Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Então, para quem ta começando agora. Olá e seja bem vindo. Mas quem leu o antigo primeiro capítulo eu fiz uma mudança brusca, a ideia base da fic continua a mesma, mas enquanto eu bolava o segundo capítulo eu pensei nisso, em por esse prólogo para dá um tcham. Espero que gostem e quem já lia não se chateie com a mudança. Boa leitura a todos.;*



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As ruas da Vila estavam vazias, os estabelecimentos fechados, pouquíssimos bares ainda se encontravam abertos e esses os poucos já recolhiam suas mesas e cadeiras preparando-se para fechar as portas. A noite estava quente, em tempos de paz muitas casas dormiam com as janelas abertas.

Sobre o céu de Konoha a lua cheia brilhava imponente, com algumas poucas estrelas a sua volta, ofuscadas por seu brilho dourado. Alguns poucos ninjas patrulhavam o local, mais um movia-se apressado e sorrateiro.

Sasuke vestia-se o mais depressa possível, tentando não fazer muito barulho para não acordar sua esposa. Mas no escuro era bem complicado não esbarra na beirada da cama, nos sapatos, até mesmo na porta do banheiro, não demorou muito para perceber que alguém se mexia sobre os lençóis, despertando.

Sakura remexeu-se sobre a cama, incomodada com os ruídos a sua volta. Seu sonho estava tão bom e agradável, virou para o outro lado da cama e não sentiu a quentura familiar de outro corpo ao seu lado. Semicerrou os olhos notando o espaço vazio. Apoiou um dos cotovelos sobre o colchão macio, jogando os cabelos para trás, notou a ‘sombra’ andando de um lado para o outro no quarto. A rosada soltou um suspiro, virando e acendendo a luz do abajur ao seu lado. Esticou os braços e o tronco, sentando-se sobre a cama, levou uma das mãos aos olhos, coçando-os. – Que horas devem ser? – Procurou o relógio sobre o criado mudo, estranhando o fato de Sasuke está se aprontando para uma missão as quatro da madrugada.

– A missão é muito importante? – Por um momento Sasuke estranhou o fato dela está falando com ele, mas não demonstrou.

– Um pouco. – Continuou a arrumar suas coisas. Sakura escorou as costas sobre a cabeceira da cama, observando-o com atenção.

– Hmmm. Você vai demorar muito para voltar? – As pernas estavam flexionadas e abertas, os braços largados entre elas, fazendo a coberta afundar e podendo ver o moreno parado a sua frente com bastante clareza.

Sasuke parou de arrumar suas coisas para observar sua esposa com atenção. Fazia tanto tempo que ela não demonstrava preocupação com as missões dele, se demoraria, se voltaria a salvo. Ultimamente o contato entre ambos era pouco, o mínimo necessário e o dialogo também. Chegou a estranhar o súbito interesse dela, mas afinal, era Sakura, e esse tipo de comportamento dúbio sempre foi uma característica de sua personalidade tempestuosa.

– Uma semana. Esse é o tempo estipulado, mas devo voltar antes, não é tão séria. Não precisa se preocupar. – Como resposta ganhou um singelo sorriso e voltou a se vestir. Volta e meia sua atenção decaia-se em Sakura, mas ela parecia normal, apenas observando com afinco cada movimento do moreno.

Ao terminar de se vestir e guardar tudo que precisava o Uchiha parou bem no meio do aposento, as mãos sobre o bolso da calça de seu uniforme ANBU. Seus olhos cravados sobre os verde dela esperou por algum movimento, qualquer coisa, que viesse até ele, que lhe falasse mais alguma coisa, que o beijasse e desejasse uma boa viagem, mas nada aconteceu. Eles apenas ficaram um encarando o outro, Sasuke um pouco ansioso, Sakura incerta, até que por fim ele achou melhor acabar com aquela situação quase insuportável. Por alguns instantes cogitou ir até a mulher sobre a cama, mas decidiu apenas acenar com a mão e a cabeça caminhando até a porta do quarto.

– No final dessa semana eu volto. – Ela acenou em resposta, abaixando a mão apenas quando o viu sair do quarto, respirou aliviada, puxando o lençol até o rosto.

Como tinha se esforçado ao máximo para tentar parecer calma e tranquila enquanto por dentro remoia-se de ansiedade e nervosismo. Cada vez que ele a fitava seu coração parava uma batida e todo o seu corpo estremecia. Levou uma das mãos ao peito, fechando os olhos. Finalmente, finalmente a oportunidade que esperava há semanas surgiu.

Ouviu a porta da frente bater, mas permaneceu sobre a cama. Desligou a luz do abajur e continuou ali, sentada, apertando o lençol entre seus dedos finos até as juntas ficarem brancas. Depois de uns bons dez minutos levantou, aproximou-se da janela observando o complexo Uchiha, vazio, sem uma sombra viva. Voltou-se para o quarto e as pressas, enfiou-se dentro da primeira roupa que encontrou em seu caminho, pegou sua capa preta e saiu do quarto marchando até a porta.

Colocou a capa sobre os ombros puxando o capuz para cima, poderia está muito quente para usa-lo, mas não correria o risco de ser vista. Mesmo sabendo que praticamente toda a vila dormia, cautela era sempre muito bem vinda.

Atravessou todo o bairro o Uchiha e parte da vila o mais depressa que pode, até parar a porta de uma casa simples, modesta, mas aos olhos de Sakura sempre foi muito convidativa e aconchegante.

Bateu sobre a porta de mogno. Uma, duas, três vezes... Bateu até seu punho doer. Alguns minutos depois um loiro sonolento surgiu entre uma pequena fresta, espantando-se com o ser encapuzado a sua frente, quando ia perguntar quem era, Sakura abaixou o capuz, Naruto quase pulou para trás.

– Sakura-chan! O que faz aqui? – Perguntou o Uzumaki, bastante surpresa.

Sakura tinha esperado por tanto tempo que agora estava afoita demais para as formalidades, empurrou a porta, podendo ver Naruto por inteiro, agarrou-lhe a mão do melhor amigo, quase irmão, levando-a para debaixo de seu queixo.

– Naruto, por favor, você precisa me ajudar. Você é o único que pode. – Naruto olhou atordoado para sua melhor amiga, voltou sua atenção para a rua vazia, deserta, mas ainda sim não era o lugar adequado para o tipo de conversa que ela parecia querer ter com ele. Puxou Sakura para dentro e fechou porta.

– Não estou entendendo Sakura-chan... – Falou o garoto raposa acendendo a luz da sala, voltou-se para a amiga apontando o sofá, mas Sakura parecia agitada demais para querer sentar, enquanto ele mal conseguia pensar. – Em que eu posso ajuda-la? – Sakura abriu a boca para falar, mas parou ao ouvir passos, seu coração gelou, por um instante pensou ser Sasuke, ali, pegando-a desprevenida.

– Naruto-kun... – Uma Hinata sonolenta descia as escadas, o barulho na porta também a acordara, mas seu marido havia dito que o melhor era ficar na cama. Hinata obedeceu, mas pela demora resolveu vir vê o que era, mas sua surpresa não podia ser maior ao ver Sakura no meio de sua sala. – Oh! Sakura-san... O...

– Hinata, me desculpa vir até a sua casa uma hora dessas, mas é que... Eu precisava falar muito com Naruto. Porque só ele pode me ajudar. – A menina dizia tudo muito aflita, com os olhos enchendo-se de lágrimas. O casal a sua frente estava começando a ficar tão aflito quanto ela por não entender o que poderia está passando com a amiga deles para deixa-la naquele estado. – É minha ultima chance... Minha única chance...

– Sakura, eu não to entendendo. O que eu posso fazer por você? – Em um movimento rápido Sakura já estava à frente do Uzumaki segurando-o pelos braços.

– Você precisa me ajudar a fugir. – Hinata quase soltou um gritinho e Naruto mesmo sabendo dos problemas que sua amiga passava e tendo a alertado de todos eles não imaginava que um dia a situação pudesse chegar a esse ponto.

– Fugir, Sakura? Para que isso? – Perguntou Naruto coçando os olhos, aquilo não acabaria bem, ele podia sentir.

– O Sasuke nunca vai me dá o divórcio, Naruto, nunca. Ainda mais porque... – A voz dela falhou as lágrimas já não podiam mais ser contidas – Eu estou grávida... - E o silêncio se fez presente, ninguém ousou dizer uma palavra se quer. Hinata olhou de um para o outro sem entender direito a situação.

– Sakura, eu sei que... É complicado... As coisas entre vocês, mas... Mas o teme sempre quis ser pai... Ele... Ele vai ficar feliz. – O Uzumaki tentava remediar a situação, ele não sabia o que fazer. Merda. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que escolher entre um ou outro, mas com essa novidade ficava tão complicado fazer isso.

– Não. Não! Você não entende? Eu não posso ter essa criança naquela casa, Naruto eu... Eu... Eu sou infeliz... Eu não posso deixar o meu filho passar pelo que eu passo. Sofrer o que eu sofro. O Sasuke nunca vai mudar, nem por essa criança, nem por ninguém. – Dizia aos prantos, segurou o rosto do amigo, mantendo-o bem próximo ao seu. – Por isso eu preciso ir embora. Preciso proteger o meu bebê!

Tanto Naruto quanto Hinata, não sabiam o que fazer, o desespero da rosada era palpável, Sakura estava sofrendo demais. O Uzumaki queria abraça-la e dizer que isso não voltaria a acontecer, mas ele sabia que não era assim, ele sempre soube. E Hinata começava a compreender – em partes – o que a garota passava, Naruto nunca lhe explicou muito bem as nuances dos conflitos que existiam entre os Uchiha, mas que eles não eram o exemplo de casal feliz era mais que obvio. Entendia Sakura, no lugar dela faria de tudo para que seu filho não sofresse também.

– Por favor, eu só posso contar com você. Com vocês – Olhando no fundo dos olhos verdes de Sakura, ele viu uma pequena fagulha, uma pequena chama do que foi sua amiga, do que foi sua Sakura-chan. – Aquele dia você me prometeu, se lembra? Você disse que eu poderia contar com sua ajuda para o que for...

– Tudo bem, mas... Quando... – As palavras formavam um bolo em sua garganta, forçou-se ao terminar a frase e a voz do loiro saiu arrastada e rouca. – Quando vai ser a fuga... – Estava traindo seu melhor amigo, isso não tinha perdão.

– Sasuke saiu em missão essa madrugada, por isso eu corri para vir te pedir ajuda, temos até o final da semana.

– Nós vamos conseguir Sakura-chan, vamos dar um jeito. Essa noite você pode ficar aqui, a partir de amanhã nós vamos começar a tratar da sua fuga... Não se preocupa, você e o seu bebe vão ficar a salvos. – Naruto tentou tranquilizar a amiga, sorrindo, mas por mais que ela tivesse correspondido ele pode ver a tristeza ainda estava lá.

Sakura apertou a capa contra o corpo, secou algumas lagrimas que ainda teimavam em sair de seus olhos, enquanto era guiada até um quarto por Hinata. Sorriu a amiga ao ser deixada a porta de um pequeno e simples aposento. Suspirou, o sentimento que se instalava em seu peito era aconchegante, confortável e principalmente terrível. Esperança era a pior coisa que uma mulher na situação como a dela podia sentir, pois esperança geralmente vinha acompanhada de sonhos e ideias, de objetivos a serem alcançados e o que veria depois deles. E Sakura temia tudo isso, já sabia o quão podia ser amarga a decepção de ter seus sonhos dilacerados, por isso quando o toque cálido dos sonhos felizes surgiram em sua mente, ela tratou de afasta-los. Não sonharia, não idealizaria, ficaria com a realidade, até ela conseguir alcançar sua liberdade.


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Notas finais do capítulo

É isso ai, me digam o que acharam do caps. Se a mudança foi negativa ou positiva. Enfim comentem, elogiem, questionem, critiquem, mas falem algo. ;*Até mais!