Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 9
Whisky, valsa e perigo


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores do meu coração. Como vão?
Todo mundo fica feliz quando eu apareço no dia combinado, né? SHAUSHAUSHA
Eu também fico. Dá ultima vez eu nem falei nada sobre o capítulo em si, mas é o principio da dor, Sasuke vai por as garrinhas de fora e Sakura amada, vai finalmente se ligar que entrou em uma fria terrível.
Amo quem ama, o meu dramalhão. Os comentários eu vou responder, mas agora eu to morrendo de sono.
Agradeço a todos que acompanham, comentam e favoritam a história. Um forte abraço aos leitores novos.
Boa leitura a todos. ♥



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Sakura virou mais uma vez para trás apenas para ver seu antigo sensei ainda em sua cola. Desde que tinha deixado a Torre da Hokage e informado a ela, a direção que Sasuke e seu time tinham tomado o Hatake permanecia junto à rosada. Alguns passos atrás, lendo seu infame livrinho, mas ainda sim presente o suficiente para enerva-la.

A presença dele lembrava-a das palavras duras que ouviu no dia do seu casamento e nos meses que o antecederam. Kakashi foi uma das pessoas que fervorosamente discordou da união e tentou de muitas maneiras persuadi-la a desistir dessa ideia. Ter ele em seu encalço era mais do que desconfortável, era vergonhoso, cruel. Como se ele estivesse indo apenas para comprovar, bem na sua frente, tudo o que ele a preveniu, tudo que ele a lembrou e enumerou e Sakura ignorou, ou pior, não escutou.

Não queria que Kakashi a visse fracassar, por isso torceu com todas as suas forças que Sasuke estivesse no Ichiraku comendo seu lamen em paz, com todo o seu time, mesmo que Karin esteja junto. Ela não vai se importar se todo o time estiver lá. Vai até ficar feliz por isso. Mais alguns minutos de caminhada e Sakura não suportou mais aquela situação.

— Você não precisa me acompanhar até lá. Eu sei o caminho e tenho certeza que nada demais está acontecendo. — Disse a garota pegando de surpresa o Copy-ninja que pareceu ficar desconcertado com as palavras duras de Sakura.

— Bem, realmente, imagino que o caminho para o Ichiraku deve ser um dos mais conhecidos por nossa antiga equipe. — Falou o grisalho ainda sem jeito, fechou o seu livro novamente. — Nunca duvidei que soubesse o caminho e nem ao menos quis parecer estar seguindo você para vê-la encontrar o seu marido. — Coçou a nuca desconfortável como se continuar com aquela conversa o perturbasse profundamente. — Você deve saber sobre o evento que Naruto esta promovendo para o kazekage. — A garota apenas maneou a cabeça em resposta. — Pois então, ele vai acontecer lá... No lugar favorito de Naruto e talvez o único que ele consiga pensar para realizar qualquer tipo de evento: de festas a funerais.

As palavras de Kakashi a pegaram de surpresa. Sim, ela sabia do evento, só não sabia onde seria realizado e deveria ter imaginado que seria lá. Tentou não parecer surpreendida com essa revelação, maneou a cabeça e se virou. Ciente de que o desconforto dele era por uma única razão, o seu sensei sabia desde o inicio que Sasuke não estava lá, nunca estaria em uma festa para o Gaara. Eles se odiavam, mutuamente e o quanto pudesse o Uchiha evitava o ruivo. Uma pressão se fez conhecida sobre o seu peito.

Ele estava com ela, na casa dela. Tentou pensar nos meninos, não estavam sozinhos, era a equipe toda. Mas não conseguia sua mente era nublada com imagens de Sasuke entrando na casa de Karin e se sentindo tão à vontade como se estivesse na sua própria, ela cozinhando para ele, servindo-o, amando-o.

Sakura foi despertar pelo som de vozes e música quando sua atenção voltou para a rua notou que já estava quase no Ichiraku, podia ver a movimentação na porta do estabelecimento, se aproximou o suficiente para ver como estava a situação na parte de dentro. Há anos o Ichiraku não era mais o mesmo. Com o passar do tempo, a simples barraca de lamen haviam se transformado em um restaurante, preservando a bancada original que ainda possuía um ar pitoresco, no entanto ao fundo tinha um ambiente mais aprumado e expansivo com varias mesas e vidrais.

Parou de andar, sua presença ali já não fazia sentido, sabia que não ia encontra-lo. Estava prestes a se virar para seu sensei informando que voltaria para casa quando algo prendeu a sua visão na multidão. Uma cabeleira branca azulada se fez presente, junto a um homem alto de cabelo alaranjado. Não, não poderiam ser eles. Sem que notasse tinha voltado a caminhar, suas pernas a guiavam até o local.

— Sakura-chan! — A voz de Naruto surgiu e logo ele estava a sua frente abraçando-a com força. Sakura queria desesperadamente se soltar e correr atrás de Juugo e Suigetsu, mas não podia fazer isso sem magoar os sentimentos de seu melhor amigo. — A Ino disse que você teria um compromisso essa noite e não poderia vir. Mas, olha só, você está aqui! — Dizia o Uzumaki de forma esfuziante, Sakura sorria sem graça, tentava se focar no loiro, mas seus olhos continuavam a perseguir os dois rapazes pelo ambiente. — Isso é muito importante para mim, Sakura-chan, eu fico muito feliz em vê-la aqui. — A Uchiha abriu a boca para responder, mas alguém falou antes dela.

— Eu também fico feliz em vê-la, Sakura. — Sakura se surpreendeu ao ouvir a voz de Gaara, virou-se apenas para vê-lo parado ao lado esquerdo de Naruto e se perguntou há quanto tempo o garoto estava ali. Porque ela nem ao menos tinha notado sua presença. Sem jeito a rosada maneou a cabeça.

— Seja Bem-vindo, Gaara que sua estadia na Vila seja proveitosa. — Disse a menina cumprimentando ao ruivo ainda de uma forma acanhada. — Naruto eu não posso ficar muito tempo. — Fez uma pequena careta buscando uma justificativa plausível. — Eu tenho um monte de relatório atrasado para entregar, Tsunade ta pensando em me matar, espero que você entenda. — Sentia-se péssima por está mentindo ao seu melhor amigo, mas era a única forma de conseguir se livrar de sua insistência. — Eu vou ali falar com uma pessoa e já volto para me despedir.

— Tá bem. Espero que você consiga entregar seus relatórios há tempo. — A expressão desanimada dele quase a fez contar a verdade, mas ela preferiu se afastar logo a tempo de ver a expressão de seu sensei, Kakashi sabia que era uma mentira e pelo seu olhar a acusava silenciosamente por isso, ou era apenas a culpa que ela própria sentia falando mais alto.

A garota entrou no estabelecimento, não ligava para a decoração a sua volta, sua atenção se mantinha em apenas dois indivíduos e apesar da apreensão, preferiu manter a cautela não queria que os outros notassem o seu estado. Ambos estavam de costas para ela, o mais próximo era Suigetsu, assim que chegou perto o suficiente o puxou pelo braço, chamando atenção de ambos.

— Suigetsu, Juugo. O que fazem aqui? — Juugo, olhou para a Sakura, alarmado sua boca abriu e fechou diversas vezes como uma criança que não tinha justificativa ao se pego fazendo algo errado. — Vocês não foram jantar na Karin? — A menção da ruiva fez com que Suigetsu se pronunciasse rapidamente para o desespero de seu companheiro.

— Não mesmo! Não engulo aquela gororoba. — Fez uma pequena careta, balançando a cabeça de forma enfática. — Nós íamos comer aqui, mas por causa da festa o Sasuke não quis parar, então ele e a Karin foram... — E ele parou fitando a expressão de Sakura, por um tempo ele ficou sem ter o que falar, notando como que pela primeira vez com quem ele estava falando, ou melhor, o que estava prestes a contar. — Jantar. — O silêncio reinou entre eles, Juugo olhava de um para o outro, Suigetsu fitava o teto e Sakura não fitava nada claramente, estava perdida dentro dela mesma.

— É que, a Karin, ela não queria ir para a mansão Uchiha. — Começou o ruivo todo afobado, buscando ajuda no companheiro que apenas confirmava balançando a cabeça. — Porque ela falou que não se sente acolhida lá, por isso a gente ia vir para cá e não para lá... — Toda a sua frase saiu de uma vez só, em uma única sentença. Tudo junto e embolado, Juugo nunca esteve tão nervoso em toda a sua vida, tinha certeza que se não fosse o tratamento feito pela rosada e por Tsunade ele já tinha perdido o controle e virado uma fera faz tempo. — Você deve entender, né? Não foi de propósito o Sasuke ele...

— Não gosta do Gaara. — Cortou a fala de Juugo sem fita-lo, sua voz parecia pesada e contida. — Por isso ele foi comer na casa da Karin. Sozinho, ou melhor, com ela. — Sakura forçou um sorriso, mas as lágrimas estavam quase voltando a cair, podia sentir a umidade no canto dos olhos. — Tá tudo bem, Juugo. Não precisa explicar nada. Nós sabemos o que está acontecendo.

— Sakura, não... Não é isso... — Suigetsu parou Juugo no meio do caminho, em uma advertência silenciosa, mas a garota não prestava mais atenção no que ele falava, ou no comportamento deles. Já tinha dado alguns passos para trás, afastando-se lentamente da mesa onde eles se encontravam.

Aos poucos o ambiente a sua volta ia perdendo a importância, as pessoas iam se tornando imagens turvas, passou a mão sobre os olhos. Não queria chorar, não querida deixar lágrima alguma cair, mas parecia uma missão tão difícil. Abriu caminho pelo espaço abarrotado de gente. Queria respirar, queria ir para casa, queria ficar sozinha. Antes que conseguisse sair sentiu seu braço ser puxado e logo estava sendo sacudida.

— O que está fazendo aqui? — Em pouco tempo a pessoa entrou em foco e uma cabeleira loira se fez presente. Ino — Testuda e o plano de sedução? — Sakura se livrou do agarre da amiga.

— Esquece Ino, isso é uma besteira. — E lá estava, as lágrimas que tanto tinha lutado para não deixar sair, caíram uma a uma, sem que ela pudesse controla-las. Ino abraçou a amiga afastando-a do meio das pessoas e levando-a para um canto isolado.

— Por quê? — Ino soltou Sakura em um banco afastado da multidão, estavam próximos a saído dos fundos do estabelecimento. Ninguém as importunaria ali. — O que aconteceu?

— Ele está com ela. — A dor na voz da rosada era vivida e latente. — Na casa dela. Neste exato momento. — Afundando o rosto em suas mãos, pressionando os dedos na própria testa. — E eu sou uma burra, eu arrumei tudo... Ino, eu não quero voltar para casa.

— Não precisa voltar. — A loira abraçou a amiga afagando seus cabelos claros. — Você fica comigo essa noite e quantas mais você quiser. — Sorriu, enxugando as lágrimas de Sakura. — E chega de lágrimas, sua maquiagem ta tão bonita para ser borrada e o seu cabelo está lindo demais para ser ofuscado. Vamos! Vamos beber algo e você vai tirar esse casaco e nós vamos dançar a noite toda. — A Yamanaka sacudia a rosada segurando-a pela borda da roupa — E todos vão desejar ser como nós duas, ou ter nós duas. Esse sentimento ruim que está em você vai passar. — Ino ergueu a rosada com um puxão e começou a desabotoar o casaco.

— Para! — A rosada afastou as mãos da amiga, bastante constrangida. — Não posso tirar o casaco. — Corou e olhou em volta ninguém parecia prestar atenção a elas. Aproximou-se de Ino e sussurrou. — Eu to de lingerie por baixo e nada mais. Na pressa de sair e ver se o Sasuke estava bem, eu, eu... Só coloquei o casaco. — Yamanaka não aguentou e começou a rir. — Ino, por favor. Não a graça.

— Desculpa, é trágico, mas é engraçado. — A loira levou ambas as mãos a boca, tentando abafar a risada. — Você deve está gostosa ai embaixo. — Voltou a puxar o casaco para ver o corpo da rosada sobre a peça. — Deixe-me ver se você tem carne testuda.

— Ino! — A Uchiha se sacudiu, afastando-se da loira. Ino podia ser impossível quando queria. — Você já bebeu?

— Já, bastante. Você deve começar, está tão chata. — Ao dizer isso ela se virou para um dos garçons que passavam por ali pegando dois copos de uísque, a rosada protestou pensou em se afastar, mas foi vencida pela insistência.

Sakura tomou um pequeno gole do uísque que tinha sido posto em suas mãos. A bebida desceu queimando, ardia tanto que ela pensou em parar apenas nesse misero gole, mas Ino a forçou a virar o copo todo e aos poucos sua mente foi desanuviando.

Ela sempre odiou uísque considerava um charme homens bebendo, mas vulgar uma mulher com um copo desses na mão. Bem mais sofisticado um bom Martini, no entanto no segundo copo ela passou a achar que aquela era a melhor bebida já feita. Pensou até em apresenta-la a sua shishou talvez assim ela largasse o saquê.

A pista rodou aos seus olhos. Ino havia arrastado-a até o meio da confusão, levando-a a dançar como se o mundo inteiro fosse acabar. Tudo estava turvo e todo o seu corpo parecia repleto de pequenos pontos de eletricidade, tudo vibrava e cada sensação era tão boa, tão leve e intensa. Não ouvia a musica, sentia. Não sabia se dançava bem, se dançava direito, essas questões pareciam não importar muito naquele momento.

Com o terceiro copo na mão e um giro louco Naruto entrou em seu campo de visão. Largou sua melhor amiga e correu até o seu outro loiro favorito, abraçando-o o mais apertado que pode.

— Desculpe, Hinata... Posso rouba-lo? — Disse Sakura já puxando o garoto para longe de sua doce esposa. Sakura virou o copo, tentando finalizar sua bebida, enquanto Naruto gritava qualquer coisa e tirava o recipiente de suas mãos. A menina agarrou o rosto do Uzumaki com ambas as mãos, mantendo-o rente ao seu próprio rosto. — Naruto, eu preciso me desculpar com você. Estava certo, sempre esteve certo. Eu escolhi mal, eu escolhi errado.

— Sakura, o que esta falando? — Como se o entendimento tivesse surgindo em sua cabeça, ele parou e fitou sua amiga e um pesar surgiu em seus olhos. — O Sasuke, ele... — A menina tapou a boca dele com os dedos, os olhos enchendo-se de lágrimas mais uma vez.

— Não, não. Esqueça o Sasuke. — Ela sorriu de forma triste, mas ainda sim isso o acalentou por hora. — Eu falo de mim. E eu também não quero falar sobre mim e sobre tudo isso. Só quero me desculpar. Eu me afastei de você nesses dias, eu o evitei, mas você estava certo ele não merece o meu amor. — Ela o agarrou afundando o rosto em seu pescoço e logo começou a rir e em poucos segundos os lábios da menina foram de encontro aos dele em um selinho simples e inocente. — Você tem cheiro de lamen e gosto de lamen. Eu amo você, e eu espero que nada nunca acabe com a nossa amizade. Porque você é importante demais para mim. — Ela manteve uma mão sobre o rosto dele, os dedos tapando-lhe a boca, escorou a cabeça a lateral da dele, Naruto estava muito aturdido para falar ou pensar em algo.

— Sakura... — Ela se afastou dele, soltando-o enquanto dava alguns passos trôpegos para trás.

— Volte para a sua esposa, já passou muito tempo comigo. — Sorriu e deu meia volta, se enfiando entre as diversas pessoas que estavam por ali. Naruto tinha convidado muita gente, Ino tinha dito que ia ser só para os íntimos.

Entre o mar de gente as coisas começaram a rodar e ela perdeu o equilíbrio por alguns segundos e antes que caísse foi amparada por braços fortes e um cheiro amadeirado tomou o ambiente. Um cheiro quase familiar, quase distinto e ela desejou que fosse mesmo esse cheiro tão peculiar, mas até ela podia sentir a diferença. Não havia aquele frescor mentolado, mas algo mais parecido com canela e amêndoas. Calmo e relaxante olhou para cima e fitou um par de olhos esverdeados analisando cada traço seu.

— Está tudo bem? — Ela apenas maneou a cabeça erguendo-se e se apoiando em uma mesa que tinha por perto.

— Obrigada. — Ajeitou-se sobre o banco, apoiando as mãos na mesa. — Muita gente, sabe. — Disse apontando para as pessoas em volta sem mirar em ninguém em especial.

— Sei — O rapaz deu um sorriso gentil e novamente familiar, mas com um toque tão particular. — Essa festa deveria ser reduzida a metade, ou quem sabe metade da metade. Eu não conheço todas elas.

— Mas elas conhecem você. É o kasekage — Gaara pareceu ficar desconcertado com essa afirmação.

— É, mas eu achei que seria algo mais intimo. — O rosto dela estava próximo ao dela e ela pode ver o quão verde seus olhos eram, de uma tonalidade completamente diferente dos seus próprios, os dele lembravam águas cristalinas. — De qualquer forma, espero que não tenha torcido nada.

— Não, não. — Sakura fitou as próprias pernas e em seguida se encolheu na cadeira. — Não se preocupe. Eu to bem. — O ruivo maneou a cabeça e por alguns segundos pareceu incerto e inseguro.

— Acho que eu nunca tive a oportunidade de me desculpar por ter atacado você quando nós éramos bem mais jovens. — Ele não a fitava a falar e Sakura se surpreendeu com a menção desse episódio há tanto tempo esquecido por ela. — Sinto-me péssimo, principalmente porque depois disso você ainda salvou o meu irmão.

— Não, está tudo bem. — Sem perceber ela tocou os punhos dele que estavam sobre o balcão. — Outros tempos, você era uma pessoa completamente diferente. Eu já esqueci isso. — Sorriu tentando por fim aquela conversa que realmente, não fazia mais sentido algum para ela.

— Mas eu não. — A afirmação dele deixou a ambos sem ter o que dizer e a rosada notou que o segurava e preferiu soltar, afinal não se pode simplesmente tocar em um kazekage. — Dançaria comigo como pedido de desculpa? — A proposta foi tão inusitada que a deixou estupefata. Sakura pensou em recusar, Sasuke surtaria se a visse dançar com o ruivo, mas então ele se levantou e estendeu-lhe a mão com tanta gentileza que ela se sentiu inclinada a aceirar e o fez.

Pegou na mão dele e ergueu-se. O jovem a conduziu para o meio do local, as mesas tinham sido retiradas e postar nas laterais do estabelecimento deixando o centro livre para uma pista de dança.

— Devo dizer que eu não sei bem dançar essas musicas. — Seu tom era baixo e um pouco tímido, dando a ele um estranho ar de vulnerabilidade. — Eu só aprendi a dançar músicas lentas.

— Você é o kazekage, pode dançar da maneira como quiser e ninguém vai falar nada. — Gaara voltou a corar e parecer constrangido com sua resposta.

— Um privilégio do cargo. — Ambos voltaram a sorrir e moviam-se conforme o ritmo estabelecido pelo ruivo, completamente fora do compasso. Alheios a musica em volta deles. Sakura passou um braço em volta do pescoço dele enquanto o outro se mantinha apoiado às costas dele. Fechou os olhos, o cheiro dele era tão bom e suave que ela se sentia tranquila e amparada.

(...)

— Kakashi-sensei, a Sakura veio falar comigo. — Disse Naruto ainda confuso com a recente conversa que teve com a rosada, mas certo de que alguma atitude deveria ser tomada. — Ela estava esquisita, dizendo monte de bobagens desconexas. No entanto a mais alarmante era que ela achava que era burra e que tinha feito a escolha errado. Você vê? Entende? Ela está arrependida, temos que intervir.

— Não, não temos. — Kakashi coçou a nuca, ele já esperava por essa reação de ambas as partes.

— Ela deve estar infeliz. — Esbravejou o Uzumaki, sem crer no que ouvia de seu sensei, sempre achou que o Hatake o apoiaria com relação a esse desastroso matrimônio.

— Imagino que sim, mas essa é uma escolha dela, Naruto. — O copy-ninja fitou o loiro por alguns instantes antes de prosseguir. — Eu avisei, você avisou. Todos avisaram e ela persistiu. Agora se ela quiser sair dessa vai ser por conta própria. Você não vai passar a mão na cabeça dela e resolver todos os problemas que ela própria criou. — Podia ver o semblante dele se fechar para Naruto era irreal deixar alguém sofrer sozinho sem ajudar, mas para Kakashi essa era a opção racional e certa, ou ela nunca aprenderia. — Não dessa vez. Sakura precisa se virar sozinha, vai ser o melhor para ela.

— E onde aquele maldito está? — Como que em resposta ao questionamento do loiro um vulto pulou sobre o telhado do Ichiraku em velocidade máximo. Naruto tacou o copo que segurava no chão.

— Não! Você não vai confrontá-lo. — Mas as palavras do mascarado de nada serviram, Naruto pulou no telhado atrás de seu melhor amigo.

Sasuke estava cansado só queria tomar um bom banho e descansa. Ouviu o som da festa antes mesmo de estar próximo ao local. Sua missão não tinha sido difícil apenas exaustiva e a última coisa que ele desejava era entrar naquele lugar e comemorar algo com aquele babaca. Ou passar na porta e dá de cara com todo o circo montado e todas aquelas pessoas que tentariam segurá-lo a todo custo.

No meio de seu trajeto ouviu uma voz tão conhecida e estridente chama-lo. Parou e se virou, lá estava Naruto. Respirou fundo, não queria perder o pouco da paciência que ainda lhe restava.

— O que pensa que está fazendo? — Esbravejou o loiro

— Tentando ir para minha casa. — Disse o Uchiha de forma apática.

— Falo da Sakura. — As palavras de Naruto surpreenderam o moreno. Não esperava por esse tipo de questionamento, no entanto não deixou sua surpresa transparecer. — O que pensa que está fazendo com ela?

— O que? — Chegou a cogitar que o Uzumaki poderia ter algo de produtivo a falar, porém, como sempre, só ouvia asneiras. — Enlouqueceu de vez? Não faço nada com ela. Sakura deve está em casa, muito bem por sinal e você, aqui, me importunando.

— Ela não está: nem em casa, nem bem. — Sasuke ergueu uma das sobrancelhas em descrença. — Eu acabei de falar com ela. Está lá na festa, péssima, e isso é por sua causa. — As palavras do loiro pararam de ter importância assim que ouviu onde sua esposa estava, respirou tentando manter a calma.

— Ela está lá, naquela festa?

— Está e você me deve explicações... — O loiro foi cortado de forma áspera pelo moreno.

— Não devo nada a você. — Passou direto por Naruto. Fazendo o caminho de volta ao Ichiraku. Os protestos do Uzumaki não mais lhe importavam, só queria saber uma coisa: O que Sakura estava fazendo lá?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sasuke não gostou nada, nada de saber que a Sakura estava na festa para o Gaara. E quem achou que rolou um clima, levanta a mão. o/
Espero ver vocês no próximo capítulo - que não será esse mês -
Até, beijos.
Comentem. ;*