Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 11
Quebrando a Banca


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Como estão?
Sinto pela demora, ia postar tudo na primeira semana de setembro, entre segunda e terça, mas as coisas se complicaram por aqui. Meu avô ele ta muito mal de saúde, mal mesmo. Tão mal que os médicos disseram que não a mais o que fazer a não ser prolongar o inevitável, as coisas estão complicadas e um dia ele acordou e ficou me chamando então eu tive que ir para lá ficar com ele. Sem cabeça para arrumar essas coisas, desculpa aê. Espero que entendam.
O capítulo não passou por revisão alguma, qualquer erro me informem.
Agradeço a todos que comentam, acompanham e favoritam a história.
Um agradecimento mais que especial a Bolacha-chan pela sua linda recomendação. Fiquei tocada e muito lisonjeada pelas suas palavras, foi uma alegria sem fim lê-la, capítulo dedica a você, sua linda. sz
Boa leitura a todos;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409045/chapter/11

Os raios de Sol invadiam o quarto e uma brisa leve balançava a cortina permitindo que a claridade chegasse até o corpo sobre a cama. Sakura, remexeu-se incomodada com o brilho incandescente, piscou diversas vezes levando um dos braços a frente do rosto.

Puxou o travesseiro ao seu lado usando-o para esconder-se da luz que a cegava, levou uma das mãos as têmporas, massageando-as. Sua cabeça parecia que explodiria a qualquer momento. Virou-se de bruços, mantendo o peso do seu corpo sobre os cotovelos apoiados no colchão macio, semicerrou os olhos notando a janela aberta. Ela não conseguia recordar em qual momento teria feito tal ação, mas tão pouco se esforçou para isso, não fazia diferença.

Depois da briga com Sasuke só conseguia lembrar de tomar os remédios e sabia que o para dor de cabeça era forte o suficiente para deixa-la mole e desnorteada bem rápido, somando com os copos de uísque o efeito do remédio ficou ainda mais forte e em vez de só se sentir mole, todo o seu corpo pareceu ter sido anestesiado e apagou no exato momento em que bateu na cama.

A sua memória estar fragmentada não é nenhuma novidade, ao menos pensou que acordaria sem aquela maldita enxaqueca, mas remédios e bebidas alcóolicas não são uma junção sadia. Não se esqueceria disso pelas próximas décadas.

Sentou-se sobre a cama, notando pela primeira vez que ninguém tinha dormido ao seu lado, a colcha estava revirada, o lençol amassado por todas as partes, estava bastante zoneada, mas pela posição que tinha acordado e a que se encontrava agora deixava claro que provavelmente ela tinha dormido sozinha. Balançou a cabeça tentando afastar qualquer pensamento sobre a localidade dele e onde poderia ter dormido. Não queria mais se importar e faria de tudo para que conseguisse isso.

Deslizou uma das mãos sobre a alça rasgada da camisola, ainda a usava apesar de tudo. Suspirou passando os dedos pelo estrago que Sasuke tinha feito na delicada peça, não teria jeito, estava arruinado.

Uma roupa comprada com tanto carinho para um dia tão especial que não serviu e nunca mais serviria para os seus reais propósitos. Não contaria as suas amigas que fim ela tinha levado, suspirou levantando da cama em um pulo. Não dava para ficar se lamentando pelo resto do dia. O melhor a fazer era começar a arrumação do quarto e pensar no que faria a partir de agora.

Antes de tudo Sakura decidiu tomar um banho. Merecia esse momento de deleite, além do que estava se sentido suja e com cheiro de bebida. Correu para o banheiro e ficou uns bons minutos imersa na banheira refletindo sobre como as coisas tinham mudado nesse último mês.

Um mês, parecia uma eternidade sua vida de casada, não apenas míseros 30 dias.

Pensou em pegar a garrafa de champanhe que estava no balde de gelo – ou o que deveria ser gelo – e apesar dos dedos terem coçado e a sua boca ficado seca, desistiu. Aquilo poderia acabar virando um vício perigoso e ela não queria entrar nessa, não mesmo. Ela era mais forte que isso.

Depois do banho colocou um short de flanela e quando foi pegar uma blusa encontrou uma de Sasuke que curiosamente se encontrava no seu lado do closet. Ao analisa-la pode constatar que não era uma peça atual. Pequena demais para caber no físico bem torneado do atual Senhor Uchiha, aquela blusa pertencia a outro Sasuke, a um menino pequeno com músculos começando a surgir e que escondia sorrisos.

Não conseguia recordar dele a usando também, a peça era cinza escuro e possuía um sombreado curioso na forma de chamas negras. Uma peça icônica sem dúvida, aquela imagem das chamas negras chegava a ser irônica perante as novas habilidades que ele possuía.

Resolveu coloca-la e parou em frente ao espelho achando graça que uma blusa da infância de Sasuke coubesse perfeitamente nela, como uma baby look. Não fazia ideia do porquê tivera a vontade de por aquela blusa. Talvez fosse por lembra-la de uma época em que realmente Sasuke parecia sentir algo e não ser essa pessoa apática que tinha se tornado. A fazia lembrar do porquê de ter amado verdadeiramente aquele garoto franzino.

Sem mais delongas, Sakura começou a arrumar o quarto pela cama.

Trocou o lençol que a forrava e jogou o antigo sobre o chão, tacando sobre ele os diversos panos e toalhas que tinha usado para decorar o quarto. Assim que começou a fazer um bolo com todas as peças juntas ouviu o som de algo quebrando no primeiro andar.

Rapidamente ficou alerta sentido todo seu corpo latejar, não estava pronta para uma luta, não hoje. Mas logo a tensão passou assim que pode sentir dois chakras no térreo. Um ela não fazia ideia de a quem pertencia apesar dele lhe parece familiar. Porém o outro seria reconhecível em qualquer lugar ou situação.

Abriu a porta do quarto sem fazer barulho e inclinou o corpo um pouco para frente, viu uma sombra mexendo em algumas coisas, mas ainda não era distinta. Desceu as escadas devagar e logo pode ver a quem o segundo chakra pertencia: Karin.

Respirou fundo e mordeu o lábio inferior com força, sentindo os dedos coçarem. A ruiva estava agachada recolhendo alguns cacos. Quando Sakura colocou os pés no penúltimo degrau a garota ergueu a cabeça fingindo – de uma forma tão óbvia que Sakura quase riu da cara dela – surpresa com a aparição da Uchiha e logo um falso pesar surgiu sobre o seu olhar, levando uma das mãos ao colo.

— Sakura, desculpa... — Ergueu uma das sobrancelhas sem entender o porquê do pedido, até ela erguer uma pá com cacos que a mulher logo reconheceu. — Sem querer eu quebrei um jarro seu. Espero que o barulho não a tenha acordado. — Deu uma breve risadinha e a Uchiha respirou fundo para não quebrar o resto das coisas em cima daquela criatura fingida.

Não duvidava que cada gesto tinha sido minimamente calculado só para que fosse pega ali, no meio da casa, tirando as coisas dela, como se fosse a verdadeira dona e Sakura uma louca que não sabia o seu próprio lugar.

— Espero também que não se importe de eu estar ajudando o Sasuke–kun a arrumar a baguncinha que você andou fazendo. — O tom de Karin se tornou dois tons mais agudos e logo percebeu que ela queria chamar atenção, virou-se e viu a silhueta de Sasuke a cozinha, obviamente ela queria que Sakura fizesse uma cena e ela saísse como vitima, mas estava tão cansada que nada fez.

Terminou de descer as escadas e com um sorriso amarelo caminhou em direção a cozinha, quase gargalhou e quase deu pulos de alegria ao visualizar de relance o semblante da Uzumaki ruir. No entanto o humor de Sakura não estava para tanto assim que entrou na cozinha seus olhos se depararam com Sasuke.

Viu quando a atenção dele se fixou sobre ela por tempo demais, na hora que notou o que ele fitava se arrependeu de ter saído do quarto com aquela peça de roupa. Não deveria ter pego a blusa dele e posto, foi burra, burra e burra, mas agora estava feito e não tinha como reverter. O melhor a fazer era não se importar como o plano inicial.

Abriu a geladeira e pegou alguns ingredientes para começar a preparar o seu café da manhã. Quando largou o material sobre o batente virou-se para Sasuke, ele estava de costas retirando alguns pratos de dentro de uma caixa de madeira, Sakura remexeu-se, abriu a boca algumas vezes, até mesmo deu um passo em sua direção.

No entanto nada disse, um bolo tinha se instalado em sua garganta. O que diria? Será que estava pronta para as consequências de suas escolhas? Suspirou e voltou sua atenção para as frutas a sua frente, escolhendo algumas do cesto. As lavou e começou a separar as que usaria para fazer suco e as que comeria com iogurte.

Pode sentir a movimentação as suas costas, o som dos pratos sendo postos na bancada sessou e por alguns instantes não havia outro som que não fosse o da sua faca retirando a casca da maçã, queria até mesmo que aquele pequeno barulho não existisse para que pudesse ouvi-lo perfeitamente. Isso durou por um tempo até Sasuke quebrar o silêncio antes que Sakura surtasse de agonia.

— Não estou jogando nada seu fora. — Não moveu um milímetro se quer na direção dele, permaneceu com suas ações. — Estou colocando tudo de volta as caixas e guardando no escritório. Ninguém o usa mesmo não tem problema elas ficarem lá. — Deu de ombros, não queria mais saber de nada disso, continuou a ignora-lo, ao menos a fingir já que podia ver pelo canto dos olhos que ele manuseava algo em suas mãos, não sabia o que exatamente, mas tinha a ligeira impressão que era algo seu. — Acho que algumas...

— Sasuke! — Karin entrou como um furacão na cozinha. — Eu estava pensando que agora que a Sakura acordou podemos começar a arrumar lá em cima, depois terminamos com a sala, fica mais fácil assim. — Sakura franziu o cenho, sem compreender onde a Uzumaki queria chegar, havia feito poucas mudanças no corredor do segundo andar, gostava da mobília e nos outros quartos, a não ser os de hospedes, ela não tinha entrado. — Vou subir agora para arrumar o seu quarto. — Sakura prendeu a respiração ao ouvir a resposta de Karin que já tinha se virado a caminho das escadas sem esperar por uma resposta.

Sakura se voltou para Sasuke buscando alguma reação, a que fosse, mesmo uma branda ele não podia fazer isso, não podia deixa-la invadir a intimidades dele desta maneira. Talvez não fosse a primeira vez

A ideia a feriu, mais do que imaginava, mais do que desejava. Incrédula com inercia por parte do Uchiha, correu para sala, depressa o suficiente para espantar Karin que deu dois passos para traz ao se deparar com Sakura no vão da escada, prostrada no primeiro degrau, com uma mão em cada lado do corrimão.

— Você não vai subir! — Proferiu cheia de autoridade, Karin crispou os lábios.

— Sakura! — Foi o tom imperial que surgiu primeiro, caminhando em sua direção e parando alguns passos atrás da ruiva, Sakura não titubeou e manteve a mesma postura defensiva.

— Sakura... — O tom de Karin já era mais calmo como quem fala com uma criança ou alguém que sofre de sérios distúrbios, ela virou-se fitando o Uchiha, Sakura não pode ver se ela dizia algo ou se apenas o fitou, mas Sasuke retribuiu o olhar e pareceu mais calmo após isso e ela quis mais uma vez matar aquela desgraçada. — Eu não estou aqui para brigar, apenas para arrumar o que você...

— Foda-se! — Esbravejou interrompendo o discurso complacente e falso — Diga o que quiser, você não vai subir. — A própria Uchiha se assustou com seu tom, quase um rosnado, mas manteve a postura. — Se vocês querem arrumar a casa inteira, arrumem; querem fazer daqui um mausoléu, façam. Mas no meu quarto ninguém toca. Sim, meu quarto. — Respondeu ao ver Karin abrir a boca claramente para protestar essa afirmação. — Porque sou eu que durmo todas as noites naquela cama, é o meu cheiro que está impregnado lá e o uso mais do que qualquer um nesta casa. — A ruiva mordeu o lábio contendo-se ao máximo. — Então é tão meu quanto dele e eu não permito que mudanças sejam feitas. E quer saber, acabei de criar uma regra para o meu quarto. E a regra é: você jamais vai pôr os pés nele. Estamos claras?

Karin soltou uma risada baixa, ajeitou o óculos e cruzou os braços em frente ao corpo pronta para responde-la, mas foi interrompida pela voz de Sasuke:

— Deixa. O quarto vai ficar como está. — A Uzumaki se virou como se tivesse levado uma bofetada, Sasuke não a fitava, mantinha os olhos presos na figura sob a escada. — Agradeço pela ajuda, mas já fez tudo que tinha para fazer por aqui.

— Mas... — Por alguns instantes ela pareceu sem chão pela forma como o Uchiha estava se portando. — Só faltam algumas poucas coisas, eu posso...

— Eu arrumo depois. — A fitou dando um passo para frente. — Esta dispensada por hoje.

— Ótimo! — Desceu o degrau ficando frente a frente com o Uchiha. — Porque eu quero conversar com você.

— Não! — Karin se precipitou e recebeu a atenção do casal na sala. — Sasuke você combinou um treino para hoje de manhã, esqueceu?

— Hum. — Sakura voltou sua atenção para Sasuke que passou as mãos pelos cabelos como se refletisse sobre o que faria, mas por último viu ele largar algumas das coisas que ainda segurava sobre o sofá, e pegar seu estojo de armas que estava sobre o pequeno batente que dava para ver a cozinha. Karin sorriu caminhando em direção ao hall.

Sakura suspirou cansada desse tipo de situação. Que esposa precisa brigar pela atenção de seu marido? Reformulando: que recém-casados passam pelos problemas que eles passam? A resposta é nenhum. Porque todos estão ocupados demais curtindo sua vida juntos antes dos problemas surgirem. Estava exausta e aquela situação, toda aquela cena só mostrou o quanto tudo estava tão inadequado.

Sasuke amarrou a bolsa na perna, pegou as chaves e fitou a sala pensando se não esquecia de nada, mas ao passar por Sakura seu braço foi segurado pela garota.

— Não vou fazer cena, não vou atrapalhar o seu treino, mas vou te deixar ciente do assunto da nossa conversa. Eu quero o divórcio. — Após dizer tais palavras ela o soltou e voltou o caminho para a cozinha.

Sasuke ainda ficou parado no mesmo lugar, atordoado. Pensou em chama-la e dizer que aquilo era um absurdo que ele não permitiria, pensou em perguntar o porquê disso, mas parecia um pouco fora de contexto, no fundo ele sabia, chegou a dar um passo em direção a cozinha, mas a voz estridente de Karin o trouxe de volta a realidade, fitou o caminho por onde ela tinha passado dando alguns passos em direção a porta e se virando, não tinha como lidar com aquela situação agora.

Sakura fingiu não se importar com a ausência de Sasuke, fingiu com todas as suas forças que aquilo não a incomodava que ela já tinha superado toda essa história, fingiu tão bem que até mesmo, ela, quase acreditou.

A Haruno fazia o possível para se ver livre do péssimo hábito de tomar café. Preparava refeições matinais cheias de frutas e sucos naturais, para que não precisasse do líquido escuro, no entanto no final do café da manhã a vontade de tomar uma caneca fumegante era quase insuportável.

Já estava condicionada e viciada, tinha que aceitar isso. Preparou o café e com calma, sentou-se à mesa para saborear sua amada bebida. Antes que conseguisse sorve-la alguém bateu a porta. A Uchiha praguejou e deixou a caneca sobre a mesa indo até a entrada da casa atender ao visitante inoportuno. Se fosse Naruto, era bom estar preparado para ser linchado vivo.

Ao abrir a porta Sakura deparou-se com a última pessoa que esperava encontrar em frente a sua residência: Sabaku no Gaara, o responsável por sua atual crise conjugal. Não que fosse culpa-lo por isso, Gaara não tinha feito nada, mas ainda assim, a presença dele não parecia uma boa coisa.

— Boa Tarde. — Respondeu cordialmente fitando o interior da casa por sobre o ombro. — Espero não está incomodando vocês. — Sakura apertou a madeira com força quase a quebrando.

— Boa tarde, aconteceu alguma coisa? — Fez o possível para transparecer uma calma que não sentia, Gaara não a amedrontava, mas desde que o viu algo em seu estômago se revirou e isso não era uma sensação boa.

— Não. Não. — Sorriu, passando a mão pelos cabelos. — Só passei para uma visita...

— Uma visita? — Sakura suspirou, abriu e fechou a boca três vezes antes de voltar a falar. — Bem é que...

— Existe algum problema com a minha aparição. — O tom de Gaara não era mais cordial e afável e a Uchiha logo percebeu que era aquilo que ele desejava. O que ele realmente queria ali.

— Não. — Sorriu tentando não transparecer o nervosismo. — É só que você é o kasakage e...

— Se não a nada, então eu posso entrar? — Ela o fitou por um tempo, jogando o peso do corpo de uma perna para a outra até decidir abrir a porta de uma vez e dar passagem para a entrada dele.

Gaara a acompanhou até a sala, Sakura tinha esquecido momentaneamente de como tudo estava bagunçado dentro daquela casa. Ao fitar as caixas bagunçadas por todo o cômodo, voltou sua atenção para os próprios pés bastante sem graça.

—Venha. — Continuou a caminhar sem virar-se para o Sabaku. — Estou tomando café, acabei de passar. Quer uma xicara?

— Vocês estão fazendo algumas mudanças na casa? — Gaara fitava as caixas espalhadas com um interesse genuíno. — Deve ser bom... Mudar um pouco. — Sakura sorriu amarelo, não tinha o que responder, não queria respondeu.

— Caneca ou xicara? — Perguntou levantando ambos os recipientes o kazakage preferiu a caneca como ela. Sakura a preencheu até a metade. — Açúcar, leite, canela?

— Açúcar, por favor... — Depositou a caneca sobre a mesa e ao lado pôs o pontinho com açúcar.

Gaara deu uma pequena golada e a Uchiha se sentiu inquieta com toda aquela situação e com a aparente tranquilidade do homem a sua frente.

— Quer algo a mais? Biscoitos? Croissant?

— Obrigado, só o café está de bom tamanho. — Voltou a sorrir girando a caneca sobre suas mãos.

Sakura se sentou à frente do Sabaku e sorveu um pouco de sua bebida, não mais tão quente, Gaara repetiu o gesto. A Uchiha fitava a fumaça que sai de sua caneca enquanto sentia o olhar dele vidrado em si. Remexeu-se incomodada com tamanha atenção.

— Bem, espero que depois de ontem nada demais tenha acontecido... — Sakura quase cuspiu a bebida com a menção daquele assunto.

— Só tivemos uma pequena discussão nada demais. — Passou a ponta dos dedos pela borda de sua caneca. — Sasuke é ciumento e...

— Não gosta de mim, eu sei. — Ela o fitou e Gaara sorria de forma branda, não dava a mínima para o que o Uchiha pensava a seu respeito. — Ele nem ao menos tenta esconder.

— Pois é... — Sakura remexeu-se inquieta. Por quem o deixará entrar? A presença dele a estava desconcertando. — Mas já está tudo bem entre nós.

— E ele não entendeu as coisas de forma errada?

— Não.

— E você? — Arqueou uma das sobrancelhas, sem entender o que ele realmente queria dizer.

— Eu o que?

— Entendeu as coisas erradas? — Entreabriu os lábios desviando o olhar, aquela conversa não parecia estar seguindo o rumo certo.

Preferiu fingir que não entendia o que ele estava dizendo. Encolheu-se na cadeira e umedeceu os lábios antes de responde-lo:

— Não entendi e de qualquer maneira não sei se quero entender... — Manteve sua atenção voltada sob os objetos a mesa. — Veio para saber como estou, está vendo agora. Não a nada de errado. Nada aconteceu. — Gaara pegou as mãos pequenas e as apertou com suavidade.

— Sakura, eu quero que saiba que pode contar comigo para o que precisar. — O aperto se tornou mais forte, mas não a machucava, era reconfortante — Minhas portas estarão sempre abertas para você, nem que seja apenas para ouvi-la. Espero que saiba que em nenhum momento eu quis lhe causar algum mal estar...

— Está tudo bem, Gaara. — Soltou uma das mãos pondo-a sobre as dele. — Não a razão para a preocupação e eu agradeço pelas palavras. É sempre bom poder contar com um amigo.

— Saku... — O Sabaku chegou a começar a falar, no entanto um som estridente tomou o aposento.

— Sakura! — A porta de correr da cozinha foi aberta de uma vez e um Uchiha irado surgiu. — O que está acontecendo aqui? O que ele faz aqui?

Sakura puxou as mãos de uma vez só como se o contato de Gaara as queimasse, levantou-se em um pulo. Caminhando pela borda da mesa posicionou em frente ao corpo do ruivo, tapando-o.

— Nada. —- As passadas de Sasuke eram precisas como um felino pronto para dar o bote, mas a garota não moveu um musculo sequer.

Gaara inclinou o corpo para o lado, tendo uma visão clara do Uchiha pelo vão entre a cintura e o braço de Sakura.

— Só vim conversar com sua esposa. — Tomou um gole do café. — Saber como ela estava.

— Que ótimo. — Esbravejou Sasuke usando um tom mais alto que o usual. — A mais alguma coisa que você queira dela?

— Bem, nós estávamos em uma conversa muito agradável antes de você interromper e não vejo porque...

— Gaara... — O Sabaku fitou Sakura que tinha se virado com uma feição quase implorativa. —Por favor... Acho que já conversamos tudo que tínhamos para conversar. Você pode ir agora? — Era esquisito ter que expulsar uma visita e mesmo sendo Gaara ela se viu corando pela indelicadeza. — Eu, eu o acompanho até a porta.

— Sakura... — Tocou o antebraço dela com afeto, gesto que fez o Uchiha grunhir ao lado dele e quase saltar sobre o homem a sua frente, sem se importar com o seus status social, com agilidade a rosada o arrastou da cozinha. — Não se preocupe, ficarei bem. — Antes que abrisse a porta o ruivo se virou enlaçando seus dedos finos mais uma vez. — E se precisar é só chamar. — Sorriu e piscou um dos olhos. Queria ter animo para retribuir o galanteio, mas sua cabeça apitava freneticamente para a bomba que a aguardava.

Viu o homem se afastar e fechou a porta, voltando para a cozinha sem pressa alguma. Sasuke andava de um lado para o outro como um bicho enjaulado e assim que a viu atravessando o batente, caminhou em sua direção como um predador.

— Que merda é essa, Sakura? — Respirou fundo, não iria perder a cabeça.

— O que você ouviu. — Cruzou os braços em frente ao corpo, fitando-o com altivez. — Ele veio saber como eu estava depois de tudo que ocorreu ontem

— Claro, e só por isso você resolveu abrir a porta da minha casa para esse filho da puta? — Quase cuspiu as palavras em cima dela, Sakura manteve a postura, cerrando os punhos bem apertados.

— Eu deveria fazer o que? — Deu um passo à frente, aumentando um pouco o seu tom também. — Deixa-lo na rua?

— Mandado embora! — Sasuke passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os inconformado com toda aquela situação. — Eu não o quero na minha casa! Não o quero perto das minhas coisas. — O sangue dela ferveu, porque ela pode notar que estava implícita naquela frase, a suposta propriedade Sasuke sobre ela. — Não vou tolerar isso! Mas que porra de afronta é essa que você está disposta a criar comigo?

— Eu não quero criar afronta alguma com você e a partir de agora você não precisa se preocupar. Eu não estarei mais aqui para deixar pessoas indesejadas tocarem em suas coisas.

— O que? Mas que merda é essa que você está falando?

— Exatamente o que você está ouvindo e entendendo. Eu estou indo embora, Sasuke.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Quem pirou com a declaração final da Sakura? Geral me pediu uma atitude da mina, ai está o principio de uma atitude. Como Sasuke boladão vai lidar com essa situação? Não deixem de me dizer o que acharam de tudo isso.

Ps.: O teaser que ficou em primeiro lugar teve seu primeiro capítulo postado. Aqui está Dicionário de Cama: http://fanfiction.com.br/historia/544304/Dicionario_de_Cama/
Deem uma olhada, por favor.
Beijo e até mais;*