Uma semana se passou. Eu ia muda e saia calada da escola. Minha única amiga estavacom um virose horrível, coitadinha.

A única coisa que salvava eu ter que ver a cara do Jellal e dos retardas da minha sala, era a aula de literatura. Eu adoro ler, apesar de ser a melhor nos esportes e tal, minha matéria preferida sempre foi literatura. Eu sempre prestava atenção naquela aula, era fascinante.

– Então galera.. vamos ter um projeto para o final do ano, e vai ser uma peça! Conto com a participação de todos vocês! Valerá 10 pontos, e será apresentado aos pais e alunos. - O professor falou animado.

" Ah!! Peça... eu quero fazer! Eu quero fazer! " (Pensamento animado)

– Pensei em começarmos com um Romeu e Julieta, o que vocês acham?– Ele falou animado esperando uma resposta.

( Cri cri )

Ninguém responde. Que absurdo, bando de bocós.

– Maravilhoso professor! - Falei sorrindo para o professor barbudão.

Ele olha para mim com uma cara alegre e chega bem perto de mim, perto até demais, começo a ficar assustada... ele tem cara de psicopata bêbado.

– JULIETAAAAAAAAAAAAAA! - Ele fala com os olhos fechados segurando a minha cabeça.

'' Mas que merda é essa cara, barbudo louco.. "

Ele continua caminhando de olhos fechados, eu me viro para ver o que ele vai fazer.

Ele anda até o final da sala e volta correndo.

– Você jovem! - Ele aponta para o Jellal - Você será.. o Romeu!

Ele abre os olhos e volta como se não tivesse feito nenhuma maluquice na frente de todos os aulos.

– Página 5, vamos iniciar a leitura. - Ele fala em tom baixo, ajeitando os óculos no rosto.

Fico olhando para ele por alguns segundos. O que acabou de acontecer? Esse velho é doido.

Peguei o meu livro ainda concentrada no que tinha acontecido. Acho que não entrei numa escola, entrei num hospício.

Eu mereço.

Abri o livro na página 5, e comecei a iniciar a leitura. Apesar deu gostar de ler e tal, nunca tinha lido Romeu e Julieta. Já tinha houvido falar não lido.

A aula acabou e eu estava na página 21, eu estava fascinada. O barbudo louco, pediu para nós começarmos a montar um resumo e um roteiro para a peça. Tinha bastante tempo, mas também tinha bastante coisa pra fazer como os ensaios.

(...)

Já era sábado. E eu ainda estava fascinada lendo... até que, depois de 28 horas de leitura acabei inacreditavelmente o livro.

Eu estava horrível, com olheiras e cabelo parecendo um ninho de guancho. Mas.. dane-se! Eu sabia o final do livro, que afinal.. me fez ficar 20 minutos com depressão pós-leitura.

– Filha vem.. - Meu pai para de falar quando olha para mim com cara de susto. - Credo.

– Que foi? - Falo sendo irônica.

– Nossa, vai arrumar esse cabelo! E que olheiras são essas? Você não dormiu? - Ele fala abrindo as cortinas.

– Eu tava lendo Romeu e Julieta, não consegui parar até acabar.

– Quanto tempo você leu? - Ele fala catando minhas meias do chão.

– 28 horas! - Respondo orgulhosa.

– É a versão simplificada né?

– É.. Mas o que tem haver? - Perguntei.

– Por isso que você leu rápido. - Ele fala me sacaneando.

– Eu leria no mesmo tempo. Ta.. em algumas horas a mais, a enfim.. vai ter uma peça sobre isso. - Falo.

– Legal! Vai interpretar quem? - Meu pai pergunta.

– Julieta.

– Nossa! - Ele termina de catar as meias e as roupas do chão - Então.. Julieta vá tomar um banho, pentear o cabelo e descer porque o café está pronto.

Ele saio do meu quarto. Obedeço o que eu pai mandou eu fazer. Depois desço e tomo o café da manhã.

O final de semana passa voando! Uma pena, porque eu esta muito feliz de não ter que olhar para o esquisito. Mas.. hoje já era segunda, e eu já estava no corredor da escola, fazendo o meu ritual antes de entrar na minha sala.

Sentei-me na minha cadeira, a loirinha retarda tava do lado, parecia melhor, tava rindo e conversando sozinha.

– Hey! - Falei cutucando o braço dela.

Ela me olha e pede silêncio, e continua conversando com o nada.

Beleza.

Esperei ela parar de falar com o vento e me responde.

– Hey! Como vai? - Ela fala sorrindo depois de dois minutos.

– Bem.. e você? - Peguntei.

– Bem também. - Ela fala ainda sorridente.

" To vendo! Falando com o nada.. "

A professora entrou e o resto da turma também, incluindo o idiota do Jellal.

– Olá gente! Então.. vocês pensaram a respeito da aula passada? - A professora de orientação profissional pergunta.

" Eu poderia falar que pensei.. O que realmente eu tinha feito. "

Antes que eu pudesse falar, a Lucy se pronunciou.

– Veterinária! Eu quero ser veterinária!

– Legal Lucy! E por quê? - A professora pergunta.

– Eu gosto de bacon. - Ela responde.

– Como Lucy? - A professora pergunta duvidosa.

" Tadinha, acho que não sacou que ta falando com um sem noção. "

– Ah? - Ela faz cara de dúvida também.

"Pra mim é cara de lesada mesmo, gente..."

– Ok! Vamos para o próximo. - Ela fala apontando para mim.

" Eu sempre quis ser advogada, acho que é a influência do meu pai... Mas depois de tudo aquilo que eu estava passando... Acho que meu pai quer que eu seja... "

– Psiquiatra! - Respondi com firmeza.

– Nossa! Que diferente! - Ela me olha com cara de surpresa, e continua - E por quê?

– Acho que levo jeito. - Falei.

– Legal! - A professora falou. - E você jovem? - Ela aponta para Jellal, aff.

– Modelo professora! - Ele fala tentando ser sedutor.

" Não conseguiu..."

– Hum... E por quê? - Ela pergunta.

– Acho que a senhora já deve ter percebido. - Ele joga o cabelo - Sou extremamente lindo e sexy, mas tenho uma qualidade maior que isso, sou humilde, por isso que quero dividir minha beleza com o mundo.

As meninas e a professora da uma risadinha.

A professora continua perguntado para a turma.

As meninas continuam sorrindo e olhando pro Jellal, algumas devorando com os olhos! "WTF?"

Eu de verdade não entendi o porque! Garoto feio, chato.. aff! Depois a professora ainda me pergunta por que eu quero ser psiquiatra, podia ter respondido: Porque eu quero ficar rica, olha quanto retarda solto por ai...