Nagi. “Entretanto as guildas têm ficado grandes e atuando em mais tipos de ações PK’s, sendo necessário estabelecer uma rede com outras guildas PK’s. Dessa forma foi preciso a criação de mais cargos, como interceptadores, negociantes, invasores entre outros. É ai que entra Shizuharo, um negociador, a função dele é tratar diretamente com PK’s de outras guildas e fechar negócios como compra ou venda de itens roubados, serviços mercenários, enfim qualquer coisa que seja de interesse da guilda.” Há um bom tempo eu já suspeitava de algum tipo de comunicação que os PK’s faziam entre si, mas nunca achei necessário saber sobre o assunto. Porém o que Nagi revelou era muito mais do complexo do que eu imaginava, era como uma máfia.

“Então é por isso que dizem que ele sabe quem é o espião dentro da linha de frente?” A dúvida de Nalius era a mesma minha.

“Exato. Ele é um dos jogadores laranjas mais influentes de Aincrad. Se alguém conhece o nome e a face do espião, sem dúvidas é ele. E ainda tem mais, é bem provável que ele saiba a localização de outros PK’s mais importantes, talvez ele saiba até onde PoH está!” A essa altura do jogo, PoH era mencionado entre os jogadores como um fantasma. Ele foi o único que escapou da cruzada. Sua ideia de isenção de culpa, atribuindo a morte dos jogadores ao aparelho Never Gear e ao seu criador, Kayaba Akihiko, levou diversos jogadores a praticarem o assassinato em Aincrad.

Muitos jogadores, mesmo entre os da linha de frente, o temem pelo fato de sua incrível habilidade em combate PK. Nalius e eu éramos dois dos poucos que ainda ousavam caçá-lo. Entre os jogadores de nível mais baixo, existiam aqueles que achavam que ele era apenas uma lenda inventada pelos jogadores da linha de frente, outros já imaginavam que ele fazia parte do sistema de Aincrad, criado para punir a má conduta de certos jogadores, entre outras tolices que escutei.

“Ok, qual o é o plano? Vamos simplesmente capturá-lo e fazer falar?” Por ser algo que foi armado por Nagi, decidi perguntar se eu devia agir como sempre.

“Não!” Exclamou Nagi. “Não podemos fazer isso. Eu tenho um disfarce para essas coisas, se alguém for capturado depois de ter marcado um encontro comigo, todo o trabalho meu de criar uma fama vai pro ralo. Vamos apenas negociar com ele o nome do espião.”

“E depois deixá-lo ir?” Questionei.

“Sim, ele também pode ser útil mais tarde.” Apesar de não gostar muito da ideia, Nagi me convenceu. Seus métodos se diferenciavam muito dos caçadores comuns, ela basicamente negociava informações com PK’s para caçar outros PK’s. Só que em vez de trocar essas informações por dinheiro, que é como a rede de informantes funcionava, ela negociava por outras informações. Ela era tão influente em Aincrad quanto a rede de informantes.

23 de Agosto de 2024 – 62° Andar – 13:00 horas.

Quando nos teleportamos para o 62° andar, não vimos quase nada na cidade principal. Ela era uma das menores cidades principais que havíamos descoberto. O andar em si não oferecia muita coisa, sem locais para extração de matéria prima, sem grande bosques, nem um tipo de paisagem bonita. Em geral parecia apenas um deserto seco com plantas rasteiras, um lugar medíocre. Os NPC’s desse andar tinham uma aparência pobre que sofria pela seca do local.

Nagi nos explicou que o encontro ocorreria às 14:00 em um local mais afastado ao norte da cidade principal. De acordo com o que ela disse, Shizuharo viria acompanhado de mais alguém para negociar algumas informações com ela. Nalius e eu, sem mostrar nossos rostos, faríamos o papel de guardas costas dela, para isso Nalius me emprestou uma capa de cor verde escura que cobria somente a parte superior do meu corpo.

Levamos cerca de 40 minutos até chegar ao lugar combinado. Passamos por uns arbustos grandes até chegar numa clareira com grama seca que terminava num penhasco. O único meio de voltar era pelo caminho que chegamos e não havia onde se esconder ou realizar uma emboscada. Era um local escolhido estrategicamente para negociações complicadas, me senti como um integrante da máfia.

Nagi pegou uma pequena adaga e fez um singelo corte em Nalius. O cursor dela ficou laranja.

“Ei! Por que fez isso?!” Questionou Nalius, indignado.

“Quieto! É só para meu cursor ficar laranja. Seria suspeito estarmos todos verdes.” Explicou Nagi.

“Tem razão.” Concordei. Desembainhei minha espada e fiz um corte na lateral do braço de Nalius.

“Ai! Você também?! Agora é minha vez...” Quando Nalius retirou uma pequena adaga de seu cinto Nagi fez um gesto para que ele parasse. “O que foi?”

“É melhor não. É bom um de nós ficar verde, pois se não fosse dessa forma não teríamos como ter conseguido marcar este encontro.”

“Mas por que eu, se foi você quem marcou?” Protestou Nalius.

“Sshhh! Parece que eles vêm vindo.” Disse Nagi. Nalius me olhou com uma cara indignada.

“Garotas...” Comentei e depois dei de ombros.

“Calados!”

De repente, três jogadores saíram dos arbustos, vindo em nossa direção. Eles trajavam capas pretas que cobriam metade do corpo. O da direita estava vestido com uma armadura completa por baixo, enquanto os outros dois, o do centro e o da esquerda, estavam com armaduras leves de couro e pouco detalhadas. Andavam calmamente com os olhares fixos em nós. Sobre suas cabeças, os cursores mostravam-se na cor laranja.

A princípio, seus equipamentos não eram de boa qualidade e nem de nível alto. Pareciam apenas jogadores laranjas que praticavam crimes mais básicos e provavelmente nunca chegaram a matar um jogador. Era seguro afirmar que o nível deles não era maior que 60.

Quando eles se aproximaram, Nagi ficou a nossa frente. Então eles pararam o jogador do meu se aproximou para falar com Nagi.

“Nagotsu-san?” Perguntou o jogador laranja.

“Shizuharo-san?” Retrucou Nagi. Ele então olhou para seu companheiro e em seguida retirou o capuz. Ele era um pouco ruivo, tinha o rosto meio pálido, nada muito chamativo ou incomum.

“Foi você quem nos procurou, acredito que você que deviria começar as apresentações.” Disse ele. Nagi então retirou seu capuz e os jogadores laranja ficaram um pouco surpresos.

“Desculpe minha grosseria. Sim, eu sou Nagotsu, a Dourada.” Respondeu Nagi.

“Eu sou Shizuharo, apenas Shizuharo. Seu nome e título são conhecidos apesar de serem... difíceis de ser encontrados.” Os olhos de Shizuharo passaram a observar Nalius e eu. “E eles são...?”

“Não se preocupe. Eles estão aqui apenas fazendo o mesmo trabalho que os seus.” Respondeu Nagi, referindo-se aos acompanhantes de Shizuharo. “Bem, vamos ao que interessa. Serei direta e espero que tenha uma resposta igualmente direta.” Shizuharo a olhou nos olhos por um momento e em seguida acenou com a cabeça. “Preciso de alguém para criar uma brecha na segurança da guilda Knights of the Blood” A requisição de Nagi causou uma rápida gargalhada entre os jogadores laranjas.

“O que ela está dizendo?” Pensei.

“Você tem ideia do que está pedindo?” Perguntou Shizuharo. Nagi continuava em silêncio, apenas encarando-o. Descrente, Shizuharo continuou. “Tudo bem, digamos que eu tenha tal maneira de realizar seu pedido. O que planeja fazer? E o que daria em troca desta informação?” Nagi se virou para nos encarar, apenas para disfarçar, e fez um gesto afirmativo.

“Isso é uma informação sigilosa, entretanto não tem valor caso não tenhamos uma forma de executá-la, sendo assim.” Nagi respirou fundo e ficou em silêncio por alguns segundos. Eu finalmente havia entendido, ela criou toda uma história para tirar a informação de Shizuharo, que era bem cuidadoso. Eu não podia negar, Nagi era uma ótima atriz. “Pretendemos assassinar o comandante Hearthcliff e a comandante Asuna, a Flash.” A resposta de Nagi chocou os jogadores laranjas.

“Você é louca? Além de serem da linha de frente são provavelmente os jogadores mais fortes em Aincrad...” Apesar de Shizuharo ter ficado surpreso anteriormente, a pergunta e o comentário em seguida tinham um tom diferente. Era como se ele já esperasse por algo assim e apenas se surpreender por ter sido mencionada justamente por Nagi.

“Eu não estaria aqui dizendo isso se nós não fossemos capazes. Somos suficientes para eliminar os dois, porém não temos força para bater de frente com a guilda inteira, por isso precisamos de alguém para abrir uma brecha. Não contarei mais detalhes do que isso.”

Somos suficientes? Isto inclui... ele também?” A pergunta de Shizuharo foi feita sem hesitar num tom misterioso. Definitivamente era uma pergunta de teste, o que provava duas coisas. Primeiro, era possível que Shizuharo já havia recebido uma prévia de que alguém iria pedir isso a ele e estava esperando apenas um contato para pôr em pratica. Segundo, ele queria uma confirmação de que ela era mesmo a pessoa que iria executar o tal plano.

Fiquei paralisado durante aqueles poucos segundos, pois apenas eu tinha feito aquela dedução.

“A quem ele está se referindo? será PoH?” Naquele momento o que mais queria era que meus pensamentos alcançassem Nagi. “Para ele fazer tal pergunta, ele não deve saber sobre todos os envolvidos, mas deve ter certeza que este, a qual ele se refere, faz parte do plano. Se Nagi negar a participação dele, mostrará que ela está mentindo. Por outro lado, se ela confirmar a presença deste, apenas irá abrir brechas para mais perguntas de Shizuharo. Ela não vai conseguir mentir por mais tempo... Será que devo intervir?!” Me preparei para arremessar duas adagas nos companheiro de Shizuharo.

“Não me foi permitido entregar mais do que essas informações” Respondeu Nagi num tom autoritário, isso causou um silêncio abrupto e frio na conversa. Apesar de não mostrar nenhuma reação, eu me surpreendi com a resposta de Nagi, foi precisa e encerrou toda e qualquer dúvida ou chance de Shizuharo tentar descobrir algo a mais.

“O que nos dará em troca?” Com a reação de Shizuharo, pude ver que ele se convenceu e agora estava disposto a negociar.

“Muito bem Nagi!” Pensei.

Nagi abriu o inventario e retirou alguns papeis.

“Mais informações úteis.” Disse Nagi. Antes que Shizuharo a questionasse, ela entregou-lhe dois papeis e continuou. “Nomes e níveis atualizados de cada caçador ativo. Localização e movimentação das tropas do Exército. Dessa forma você dificilmente será capturado.” Shizaharo começou a olhar atentamente nos relatório, em seguida Nagi entregou-lhe mais três. “Localização de missões para preparo de poções especiais de cura. Localização de um dragão que é capaz de fazer metais para criação de armas de alto nível. Localização e requisitos para adquirir um item para ressuscitar monstros familiares. Você pode revender por um alto valor essa informações.” Shizuharo olhava impressionado para os papeis. “E... Umafórmula para um veneno poderoso que a Laughing Coffin usava. Esse em especial, recomendo utilizar em vez de vendê-lo.” Shizuharo ficou pensativo com tudo o que Nagi lhe entregou. “Então... eu vou lhe entregar... tudo e mais um po-u-co.” Reafirmou Nagi com uma voz provocante. Shizuharo estremeceu.

“Eu... Eu não posso...” Disse Shizuharo hesitante. “Não posso te ajudar... Eu não tenho essa informação...”

“Hum... Não mesmo? ...Você acha que eu viria atrás de alguém que não tivesse essa informação...?” Sussurrou Nagi enquanto ficava bem próxima a Shizuharo.

“E-Eu... Eles me matariam se eu passasse esta informação a você...” Sem perceber Shizuharo estava entregando o jogo para Nagi.

“Ele já está totalmente na mão dela. Então é assim a que Megitsune caça...” Comecei a me lembrar de quando encontrei Nagi pela primeira vez, inevitavelmente comparei para ver se eu fui manipulado daquela forma.

Nagi ficou à frente de Shizuharo e começou a encará-lo com uma expressão carinhosa. Ela abriu seu inventário e pegou um outro papel.

“Este então. O relatório com localização exata de 50 cavernas dimensionais já descobertas. Não posso afirmar que são todas as que existem, mas são 50 dos 67 andares já descobertos.” Essa era informação extremamente valiosa, uma vez que nem mesmo os informantes sabiam da existência delas. Shizuharo arregalou seus olhos, impressionado, ele levantou sua mão para pegar o papel, mas Nagi puxou-o na hora. “Apenas se você disser o nome de alguém que seja capaz de realizar o que preciso.”

Shizuharo voltou-se para seus companheiros que pareciam igualmente impressionados. Depois de alguns segundos de conversa entre eles, Shizuharo aceitou a oferta. Nagi entregou-lhe o relatório para verificar a autenticidade. Ele olhou com atenção e balançou a cabeça em confirmação.

“Certo, existe um jogador na linha de frente que pertence a Knights of the Blood. Ele pode abrir uma brecha para você e seus companheiros para entrar dentro do quartel general. O nome dele é Hanzo, um cavaleiro. Diga-lhe que fui eu que mandei vocês e que é para ele auxiliá-los no que for preciso. Devo reportar isso ao PoH?” A última pergunta de Shizuharo me deixou imóvel. Era um confirmação, PoH também estava a par do espião da linha de frente.

“Não, ele já sabe sobre isso.” Respondeu Nagi num tom normal.

“Ótimo. Então...” Shizaharo foi interrompido quando mais três jogadores apareceram. A do meio era uma garota que parecia ser mais velha. Ela era alta e trajava uma armadura completa com detalhes em verde, nas suas costas estava um escudo com o brasão do Exército. O do esquerda estava vestido com uma armadura leve e portava uma lança que estava descansada em seu ombro direito. Ele tinha a mesma altura da garota e ambos tinham um rosto mais exótico. O último, à direita, tinha uma aparência mais modesta. Apesar de estar usando uma capa, era possível ver uma armadura leve e um florete com detalhes em verde em sua cintura.

“Ora, ora. O que temos aqui?” Disse a garota misteriosa. Quando fixou os olhos em Nagi, ela arregalou os olhos deu um sorriso sinistro “Olha só! A Megitisune também!” E terminou com uma gargalhada aguda.

“WANDA! O que está fazendo aqui?!” Gritou Nagi.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado, estou trabalhando o mais rápido possível para terminar, quero que chego logo o climax xD

Próximo capítulo: O Preço do Perdão



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