A Neve Sobre Estrelas escrita por magah


Capítulo 29
Vai um cházinho ai?


Notas iniciais do capítulo

EU SEI, demorei pra caraio dessa vez pra postar... culpada.
Em minha defesa, eu estava atolada de trabalhos, tava com bloqueio, to fazendo aula de violão e pus uns livrinhos em dia. E nada disso tira a minha culpa. Sei também. Mas toda vez q eu volto peço desculpas pela demora né?

Sei também que deixei vocês no perrengue né? Sinto muito... tá não muito...

Podem ler agora, matem o verminho ♥



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POV Heera ON

– Vocês vem sempre aqui e nunca tomaram essa caneca de chocolate quente com marshmellows?- Perguntei a Dimitry e Castiel- Inacreditável...

Escolhemos uma mesa mais reservada, pois o PUB estava bombando na área da pista, com um som tecno alarmante de tão alto. Molly e Dimitry estavam sentados abraçados e Castiel polsava o braço sobre os meus ombros o que eu estava adorando, ainda mais por poder sentir seu perfume maravilhoso.

– Geralmente quando Castiel e eu vinhamos aqui ficávamos sempre na área do bar.- Comentou Dimitry.

– Precisávamos de algo mais forte pra esquentar o sangue depois de que voltavamos da cas...- Percebi que Dimitry estava com os olhos arregalados o que fez Castiel não terminar o pensamento dele.

Minha sobrancelha se arqueou involuntariamente com aquilo e eu olhei para o Sr. Castiel.

– Vamos amor, termina a frase, to curiosissima pra saber onde você estava antes de ir beber um pouco.

– Na verdade, estamos muito curiosas- Molly corrigiu minha frase desfazendo o abraço de Dimitry e o olhando curiosamente.

Os dois lançaram um olhar que dizia que ele estava pensando com bastante intensidade, quase conseguia ouvir as engrenagens do seu cérebro girando.

– Vinhamos aqui depois do trabalho, não é mesmo Dimitry...- A mentira estava visível no jeito como ele se achou brilhante com a solução que achou para o problema.

Dimitry concordou com ele balançando a cabeça.

– Você mente muito mal sabia?- disse a Castiel.- Não precisa fazer essa cara de indignação. Eu sei que você namorou e teve seus casos antes de mim. Não precisa esconder.

Eu adoro agir como a pessoa madura que sou. É gratificante.

– É... Eu também sei, mas prefiro não pensar muito nisso.- Molly disse olhando com os olhos semicerrados para Dimitry.

– Não faça essa carinha minha Molly, nenhuma das que já passaram pela minha vida se compara a você e...

– Das? Então devem ter sido muitas né...

Resolvi parar de prestar atenção no papo de Dimitry e Molly e focar no meu namorado a minha frente.

– Tá esperando que eu puxe seu saco igual ao cara ali na frente?- Perguntou ele indiferente bebericando a caneca de chocolate.- Se for, pode esquecer.

– Dispenso.- Respondi e me aproximei do seu ouvido e sussurrei.- Mas acho melhor você mudar logo de assunto se quiser ver a lingerrie que eu vesti especialmente pra você...

Ele virou a cabeça pra me olhar melhor. Provavelmente pra ver se eu estava dizendo a verdade e então desviou o olhar para o meu decote que próximos como estávamos o permitiu ver um pedacinho de renda vermelha.

Seu sorriso se alargou e ele colocou a mão na minha nuca me puxando para um beijo rápido porém muito quente.

– Você me enlouquece assim...- disse antes de se afastar e agir como se nada tivesse acontecido. Adotando a postura alfa novamente. Era incrível como podemos influenciar um homem somente com uma lingerrie.

– Então... Er... Por que mesmo que a picolé de uva não veio?- Perguntou Castiel mudando de assunto.

Dimitry e Molly pareciam ter se resolvido também.

– Ela estava meio indisposta, mas a minha teoria é que estava mesmo afim de um tempo a sós com o amado.- Molly respondeu a pergunta dele.

– Ela é meio difícil de demonstrar esses sentimentos. Mas claramente está se permitindo. O que pra nós que passamos anos tentando arrumar um jeito dela fazer exatamente isso agradecemos.- comentei em seguida.

– Por que faziam isso? Se me permitem perguntar- Dimitry disse.

– Digamos que éramos como as cupidos mal pagas dela meu Bem.- Molly explicou- Queríamos ver a bichinha feliz de verdade e de preferência apaixonada por alguém que não fosse de um livro.

– O que deu certo. O cara apareceu e ela tá aprendendo a amar. - preferi não comentar sobre o jeito bizarro como ele brotou na vida dela. Acho que é um assunto mais deles.

– E por falar nisso. Aposto que os dois devem estar no bem bom a essa hora- Molly comentou com sua melhor cara de pervertida.

– Amém.- completei e nós rimos.

POV ARMIN ON.

Acendi a luz do abajur que ficava ao lado da cama e me sentei para olha-lá melhor. Seu corpo exalava calor, os cabelos estavam grudando na testa e ela estava inquieta, tremendo de vez em quando.

Tentei manter a calma, eu ia fazer com que ela ficasse bem. Iria carregá-la para o pronto-socorro se fosse preciso.

– Magah, acorda meu anjo- Disse balançando levemente seu corpo- Você está ardendo em febre.

Ela resmungou algo e virou de costas pra mim.

– Magah - Chamei-a novamente.

– Be deixa dorbir Arbin...- Ela disse eu cobriu o rosto com a coberta.

– Vamos Magah, eu tenho que te levar ao pronto-socorro!- Disse começando a me apavorar. Respirei fundo para me controlar.

– Dão é preciso... É só uba gripezinha- Sua voz estava abafada pelo cobertor e eu o puxei mesmo com os protestos dela.

– O que você está sentindo?- Perguntei.

– Eu to com frio Arbin! - Ela reclamou puxando a coberta novamente. Enquanto espirrava algumas vezes- E beu dariz tá escorrendo. O corpo ta doendo também.

Soltei um grunido infeliz, ela estava pior do que eu imaginava.

– Não estou brincando Magah, vamos! Nós vamos de taxi e vai ser bem rápido.- Tentei convence-la.

Ela sentou relutante e abriu os olhos que estavam vermelhos. A irritação era evidente neles.

– Você dão devia ficar aqui. Vai ficar doente também.- Ela cruzou os braços- vai pra sala e be deixa dorbir. São Três horas da badugrada cara!

Como pode ser tão teimosa! Ainda mais nesse estado?

– Você precisa diminuir essa febre, toma pelo menos um banho pra esfriar o corpo?- Sugeri esperançoso- Eu te ajudo.

– Dão besbo, tarado.- Ela recusou se deitando novamente.

Levantei da cama e tirei novamente a coberta de cima dela, peguei-a no colo e ela começou a espernear, mas estava muito fraca. Se estivéssemos em uma situação normal, ao menos com um olho roxo eu ficaria.

– BE. LARGA. ARBIN!- Ela gritou rouca.

– Você vai tomar banho, querendo ou não.

– Porque você é tão bau? Eu to com frio- Ela choramingou e eu tive que memorizar que era tudo para o bem dela.

Entrei no banheiro tomando cuidado pra não bater a cabeça dela na parede, felizmente ou não, ela tinha parado de se debater e estava quieta quase caindo de sono.

– Arbin... Por favor...- Ela sussurrou.

Respirei fundo, ela vai melhorar.

– Vamos Anjo, colabora comigo. Você tem que ficar bem...- a coloquei sentada em cima do vaso sanitário com a tampa fechada. Seus olhos estavam pesados e ela passava a impressão que não se aguentaria em pé.

– Tá bom... Bas eu consigo sozinha.- Ela tentou se levantar e só não caiu porquê eu a segurei a tempo.- é... Acho que dão.

– Fica quietinha ai que eu já volto. - Sai do banheiro e voltei logo em seguida com um banquinho de plástico e a toalha dela no braços. Ela já havia começado a se despir e estava só de calcinha.

Se ela já não estivesse tão vermelha por conta da febre, aposto que estaria corada agora.

– Isso é o baximo de roupa que eu vou tirar.-Seus braços cruzados cobriam os seios.- Devia ter dorbido de sutiã. Dão fica be olhando...

– Não tem como não te olhar Anjo, mas eu vou evitar, tudo bem?- Ela assentiu meio contrariada e aceitou me apoio para se erguer e entrar no box. Sentou no banquinho que eu havia colocado em baixo do chuveiro e eu me preparei pra onda de reclamação que viria a seguir.

Liguei o chuveiro e assim que a água a molhou ela soltou um grito.

– TÁ FRIO ARBIN! DESLIGA!

– Tá no morno Magah, e não vou desligar até a sua temperatura diminuir.

Ela bufou e continuou tremer, mas não quis sair de debaixo da água.

– Ainda acho que deveríamos ir ao hospital.

Ela me olhou com uma expressão cansada.

– Dão pira tá. É só ubá gripe. Você dunca ficou gripado? Daqui a pouco passa.

– Eu não consigo não pirar. E se fiquei não me lembro.- Respondi e tirei os cabelos molhados que estavam caindo em seu rosto.

– Ah é. Abnésia... Bas deve ter ficado sim. Dinguém é ibune. E contiduo achando que você dão deveria ficar tão perto de bim. Vai ficar doente também seu idiota.

Sorri pra ela, se estava mesmo brigando comigo, só podia ser um bom sinal.

Ficamos mais uns minutos debaixo d'agua e depois de enrolá-la na toalha a levei de volta para o quarto.

– Vira de costas pra bim trocar de roupa.- Ela mandou.

– Isso é mesmo necessário Magah?

– É!

Revirei os olhos e me virei de costas.

– Pronto. Pode virar.

Ela estava com uma camisola leve, o que achei que a deixaria mais fresca para que a febre baixasse.

Ela já estava pronta para se cobrir novamente quando eu puxeu o cobertor e joguei bem longe dela.

– Arbin! - Protestou.

– Nada de se cobrir, você tem que esfriar o corpo.

– Aaarg!- ela gruniu e deitou na cama em posição fetal.

Me doía ve-la tão fraca daquele jeito, mas mesmo me sentindo assim eu tenho que fazer o que é melhor para ela. Mesmo que ela se irrite comigo.

Coloquei a mão em sua testa e percebi que a temperatura estava aumentando novamente. Eu não lembro de ter cuidado de ninguém nesse estado. Portanto não sei o que fazer nessas horas! Amaldiçoei minha memoria inútil e a deixei deitada na cama pra ir pedir auxílio na casa do lado.

Bati na porta do apartamento da Vó-Char, sabendo que era muito tarde e que ela deveria estar dormindo. Mas sinceramente eu não via mais nenhuma alternativa. Esperei mais alguns minutos e não escutei nada.

Será que ela não estava em casa? mas onde mais ela estaria?

Voltei pra casa e encontrei Magah sentada na cama com a caixinha de remédios na mão.

– Aquele cobercial é buito engandoso. Eu dão devia ter ficado doente...

Sorri e beijei sua testa quente.

– Quando você melhorar, nós vamos mandar um e-mail reclamando disso ao fabricante. O que acha?- Perguntei e o rostinho abatido dela esboçou um sorriso.

– Adorei a ideia. Bas olha, tem um antitérbico aqui... Quero ver se esse resolve.

– Isso! Vou pegar um copo de água pra você.

Voltei com o copo e ela tomou o remédio.

– Vabos ver se assim você para com toda essa preocupação boba.- Ela comentou deitando a cabeça em meu ombro.

– Não é boba, e se a sua febre não baixar eu te levo ao médico nem que seja arrastada.

– Tá bom Pai.- Sorriu.

Sorri também.

– Fui até o apartamento da Vó-Char, mas acho que não tem ninguém lá- Informei.

– Hunn. Ela deve ter ido pra casa do tio John. Estranho ver a Vó-char daborando.- Ela comentou- bas deve ser bom pra ela.

– Acho que é bom pra todo mundo.- Concordei.

Mas bem que hoje ela poderia ter ficado em casa... Pensei meio egoísta. Com certeza ela teria alguma receita boa pra faze-la melhorar.

– E se eu ligar para as meninas? Elas devem saber o que fazer melhor do que eu...- Sugeri.

– Dão, dão, dão. Dão vai incobodar elas com isso. E você está sendo um ótibo enferbeiro.

Admito que a minha cara não deveria ser das melhores, pois parecia que ela é quem tentava me deixar bem.

– Abanhã a gente chaba o bédico se for preciso. Só pra você acabar com a sua deura tá bom?- Ela perguntou.

Afirmei com a cabeça e coloquei a mão em seu rosto novamente. Quente de mais. Dava pra fritar um ovo ali.

– Você tá tão quente...

– Para de be seduzir.- Ela sorriu.

– Não mesmo, mas essa não foi minha intenção agora.

Ela levantou a cabeça pra me olhar, seus olhinhos estavam caídos mas ela sorria mesmo assim.

– Posso be cobrir agora Arbin?- Ela pediu.

– Não sei se é uma boa ideia...

– Dão vai fazer bal. Já to até be sentindo belhor.

Respirei fundo e cedi ao pedido dela. Ela pegou o cobertor e deitou na cama novamente. Não consegui ficar deitado, então fiquei andando de um lado para o outro, medindo a febre dela e voltando a andar pra controlar o nervosismo.

– Pára com isso. Você tá be enlouquecendo.- Ela resmungou da cama.

– Vou pegar algo pra você beber. Tem que se manter hidratada né?- Perguntei.

– Sei lá. Acho que sim...- Respondeu vaga.

Segui pra cozinha, fui pegar um copo de suco quando tive a ideia. Eu poderia não saber o que fazer, mas poderia pesquisar. Voltei até o quarto, entrei o copo a ela e peguei o celular dela.

Ela bebeu tudo e deixou o copo no criado mudo, quando percebi ela já estava deitada com os olhos fechados. Não queria que ela dormisse, mas talvez fosse melhor descansar mesmo.

Abri o google e comecei a minha pesquisa.

A maioria das informações era sobre as diferenças entre gripe e resfriado. Infelizmente tive certeza que a Magah tinha pego uma gripe. Os sintomas estavam todos lá. Febre, dor no corpo, nariz congestionado... Se ao menos fosse um resfriado, que era bem mais leve e não poderia levar a uma pneumonia como a gripe.

Procurei as formas para curar a gripe. A maioria era remédios. Muitos que agiam a longo prazo, ou que só serviam para diminuir as dores musculares e as de cabeça.

Entrei em outro site que mostrava modos caseiros de curar a gripe, entre outras doenças. Os mais acessados eram a canja de galinha e o chá de alho, limão e mel.

Não me arriscaria na cozinha para fazer uma canja para Magah, não tenho competência nenhuma pra isso... Mas um chá eu poderia fazer.

Segui para a cozinha novamente, procurando os três ingredientes que com sorte eu achei. Com a receita em mãos botei tudo na banela com a água fervente e depois de alguns minutos tirei do fogo e deixei esfriar na caneca. Me atrevi a experimentar e quase cuspi de tão ruim que era... Mas acho que não fiz nada errado. O gosto é horrível assim mesmo.

A tarefa agora era fazer ela tomar.

– Magah, acorda. Fiz um chá pra você.- Disse balançando seu ombro.

– Você fez o que?- Ela perguntou sentando-se na cama.

– Chá.- Respondi e entreguei-lhe a xícara.

Ela me lançou um olhar desconfiado. Eu não a culpo, minhas experiências gastronômicas são geralmente um desastre.

– Beu dariz tá entupido, dão consigo saber do que é.

Bom, não fará mal se eu maquiar um pouco essa parte. Ninguém toma um chá de alho se souber do que é.

– Limão e mel...- respondi e sorri.

Ela sacudiu os ombros como se gostasse da resposta e experimentou o chá.

– ECA Arbinnn! Tá horrivel! Dão quero dão.- Ela me deu a xícara e eu empurrei de volta pra ela.

– Vai te fazer bem Anjo, e eu fiz pra você. Toma mais um pouquinho.Por favor?- Pedi parecendo um pouco chateado.

Ela me olhou culpada, encarou o chá com as sobrancelhas franzidas e puxou a xícara.

– Dinguém berece...- Tomou o chá todo em três goles com uma careta.- Urgh... Toba, agora dão quero que você faça chá pra bim, dunca bais.

Peguei a xícara e pousei no criado mudo. Ia me levantando quando senti uma mão pra lá de quente segurar meu braço.

– Agora será que você pode deitar cobigo um pouquinho?- Perguntou.- Ser que é ibune a gribe.

– Como negar um pedido desses.- Puxei a coberta e deitei ao seu lado. Ela pôs a cabeça sobre meu peito e respirou profundamente.

Me perdi um pouco no tempo acariciando seu cachos úmidos do banho e ouvindo sua respiração ritimada, quando dei por mim sua temperatura estava um pouco mais baixa.

Me sentindo mais alíviado, passei a mão por sua cintura, puxando-a mais pra mim e peguei no sono.

POV OFF.

De onde vem essa luz toda... Sinto que estou queimando meus olhos aqui. E olha que eles estão fechados. Abri-os e percebi que Armin havia deixado as cortinas abertas então o Sol invadia o quarto inteiro.

Deus... Parece que eu havia sido jogada em um moedor de carne. Até o mindinho tá dolorido. Mas ao menos a dor de cabeça e o nariz entupido haviam dado uma trégua.

Eu ainda estava deitada em seu peito, com sua mão segurando minha cintura. Não pareço ter sequer mudado de posição pelo resto da noite. Quem em sã consciência faria isso estando no meu lugar né?

O sono começou a me abandonar de vez deixando meus pensamentos mais claros e tudo que ele fez por mim hoje de madrugada veio a tona... não queria te-lo preocupado tanto, mas admito ter achado fofo seus esforços pra me deixar bem... Mesmo quando ele me fez ficar debaixo daquele chuveiro frio.

Sem falar que eu não sei o que ele colocou naquele chá horroroso que fez com que eu me sentisse melhor bem mais rápido.

Eu deveria levantar, fazer algo útil pra deixar de me sentir tão doente. Mas pra isso eu teria que arrumar forças no cosmo, pois aquele abraço de Armin estava confortável além da conta.

Ele que tinha o sono tão leve estava dormindo profundamente, certamente cansando e eu nem ao menos sei a que horas ele foi dormir. Portanto vou deixa-lo descansar por quantas horas ele precisar.

Delicadamente tentei tirar sua mão da minha cintura para que eu pudesse me levantar escovar os dentes e tirar aquele gosto de morte (E alho?) da boca. Mas assim que eu estava quase tendo sucesso ele afirmou o aperto mudando de posição e dessa vez pra facilitar minha vida, colocou os dois braços ao meu redor e o rosto praticamente enterrado em meus cabelos.

Senhor...

Mudança de tática, vai ser como tirar um band-aid. Rápido e de uma vez só.
Virei-me. Rolando até o final da cama. Ele se movimentou um pouco, mudou de posição. Mas não acordou.

Tática band-aid WINS!

Depois de ir ao banheiro e voltar a me sentir um ser humano quase 100% (diria que uns 65%) fui pra cozinha preparar algo e encontrei os pedaços de alho e limão dentro de uma panela. Mas que macumba de combinação é essa pra um chá?

Ainda sacudindo a cabeça negativamente limpei o que havia pra limpar e comecei a fazer a massa para as panquecas, as meninas adoram quando eu faço, mas só as faço em um dia de especial bom humor ou quando alguém está mal, doente, etc. Acho que eu ser a portadora da doença é um motivo valido. E como agradecimento pelo bico de enfermeiro de Armin também.

Quando havia um pilha considerável de panquecas e eu só tinha massa para mais uma eu resolvi testar as minhas habilidades acrobáticas jogando a panqueca no ar com um flip magnifico. Não era difícil, já havia feito isso muitas vezes. Só precisava mesmo era de concentração.

Panqueca a postos... Um... Dois... Três...

– Bom dia Anjo.- Braços me seguraram por trás e ele colocou a cabeça em meu pescoço. Me fazendo tomar o maior susto dado ao nível de concentração que eu estava.

– AHHHHHHH!- Gritei e joguei a panqueca para o ar com total descuido e falta de coordenação para pegá-la novamente na frigideira. Virei-me para dar uma bronca em Armin, pois, não se deve assustar uma pessoa quando se está tentando fazer um flip com a panqueca. Mas quando o olhei melhor a panqueca estava esparramada em cima de sua cabeça. Como uma boina comestível arrazadora.

– A culpa é sua.- Me defendi.- Ninguém mandou me assustar.

Ele pegou a panqueca da cabeça e deu uma bela mordida.

– Hummmn, tá uma delicia.- Ele aprovou fazendo uma cara de satisfação.

Eu disse, minhas panquecas são ótimas.

– Obrigada, tem uma pilha delas ali- Apontei pra bancada.- Acho melhor comer enquanto estão quentinhas.

Seu olhar me avaliava, provavelmente procurando os vestígios da gripe. Não está forte como ontem, mas ainda esta aqui.

– Como você está se sentindo?- Perguntou.

– Bem melhor - Desviei o olhar do dele pra arrumar as coisas que eu havia usado para as panquecas.- E obrigada por ter cuidado de mim ontem Armin.

Derrubei um pouco de farinha de trigo quando ele me puxou para um abraço apertado.

– Fico tão aliviado que você esteja tão bem - Ele disse próximo ao meu ouvido- Acho que me apavorei um pouco ontem.

Apertei o abraço sentindo mesmo sua preocupação. Odiei ter deixado ele desse jeito. Mas como controlar isso né?

– Não devia ter se preocupado tanto, eu disse que logo passaria.- Desfiz o abraço e o olhei nos olhos.- Mas admito que não haveria no mundo um enfermeiro melhor do que você foi ontem.- Sorri.

Ele retribuiu meu sorriso em uma versão mais larga e com mais dentes. Aproximou seu rosto do meu em busca de uma beijo e eu de imediato cobri a boca com as mãos e ele beijou elas.

– Não, não... Nada de beijos. Pra qualquer efeito eu ainda estou gripada, e por mais que eu esteja muito agradecida pelo que você fez, não estou disposta a ser enfermeira também... Não quero te ver doente.- Expliquei ignorando sua expressão impaciente.

Querido, você não é o único aqui a querer beijo de bom dia não... Pensei.

– Tudo bem...

– Olha ali, pega as panquecas como agradecimento extra que eu já vou levando o resto.- Pedi e ele foi mastigando a panqueca um pouco emburrado.

Pois é, greve de beijos até eu estar 100%. Socorro... Será que eu resisto? Beijar pode ser algo viciante.

POV Castiel On

– Quer dizer que o plano de vocês foi como o planejado- Lysandre perguntou dando um gole em seu chá-mate.

Joguei minha chave de fenda dentro da caixa de ferramentas. Pelo jeito não ia dar mesmo pra continuar concentrado aqui enquanto Lysandre tomava seu chá com biscoitos pronto pra receber as fofocas da semana como uma tiazinha.

– Diria que até mesmo melhor que o planejado- Dimitry respondeu com um sorrisinho bizarro no rosto- Tive êxito em tudo que planejei.

Lysandre sorriu e dirigiu o olhar pra mim.

– E você Castiel, como passou a noite? Teve tanto sucesso assim como nosso companheiro sorridente aqui?

Virei-me de costas e bufei para os dois. Dada a situação atual do meu humor, não sei se conseguiria responder isso sem xingar a mãe de alguém.

– Creio que a bufada represente um não...- Dimitry teve o prazer de traduzir.

– Será esperar de mais que ele nos conte o ocorrido Dimitry?- Perguntou Lysandre a Dimitry.

– Imagino que seja sim.

– Por que as duas senhorinhas não vão tricotar e fofocar em algum lugar como um jardim todo cheio de florzinhas em? O que acham?

– Esse é o jeiro educado dele de nos mandar ir a merda.- Dimitry traduziu novamente mesmo sem a menor necessidade disso. Lysandre concordou com a cabeça e deu outro gole em seu chá-mate.

– Vocês vão me infernizar o dia inteiro até eu contar essa merda não é mesmo?- Perguntei mesmo já sabendo a resposta.

– Que pena que você, tão perspicaz, descobriu os meus planos para o resto do dia. Sabe Castiel, te tirar do sério é um dos meus hobbies preferidos.- Disse Lysandre sorrindo.

– Idem.- Dimitry se voltou pra mim esperando que eu contasse.

– Beleza então. Eu levei ela pro motel mais chique dessa cidade, reservei o quarto com aquela merda de hidromassagem que custou um absurdo e estava indo tudo bem, até o serviço de quarto chegar e quando abri a porta dei de cara com dois peitos gigantes pulando do decote da mulher que trazia o pedido.

Os dois balancavam a cabeça provavelmente prevendo a merda.

– Eu devo ter olhado de relance pra aqueles melões gigantes antes de pegar o nosso pedido e quando fechei a porta a Heera estava parada atrás de mim com os braços cruzados, batendo o pé no assoalho e me fulminando com os olhos.- Prossegui.- Quando perguntei qual era o problema ela disse que o problema a moça da porta teria ao limpar a minha baba dos seios dela. Reparem no nível de loucura dela. Eu só passei os olhos neles. Perguntei então o que ela queria q eu fizesse? SÓ um cego ignoraria aquilo.

A careta deles só poderia ser descrita como " Cara como você pode ser tão asno?"

Repirei fundo ignorando a onda de indignação que voltou a me atingir e me concentrei em terminar a história.

– No fim a gente teve uma briga daquelas, eu dormi no chão e quando acordei só encontrei uma dor terrível nas costas e um espelho escrito "Imbecil _I_" com batom vermelho. Pronto, satisfeitos? Será que agora podem me deixar em paz?

– Castiel meu caro. - Começou Dimitry- Creio que a sua burrice tenha que ser estudada pela nasa.

– Secar os peitos de uma mulher, nessas condições, não era nada esperto, por maior que fossem eles...-Lysandre prosseguiu.

– Não me lembro de ter pedido a opinião de nenhum dos dois imbecis. E garanto a vocês dois que uma noite em claro no chão (fantasiando com aquela lingerie vermelha) me fez refletir bastante sobre o tamanho da minha burrice.

– Então não iremos prolongar seu julgamento meu caro. Creio que ele durará até você pedir perdão a sua namorada.- Lysandre disse.

Eu dei risada.

– Eu pedir desculpas? Olha pra minha cara de quem vai ceder. Ela que tem que pedir desculpas por ter me feito dormir no chão.

– Aham Castiel. Acreditamos em você.- Dimitry comentou e voltou sua atenção para a moto que ele consertava. Decidi ignorar o sarcasmo dele.

Afinal, ela vai se desculpar, eu tenho certeza... afinal ela não é nem um pouco teimosa como uma mula empacada. Não vai me dar um gelo até eu pedir desculpas, e nem ao menos iria pensar em greve de sexo como castigo. Por que ela é uma droga de uma mulher madura. INFERNO. Ela não vai pedir desculpas merda nenhuma.

Peguei o celular e não tinha sinal de mensagem. Me amaldiçoei internamente. Que merda de marica eu havia me tornado? Estando agora mandando uma mensagem de desculpas pra aquela mulher que tem o poder de me tirar do sério. Tanto de um jeito bom, como do ruim também. Mas que também me amarrou de uma maneira enlouquecedora.

Enviei a mensagem e me repreendi mentalmente por torcer para que ela respondesse rápido.

A porta da Oficina rangiu e ainda de costas ouvi o barulho de saltos batendo no chão. Sorri, ela respondeu mais rápido do que eu esperava e então eu me virei, pronto a aceitar o pedido de desculpas dela quando dei de cara com os rostos palidos de Dimitru e Lysandre, como se tivessem visto um fantasma. E em seguida o fantasma em questão entrou no meu campo de vista e eu senti um frio me percorrer.

Debra, minha ex retorna do inferno pra me assombrar.

– Quanto tempo Gatinho...- Ela disse piscando pra mim.

E eu achando que meu maior problema era um par de peitos de uma desconhecida qualquer.


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Notas finais do capítulo

EAIIIIII? ME CONTEM? FINAL FDP NÉ? IGUAL A DEBRA SEI.
Me contem nos comentários o que vocês acharam do Arminzito Enfermeiro ♥