Tarde Demais! escrita por MisaChan


Capítulo 21
Capítulo 21 - Volta às Aulas




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Acordei eram 6 horas da manhã. Peguei meu despertador e taquei com bastante força na parede mais próxima que eu avistei.

Aquele porquinho, falando: Acorde! Acorde! Acorde!

Com uma voz fininha, era extremamente irritante. Oh despertador dos inferno, espero que tenha quebrado, para que eu nunca mais tenha que ouvir isso tocar.

Cocei os olhos e me levantei. Fui até o banheiro e escovei os dentes. Eu estava com cara de zumbi... Eu tinha dormido pouco... Mas, tenho certeza que hoje só vai dar zumbi na escola, então...

Lavei o rosto, e procurei meu uniforme do armário. Passeio minha saia e minha blusa. Após me vesti, fui até o banheiro e dei uma ajeitada no cabelo.

Antes de sair, peguei meu despertador de porquinho, para conferir se ele tinha quebrado.

Para a minha surpresa, ele estava intacto.

Cruz, credo... Esse porco maldito não quebra. Ta pior que o celular da Nokia.

Joguei o despertador na cama, peguei minha mochila e desci.

Procurei meu pai na sala, mas ele não estava. Escutei som de água, era o chuveiro, provavelmente tomando banho para ir ao trabalho.

Fui até a cozinha e fiz meu Nescau. Após toma-lo, saí gritando da porta, um Tchau para meu pai.

Fui caminhando pelas ruas calmas da meu bairro. Algumas pessoas indo de bicicleta, outras apenas caminhando para queimar calorias.

Coloquei meus fones, para me distrair no caminho. Liguei o som da minha banda querida, Nirvana.

Só assim para começar meu dia extremamente bem.

(...)

Cheguei no portão do colégio. E lá estavam todos os estudantes, ''alegres'' pela volta das aulas.

Parecia um funeral de tanta alegria ou até mesmo um apocalipse zumbi, oh gente bonita hoje!

Fui procurar a Lucy no pátio, ela sempre chegava cedo.

E lá estava ela, pulando uma amarelinha imaginária.

Dei uma olhada em volta para ver se tinha alguém olhando.

Oh céus que vergonha!

Dei meia volta, definitivamente, eu não conheço esse ser gente.

– ERZAAA! Erza! Aqui! - Ela gritou meu nome, fazendo com que eu parasse de andar.

Nesse momento eu queria tacar aquele porco chumbo nela.

Virei e dei um sorriso sem graça, algumas pessoas estavam me olhando, afinal eu era a amiga da doidinha.

Fui caminhando com a mão na cabeça, e quando cheguei até ela, puxei-a para se sentar.

– Por favor para com isso. Ta todo mundo olhando sá jossa que tu ta fazendo!

– E o kiko?

– Que? - Fiz cara de dúvida.

– A Erza... To dizendo que cago e ando pra esses babacas. - Ela cruzou os braços e se sentou no banco com cara de invocada.

– Ai Lucy... - Não aguentei e ri exageradamente.

Ela era retardada de natureza. E ela era legal assim.

– Quer saber. Volta a brincar de amarelinha. Você tem razão. - Cutuquei ela.

– Sério? Você não vai ficar com vergonha?

– Não. Pode ir. - Sorri.

E não é que ela foi mesmo?

Lá estava Lucy pulando sua amarelinha imaginária, algumas pessoas passavam e riam, até que uma patricinha passou e caçoou.

– É uma retardada mesmo! - Rindo com as amigas.

A garota, magrela e alta, era super arrogante. Nunca fui com a cara dela, e não ia deixar ela zoar a minha amiga.

– Ta falando o que? Sua pau-de-virar-tripa. Vai tomar conta da sua vida. - Respondi.

– Ih! Ta se achando só por que o Jellal ta dando uns pega nela.

O quê?

Não se sinta especial garota, por que você não é. - Falou com deboche.

Fui até ela na mesma hora.

– O que você ta falando ai?

– Parece uma gambá de perto, num sei o que o Jelly viu em você, bem que a Mel falou.

Ah... Ta explicado. Amiga de cobra, cobra é.

Até parece que eu ia perder meu tempo com essa garota.

– Se enxerga. - Disse saindo de perto dela com cara de desdenho.

Ela falou mais algumas coisas, mas eu nem dei atenção. Voltei para perto de Lucy, que estava observando tudo.

– Odeio essa garota. - Ela disse.

– Eu sinto pena dela. Deve ter uma vida inútil para se meter tanto na dos outros. - Falei sério.

Lucy me deu um empurrão com o ombro.

– Olha quem ta vindo. - Disse com um olhar safadenho.

Era o Jellal.

Por um momento, parece que tudo rodou em câmera lenta. Ele ficava tão lindo naquele uniforme. O mesmo estava passando os dedos nos cabelos e vindo em minha direção.

Tomei um cuidado para não ficar boquiaberta com tamanha beleza.

– Oi linda. - Disse ele selando nossos lábios.

– Oi... - Disse como se eu tivesse encantada, tipo enfeitiçada.

– Terra chamando Erza. - Disse Lucy com uma voz robótica.

Cai em mim, e voltei ao meu estado normal. Me recompôs e fiquei com um pouco de vergonha com o que tinha acabado de fazer. Mas foi involuntário.

– E ai! O que vocês duas estão fazendo? - Disse Jellal se sentando no banco bem folgado.

– Amarelinha.

Ele ergueu as sobrancelhas e olhou para mim, após escutar o que Lucy disse.

Eu apenas sorri de volta. Não tinha o que explicar, era a Lucy sendo Lucy. O Jellal já estava se acostumando com isso.

O sinal tocou, era hora de ir para a sala de aula.

Entramos na sala e lá estava nosso professor barbudo. O locão de filosofia.

– Alunos, sinto informar que a peça foi cancelada.

Todos os aulos se mostraram insatisfeitos com a notícias. Ouvisse vários cochichos. Princialmente mandando o professor ir para um lugar muito feio...

– Silêncio! - Ele gritou fazendo com que todos se calassem. - Por causa desse problemas que tivemos na escola, ficamos sem tempo e por isso não haverá. Sinto muito.

O falatório começou de novo.

– Respeitem minha mãe. - Disse o professor se sentando.

Ele sabia que os palavreados estavam comendo à solta, mesmo a culpa não sendo dele.

– Ah não acredito que decorei tudo atoa. - Disse virando para a rodinha que eu Lucy e Jellal, estávamos formando com as cadeiras.

– Eu também estou revoltada com isso. - Lucy fez biquinho.

Jellal riu.

– Ta rindo do que esquisito? - Disse Lucy.

– De vocês. Eu estou dando graças que não terá essa peça.

– Mas Jellal... A gente ia fazer Romeu e Julieta. - Falei inconformada.

– Ah amor, a gente tem coisa muito melhor para fazer. - Ele mordeu o lábio.

– Seu pervertido. - Deu um soco no braço dele.

– Ai. - Ele esfregou. - Essa doeu. Mentiroso o ser que disse que, tapa de amor não dói.

– Mas isso foi um soco querido. - Respondi sarcástica.

– Ah... Argumento válido. - Ele esfregou o braço.

Fiquei com pena dele, e esfreguei seu braço também. Ele levantei meu queixo e me deu um beijo. Retribui e começamos a nos beijar na sala, sem vergonha.

– Ei! Vão para uma farmácia. - Disse Lucy separado-nos.

Nós rimos, e Jellal passou o braço pelo meu ombro.

– Desculpa Lucy... Mas eu não entendi... Por que uma farmácia? - Jellal perguntou.

– Não... - Olhei para ele, fazendo uma cara de: Nem tenta entender. - Digamos que a Lucy pensa de uma forma diferente.

Ele riu.

– Gente, que tal nós irmos para praia amanhã? - A Lucy soltou essa do nada.

– Hoje é segunda, e amanhã temos aula Lucy. - Respondi educadamente. - Fora que você não sabe nadar.

– Sei sim. - Ela respondeu com um biquinho e cruzou os braços.

– Você tentou aprender a nadar pela internet. - Eu levantei as mãos com essa afirmação.

– Acontece que eu aprendi a nadar tá. - Ela rebateu.

– No chão. - Eu a encarei.

E Jellal só rindo do nosso diálogo.

– Erza, as habilidades são as mesmas. Só não tenho interesse de usa-las na água. - Defendeu-se.

– Então por que quer ir para praia?

– Pra comer peixe! - Ela me encarou.

– Não precisa ir para uma praia pra comer peixe. - Respondi.

– Se não queria ir era só dizer, não. - Ela cruzou os braços.

Eu comecei a rir, e depois ela começou a rir. Eu já estava acostumada com esse jeito da Lucy, espontâneo e engraçado.

A bichinha é maluquinha, mas eu gosto dela assim mesmo.

O sinal tocou e fomos obrigados a ir para o recreio. Comemos e conversamos mais um pouco.

Quando voltamos para aula, tivemos mais dois longos tempos chatos de matemática. Para nossa sorte, a professora de português do último tempo faltou. Iriamos sair cedo.

– Erza, bora ir na livraria quero comprar...

– Lá não vende bacon Lucy. - Interrompi.

– Eu sei Erza... Por que uma livraria venderia bacon? - Ela fez um sinal de dúvida dando os ombros.

– Quem é você e o que fez com a minha amiga? - A encarei e depois ri.

''Lucy com sanidade? Que novidade era essa? Estou pronta para uma chuva de hambúrgueres agora.'' (Pensamento involuntário)

– Que livro quer comprar? - Perguntei guardando minhas coisas na mochila.

Black o coelho tem dois papais agora. - Ela falou rápido.

– Ah... Nunca ouvi falar... É sobre o quê? - Pensei em algo interessante.

– Coelhos homossexuais.

Olhei para a cara dela, como quem tipo: WTF?

Por que uma pessoa leria um livro sobre isso?

– Lucy, dispenso a livraria, tenho dever de casa.

– Mas você fez tudo na aula.

– Ah... Tenho dever de casa, não da escola. Sabe, eu to fazendo um tratamento psicológico, e o tema é, como lidar com a minha amiga que quer ler um livro sobre coelhos homossexuais!

Jellal veio se aproximando de nós, ele estava conversando com uns amigos a um tempo no fundo da sala.

– Eu te levo pra casa Erza.

– Não dá ela vai fazer dever de casa. - Ela o repreendeu.

– Lucy... - Não era ambíguo ela dizer isso. - Eu preciso ir pra casa. E o dever de casa era sarcasmo.

– Ata, e o Frederico tá bem?

– Quem diabos é Frederico?

– É o marido do no Larry, você saberia se lesse o livro que eu vou comprar.

– Dispenso. - Falei colocando a mochila nas costas.

– Pensei que gostasse de ler amor. - Disse Jellal pegando na minha mão.

– Eu gosto. Mas... Enfim, vamos.

– Claro.

– Tchau Lucy, vai logar hoje?

– Tô afim não. - Respondeu a mesma irritada.

– Ta com raiva de mim? - Perguntei apertando a bochecha dela com a mão que eu não segurava a do Jellal.

– Não! - Ela me abraçou.

Lucy sempre se rendia a um carinho na bochecha. Minha amiga é uma criançona cara.

– Até mais tarde. - Disse ela no portão da escola.

– Até. - Respondi caminhando ao lado contrário dela junto a Jellal.

Nós fomos de mãos dadas até minha casa, e conversamos sobre milhares de coisas. Desde a pedra do calçada, até a velhinha com um problema intestinal.

– Ta entregue. - Disse ele ao chegarmos ao portão da minha casa.

O abracei e dei um beijo nele, depois fiquei reparando seus olhos, e senti seus braços me puxar contra si. Iniciamos um beijo calmo que depois se tornou intenso.

– Tenho que entrar. - Falei me desgrudando do Jellal.

– Ok... - Ele concordou discordando.

– Até mais tarde. - O mais tarde seria a partida que iriamos jogar hoje.

– Até. - Ele me puxou e me deu mais um beijo.

Abri o portãozinho e caminhei até a porta dando um tchauzinho para ele. Eu estava perdida em seus olhos, vi sua boca se mexer, mais eu parecia estar em outra dimensão, não entendi o que ele dizia. Até que.

Pa!

Bati com a minha cabeça na porta.

Ele pulou o portão e veio até a minha.

– Você está bem?

– Droga, quem botou essa porta aqui. - Ri de mim mesma. - É você que me distrai.

– Desculpa então. Ta doendo? - Ele passou a mão na minha cabeça.

– Não, foi de leve.

– Eu escutei o estalo Erza. Parecia que a porta ia rachar, com o seu coco de ferro. - Ele me zoou.

– Idiota. - Ri. - Vou por gelo, obrigada pela preocupação, a porta vai ficar bem.

– Obrigado por cuidar dela. - Ele correspondeu a brincadeira. - Vê se coloca gelo nisso ai. - Disse me dando um selinho no meio de um riso.

– Ok. - Respondi abrindo a porta e entrei em casa.

Fui até a cozinha pegar gelo para por na minha cabeça.

Como eu bati desse jeito? Que vergonha!


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
Corrigindo erros aos poucos. ^_^
Beijos,