CAT

Hoje eu acordei de bom humor. O motivo? Não fui acordada pelas maníacas que acordam cedo que a Leia e a Lucy são. Elas devem ter ido acordar a Angel, que por sua vez deve ter surtado e perseguido elas. Entenda, ninguém consegue encontrar a Angel acordada de bom humor antes do meio dia.

Me levantei ainda com cara de zumbi, escovei meus dentes e troquei de roupa. Eu tive que tirar meu pijama. Que triste. Então, quando estava saindo do chalé, passei por cima de uma cama e... Caí de cara no chão. Viva! Eu não sou nem um pouco desastrada.

Bufei e fui em direção ao refeitório.

– Ah moleque! - Gritei/Berrei/Grasnei.

– Que foi? - Um tiozinho ai perguntou. Na verdade, acho que era um irmão meu.

– Tem bacon. - E comecei a montar meu prato. Bacon frito, torradas, panquecas e suco de laranja. Delícia. Joguei o maior pedaço de bacon no fogo e disse "Para Apolo" e devorei meu café da manhã como uma boa pessoa faria. O café da manhã é a refeição mais importante do dia, então eu como tudo o que eu vejo.

Eu estava lá, de boa na lagoa, misturando bacon e panqueca quando Angel apareceu com uma cara enfezada que, pelo amor de Zeus, ela parecia um chihuahua raivoso. Fui até a mesa de Hades, onde Angel comia um Doritos.

– Nem é viciada! Que cara é essa?

– A Lucy me acordou berrando que a mãe dela está aqui.

– Por que Afrodite está aqui?

– Sei lá, aquela mulher é louca.

– Né? Cara, você viu a Leia?

– Ela deve estar com o Dakota. - Assim que Angel terminou de falar nós fizemos a básica cara de malícia número dois.

***

Estava treinando arco e flecha e esfregando na cara dos filhos de Ares que eu sou diva e fabulosa quando Christian, um dos meus irmãos mais novos, falou:

– Cat! O Sr.D está te chamando!

– Eu? Hmm... Ok.

– Tomara que ele não te transforme em arbusto!

Enquanto Christian gritava isso, eu corria para a casa grande. Normalmente, quando tenho que ir lá, é por alguma coisa que Angel e eu fizemos ou porque alguma criatura infeliz quebrou algum osso (sim, outros filhos de Apolo poderiam fazer isso, mas quem disse que eles fazem? Bando de preguiçosos!).

– Leia? Lucy? O que vocês estão fazendo aqui? - Leia respeitava o Sr. D e Lucy era perfeitinha demais para se meter em encrencas. Angel estava lá, claro, mas isso era normal.

– Senhor D. nós chamou. - Leia falou, e em um timing perfeito, Sr. D fal... Espera ai, ele estava usando um vestido com estampa de leopardo e com um cabelo longo e cheio de cachinhos? Não ria, Cat. Não. Ria.

– Aqui estão, Catarina Mackenzie, Angélica Vine, Lana Marine e Lexy Lacorte. Agora você pode me fazer voltar ao normal? - Alguém estalou os dedos e o Sr. D estava de novo no seu normal.

– Olá, garotas. - Afrodite falou aparecendo em seu vestido azul escuro. Ela tinha os cabelos compridos e pretos e os olhos castanhos. Não sei como ela estava parecendo para as outras meninas. - Oi filha! - Ela disse dando dois beijinhos no rosto de Lucy.

– Por que você está aqui? - Angel foi direta.

– Você já vai saber. - A deusa disse dando um sorriso enigmático. Dite começou a andar, e eu como senti que ia dar alguma merda, fui me afastando, e então tropecei em alguma coisa. Argh, Tique deve me detestar.

Quando me levantei, alguma coisa suspeita tinha acontecido. Leia, Lucy e Angel estavam no chão e tinha um cheiro de perfume caro no ar. Eu hein.

***

Depois, eu estava deitada na minha cama escutando música. Música boa. Ah, música boa. Isso que é vida.

– Cat, acho melhor você ver isso.

– O que?

– Vem aqui.

– Os gatos dominaram o mundo e me escolheram como a representante humana deles?

– Ahn... Não. Vem aqui, é importante.

– Que droga, Will! Você me fez tirar o fone. O que que... Bloodyhell.

– Eu disse.

– POR QUE VOCÊ NÃO ME AVISOU ANTES, HOMEM?!

– EU TENTEI!

– ABRE ESSA PORTA, WILLBURG!

– MEU NOME É WILL! SÓ WILL!

– AARGH! EU SEI DISSO, CRIATURA! - resolvi abrir a porta sozinha. Do lado de fora do chalé as pessoas estavam paradas e com os olhos arregalados. Todos olhavam para uma única pessoa. Angel.

– Angel... Você está bem?

– Bem? EU NUNCA ME SENTI MELHOR!

– Certeza?

– Sim, flor! Cat, já disse como você é uma ótima amiga? Ai, hoje estou me sentindo tão feliz!

Ela não está bem. Nem um pouco.

– Hmm... Você quer um doritos?

– Doritos? Nha, eu estou bem. Mas se fosse uma salada... Eu não recusaria!

Zeus. Ela está muito pior do que eu pensava. Isso foi uma macumba braba.

– EU ESTOU TÃO FELIZ! - Angel gritou de novo.

– Angeline, cala a sua boca agora ou eu mesma faço isso. - Aquela era a Lucy? Isso é muito...

– Querida, você tem certeza de que não quer uma ajudinha com as roupas? Esse sapato é uma graça, mas essa calça e essa blusa... Você não quer nada mais vivo? - Aquela era a Leia?! O que... AFRODITE! Aquela louca me paga!

Sai correndo de lá, deixando no meio da ala dos chalés três bestas que eu chamo de amigas e semideuses em estado de choque (acredite, ver a Angel naquele estado também te deixaria em choque se você não tivesse visto uma coisa mais estranha antes). Para onde eu fui? Fácil. Para o único lugar do acampamento em que você consegue ir pra qualquer lugar de graça. Não, não é o estábulo dos pegasus, eles aumentaram o preço e agora pedem uns trinta cubos de açúcar por viajem, e se for pra fora do estado é cinquenta. Abusados. Eu estava indo para o chalé treze.

Como eu sou uma pessoa diva, e pessoas divas gostam do Sheldon, comecei a bater na porta igual a ele. Gente, sou muito educada!

– Nico. Nico. Nico. Ah, nossa, eu quase te bati, mas não ia ter problemas, sabe? Você não o Hyden... Espera, acho não falam o sobrenome do Hyden no livro e... O que que eu vim fazer aqui? Ah, é. Um minutinho. Afrodite apareceu aqui, fez uma macumba braba, Lucy está parecendo a Angel, Leia está parecendo a Lucy só que mais chata, Angel parece uma filha de Deméter (sério! Ela até estava segurando uma plantinha!) e eu preciso de ajuda para ir lá no Olimpo e trazer Afrodite aqui de novo pra fazer ela fazer aquelas coisas voltarem ao que chamam de normal. Ah, esqueci de uma coisinha. Por favor?

– Uau. Por favor. Você é muito educada.

– Pois é. Educação deveria ser meu nome do meio. Vai me ajudar ou não? Eu sei que você não tem nada pra fazer.

– Como...?

– Eu sei de tudo!

– Você não é o Sr. Moseby.

– E se eu for?

– Não, Cat, você não é o Sr. Moseby.

– Me deixa ser feliz, criatura! Vai me ajudar ou não?

– O.k.

– Então, avante, meu fiel escudeiro!

– Não...

– PARA DE TENTAR ESTRAGAR A MINHA FELICIDADE!

***

Argh, quem inventou a viajem na sombras? Isso me incomoda. Parece que eu estou sendo atacada por milhares de borboletas e mariposas. Uurgh! Claro, não é tipo: "carai eu vou morrer! Me salva!", é só "parece que tem uma coisa encostando em mim O-O".

Eu acho que o porteiro do Empire State não vai com a minha cara, não sei por que, eu sou muito amável. Hoje ele lia"Extraordinário". Auggie, seu lindo! Me deixa te abraçar!

– 600º andar, por favor.

– Tem hora marcada?

– Sim.

– Com quem?

– Afrodite.

– Mentira.

– Você está duvidando de mim? - Ele apenas levantou a sobrancelha. - É o seguinte, cara, meu dia começou bem, mas então eu cai. Continuei meu dia bem, comi meu bacon feliz e ceguei filhos de Ares com a minha diveza. Mas Afrodite apareceu no acampamento. Sabe pra quê? Deixar minhas amigas mais estranhas do que já são. Sobrou para mim fazer elas voltarem ao normal. Então, me dá aquele cartão se não quiser ficar rimando e com flechas nos lugares onde o sol não bate. Obrigada, Marvin, você é ótimo.

Entrei no elevador (sozinha, obviamente) e estava indo para o Olimpo, o elevador tocava uma musiquinha... E essa musiquinha me fez pensar no meu pai com uma blusa coladinha e calças boca de sino. Acho que vou dar umas aulas de "Músicas boas" para os deuses... Ah! O elevador chegou!

Quando cheguei ao Olimpo fui direto procurar o templo de Afrodite, o que não foi difícil. Tinha algumas (muitas) sacolas e caixas de compras, além de que um cheiro de perfume.

– Afrodite?

– Je? Qui est là?

– Eu não falo francês.

– Ah, certo. Quem está ai? - disse Afrodite aparecendo. - Catherine? Oh não, então Lucy deve estar trasformada! - Afrofite franziu as sobrancelhas perfeitas e estalou os dedos.

LUCY

– AAAAAAAAH! - Berrei ao reparar no que estava usando. Que roupa era essa?! Por que eu estava assim? Eu já havia usado calças ontem! Tenho certeza de que eu estava de saia essa manhã? O que tinha acontecido? Eu estava indo para a floresta do acampamento? Por que?

Enquanto me perguntava isso, vi uma pessoa ruiva falando com Drew, e eu conhecia bem aquele cabelo vermelho.

– Leia?

– Lucy?

– O que você está fazendo vestida assim e, sem ofensas, falando com a Drew?

– Essas roupas? Querida, eu me vestia como um garoto! Com trapos velhos! Isso - ela apontou para a roupa- foi i melhor que eu consegui em quarenta minutos! E a Drew? Deuses, você sabe o quanto ela sabe sobre maquiagem? É incrível! - Ok... Tem alguma coisa muito estranha aqui.

– Ahn... O.k. - Saí de lá o mais rápido possível e fui para o chalé dez vestir alguma coisa decente. Depois de pronta fui para o lado de fora e dei de cara com uma Angel toda de branco e suja de terra.

– Angel?

– Sim, Lucy?

– O que você está fazendo?

– Ah, isso? - ela apontou para a terra e levantou o pequeno vaso de planta que tinha nas mãos - Vou praticar bonsai com os filhos de Deméter. Até mais! - e com isso ela saiu. Deuses, o que está acontecendo?

CAT

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Sim.

– Não.

– Não!

– SIM!

– BOOYAH! TE PEGUEI! AGORA VOCÊ VAI TER QUE ME AJUDAR!

– Argh, eu não posso simplesmente trazer elas de volta ao normal daqui?

– Não.

– Por que?

– Não confio em nenhum deus do amor desde os onze anos. Vamos descer.

– Por...?

– O que você acha? Precisei que alguém me trouxesse aqui.

LUCY

Eu estava parada ao lado de Leia tentando raciocinar como ela estava usando aquelas roupas (sério, a Leia!) quando uma criatura loira (mais conhecida como Catherine Madson) entrou correndo no meu chalé arrastando a minha mãe atrás e berrando "SEGURA ESSA RUIVA AI! NÃO DEIXA ELA FUGIR! LEIA, VOCÊ ESTÁ SOBRE CUSTÓDIA!". Cat me explicou tudo o que tinha acontecido de uma forma muito estranha e rápida, como tudo na mente dela e me empurrou até a porta, me obrigando a trazer Angel para o chalé.

Não foi difícil encontra-la, ela estava no chalé quatro.

– Angel, vem aqui.

– Espera, agora eu não posso.

– É urgente!

– E cuidar das plantas também!

– Angeline, me siga e não proteste. - tentei usar o charme na Angel, mas ela é meio resistente a isso.

– Plantas!

– Angel, me siga. - Dessa vez, apelei para uma coisa mais forte: poderes de sirena. Muahahahahahaha! Se renda a mim! Se renda a sua rainha!

Sai puxando Angel enquanto ela cantava "cabeça tronco e membros, esse é o corpo da gente! Copa tronco e galhos, a árvore é nossa parente?". Eu mereço...

– Não me peça mais para trazer essa garota para qualquer lugar. Ela estava cantando um pedaço de uma música sem parar. Sabe como isso é horrível?

– Blá, blá, blá. Você não ficou discutindo com uma deusa por mais de quinze minutos só com "sim" e "não". Não reclame.

– Eu reclamo do que eu quiser!

– Calma, flor!

– Você sempre fala essas coisas idiotas.

– Isso pode ser idiota para você, pra mim isso é ouro tirado do Tumblr.

– Você é esquisita.

– Sou.

– Não era uma pergunta.

– Vocês querem que eu resolva isso ou não?

– Claro que sim! Resolve isso logo! Sabia que enquanto você estava buscando a Angel, a sua mãe e a Leia não pararam de falar sobre bolsas e sapatos e maquiagem... Argh.

E então Afrodite estalou os dedos e um cheiro de perfume subiu no ar.

– Argh! Por que eu pareço um vomito de Vênus?! Quem fez isso? Perdeu a vontade de viver?!

– POR QUE EU ESTOU TODA DE BRANCO?! QUEM FEZ ISSO?! EU VOU PUXAR O PÉ DESSA PESSOA DE NOITE!

– Eu quase engasguei com esse perfume...

Mundo, eu não posso ter amigas normais?

Deuses: No.

Aliens: No

Mundo: No.

Mortais: No.

Trouxas: N...

Tá, tá! Já entendi! Que droga!