Sword Art Online - Hunter escrita por Razi


Capítulo 10
Capítulo 9 - A Cova


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, desculpe o longo período sem postagens, não vou repetir aqui mas os motivos estão em meu perfil.

Espero que gostem desse novo capítulo> Mudei algumas coisas no estilo de escrita, mas creio que de agora em diante será desse modo.
Enfim, boa leitura xD



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16 de Agosto de 2024 – 65° Andar – Portal de Teleporte.

O mundo em minha volta girava enquanto as construções iam começando a tomar forma. Só então me lembrei que havia teleportado no ar e em movimento, o que me fez ser atirado para fora do portal. Isso era um recurso de segurança do sistema para que os jogadores não se materializassem dentro de uma parede ou abaixo do chão durante o teleporte.

A cidade principal do 65° andar era de tamanho médio, sobre os padrões de Aincrad, e pouco movimentada. As Construções eram grandes e algumas tinham dois andares. As ruas eram pavimentadas e bem largas. Em geral, a cidade apresentava um charme europeu do século 19, com um tom mais acinzentado.

Me levantei, já começando a correr em direção a uma casa. Preocupado com um possível perseguidor, eu subi a parede da casa e me joguei em cima telhado. Fiquei parado observando o portal, esperando alguém suspeito passar por ele. Mas ninguém, nem sequer um NPC apareceu no local.

“Devo estar ficando paranoico” Pensei. O jogo estava mudando as pessoas e eu não era exceção. Algumas vezes eu parava para tentar me lembrar de como era a sensação do mundo real, estar seguro em casa, sem ter que se preocupar em enfrentar a morte a cada dia.

Continuei minha jornada em direção à caverna que servia de base para a guilda PK de Kisaro. Logo deixei a cidade para trás, entrando em um campo totalmente aberto. Era possível ver quase toda a extensão daquele andar, que em grande maioria era formado por campos e pequenos morros cobertos de grama.

Em meu mapa estava marcada a localização da caverna que não possuía um nome, porém ficava dentro da floresta Ashura, ao norte da minha posição. Essa floresta continha criaturas do tipo sagrada e selvagem. Elas não eram como os monstros de dentro do labirinto, considerados maléficos, entretanto atacavam qualquer um que entrasse em seu território. O perigo ainda se intensificava ao fato de que havia alguns monstros do tipo elite que possuíam status bem superiores aos demais. Apesar de tudo, eu tinha que admitir, era um esconderijo excelente.

Resolvi não ir por campo aberto, então peguei uma trilha que passava por uma mata mais alta. Evitando assim que possíveis sentinelas inimigos me avistassem chegando.

Durante o caminho, aquele sentimento de estar sendo observado voltou a me atormentar. Parei por um instante, mantendo meu olhar fixo para o chão. “Isso é apenas coisa da minha cabeça...” De repente um galho se quebrou a alguns metros da minha posição. Me virei para o local com minha espada já em mãos. Foquei minha habilidade de escanear até aparecer um cursor verde atrás de um arbusto. Segundos depois, um pequeno lagarto nível 4 saiu grunhindo assustado e correndo em direção oposta a minha.

“Alarme falso. De novo...” soltei minha respiração, embainhei minha espada e continuei meu caminho, mas a sensação de estar sendo observado ainda não tinha desaparecido.

Já era quase hora do almoço quando adentrei a floresta Ashura. Tentando ser o mais sorrateiro possível, decidi não seguir pela trilha e entrei no meio das árvores.

Eu tinha passado por aquela floresta apenas uma vez, em uma missão que era necessário coletar uma pequena planta em seu interior. Durante o percurso, não encontrei com nem um monstro do tipo elite e agora eu torcia para que tivesse a mesma sorte.

Quanto mais eu me aproximava da caverna, mais agoniado ficava devido à sensação de estar sendo vigiado. Por vezes aquela sensação tinha me salvado de emboscadas, mas também foi o alto nível da minha habilidade de escanear que havia ajudado. Só que desta vez era diferente, por mais que a usasse, nada era detectado.

Parei de caminhar por um momento e permaneci completamente imóvel por alguns segundos. Desembainhei minha espada lentamente para que não criasse nem um ruído e fiquei observando em volta tentando escutar qualquer barulho diferente.

“Saia de onde você está!” não houve nem uma resposta. “É... Esse mundo realmente me deixou louco... estou achando coisas onde não existem” contrariando meus pensamentos, continuei com uma expressão séria como se esperasse que alguém realmente fosse aparecer.

“Vamos! Eu sei que você tem me seguido desde de o primeiro andar!” Minha insistência era apenas para que a minha mente se conformasse.

Para a minha surpresa, uma pessoa saiu de trás de uma árvore. Andando calmamente, essa pessoa tinha praticamente a mesma altura minha, trajava uma capa de cor amarelo queimado, um pouco maltrata e suja que cobria todo o seu corpo. O capuz cobria seu rosto impossibilitando saber sua identidade. Eu sabia que era um jogador por causa do cursor verde e a barra de HP que apareceram.

Por alguns segundos, entrei em pânico com a presença inesperada. Porém ainda mantive minha pose para que a pessoa não percebesse que tinha sido um blefe.

“Quem é você e porque está me seguindo?” O jogador tirou uma das mãos de dentro da capa e vagarosamente retirou o capuz. Me surpreendi mais uma vez ao ver o rosto de uma garota a minha frente. Longos cabelos loiros com um tom bem brilhante se revelaram após o capuz ser removido. Seu rosto era extremante belo, com olhos azuis e uma pele clara com um tom mais rosado, claramente uma estrangeira.

“Meu nome é Nagi.” Sua voz doce e expressão melancólica quase fizeram minha postura amolecer.

“Porque você está me seguindo?”

“Vo... Você é aquele que os outros chamam de Lobo... Prateado?”

“Sim...”

“Ainda bem...” Suspirou ela “Fiquei com medo de não ser você...”

“Você ainda não me disse o porquê de estar me seguindo.”

“Bem... Eu não sabia o que fazer depois que escutei o nome dele, durante a conversa entre você e o carcereiro.”

“Dele?”

“Kisaro...” Nagi falou com um tom desprezível, como se tivesse nojo daquele jogador.

“O que você tem a ver com ele?”

“Eu quero matá-lo!” Dessa vez seu tom de voz foi voraz com extrema raiva, o que me surpreendeu. “Esse desgraçado... Matou a única pessoa que se importava comigo. A única pessoa que eu amava. Meu namorado e eu entramos nesse jogo apenas para nos divertir e passar um tempo a mais juntos. Não queríamos ser grandes jogadores. Mas depois que essa loucura toda começou e ficamos presos, não tivemos escolha. Arriscar a vida diariamente enfrentando essas coisas, tomando todo o cuidado para não cair em uma armadilha. Até nós cruzarmos com ele... Não estávamos preparados para isso, meu namorado deu a vida para me salvar, uma chance de fugir... E tudo o que pude fazer foi correr... enquanto eu escutava seu corpo se desfragmentando...” Ela colocou as mãos em seu rosto e começou a chorar.

Aliviei minha postura e embainhei minha espada. Eu não sabia o que dizer a ela. Todos nós, jogadores, passamos por coisas horríveis dentro deste mundo. Nunca fui muito bom com palavras, mas eu não podia deixá-la continuar a me seguir.

“Eu sei... a quem eu quero enganar? ... Eu não posso vencê-lo. Mas você pode, Lobo Prateado. Por favor, me deixe acompanhá-lo. Eu não vou me intrometer, só quero assistir. Preciso ter certeza de que ele será punido.”

“Lamento, eu trabalho sozinho. Não quero ter você como peso.”

“Eu não vou ser um peso. Vou apenas assistir de longe. Por favor!”

“Não, é arriscado para você. E também não quero ver ... Não importa. Volte para zona segura.” As mortes que eu presenciei ainda estavam gravadas em minha memória. Não importava quem fosse, eu não queria ver mais ninguém morrer na minha frente.

Me virei e continuei minha caminhada, impedindo que a conversa se alongasse.

“Você vai simplesmente me deixar aqui?! Sozinha?”

“Use um cristal de teleporte, é mais rápido e seguro.”

Ela correu e passou na minha frente para me encarar. Eu apenas a ignorei e continuei em frente. Porém ela ainda continuou insistindo. Após alguns metros, eu parei para ver o que ela tinha a me dizer.

“Por favor. Eu juro que não vou fazer nada, só vou ficar observando de longe.”

“Não. Definitivamente, não.” Desviei dela e continuei meu caminho. Insistentemente ela ainda continuou me seguindo, mantendo alguns metros de distância mas sem se esconder.

Encontrei algumas criaturas durante o caminho, mas nem uma delas eram difíceis. Como havia dito, Nagi ficou apenas observando. Apesar de sua inofensiva aparência, ela com certeza tinha a habilidade de se ocultar maximizada, pois a minha habilidade de escanear não a detectava. “Sendo assim, talvez seja possível ela me acompanhar.”

“Certo... Você não vai desistir, não é?” Por causa do meu comentário, ela parou e começou a me olhar com um pouco de hesitação.

“Não”

“Tudo bem. Você pode vir.”

“Obrigada!”

“Mas com uma condição. Você não deve interferir, não importa o que aconteça. Isso vai ser extremamente perigoso, até mesmo para mim.” Ela concordou sorridentemente. Depois continuamos nosso caminho, só que desta vez ela estava ao meu lado.

“Você é sempre assim?” perguntou Nagi timidamente, enquanto olhava para as árvores.

“Assim como?”

“Hum... sério, calado, sozinho...”

“Prefiro ficar sozinho por causa do estilo que eu jogo. Não gosto de depender de ninguém ou que alguém dependa de mim.”

“Hum... mas todas as pessoas deveriam se unir para finalizar esse jogo...”

“Nem todos que estão aprisionados aqui são vítimas.”

Após o meu comentário, a conversa se cessou por um tempo. Também estávamos chegando perto do nosso destino.

“Estamos perto da entrada da caverna onde Kisaro está vivendo. Cuidado agora.” Nagi apenas concordou com a cabeça e seguimos para o local.

A entrada era do tamanho de uma porta dupla que ficava entre duas rochas e um tronco atravessado na parte de cima. Dali para frente, a floresta começava a ficar inclinada por conta da montanha, o que dava impressão que a caverna era imensa.

“Esse lugar... Talvez não seja um lugar muito fácil de ser explorado.” Meu mapa não possuía nenhum tipo de informação de como era o interior da caverna.

“Não é melhor esperar?” perguntou Nagi.

“Esperar?”

“Sim. Esperar ele sair e emboscá-lo. Vai ser mais fácil e desse modo não precisamos nos arriscar em cair numa armadilha entrando na caverna.”

Não queria admitir mas essa era uma excelente ideia. Era um plano seguro, mas que exigia paciência.

“Você tem razão, vamos esperar.” Procurei por um local mais alto e informei Nagi. Acabamos ficando de campana num pequeno amontoado de pedras, próximo à caverna. De lá, era possível enxergar os arredores e a entrando, sendo impossível alguém entrar ou sair sem ser visto.

Já tinha passado da hora do almoço e não eu havia comido nada desde que acordei. Fazer uma refeição no local era, no mínimo, perigoso. Por causa disso, simplesmente me mantive em observar em volta para distrair minha fome. Nagi, por outro lado, tirou um pequeno pão de seu inventario e o comeu rapidamente.

“Devia fazer o mesmo. É bem provável que isso demore.” Seguindo o conselho de Nagi, eu peguei uma das frutas que eu mais gostava de Aincrad. O nome dela era Arashitau, e seu gosto se assemelhava bastante a uma Pera, fruta que eu gostava bastante, mas que não era muito cultivada no Japão.

As horas passaram bem lentamente. A ansiedade e agonia se espelhavam em nossas expressões a cada barulho suspeito, que mais tarde revelava-se nada mais do que algum monstro passado por perto. E foi nesse cenário que a noite caiu.

“Será que estou no local certo? Ou a informação que Koji-san me passou, é realmente verdadeira?” A ansiedade me fazia ficar cada vez mais nervoso diante daquele lugar. Nagi parecia estar se sentido igual.

“Ah! Já chega! Porque não invadimos logo o lugar!?” Nagi foi a primeira a perder a paciência. Apesar de querer concordar com ela, eu me contive.

“Não. Talvez só erramos o horário. Esses PK’s costumam ser jogadores noturnos. Se entrarmos agora temos grandes chances de nos darmos de cara com uma grande quantidade deles acordados.”

“Então o que você sugere?”

“Vamos esperar. Talvez agora eles saiam e assim continuamos com o plano original. Se não, esperamos até os primeiros raios de luz e atacamos, é nesse horário que eles vão descansar.”

Nagi fez uma careta de desaprovação, mas se conformou e voltou a ficar escondida. As horas continuaram a passar vagarosamente e o sono já quase me dominava. Quando olhei o relógio, ele marcava 5:17 AM.

“Ei... Nagi... Acorda.”

“Eu to acordada! Não consegui dormir nem um pouco.”

“Certo... Não tenho certeza, já ficamos aqui por muito tempo e não vimos nenhum player desde que chegamos. Talvez este não seja o esconderijo de Kisaro. Mas ainda assim, vamos entrar para conferir.”

Juntos adentramos a caverna, nada parecia fora do comum. Sua aparência interna não era nada anormal, tendo as mesmas características de uma mina abandonada. Após alguns minutos de caminha, chegamos ao fundo do único túnel que ligava à entrada.

“É só isso? Parecia bem maior lá de fora.” Enquanto Nagi se indignava, eu comecei a procurar por pistas pelo local. Ao perceber uma fenda estranha no chão, me agachei e comecei a analisá-la. Curiosa, Nagi veio até onde eu estava para verificar a estranha fenda.

“Estranho... Parece que tem algo aqui embaixo. Estou sentindo uma corrente de ar saindo daqui”

“Verdade... Como vamos abri-la?”

“Hum... Acho que-!!” Sem aviso prévio a fenda se abriu revelando um alçapão que nos engoliu.

Caímos numa espécie de escorregador, cujo o destino eu não sabia. Durante a descida não era possível enxergar nada por causa da escuridão. Eu sabia que Nagi estava do meu lado pelo seus gritos.

Tentando me estabilizar durante a queda, eu finquei minha lâmina oculta no chão, utilizando-a como um freio até que parasse. Antes de parar completamente, segurei o corpo de Nagi com o braço direito.

“Argh... ela é... pesada...” quando consegui segurá-la, senti um forte tranco que quase fez minha lâmina oculta se soltar.

Breves segundos passaram enquanto nós dois estávamos ali pendurados. Nagi começou a se mexer.

“Você está bem?”

“KYAHHHH!! AI NÃOOOO!!!” Nagi me surpreendeu com um soco bem no queixo, que fez com que eu perdesse o equilíbrio e soltasse a lâmina oculta, fazendo nós escorregarmos novamente.

Ainda confuso pelo golpe inesperado, eu não era capaz de me orientar. De repente o caminho escorregadio que parecia um tobogã, nos arremessou para o meio da escuridão. Eu caí de costa para o chão e logo depois Nagi aterrissou em cima de mim.

Nós tínhamos sido jogados para dentro de um salão que possuía um candelabro pendurado no teto que fornecia a única luz no lugar. Mas para onde quer que olhasse, não era possível enxergar os limites do salão que se perdiam no meio da escuridão.

“Você está... Por que você fez aquilo?!” Quando fiz a pergunta para Nagi, ela olhou para mim com uma expressão furiosa enquanto tentava esconder o seu corpo com sua capa.

“Hi... acho que toquei onde não devia.”

Naquele momento, uma tocha se acendeu a uns vinte metros de distância, numa parte mais elevada do salão. O cursor de dois jogadores apareceu, porém não era possível enxergar quem exatamente eram, pois ambos estavam à frente da tocha. Um deles estava sentado e o outro estava em pé ao lado.

“Bem vindos à Cova” Uma voz firme e grave ecoou pelo salão. Deduzi que era do jogador que estava sentado mesmo não sabendo de quem se tratava. “Fiquei esperando horas, vocês entrarem. Mas enfim.” O que estava em pé pegou a tocha e levemente a encostou em uma espécie de beiral que ficava na parede. O Fogo da tocha se alastrou no beiral que circulava todo o lugar, gerando luz suficiente para iluminar o grande salão.

“Droga...” O salão parecia com uma arena onde eu e Nagi estávamos no centro e, em volta, onde pareciam ser as arquibancadas, estavam diversos outros jogadores, todos eles com cursores laranja.

Singelamente desembainhei minha espada. Nagi se manteve imóvel.

“Há! Não acredito que mesmo nessa situação, você ainda pretendam lutar. É provável que não me conheça.” O jogador que estava sentado, levantou-se e caminho para a borda da arquibancada. Ele tinha um pouco mais de dois metros de altura, era grande e musculoso. Seu cabelo era preto com corte estilo militar e um cavanhaque que lhe rendia a aparência de alguém mais velho, em torno dos trinta. Ele estava com uma armadura pesada bem rudimentar, feita com placas de metal que cobriam apenas algumas áreas de seu enorme corpo. “Eu sou Kisaro! Líder dos Desordeiros.” O Jogadores laranjas em volta bateram suas lanças no chão reafirmando as palavras de seu líder.

Neste exato momento, Nagi retirou sua capa jogando-a para trás. Ao mesmo tempo, ela fez gestos com sua mão direita para chamar e acessar o menu, mas que foram tão rápidos que eu não fui capaz de dizer exatamente o que ela tinha feito. Mas minha surpresa maior foi quando notei sua aparência. Ela usava uma armadura pesada ornamentada com detalhes dourados, que cobria todo o seu corpo. Segundos depois um grande martelo de guerra com haste longa se materializou em sua mão. Este também era uma arma ornamenta feita de metal nobre com detalhe dourados.

“Eu já estava te esperando faz tempo. Mas, quem é este que esta te acompanhando?” Eu não liguei para a pergunta de Kisaro, porém eu havia sentido que ela não tinha sido dirigida a mim. Meus pensamentos estavam voltados para encontrar alguma rota de fuga.

Felizmente achei um portão que estava aberto. Sem hesitar peguei a mão de Nagi e a puxei, antes que os PK’s percebessem minhas intenções.

“O que você es- “

“Vem logo!” Assim que começamos a correr até o portão, escutei diversos sons de armas sendo desembainhadas e passos apressados. O número de PK’s que nos cercavam era em torno de vinte, provavelmente todo o clã de Kisaro. Por causa da linha de frente estar próxima deste andar, tinha grandes chances da maioria dos jogadores serem fortes o suficientes para suportá-la. Em combate, eu com certeza poderia vencer dois ou até três, mas vinte jogadores estava fora de questão.

Alcançamos o portão que dava em um túnel pouco iluminado. Algumas tochas marcavam o caminho, entretanto não existia nenhum tipo de sinalização que mostrava para onde ele dava.

Os gritos e os sons de passos dos PK’s se aproximavam de nós a uma velocidade de que não era possível escapar. Encontramos uma bifurcação no caminho e sem tempo para decisões, pegamos o caminho da direita. Logo mais à frente mais outra bifurcação, aleatoriamente escolhemos um lado.

Nagi, que estava a minha frente, parou por um momento para olhar para trás.

“Vai, vai, vai! Não olha para trás não!”

“Não dá! É um beco sem saída!”

“Droga... e agora?” Os sons dos PK’s chegando começou a me apavorar. Meu coração batia muito rápido. Dessa vez eram muitos para enfrentar, num combate direto o número deles com certeza iria me sobrepor. O local era um beco escuro que me dava total desvantagem, e não tinha nada que pudesse utilizar para enfrentá-los. “Já sei!”

“Apaga a tocha!”

“O que?!”

“Anda, apaga logo!” Apaguei a tocha e o breu nos engoliu. Não era possível enxergar mais nada. Peguei Nagi pelo braço e a coloquei contra a parede.

“E-E-Espera! O-O que vo-você ta fazendo?”

“Fique quieta!” As luzes das tochas dos PK’s indicavam o quão próximos eles estavam. Coloquei meu capuz e fiquei de frente com Nagi, que estava encostada na parede. Para que os detalhes dourados da armadura dela não refletissem a luz e entregassem nossa posição, eu tentei cobri-la um pouco com a minha capa.

“Hih! A sua mão, ela está...”

“Ahn? Minhas mãos estão encostadas na parede.”

“HAN? E-Então o que é...?”

“Ssshhh, eles estão perto!”

Os PK’s nos alcançaram e perceberam o beco sem saída. Muitos deles estavam quase que encostados com a gente. Meu coração estava muito acelerado, mas agora não era só por causa deles. A luz fraca das tochas nos iluminava um pouco, assim eu puder ver o rosto de Nagi. Ela estava encolhida e completamente corada.

“Eu tenho certeza que eles vieram pra cá! Iluminem melhor o lugar!” disse um dos PK’s que estava mais à frente.

“Vamos devagar... caminha para a sua esquerda...” sussurrei bem baixo para Nagi enquanto os PK’s discutiam entre si. Ela acenou com a cabeça e começamos a nos mover vagarosamente encostados na parede da caverna.

A minha capa ajudava a nos camuflar com as paredes, mas o que valia mesmo era o nível da nossa habilidade de se ocultar, que pra variar, o de Nagi parecia estar no máximo.

Meu plano era tentar nos misturar com os PK’s e depois tentar sair de fininho sem sermos percebidos. Quando finalmente estávamos mais ou menos no meio do grupo dos PK’s, seria a hora mais difícil do nosso plano. O momento em que nós tínhamos que nos desencostar da parede e entrar no meio deles, sem que ninguém visse esse movimento para não suspeitar. Uma vez no meio deles, seria fácil fingir que também fazíamos parte do grupo. Porém Nagi não estava usando a capa. Então eu a abracei e colei o corpo dela ao meu.

“Ah... você...” Nagi tentou de tudo para abafar sua voz. Era óbvio que ela estava com muita raiva, entretanto o momento pedia extremo silêncio. Por sorte a conversa dos PK’s era alta o suficiente para abafar qualquer ruído nosso.

Quando abracei Nagi, percebi que ela era menor do que eu, então encostei a cabeça dela no meu peito e a enrolei na capa comigo, dessa forma fingíamos ser uma única pessoa. Num movimento rápido, saí da parede e entrei no meio dos PK’s. Ninguém nos percebeu e muitos deles passaram do nosso lado. A atenção deles estava voltada para as paredes, tentando encontrar alguma passagem. Outros mais espertos, procuravam no teto algo que desse alguma pista. Nossa altura abaixo da média também nos ajudava a ficarmos melhor escondidos, pois ainda assim tínhamos que andar em sincronia, se não eles perceberiam o par de pernas a mais. A habilidade de se ocultar de Nagi ajudava também a não mostrar o seu cursor e barra de HP. Definitivamente era um plano brilhante.

“Você me paga...” sussurrou Nagi em protesto. Sem perceber ela tropeçou em uma pedra e me empurrou para o lado de um dos PK’s.

“Ei! Olha por onde anda!” Resmungou o PK após eu ter esbarrado nele. Eu não sabia o que responder para ele. Um simples ‘Me desculpe’ seria algo que um PK não diria, por isso fiquei em silêncio fingindo não ser comigo. “Hump!” O PK apenas voltou a sua atenção para a caverna novamente. Soltei minha respiração aliviando um pouco minha tenção. Porém um outro PK ficou de frente comigo e começou a olhar acima da minha cabeça.

“Ei cara. Seu cursor, ficou verde.” Avisou o PK. Meu coração acelerou. Eu não sabia o que responder e por causa deste comentário, muitos outros também olharam o meu cursor.

“Nagi, agora!” tirei minha capa que escondia a presença da garota. Ela equipou seu imenso martelo numa velocidade que não pude acompanhar.

Com um grito de guerra, ela acertou o peito do PK que estava a nossa frente, jogando-o contra a parede e instantaneamente deixando-o inconsciente. Foi um golpe extremamente forte. Eu não tinha ideia que Nagi era uma guerreira com tamanha força, antes de entrarmos na caverna ela deu a perceber que era apenas uma jogadora dos andares intermediários. O que me levava a crer que ela estava mentindo em algo para mim. Entretanto aquele momento não era para isso, e a força dela era muito bem-vinda.

Da mesma forma que ela acertou o primeiro PK, Nagi girou o martelo, colocou na vertical e golpeou um outro PK mais a sua frente. A cena foi quase a de um martelo batendo em um prego, o PK foi esmagado sem chance de se defender. Ao mesmo tempo eu defletia os ataques dos inimigos com minha espada, tentando ao máximo desorganiza-los, para que eles não fizessem uma formação que limitassem nossos movimentos.

Minha habilidade com uma espada já estava maximizada e minha build estava mais voltada para agilidade, o que me dava um boa vantagem em combate contra grupos.

Mas o número de jogadores PK era grande para apenas nós dois. Muitos deles estavam usando armas de haste longa o que fazia com que nós recuássemos alguns passos. Quando me dei conta, Nagi já não conseguia executar seus movimentos por causa do pequeno espaço do túnel da caverna e do número de lanças que estava apontadas para ela.

Sem tempo para hesitação, tentei fazer movimentos acrobáticos utilizando a parede. Cheguei a pular no meio de um monte deles, de uma maneira que nem uma lança me perfurasse. Quando toquei o solo, soltei as mais variadas habilidades de ataques em área. Acertei diversos deles, mas os outros já se reorganizavam para uma contra investida. Tudo o que pude fazer foi recuar novamente para onde Nagi estava.

O combate se estendeu por mais alguns segundos. A desvantagem numérica era clara. Tentávamos de tudo para manter as pontas das lanças longes dos nossos corpos. Nagi usava todo o espaço que tinha, e o que não tinha, para realizar seus golpes, sendo alguns deles parecerem ser direcionados a mim.

Quando Nagi levantou sua grande arma de haste longa, uma enorme mão agarrou a cabeça do martelo e depois a puxou, fazendo ela perder totalmente o equilíbrio e cair. Não pude fazer nada para ajudá-la, os adversários estavam me mantendo ocupado.

Nos intervalos dos golpes de ataque e movimentos de defesa, tentava observar Nagi para ver o que havia acontecido com ela. Porém muitos inimigos já estavam a minha volta tampando minha visão. Ainda preocupado fiquei atento para qualquer som que indicasse a morte de Nagi. Estava me preparando para o pior, sabia que se continuasse dessa forma eu não duraria muito tempo.

“Já Chega!” Os PK’s imediatamente pararam de realizar seus ataques. Parei e fiquei observando eles por um instante. Meu HP estava em 60%. Nem um ataque me acertou diretamente, mas o simples fato de defendê-los já baixava um pouco a minha barra de HP.

Um círculo de PK’s foi montado em minha volta. Todos eles estavam com suas lanças apontadas para mim. Se todos atacassem ao mesmo tempo, eu não teria como escapar. Pude escutar muitos movimento atrás da parede de inimigos. Pareciam que estavam armando algo.

Então o círculo de jogadores se abriu e Kisaro apareceu.

“Acho que ainda não sei quem você é.” Ao lado de Kisaro, Nagi estava de joelhos com as mãos amarradas nas costas. Um dos PK’s estava atrás dela segurando seus cabelos com uma espada apontada para sua garganta. Ela tinha uma expressão de dor e raiva misturadas.

Puxei meu capuz revelando meu rosto e encarei Kisaro.

“Hum... É claro! Você é o Lobo-Prateado! HAHAHA!” Quando Kisaro disse meu apelido, os PK’s a minha volta começaram a cochichar entre si. Essa era uma reação que acontecia com frequência quando eu me revelava. De certa forma isso me deixou um pouco mais aliviado, pois quando me revelo, meus inimigos começam a hesitar. “Não acredito que nos encontraríamos justo aqui! Bem no fundo do meu lar!”

“Solte-a! Ela não tem nada a ver com isso!” Interrompi Kisaro antes que ele continuasse. A princípio ele fez uma cara de quem não gostou, mas logo depois deu uma gargalhada sinistra que foi seguida de muitas outras, vindas de seus companheiros.

Ela?! Não tem nada a ver com isso?!” E novamente as gargalhadas se ecoaram pelos túneis da caverna. “Você tem certeza de que conhece ela?” As risadas não paravam, cheguei a ficar irritado com isso. Olhei diretamente no rosto de Nagi para ver se eu entendia algo. Ela simplesmente virou o rosto para não me olhar nos olhos.

“Chega... Parem seus imbecis, já deu... Hehehe... Nosso ilustre visitante está ficando com cara de idiota...” De pouco a pouco as risadas foram se minimizando até acabar. “Mas sejamos sinceros, ela falou o verdadeiro nome para você, Lobo-san?”

Apenas duvidas vieram em minha cabeça. Ela no mínimo tinha escondido suas habilidades, talvez por segurança. Com tudo, eu acabara de conhece-la e não sabia do que ela seria capaz para conseguir o que quer. Meu silêncio apenas deu uma expressão sorridente a Kisaro.

“Bom, não sei qual o nome que ela usou para falar com você. Mas acho que já deve ter ouvido falar da Megitsune¹, não é?” O nome era familiar, mas eu não conseguia lembrar onde o vi. Após alguns momento minha mente se clareou. “Ah isso! Era essa expressão que eu queria ver! HAHAHAHA!”

“Megitsune... ela?” Eu havia me lembrado. No antigo rank de caçadores, disputando o top 5, tinha uma jogadora com o apelido Megitsune. Como no meu caso todos só me conheciam pelo apelido e não pelo nome. Diziam que ela estava sempre caçando sozinha e usava uma técnica muito diferente das que os outros caçadores usavam.

“Eu sabia que Megitsune viria mais cedo ou mais tarde. Por isso coloquei jogadores vigiando o portal de teleporte nesse andar. A minha cabeça está em prêmio alto e ela já tinha mostrado interesse a muito tempo em mim. Porém ela não sabia que também estava com um prêmio muito bom pela sua cabeça.” Kisaro caminhava de um lado para o outro sempre olhando para Nagi. “Mas o mais interessante foi que ela trouxe mais alguém junto. E esse alguém não é qualquer um! É apenas o maior prêmio de todos! HAHAHA!”

Não entendia o que ele queria dizer com prêmio, mas estava prestes a descobrir. Os restantes da guilda dos PK’s ainda continuavam apostos. Eu esperava alguma distração deles para poder abrir uma brecha, mas ao mesmo tempo não queria deixar Nagi nas mãos de Kisaro.

“Acho que pra vocês, que não estarão mais presentes daqui a pouco, eu posso contar o que realmente os Renegados são. Durante muito tempo, nós, subalternos que lutamos pela sobrevivência na lei do mais forte e não do mais numeroso. Viemos sofrendo diversas repressões de vocês, caçadores. Por essa razão decidimos nos juntar. E ao que parecia, nós não éramos os únicos que também estavam com raiva dos caçadores.” Kisaro deu um sorriso grande e assustador. “Com a ajuda desses nossos ‘Clientes’ que também não gostam de vocês, criamos um sistema baseado no que o castelo de ferro negro é para vocês e assim nasceu a primeira guilda de assassinos de aluguel de Aincrad. Claro, assassinos de aluguel já existem a um tempo, mas nós somos os primeiros a contar com um sistema completo de missões e caçadas em grupo. Resumindo somos o lado oposto de vocês nesse mundo!”

Tentei absorver a explicação que Kisaro acabara de falar, mas eu nunca tinha escutado algo assim. Um sistema de assassinos de aluguel. Se isso fosse mais à frente e com o poderio militar que eles tinham, provavelmente a linha de frente seria destruída a curto prazo.

“Mas me diga Lobo-san. Antes que o fim comece, quero saber mais como a Megitsune-san lhe ‘enganou’ para acompanha-la até aqui.” Muitos dos PK’s já começaram a dar risadas do que Kisaro disse.

Apenas olhei novamente para Nagi, tentando ver credibilidade em seus olhos ou alguma coisa que explicasse o que Kisaro queria dizer.

“HÁ! Ela deve ter jogado uma das historinhas preferidas dela de novo, não é?” O que Kisaro dizia era apenas para me provocar, mas parecia que no fundo tinha uma verdade nisso pois Nagi não reagia. “Espera! Você não conhece os métodos de caçada da Megitsune?”

“Do que você está falando?” Minha pergunta fez apenas com que Kisaro começasse a rir novamente.

“É claro! Hahaha! Você é o maior, o mais foda. O intocável. Com certeza nem se interessa pelos que estão mais abaixo de você.”

Esse tom, esse jeito de falar, me irritava mais do que tudo em Kisaro. Cerrei meus punhos e olhei em volta procurando um jeito de mudar a situação. Mas os PK’s ainda se mantinham em alerta comigo. Eu não podia fazer nada, qualquer movimento poderia significar meu fim ou o de Nagi. Kisaro por outro lado estava apenas enrolando para se divertir um pouco.

“A Megitsune. Ela se destaca entre os caçadores por causa da sua grande astúcia. O que também lhe rendeu um grande número de inimigos.” Kisaro parou em frente de Nagi e segurou a cabeça dela, forçando-a a encará-lo. “Seduzindo os homens com esse rostinho lindo, ela faz com os alvos ‘abusem’ de seu corpo para que o aviso de assédio do sistema apareça. Dessa forma ela os envia direto para o castelo de ferro negro! HAHA! Eu a odeio, mas tenho que admitir. É genial! Ela captura os mais diversos tipos de alvos sem levantar a sua arma! Um bom tanto de conhecido meu caiu nas garras dela.”

Nagi cuspiu na cara de Kisaro, mas ele nem ligou. Apenas se divertiu mais ainda com o nível que ela tinha chegado.

“Então? Qual foi a história?” Kisaro ainda insistia nessa pergunta. Só que agora era diferente. Percebi que Nagi não era alguém confiável “Acho que você não está acreditando em mim, não é? Pois bem. Vejamos... Ela simplesmente pareceu pra você e disse que estava sendo perseguida por algo?” Minha paciência já se estava esgotada, não suportava mais ouvi-lo. “Então foi aquela onde ela diz: ‘OH por favor me ajude, um homem mal estava querendo me pegar.’ HAHAHA! Não foi? Ah! Então talvez foi aquela onde ela diz que você vai ganhar uma recompensa muito boa. Não? Não é? Ah então com certeza foi aquela do namorado: ‘Quero vingança contra ele, mas não sou forte o suficiente, por favor me ajude!’”

“MALDITO!” Já tinha passado do limite da minha paciência. Não aguentei e acabei explodindo de raiva. Quando ia puxar minha espada da bainha, uma lança perfurou meu ombro direito.

Uma dor horrível irrompeu de onde a arma me atingira, logo vi a sua ponta ao lado do meu rosto. O PK que a empunhava estava manipulando-a em minhas costas fazendo com que me causasse mais dor ainda. Meu HP estava em 40% e caindo. O dano de perfuração não era tão alto, porém o problema maior era o status que deixava, Sangramento. Que fazia com que os pontos de HP fossem caindo sem parar. Por minha sorte, eu possuía uma habilidade passiva que o regenerava. Dessa forma os pontos que eu pedia minha habilidade recuperava, estagnando a barra de HP. O status de Sangramento só desapareceria após alguns minutos depois que a arma que o causo fosse retirada da ferida. No meu caso o PK a mantinha firme para me ter sob controle.

Kisaro continuou rindo com mais intensidade desse vez. A alegria dele me enojava. Um jogador desprezível que não mereceria piedade alguma.

“ISSO! Era essa expressão que eu queria ver! A expressão de um lobo raivoso! Devo reconhecer Lobo-san. Seu rosnado deve botar medo em muitos jogadores. Porém cão que ladra, não morde...”

“Acho... que no meu caso, você não deveria considerar isso...” Apesar da ferida ter apagado minha força de vontade, eu não queria deixar Kisaro falar o que viesse a mente.

Kisaro ficou inexpressível com minha interrupção. Só que por final ele apenas deu um sorriso sem graça.

“Não gosta de ser provocado, não é? Bom vamos acabar logo com isso.”

“Devemos matá-los aqui, senhor?” Perguntou o PK que estava segurando a lança ficando em meu ombro.

“Não. Estou pensando em algo mais divertido de se fazer. Na verdade quero ver até onde eles são capazes de chegar.” Kisaro se afastou de Nagi, indo em minha direção. Antes de chegar aonde eu estava, ele se virou para uma parede e ficou encarando uma pedra marrom que estava grudada no alto quase encostando no teto. Esticou se até ela e a retirou. Despois de limpa-la um pouco eu puder ver claramente. Era um cristal parecido com o de teleporte, só que ele não estava lapidado e refiando como os que compramos de NPC’s. Este parecia ser o cristal em sua forma bruta.

“Lobo-san, você já parou para pensar em como é que os PK’s trocam de andar? Sendo que todos os portais normalmente possuem vigias NPC’s que atacam qualquer jogador com o cursor laranja?” Essa era uma questão que nunca foi resolvida, e que os caçadores sempre tentaram descobrir. “Então. Essa caverna ao qual eu dei o nome de ‘A Cova’, originalmente era uma mina de cristais de teleporte. Que chamamos de cavernal dimensional e ela está ligada a outros andares de Aincrad. Os cristais que coletamos aqui não são produtos prontos que compramos de NPC’s. São literalmente matéria prima. E como dizem, são cristais de teleporte, só que em cada andar existem diversos tipos de cristais nessas cavernas dimensionais. E por causa de não serem refinados, não dá pra saber exatamente o local onde os portais são abertos. Entretanto é possível saber qual andar onde eles vão parar. Por exemplo este eu sei que leva até o 68° Andar, que é a linha de frente.”

Kisaro apontou o cristal para perto da parede e disse algumas palavras que não pude escutar, provavelmente eram as que ativavam o cristal. Um portal do tamanho de uma porta dupla se abriu, ele mostrava um lugar bem claro que de relance não reconheci.

“Tragam-no aqui perto”. Dois PK’s me seguraram pelos braços, um de cada lado. Depois o que estava atrás de mim retirou a lança do meu ombro. A princípio senti um alivio, mas o medo estava me dominando. “Bom, onde nós estávamos? A sim, a parte que agora vocês desaparecem desse mundo. Então, nós ainda não somos muito conhecidos então evitamos matar os outros jogadores diretamente para que não chamemos atenção da linha de frente como a Laughing Coffin.” Kisaro foi até onde Nagi estava novamente. “Por isso os métodos que usamos para eliminar prisioneiros é jogarmos eles em algum local perigoso na linha de frente para que morram para monstros ou outras armadilhas.” Kisaro puxou Nagi pelos cabelos para se levantar. Enquanto isso, outros PK’s pegaram minhas pedras de teleporte e minhas poções de cura que estava sempre à mão em meu sinto. “E vocês tiveram sorte! Aliás... azar... Hehe. Já ouviu falar do Deserto da Perdição?”

Eu já tinha ouvido falar esse nome recentemente, mas não me recordava no momento. Kisaro fez novamente o que eu odiava, interpretou minha expressão e continuou falando.

“Não conhece? Então, esse lugar ele tem... AH que seja, você vai descobrir!” Os PK’s me seguraram de um modo que ficasse na beira do portal, só que de costas. A minha frente a uns 10 metros estava Nagi sendo arrastada por Kisaro. Sem nem um comentário a mais, ele simplesmente a arremessou na minha direção. Momentos antes dela me atingir, os PK’s me soltaram. Nagi me acertou em cheio e atravessamos juntos o portal.

Do outro lado caímos de uma altura de mais ou menos dois andares. Eu cai de costas num chão seco e árido. Novamente, Nagi caiu em cima de mim. Ela rolou e ficou imóvel no chão, parecendo estar desacordada.

O portal acima de nós logo se fechou. Olhei em volta para tentar identificar o local e achar alguma roda de fuga. Vi apenas um deserto seco e gigantesco, Com Pedras grandes e deformadas pelas eras, se assemelhava muito ao deserto do Arizona na América do norte. Por mais que me esforçasse, eu não conseguia enxergar os seus limites. Também não acreditava que algo tão grande poderia caber em apenas um andar.

“Mas que lugar é esse?!”


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Notas finais do capítulo

Megitsune¹ - significa algo como “Raposa-mulher” ou, menos literalmente, “Sedutora e Enganadora”.

Ufa! Depois de umas 5 tentativas falhas de postagem, finalmente foi! rs
A partir de agora vou tentar manter um ritmo, postando um capitulo mensal, sempre mais ou menos do mesmo tamanho. Então teremos capítulos novos todo final ou comecinho do mês.
Gostaria de saber também o que vocês acharam dos novos personagens e suas personalidades =D (Lembrando, deixar um comentário com sua opinião, pode ajuda a melhorar as características de escrita do autor)



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