Uma semana se passou desde que vi Edward, estava voltando do hospital, tinha ido retirar meus pontos. Mesmo de férias eu tinha que ir ao escritório hoje, os decoradores tinham terminado de arrumar meu escritório e a empresa e eu precisava liberá-los. Cheguei em casa e tomei um banho rápido para ir para a empresa, precisaria estar lá em 20 minutos, coloquei uma roupa qualquer e desci, meu carro já havia chegado o que facilitaria as coisas.

Cheguei à empresa em cima da hora, minha nova secretária já estava na minha sala me esperando.

- Bom dia, Srta. Swan! Sou Ângela Weber, sua nova secretária. – Ângela me estendeu sua mãe e eu prontamente retribui – Sinto muito incomodá-la durante suas férias, mas a empresa de decoração precisava de sua assinatura para finalizarem o serviço.

- Sem problemas, Ângela. Foi bom mesmo eu ter vindo, assim aproveito e conheço a empresa. Onde está a papelada pra eu assinar? – ela depositou vários papéis em cima da minha mesa.

- Aceita um café, Srta. Swan?

- Claro, e pode me chamar de Bella. Eu não gosto de ser chamada de Srta. Pegue um café pra você também, preciso ficar à par dos acontecimentos na empresa e você vai me ajudar e depois me levara para um tour por aqui.

- Ok.

Ângela saiu da sala e eu continuei concentrada nos papéis a minha frente. Me celular começou a tocar e eu corri para atendê-lo, era Alice.

- Bom dia Alice! – atendi sorrindo.

- Bom dia Bella, tudo bem? – ela falou bufando.

- Tudo, porque me ligou tão cedo?

- Bella, são 9h da manhã, e já não é mais tão cedo assim. Onde você está? Eu estou na porta do seu apartamento há meia hora e você não me atende.

- Eu estou na empresa Alice! Eu tive que vir hoje, pra assinar uns papéis.

- Mas é sábado! Que horas você sai?

- Eu só precisaria assinar os papéis e sair, mas como já estou aqui vou conhecer a empresa e ficar sabendo como funcionam as coisas por aqui. Devo sair umas 18h.

- Ótimo, quando sair vai direto pra minha casa, hoje tem jantar com os padrinhos. Eu não quero desculpas. – ela provavelmente disse isso porque Edward vai estar lá.

- Hun, ok. Eu só vou passar na minha casa pra me trocar, tudo bem? – eu ia pra casa e depois daria uma desculpa pra me ausentar do jantar.

- Não, eu te conheço, isso é só uma desculpa pra você não ir pra lá depois. Você tem que ir, qualquer coisa você se troca em casa. Beijos, te amo.

Ela desligou na minha cara, mas que vidente mal-educada, ela adivinhou meus planos de fugir desse jantar e desse encontro com Edward.

Minha tarde passou mais rápido do que eu podia esperar, e já era hora do tal jantar de padrinhos na casa de Alice. Liguei pra ela avisando que eu iria levar os vinhos e só pedi o endereço daquela mini-adega que ela falou.

Fui em direção a mansão dos Cullen bem devagar, mas não fiquei feliz em ainda saber o caminho. Quando cheguei, em frente à casa tinham três belos carros, a BMW conversível de Rose, o porshe da Alice, e um Volvo prateado. Bati na porta.

- Oi Bella, tudo bem? Deixe-me ajudá-la com isso. – Edward disse tirando as sacolas de vinho da minha mão – Entre, fique a vontade a casa é sua.

- Obrigada. – ele se virou e eu pude voltar a respirar e piscar, o perfume dele me causava sérios problemas.

Ele estava muito gostoso naquela roupa, uma calça jeans escura, uma camisa pólo e um tênis de marca. Eu fiquei imaginando o que ele usava por debaixo das calças. Foco Isabella, foco! Mas que culpa eu tenho se esse cachorro que eu devia odiar, mas amo tanto, só tinha ficado mais gostoso com o tempo. Se seus olhos ainda tinham um poder hipnotizante em mim, se sua voz me deixava arrepiada só de ouvir, imagina se ele falasse pertinho do meu ouvido com ela. Seu cheiro me inebriava. Ele ficou mais bonito e gostoso com o tempo, isso era um fato. Eu tinha certeza que ele iria ser minha maior perdição essa noite. Acho melhor eu ficar longe do vinho.

- Alô, Bella. – Alice passava a mão na frente dos meus olhos. Chegou perto do meu ouvido – Sabe, não é educado ficar olhando pra bunda das pessoas descaradamente, e muito menos babar. Mas eu não te culpo, ele está gostoso mesmo. A propósito, você está muito sexy com essa roupa! – e me deu uma piscada.

- Valeu, pelo elogio e por me impedir de babar – ela deu uma gargalhada.

- Vai, sai da porta agora Bella. Só estávamos te esperando pra jantar. – pegou meu casaco e bolsa e os pendurou atrás da porta.

- Onde estão Carlisle e Esme? Estou com saudades dos dois. – perguntei

- Eles foram passar esse final de semana em algum lugar, para aproveitar a folga do meu pai do consultório. Deixaram a casa só para nós. Inclusive, você vai dormir aqui hoje, arrumei o quarto de hóspedes para você, nós vamos beber muito e eu não vou deixar você voltar bêbada pra casa.

- Sem chances, eu não tenho roupa, escova de dente e nem meu shampoo preferido!

- Eu pensei em tudo, você não ouviu o que eu disse? O quarto de hóspedes está preparado para VOCÊ! Isso significa: tudo o que você precisa está lá. – ela sorriu – esqueceu que eu penso em tudo?

- Ok, ok. Eu durmo aqui se isso é o que você deseja.

- Oi Bella! – Senti meus pés perderem o chão e no mesmo minuto eu estava no ombro de Emm.

- Oi Ursão! Eu também estava com saudade. Agora me põe no chão que eu quero cumprimentar a Rose e o Jazz. – ele me desceu.

- Oi Rose! Hun, está cheirosa, hein? – soltei do abraço.

- É importado, meu amor! Pensa que eu gosto de coisa barata? – riu.

- Eu que o diga! – Emm respondeu de longe.

- Oi Jazz.

Fomos todos para a mesa de jantar, Alice serviu uma comida deliciosa. Alguma coisa italiana pelo que eu pude perceber, o vinho que eu comprei combinou perfeitamente. Ficamos conversando, bebendo e rindo de bobagens. A presença de Edward deixou de me incomodar na terceira taça de vinho e eu até conseguia dirigir pequenas frases para ele. Mas, de vez em quando nossos olhares se encontravam e eu sentia um arrepio percorrer meu corpo e minha boca formigar, eu necessitava dele, de sentir sua boca, de senti-lo. Foco, Isabella!

- O casamento será daqui a duas semanas, eu estou TÃO animada. Você já comprou seu vestido Bella? – Alice perguntou.

- Na realidade eu mandei fazer, a última prova é segunda. Já mandei fazer o do casamento de Rose também, pra não precisar correr com isso depois.

- Que ótimo Bella. O meu vestido chega no fim dessa semana.

- Vamos assistir a um filme? – Emm falou – Não quero ouvir falar de moda, me dá indigestão.

- Ok, mas antes as meninas vão arrumar a cozinha. Vocês podem ir arrumando o filme na sala de TV. – Alice comandou e nós a seguimos.

- E então Bella... Eu ainda não tive chance de perguntar o que aconteceu aquele dia na sua casa, você cortou a mão como? – Rose puxou assunto assim que chegamos à cozinha.

- O de sempre Rose, eu escorreguei! – elas riram – Ah, qual é? Vocês sabem como é difícil eu conseguir parar em pé! Fazia tanto tempo que eu não caia.

O papo continuou e elas continuaram a falar da minha falta de coordenação.

POV Alice

Esse jantar tinha sido planejado por mim e por Edward no dia em que Bella cortou sua mão, o reencontro foi mais fácil do que o planejado, já que Bella tem problemas demais com equilíbrio. Ela não deveria estar desconfiando, ninguém desconfia de mim, eu devo ter cara de boazinha ou coisa do tipo. Todo mundo cede as minhas chantagens, vontades.

O Edward ainda não sabia que Bella ia dormir aqui, essa com certeza seria uma surpresa para ele.

Terminamos de arrumar a cozinha rapidamente, chegamos na sala de TV. Jasper estava sentado em um dos sofás, Emm em outro, e Edward no último, e no único de dois lugares. Eles com certeza tinham combinado isso com os meninos. Até que ele é bem esperto. Cada um sentou com seu respectivo par, Bella, no entanto ficou parada na porta analisando o ambiente, depois de pensar um pouco em algumas coisas foi com a mais pura elegância e sensualidade sentar ao lado de Edward.

Já tínhamos assistido a um filme, e Jazz levantou para colocar outro.

- Alice, em que quarto vou ficar? – disse Bella se levantando. Edward me olhou espantado – Eu queria ficar mais, mas acordei muito cedo e estou morrendo de sono.

- Ah sim, Edward, leva a Bella pro quarto de hóspedes, por favor? – eu disse e já puxei assunto com Jazz para ninguém ter tempo de reclamar.

POV Edward

Alice é mesmo sensacional, eu não tinha idéia de que Bella iria dormir aqui! Bella se levantou e eu fui seguindo ela. Subi a escada atrás dela, me dei o luxo de olhar pra cima por dois minutos e me deparei com aquelas pernas bem torneadas, equilibradas por saltos finos, aquelas curvas chamavam por carinhos meus.

Bella estava me enlouquecendo e povoando meus sonhos desde o dia no hospital, quando ela apareceu com aquele short curto. Era difícil pensar com clareza quando estava perto dela, ela tinha mudado tanto.

É certo que nossa pequena discussão havia mexido comigo, ela sofria por mim, minha presença incomodava ela. A culpa era minha, e se a quisesse de novo teria que ajudá-la a reconstruir nossa história. Meu amor por ela seria capaz de curar todas as feridas dela, eu lutaria por ela, pelo meu amor. Eu a amava o suficiente para isso.

- É aqui! – falei para ela enquanto a deixava no quarto dela – Se você precisar de alguma coisa não hesite em me chamar! – sorri torto.

- Ok. – parece que a simpatia na mesa de jantar foi só pra não deixar o resto das pessoas desconfortáveis.

POV Bella

Senti os olhos de Edward sobre mim durante toda a noite, ele realmente devia estar gostando do que estava vendo. O desejo, então, era recíproco, pelo menos isso.

Logo que ele me deixou no meu quarto eu tomei um banho e coloquei a camisola que estava em cima da minha cama. Adormeci rápido, eu tinha acordado muito cedo hoje.

Eu acordei de um pesadelo e olhei para o relógio do criado-mudo, eram 3h da manhã, eu precisava de água. Resolvi me levantar e ir até a cozinha.

Cheguei e peguei um copo de água, já tinha terminado de beber e me virei, vi Edward me olhando parado em frente a porta.

- Com sede?

- Não, eu vim beber água só pra não perder o costume! – mas que pergunta idiota.

- Hun, pelo visto você ainda acorda de mau-humor – ele sorriu torto para mim. E foi andando na minha direção.

- Você pode parar com isso, sabe? Sorrir torto, ser gentil. O teatro não é necessário.

- Não é teatro, é amor. – minha perna cambaleou ao ouvir isso e ele chegou mais perto. Encostou meu corpo na bancada e falou no meu ouvido – Ah Bella, eu senti tanto a sua falta. Seu cheiro, seu corpo, seu mau - humor. Eu preciso de você, já perdemos tempo demais.

Dito isso ele mordeu o lóbulo da minha orelha, passou uma de suas mãos no meu cabelo, levou a outra até a minha cintura e me apertou junto a ele. O meu chão sumiu, o meu ar faltou e eu gemi involuntariamente.

Os seus lábios foram percorrendo a extensão do meu pescoço, e lentamente pousaram sobre os meus. Naquele momento nada mais me importava, e eu então, permiti me entregar ao momento mesmo sabendo que me faria mal depois. Cedi aos seus toques e retribui o beijo, suave, calmo e carinhoso. Não sei como, mas ele me juntou mais a seu corpo forte como se quisesse nos tornar um só. O beijo ficou cheio de paixão e desejo, como se nossas vidas dependessem disso. Agarrei seu cabelo, mordi seu pescoço e então voltei a beijar sua boca com luxúria. O meu corpo emanava desejo por Edward e ele correspondia a isso. Colocou-me em cima da mesa.

- Ah, minha Bella! – a sua voz me tirou do transe a que eu estava submetida e num lapso de consciência...

PLAFT

- Ai! Porque você fez isso? – ele me encarou confuso após o tapa.

- Não vai ser tão fácil pra você, eu não posso, eu não me permito sofrer mais. – respondi me afastando.

- Eu te juro, eu nunca vou te fazer sofrer. Eu preciso que você acredite em mim, no meu amor por você! – ele me olhou tristemente.

- Eu já acreditei uma vez, e olha o que me tornei! Uma pessoa vazia e insegura. Por favor, Edward. Por mim. Não vamos cometer os mesmos erros de antes. – eu falei e senti lágrimas correndo por meus olhos.

- Meu amor por você não é um erro, e nem o seu amor por mim. É uma dádiva. Eu sei que errei no passado e só o que eu te peço é uma chance Bella, pra te mostrar como eu me arrependo e te amo. Por favor! Me desculpa? Vamos tentar recomeçar? – meu coração disparou e eu pensei em seu pedido.

- Eu... – não sabia o que falar – Eu... Não posso! – saí correndo em direção ao meu quarto. Me joguei na cama e chorei durante o resto da noite.

Será que era verdade? Ele me amava? O que eu deveria fazer? Eu realmente não sei. Talvez deva deixar os dados rolarem. Dar uma chance a nós de sermos felizes, uma chance a mim. Eu coloquei os prós e contras na balanças e então, me decidi.