POV Bella

Ao entrar no restaurante a garçonete nos levou para um canto mais reservado do restaurante, anotou nosso pedido e saiu para pegar a carta de vinhos – ela não deixou de olhar Edward, claro.

Ela voltou e Edward escolheu um dos vinhos mais caros, enquanto ela foi buscar nosso pedido ele resolveu iniciar o assunto.

- E então Bella, você trabalha no que?

- Hun, eu sou perita criminal. Depois que me formei fiz um curso de especialização nessa área, e continuei na empresa onde trabalhei desde a universidade. – ele me olhou curioso – É, Edward! Não fica fazendo essa cara. Eu perdi meu medo de mortos. – ele jogou a cabeça para trás e gargalhou me dando uma visão privilegiada de seu pescoço, minha boca automaticamente encheu de água e a vontade que eu tive de beijar aquela obra de arte.

- Bella? Bella? Respira, por favor. – eu puxei o ar co m muita força até meus pulmões doerem – Ótimo, assim está melhor. Eu acho realmente muito legal o que você faz. Você foi transferida?

- Sim, recebi uma proposta de promoção. O meu chefe me deu a oportunidade de gerenciar a unidade de Port Angeles. Mas por enquanto eu estou de férias. Tenho mais dois meses de férias. E você? Foi transferido também?

- Fui. Mas eu estou gostando demais da oportunidade! – ele piscou pra mim.

E então meu celular tocou. Eu sorri.

POV Edward

A conversa estava fluindo, e eu estava realmente gostando dessa nova Bella. Destemida, sexy e corajosa.

E então o celular dela tocou. Ela deu uma risadinha maliciosa.

- Com licença Edward, eu preciso atender essa ligação. – ela disse se levantando.

- Claro, mas eu não me incomodo que você fique aqui. – eu realmente queria saber quem estava nos atrapalhando.

- Ok! – ela pegou seu telefone da bolsa.

- Alô? Ah, oi James, tudo bem meu amor? Como você está? – meu queixo caiu e eu fiquei em choque. Amor? Será que ela tinha um namorado em NY? Isso iria realmente atrapalhar os meus planos de reconquistá-la. Mas ela tinha me dado outra chance, não tinha? Ela queria ficar com os dois ao mesmo tempo? Ah não, ela teria que escolher um.

- Ah, eu também senti muito em te deixar em NY, você sabe que eu não tive escolha. – Não teve escolha? Mas que merda...

- Claro que ficarei feliz em receber uma visita sua. Eu acho ótimo, é só você me avisar quando vem que eu ficarei muito contente em hospedá-lo na minha casa. – Ela só pode estar de brincadeira.

- Ok, um beijo! Eu também te amo. – Ama? Certo, eu realmente preciso recuperar o tempo perdido.

Ela desligou o telefone com um risinho bobo no rosto, se eu não a conhecesse bem diria que ela está... Apaixonada? Não pode ser verdade. Isso muda muitas coisas.

POV Bella

- Com licença Edward, eu preciso atender essa ligação. – eu disse me levantando.

- Claro, mas eu não me incomodo que você fique aqui. – Bingo, ele caiu. Bem que Alice disse que ele era curioso.

- Ok! – eu peguei o telefone da bolsa e olhei no visor.

- Alô? Ah, oi James, tudo bem meu amor? Como você está?

- E aí delíciaaaaaa, eu estou bem e você? – Alice respondeu do outro lado da linha.

- Ah, eu também senti muito em te deixar em NY, você sabe que eu não tive escolha. - Edward estava bufando.

- Ele está muito putinho? Já começou a bufar? Se sim responda: ‘claro que ficarei feliz em receber uma visita sua!’

- Claro que ficarei feliz em receber uma visita sua. Eu acho ótimo, é só você me avisar quando vem que eu ficarei muito contente em hospedá-lo na minha casa. – ela começou a gargalhar.

- Bella, eu vou desligar. O Jazz ta me chamando, e se ele ouve a gente fazendo essa maldade conta tudo pro meu irmão. Beijo amor, boa sorte. Te amo.

- Ok, um beijo! Eu também te amo. – Dei um sorrisinho.

Desliguei o telefone e o coloquei na minha bolsa, Edward estava com cara de poucos amigos. Ponto para mim, eu disse que iria dar outra chance, não disse que seria fácil e nem que eu seria boazinha. Afinal por tudo que eu passei, ou melhor, por tudo que ele me fez passar ele merecia uma pequena ‘competição’ fantasma. Era muito engraçado ver as caras que fazia quando estava com ciúmes, isso porque ele não imaginava que James era um nome artístico. Eu ri com isso.

- Posso saber o motivo do riso Bella? – ele perguntou seco.

- Claro que pode Edward. Um amigo meu de NY acabou de me ligar, como você pôde perceber. – sorri – ele me disse que vem passar uns tempos por aqui, para me ver, estou com tantas saudades dele. – suspirei. Alice me mandou piscar também, mas eu iria ficar ridícula suspirando e dando piscadelas por um homem que nem existe, e o pior, que nem é Edward.

- Amigo? Sei e há quanto tempo, exatamente, vocês são er..., amigos? – que fofinho, ele estava espumando de raiva, e ele ficava ainda mais sexy e másculo assim, bravo.

- Há exatamente quatro anos e oito meses, ele ficou meu amigo logo depois que eu entrei na faculdade, e quando me mudei para NY ele foi junto. – Ok, eu era realmente uma cachorra. Mentirosa descarada, mas ver ele bravinho era tão engraçado, isso realmente me provava que ele, pelo menos, se importava comigo.

- Eu não gostaria que você...

A garçonete chegou com o nosso pedido cortando o que Edward iria me dizer, isso realmente me deixou curiosa, o que ele gostaria de me dizer? Ou melhor, o que ele não gostaria que eu...?

- Enfim, Bella, vamos ao que interessa, por favor. Eu preciso me resolver com você. Eu juro que isso me fere há tanto tempo! Eu preciso que você me perdoe de verdade, que você me permita estar com você e te amar, eu preciso que você me diga que também me ama. Eu preciso que você seja minha de novo, assim como eu sou seu. – mordi minha língua, eu sou tão idiota que quase respondi a ele: ‘mas eu já sou sua’. Esse não era exatamente o combinado. Ele precisava me provar muitas coisas ainda.

- Por que você fez aquilo? No dia mais perfeito da minha vida. O dia que eu me entreguei de corpo e alma para você. O dia em que eu permiti a você me fazer mulher Edward. Você mentiu pra mim o tempo todo, você me traiu da forma mais cruel que um ser humana pode trair uma outra pessoa. E com a pior pessoa do mundo. Eu chorei tanto por você, sofri tanto por você. Eu te odiei tanto e me odiei também, por me permitir acreditar em você. Eu fui muito tola, eu era só uma menina sem graça e todos me diziam isso, inclusive Tanya. ‘Você não é boa o suficiente para ele’, ‘Ele sempre vai ser meu’, ‘quando ele perceber o tanto de tempo que perdeu ao seu lado adivinha pros braços de quem ele vai correr’, ‘ela é tão sem graça, bem feinha’. E o pior de tudo não foi ouvir isso, mas sim ter certeza de que os outros tinham razão, que eu realmente era uma menina sem graça, que eu não era o suficiente para você, que você sempre foi dela e que você correu pros braços dela quando percebeu o tempo perdido. – falar isso fez com que meu interior literalmente se despedaçasse, mas quando terminei senti um grande peso sendo tirado de mim, pois por mais que eu contasse isso pra outras pessoas, era com ele que eu queria conversar e pedir uma explicação, saber o motivo, desabafar. As outras pessoas não serviam, não me curavam, era ele que eu queria cuidando de mim e dos meus sentimentos, era ele, e só ele que poderia me salvar.

- Eu realmente não sei por que fiz aquilo, eu sempre pensei numa desculpa que justificasse meu erro, quando na verdade só tinha uma única explicação Bella: eu era um fraco. Fui fraco por abrir aquela porta, e mais fraco ainda por me deixar levar por ela. Eu não tenho palavras pra expressar o quanto eu sinto por deixar você se sentir assim todo esse tempo, e realmente entendo o quanto eu fui um idiota, o quanto eu mereço que você me odeie, e que eu, provavelmente, não te mereça. Eu senti raiva de você por muito tempo porque achava que você tinha que compreender o meu ato, porque você me abandonou e porque você foi tão fria comigo nesse dia. Agora eu entendo que a frieza foi uma proteção, a mesma proteção que a cinco anos eu uso. Frieza, arrogância e mau humor. Mas eu vou te falar uma coisa Bella, você nunca foi uma menina sem graça, você realmente mexia comigo, e ainda mexe. Você faz meu dia mais bonito, faz meu olho brilhar, meu coração bater forte. Eu acho, ou melhor, eu tenho certeza que não há ninguém nesse mundo que te ame com a intensidade que eu te amo. E eu sei que não estou em posição de te pedir isso, mas, por favor, acredita em mim. Acredita que eu mudei, por você. E acredita que eu te amo. – Meu Deus, eu fiquei sem fôlego. Como pode um homem ser tão cafajeste e tão perfeito ao mesmo tempo.

Eu estava estática. Eu não conseguia me mexer. Ele falou tudo na maior naturalidade possível, e eu acreditei nele. Eu queria tanto ouvi-lo falando isso, mas ao ouvir percebi que não estava tão preparada assim. Ele falou da tarde em que me traiu, que colocou a culpa em mim, que me ama. Tudo isso em um único discurso.

Eu virei a taça e senti o vinho descer queimando a minha garganta.

Ele estava bem na minha frente esperando uma resposta minha, ele precisava que eu acreditasse nele, e eu também precisava acreditar nele. Minhas idéias foram voltando ao devido lugar e eu pude clarear os pensamentos. É claro que depois desse discurso eu acreditei nele, mas ele ainda ia ter que sofrer um pouquinho para me reconquistar.

- Ok, eu proponho um brinde então – criei coragem e falei – Um brinde a nós, que colocamos as coisas em pratos limpos.

- Um brinde a você, por ser tão perfeita e por me dar a chance de me desculpar. Eu sei que você ainda não tem certeza absoluta do meu amor por você, mas eu vou te provar. Proponho outro brinde ao passado que nos impulsionara a escrever um futuro juntos meu amor. - Meu Deus, ele é perfeito.

O jantar correu da forma mais agradável possível, nós estávamos prestes a pedir a conta quando Edward olha por cima da minha cabeça e faz uma careta engraçada.

- Oi Edward – uma voz irritante e estridente falou por trás de mim, eu cuspi todo o vinho da minha boa na mesa e engasguei – Ela é patética como sempre. Posso me juntar a vocês? Ótimo. – Tanya disse puxando uma cadeira.

- O...que...diabos...você...está...fazendo...aqui? - Edward enrijeceu seu maxilar e perguntou pausadamente. Eu estava muda.

- Irina trabalhava no RH do hospital onde você era residente e me contou que você tinha voltado para Forks, eu vim atrás de você. Óbvio. Mas para minha infelicidade quando cheguei aqui fiquei sabendo que a Isabella Sonsa Swan também tinha voltado. Até que ela está bonitinha, bem diferente do que era antes. Talvez agora eu tenha mais trabalho para tirar você dela. Mas eu ainda sou a melhor sabe. Ela realmente é sem graça. Como você consegue Edward? Eu sou tão mais gostosa e divertida!

- Edward... Vamos embora agora! – eu apertei a mão dele e sussurrei em seu ouvido.

- Ok, eu só vou pedir a conta. Você se incomoda que eu vá pagar no caixa? Para ir mais rápido meu amor! – eu assenti. Ele se encaminhou ao caixa com uma expressão cautelosa.

- E então Bella, preparada para perdê-lo mais uma vez? – eu estava ficando bem irritada, mas por enquanto eu estava em silêncio. De repente três meninas chegaram à nossa mesa e se sentaram conosco. – Sabe, eu e as minhas amigas estamos apostando pra ver quanto tempo ele demora pra se cansar de você, de novo.

- Oh, isso é ótimo Tanya. Eu realmente fico feliz por você. Por vocês também meninas. Vamos fazer um trato agora, ok? – eu me recompus e perguntei a elas calmamente. Todas se entreolharam e responderam em coro.

- Ok – todas responderam em coro.

- Certo, sabe queridas, Forks é um lugar pequeno e eu sei que, por um milagre, todas vocês namoram, inclusive você Tanya. Suas alianças de compromisso confirmam.

- Sim e daí sua sonsa, isso só mostra que nós somos melhores que você. – respondeu Tanya.

- Se eu ouvir mais uma vez o nome do Edward sair da boca de vocês, ou vocês a menos de 10 metros dele, eu vou caçar esses pobres coitados que vocês chamam de namorado e vou transar loucamente com cada um deles, estamos entendidas? – sorri maliciosa.

- Tente a sorte Isabella! – Disse uma menina que eu prontamente reconheci como sendo Lauren, uma das seguidoras de Tanya desde o colégio.

- Tente vocês a sorte. – levantei e estava indo em direção ao Edward, mas me virei e falei – A propósito, Tanya, mande lembranças ao Aro! – dei uma piscada e saí triunfante.

Ainda consegui ouvir...

‘É melhor a gente ficar longe dela’

‘Vocês viram como ela está bonita, eu não duvido que ela consiga’

‘Grrrrrrrrrrrrr’ – essa devia ser Tanya.

Era óbvio que eu não transaria loucamente com nenhum deles, mas foi tão engraçado ver a cara que elas fizeram. Eu não teria mais problemas com elas, disso eu tinha certeza.

- Me desculpe por isso Bella, eu não tinha a mínima idéia! – Edward estava se desculpando.

- Não se preocupe, foi um encontro bem proveitoso. Pode ter certeza. – eu sorri.

- O que você fez? E porque a Tanya está roxa, ao que parece de raiva?

- Digamos que quem diz o que quer, ouve o que não quer. – ele jogou a cabeça para trás e deu aquela gargalhada gostosa que só ele sabe dar.

Ele dirigiu rapidamente para o meu apartamento, logo que chegamos, ele desceu do carro e abriu a porta para mim.

- Quer subir? – eu perguntei – Acho que eu tenho uns bons vinhos lá em cima.

- Acho que eu não tenho tanto controle para isso Bella, você está terrivelmente sexy. Eu não quero desrespeitá-la. – sorriu torto.

- Ok, fica para a próxima Edward. Quando você tiver mais controle. – eu dei um selinho nele e entrei no prédio.

Foi realmente fácil dormir aquela noite, depois de três garrafas de vinho sozinhas. Tanya me irritou profundamente, eu chamei o Edward para subir em casa. Merda de hormônios. Eu fui esbarrando em tudo até o meu quarto. Só deu tempo de tirar o vestido e me jogar na cama. Amanhã eu teria uma ressaca daquelas.