A Neve Sobre Estrelas escrita por magah


Capítulo 28
Won't Stop


Notas iniciais do capítulo

GALERINHA DO AVIÃO TÔ DE VOLTA.
Posso ter demorado um pouquinho né? Mas prometo recompensá-los meu anjos ♥
Quem tiver menos que 16 aninhos já vou avisando que tem umas safadagens ai.
É isso, podem devorar e matar o verminho de vocês ♥



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— Ahn?- Perguntei abobalhada logo após a revelação bombástica (mesmo) da Vó-Char.

E eu não era a única surpresa com a noticia ali. Tirando Castiel e Dimitry, todo o resto estava boquiaberto. Ingnorando as perguntas que borbulhavam na minha cabeça um sorriso se alargou em meu rosto. As meninas estavam no mesmo estado que eu, até que Molly saiu do seu pequeno estupor e começou a analisar a situação e não demoraria muito até que ela metralhasse a Vó-Char com suas perguntas.

— Vejo que peguei todos de surpresa mesmo.- Vó-Char comentou com o nervosismo estampado no rosto.

Decidi quebrar aquele silêncio, pois estava deixando a nossa velhinha claramente nervosa.

— Parabéns Vó!- E fui abraçar ela novamente.- Fico muito feliz pela senhora!

Assim que nós nos afastamos ela sorriu agradecida com os olhinhos brilhando e todo mundo começou a parabeniza-lá. Depois de todos os abraços ela puxou uma cadeira sabendo que o interrogatório estava apenas começando.

— Ai sim! Nunca é tarde para encontrar o amor!- Heera completou largando o Pote de cookies.

— Beleza, agora pergunta que não quer calar - Molly começou.- Quem é o pretendente em Vó-Char?

Todos nós voltamos a atenção para ela que estava muito encabulada.

— Depois que vocês foram para a casa de seus pais eu estava decidida a começar um novo esporte para me distrair, pois vocês sabem que sempre que vão eu fico numa saudade danada da agitação de vocês, mas não achei nada que me interessasse muito, então quase todos os dias ia até o parque fazer ao menos minha caminhada diária E também não é segredo nenhum para vocês que o John eu somos amigos a décadas. Mas o que vocês não sabiam é que a alguns meses que venho saído com ele.

Meu queixo caiu, Não acredito! o Tio John do cachorro quente! parando pra rever aqui, toda vez que os dois se encontravam o Tio John sempre ia munido de cantadas pra cima dela. Tá bom que eu pensei que fosse apenas para irrita-la, pois depois de tantos anos de amizade eu não imaginei que iria sair nada dali.

— Então no ultimo encontro que tivemos ele me deu isso.- Ela esticou a mão mostrando um anel delicado com uma pedrinha de brilhantes.- Me pediu em casamento e eu que não sou boba nem nada, percebi que a vida é muito curta pra desperdiçar oportunidades como essa, aceitei.

— Gente, to no chão! Como uma coisa dessas acontece na minha frente e eu não percebo!- Molly exclamou pasma, mas com um sorriso no rosto.

— Acho que sua cabecinha esteve em outro lugar nesses últimos tempos minha querida.- Vó-Char disse fazendo um meneio com a cabeça em direção a Dimitry que beijou rosto de Molly aparentemente muito contente em ser a causa da distração.

— E eu não preciso nem peguntar se a senhora está feliz, tá estampado no seu rosto!- Heera comentou.

— Estou realmente muito feliz, o amor na minha idade é algo muito revigorante meninos, dá uma adrenalina danada, até mais que pular de bungee Jump. E saber que vocês ficam feliz por mim é muito importante, pois vocês são como netas pra mim meus amores.- Ela disse e eu retribui seu sorriso, não imaginando como não poderia compartilhar a felicidade dela. Quando uma pessoa que você ama tanto se encontra tão feliz é quase impossível não fazer isso, e ainda que ela tivesse se casando com um desconhecido eu ficaria feliz só de ver o brilho nos olhos dela (Depois de verificar todos os antecedentes criminais, claro), mas ainda bem que o pretendente é o Tio John, o senhor mais gente boa que eu conheço, ainda que seja um pouquinho sem noção.

— Mas e a data, marcaram?- Perguntei.

— Na verdade não, mas não quero que demore muito. Será no máximo até a metade o ano- Sorriu contente- Agora, quem quer torta?- Ela perguntou pegando a forma de cima da bancada.

*****

Depois de ter matado a saudade do tempero da Vó nós todos voltamos pra casa, pesquei alguns cookies no pote e antes de sair Vó-Char me puxou de cantinho para perguntar o porque de eu estar tão murchinha, respondi que era por causa da viagem e o provável indicio de gripe que vinha por ai. Apesar da evidente preocupação ela me mandou ir pra casa descansar bem e lá fui eu.

Fiquei mordiscando o biscoito no sofá da sala notando como a casa parecia agitada com aquele povo todo. Gostei da sensação, Molly e Dimitry sumindo e reaparecendo algum tempo depois com cara de culpados, Heera e Castiel discutindo por qualquer coisinha e se resolvendo quase que imediatamente depois. E eu deitada no sofá com a cabeça no colo de Armin que havia também roubado um cookie meu enquanto assistíamos um filme qualquer.

Soltei um suspiro e permaneci ali, virei a cabeça e encarei Armin que desviou o olhar da televisão e me encarou também.

— O que foi meu anjo?- Perguntou acariciando minha bochecha.

— Estou me sentindo um pouco cansada e eu estou pressentindo um resfriado.- Disse a ele que me olhou preocupado.- Mas não vai dar nada, eu vou tomar um banho e tomar uma aspirina... Deixa eu só tomar coragem.

Ele sorriu e começou a fazer um cafuné em mim, acariciando meus cabelos de forma lenta e ritimada... Humm tão bom... ele não deveria fazer isso quando eu estou tentando tomar coragem pra me levantar dali, talvez essa seja a estratégia.

Mas estava tão aconchegante e eu poderia muito bem descansar um pouquinho ali no colo dele, com aquele cafuné gostoso. Afinal ia ser só uns minutinhos com os olhos fechados...

— Magah, amor?- Ouvi uma voz bem distante.- Acorda, você vai descansar melhor.

— Isso não faz sentido... eu já estou descansando melhor

O Cafuné parou.

— É sério, você vai se sentir mais descansada depois de um bom banho e da sua aspirina.- Ele disse.

Abri os olhos com relutância.

— Você é um estraga prazeres sabia?

Ele me encarou sedutor e juro que me senti muito mais acordada.

— Prometo te recompensar depois...

Me levantei imediatamente quase batendo a cabeça na de Armin, por expectativa talvez...

— O que foi Magah, o Arminduim te beliscou?- Molly Perguntou com uma sobrancelha arqueada.- Estavam num papinho tão à dois ali, do nada a Mona sai pulando do lugar... Humm.. Que suspeito.

— Deixa a menina Molly, tá vendo que ela nunca foi de demonstrar muita intimidade em publico assim e você fica tirando onda com ela?- Heera entrou na conversa desviando de Castiel ao sair da cozinha com um maça na mão- Assim todo o progresso vai pelos ares.

— Verdade, cala-te boca, não dá pra regredir depois de todo trabalho que esses dois nos custaram- Molly concordou.

— Fiquem quietas vocês duas, eu ein...- Disse revirando o olhos escutando a risada de todos antes de me trancar no quarto e logo depois no banheiro.

Enquanto a água corria quente amolecendo todos os meus músculos e me fazendo sentir um purê eu comecei a me sentir um pouco melhor, com o cansaço dando uma pausa a hora da reflexão estava pronta pra começar.

Logo, logo as meninas e eu teríamos que voltar ao trabalho, a velha rotina que admito estar até sentindo um pouco falta retornaria também. E o Armin continuaria aqui, sem saber nada de onde veio, e como veio... e eu não posso ignorar o quanto me incomoda.

Não por duvidar de que ele seja uma boa pessoa nem nada disso. Por que eu tenho plena certeza que é. Mas se fosse eu a estar na situação dele eu me sentiria muito perdida, ainda mais em pensar no que eu poderia ter deixado para trás. Será que ele deixou alguém procurando por ele? um familiar, amigos ou uma namorada... Ai meu Deus, não, não, saravá! Só de pensar meu coração se aperta todinho. Na época em que encontramos ele pesquisamos na internet e em sites de pessoas desaparecidas para ver se havia alguém procurando por ele, mas não tinha nada, nem quando jogamos o nome dele no google apareceu nada. Claro que sem saber o sobrenome dificultou um pouco, mas devia ter alguma coisa, não?

E eu não consigo não estar agradecida por ele ter caído de paraquedas assim na minha vida. Talvez a culpa fosse do destino... Eu estava precisando de alguém mesmo, por mais que não notasse, ou melhor, não quisesse aceitar isso. Parece que o lugar que ele ocupou aqui dentro estava reservado com o nome dele em letras garrafais.

Porque sim, eu o amo. Fato que eu já tanto aceitei quando compartilhei com ele. E não consigo negar aquele egoísmo que tenho ao pensar que se for para ele lembrar e decidir ir embora, eu prefiro que ele não lembre... Horrível eu sei. Mas se algo como o que eu sonhei acontecesse a posição fetal seria, bom, a minha única posição pelo resto dos meus dias.

Mas isso não pode me impedir de tentar ajuda-lo caso ele queira ir a fundo sobre a amnésia dele. Eu o ajudaria independente do meu medo de que ele vá embora.

O vapor já havia tomado conta de todo o banheiro e o melhor era ajudar o planeta, pensei desligando o chuveiro e atravessando a nuvem de vapor até meu quarto, eu mal tinha vestido o shorts e a regata quando escutei batidas na porta e duas cabeças surgiram pela porta. Molly e Heera.

— Amiga, viemos perguntar se você quer ir com a gente até o Pub para matar a gula com aquela caneca maravilhosa de chocolate que está me dando abstinência- Molly Perguntou- Vamos, vamos, vamos vaiiii!

— Isso, vamos, vamos!- Heera entrou no coro.

Suspirei salivando com a imagem daquela caneca de chocolate sobrevoando meus pensamentos, e logo depois pensando no trajeto até lá desisti na hora da ideia.

— Desculpa meninas, tô só a capa do Batman, só consigo pensar na minha caminha que aliás está cheia de pelos do Holly e na aspirina que eu vou ter que tomar pra me defender da gripe. Juro que na próxima eu vou, mas hoje mesmo não dá.

— Ah garota desanimada, mas vou deixar essa passar pela gripe, pois o cansaço não conta.- Molly comentou.

— Aposto que os pensamentos dela não vão sair da cama se um certo boy magia estiver estirado nela- Herra cutucou o braço de Molly com um sorriso perverso no rosto.

— Assim que eu gosto Magah!- Molly gargalhou- Tem mais que se divertir mesmo. Não te culpo por querer privacidade, tem gente de mais nessa casa. Estamos sobrando querida.

Revirei os olhos.

— Deixem de besteiras vocês duas, não vai ter ninguém estirado na minha cama além de mim mesma.- Disse para elas e para mim mesma, e vou repetir mentalmente pra ver se minha mente decora.- E não tem ninguém sobrando aqui.

Elas me lançaram um olhar de "uhum sei".

— Mas pra qualquer efeito amore, não me espere acordada.- Molly deu uma olhada em Heera.- E não espere ela também não.

— Molly! eu pretendo voltar pra casa, ok?- Herra respondeu ao comentário dela.

— Se ela pretendesse voltar pra casa hoje, não teria colocado aquela lingerie vermelha da Victória Secrets.- Molly sussurrou pra mim e Heera deu um tapa nela.

— Bisbilhoteira- Heera disse.

— Bisbilhoteira nada querida, a alça do seu sutiã te delatou, e aliás nós fomos comprar essa lingerie juntas esqueceu?

Eu concordei com a cabeça lembrando e Heera revirou os olhos.

— Não nos espere acordada...- Disse ela por fim e Molly sorriu vencedora.

— Já entendi o recado, qualquer barulho suspeito de madrugada eu taco aquele salto plataforma antigão na cabeça de neguinha. Afinal, não vão voltar hoje.

— Isso mesmo.- Heera concordou juntamente com Molly.

— Agora nós vamos amoreco, qualquer coisa manda um sinal de fumaça e nós brotamos aqui, mas só se for caso de vida ou morte... ou mais sério que isso.- Molly disse séria e eu entendi o recado. Nada de interromper a noite de ninguém.

— Ela não vai precisar, está muito bem assistida- Heera sorriu- Aproveita esse momento a sós boba, se joga!

— E troca esse bagulho que você está usando ai por uma lingerie sexy.- Molly acrescentou- o ideal seria uma comestível, mas não vou nem perguntar se você tem porque a resposta é obvia.

— Ainda bem que você se tocou disso.- Eu respondi- E não vou trocar nada, já disse que não vai rolar nada.

— Se você diz...- Molly disse- Mas pensa no caso. A primeira noite de uma garota raramente é legal, e você pode favorecer as coisas com um sutiã rendado.- Ela piscou e Heera balançou a cabeça concordando.

— Vamos Molly, se cuida e vê se melhora essa carinha...- Heera disse e as duas mandaram beijinhos antes de sair do quarto.

Sorri querendo a disposição das duas pra sair, mas eu nunca fui assim e não era agora que eu seria. Troquei a colcha da cama e sai do quarto para caçar a aspirina. Armin estava me esperando na sala enquanto assistia um programa sobre aliens no History Channel. Fui até a cozinha e tentava alcançar a caixinha de remédios em cima da geladeira.

— Imaginei que você não iria querer sair mesmo.- Ele disse pegando com facilidade a bendita caixinha. Droga de 1;58 metro.

— Não tô muito disposta...

— Sem falar que é muito agradável essa quietude.- Comentou.

— Não acho não.- Disse mais para discordar dele. Peguei a aspirina e tomei um gole de água para descer.

Espero que o remédio corte a gripe antes que ela ataque pensei indo para a sala.

— Só isso ai vai resolver?- Ele perguntou.

Olhei-o.

— Vai sim, de acordo com a propaganda, o comprimido serve pra um monte de coisas e eu ainda não estou com a gripe em si, então provavelmente vai cortar ela antes que eu fique gripada.

— Hum... Espero que sim.- Ele sentou no sofá e indicou o colo para que eu deitasse igual tinha feito antes. E quem sou eu pra recusar isso não é?

Deitei e fechei os olhos por um momento.

— Você está cheirosa.

Abri os olhos e encontrei seu rosto perto do meu.

— Shampoo, sabonete, conhece?- Perguntei me lembrando de como ele estava cheiroso ao entrar na casa da Vó-Char e me perguntei se sua pele ainda estava com aquele cheiro.

— Pode apostar que sim, anjo.- Respondeu com um sorriso brincando nos lábios. E eu arregalei os olhos surpresa ao pensar que poderia ter pensado alto, mas graças a Deus ele estava somente respondendo a minha pergunta.

Seu rosto começou a se aproximar devagarinho e seu sorriso foi se alargando. Eu que já podia olhar para aqueles pontinhos dourados se misturando ao azul cobalto e fechei os olhos. Sua respiração quente contra a minha pele fez com que eu me arrepiasse e eu fiquei ansiosa, esperando pelo seu toque. Por que sabe... a muito tempo eu já havia decidido parar de me desviar dos beijos dele, e não conseguia me arrepender da decisão.

Seus lábios tocaram os meus delicadamente, somente um selinho e pelo jeito torto como estávamos não vi jeito daqui dar muito certo, portanto resolvi me levantar para facilitar um poucos as coisas. Agora sei como aquele beijo homem Aranha deve ter sido complicado.

Sentei ao seu lado e nossos lábios se encontraram novamente, deixando um pouco da delicadeza de lado passei os braços ao redor de seu pescoço e sua mão apertou minha cintura, eu senti uma chama dentro de mim crescendo, faminta por seu toque como que incentivada pela falta de preocupação de ser pega fazendo algo que não deve, por que não estávamos fazendo algo errado. Aquilo parecia completamente certo.

Me apertei contra ele e o beijo se tornou mais urgente e intenso depois disso, seu braço em minha cintura se estreitou buscando cobrir os espaço que ainda nos separava, então sem parar pra pensar passei minhas pernas para o outro lado e sentei em seu colo. Se antes estávamos perto um do outro, agora estávamos realmente colados, e mesmo assim não parecia ser o suficiente. Separei meus lábios apenas por um segundo em busca do irritante, porém necessário oxigênio e quando retornei sua língua começou um atrevida exploração por minha boca que eu correspondi fervorosamente. Sua mão assim como hoje de manhã, entrou por debaixo da minha regata.

Parece que a partir daquele momento mais cedo, nossos corpos ligaram um botãozinho que fazia com que nós precisassemos mais um do outro, diria que desesperadamente.

Sua boca desviou da minha boca para o meu pescoço me deixando ciente de cada pedaço de pele em que seus lábios tocavam. Minhas mão se enterram em seus cabelos grossos e voltavam ao seus braços. O único problema era que realmente havia pele de menos e tecido de mais, e eu podia apostar que ele estava pensando o mesmo. Puxei sua camisa e ele jogou em algum canto por ai. Sua barba recém aparada pinicava de uma maneira prazerosa enquanto ele descia seu rosto com um rastro de beijos. Aquela mão atrevida tomou meu seio para si e o calor dela penetrou através do tecido do sutiã. Ele desceu as alças da regata e voltou o olhar para mim que estava negro completamente tomado pelas íris, como se pedisse permissão para seguir adiante. Não me opus de nada, afinal precisava daquilo tanto quanto ele. Ele então, ainda com os olhos nos meus puxou minha regata para baixo juntamente com o sutiã me descobrindo. Exposta como estava senti o rosto esquentar imediatamente, o que durou pouco, pois quando ele tomou a parte exposta na boca meu corpo inteiro se esquentou. A caricia me fez tremer com aquela sensação nova. Arqueei-me instintivamente, me oferecendo mais a ele. voltei a enterrar os dedos em seus cabelos macios novamente.

Fiquei em um estado alarmante de contentamento ao notar que ele me desejava tanto quando eu a ele. E eu tinha essa certeza por estar sentada em seu colo. Eu sentia que conseguiria atingir as estrelas somente com ele me acariciando daquela maneira. Mas sinceramente não sei se gostaria de que isso acontecesse ali, na sala de estar.
Ele sentiu que eu me enrijeci e parou o que estava fazendo e me encarou.

— Anjo?

— Er...- eu não conseguia pronunciar nada no estado que eu me encontrava. Apensar que ele não parecia muito melhor que eu.- E-eu acho que...

Ele sorriu do jeito mais lindo que eu já vi e disse.

— Tudo bem. Eu entendo.

Então me explica! Porque eu to perdidinha aqui. pensei. Mas fiquei contente dele compreender isso. Sorri agradecida de não ter que tentar explicar nada, pois seria muito embaraçoso mesmo e talvez ele pensasse que eu não quisesse ele ou que eu estava o rejeitando. Pois não era isso de maneira alguma, eu queria ele, desesperadamente, só não daquele jeito.

— Olha... só quero que você saiba que eu quero. Tipo mesmo.- Disse ignorando o embaraço.

— Obrigado por compartilhar isso comigo- Ele disse - é muito excitante.

Puxei a regata pra cima e ignorei o comentário dele.

— Não sei se deu pra perceber, mas eu também quero muito, eu te quero loucamente Magah.

O.k. isso foi excitante.

— Acho que deu pra ter uma noção - Me fiz de convencida e olhei para na nossa situação.

Inclinei-me novamente e o beijei antes de sair de cima dele. Me levantei e o olhei. Ele estava com a mão esfregando o rosto e a cabeça pendurada para trás. Realmente muito tentador ali sem camisa.

— Assim você me enlouquece sabia?- Suspirou ele um pouco frustrado.

— Vai ver esse é o plano...- E pisquei antes de caminhar até a cozinha.

Holly me olhou daque jeito torto que só os gatos fazem e acho que ele devia estar me reprovando um pouco.

Eu realmente tenho que me controlar, mas o problema é que eu não consigo e admito, não quero. Só que eu imaginei que a minha primeira vez seria bem clichê com tudo o que eu tivesse direito, só pra ir contra a grande estatística de que quase 90% das mulheres consideram perder a virgindade uma merda. Então foi esse realmente o motivo de eu ter travado, apesar de não conseguir entrar na minha cabeça a possibilidade de que aquilo que estávamos fazendo terminar de alguma maneira desagradável. Simplesmente não dá.

Abri a geladeira e o frescor dela me ajudou a esfriar um pouco aquele calor doido que ainda me consumia, ou aquilo era febre ou era o Armin e advinha qual a alternativa correta? Olhei para as prateleiras cheias de coisas gostosas e agradeci mentalmente a Vó-Char por ser um anjo.

— A sua gripe vai piorar se ficar muito tempo ai dentro.- Armin disse encostado no batente da porta. Ah Deus, ele estava tão sedutoramente desgrenhado que eu estava com vontade de desarrumar mais aqueles cabelos... Alerta de perversão. Foca Magah, foca.

— Preciso comer, pra me distrair um pouco sabe?- Informei-o e peguei uma maça na fruteira.

— Sei de algo que poderia te distrair...- Ele disse sedutor. Ou eu estava vendo tudo o que ele fazia de uma maneira sedutora. Tô um pouco confusa.

— Ah é, e o que seria?- Perguntei sentindo que me arrependeria depois.

— Cantar, você está me devendo desde o Karaoke.- Ele disse e eu quase me engasguei com a maça.

Rir e se engasgar não é algo que eu recomendo pra ninguém. A sensação não é lá muito legal. Ele bateu nas minhas costas e eu desentalei, o que fez a gargalhada aumentar.

Ele só podia estar brincando... Não podia? O que eu estava esperando que ele dissesse não podia ser mais diferente.

— Você está brincando né?- Perguntei e meu riso morreu ao notar que ele parecia bem sério.- Tá, me dá um motivo pra mim sair dando uma de Pavarotti agora?- Perguntei também adotando a postura séria.

Ele sorriu e eu senti que havia acabado de cair na sua armadilha.

—Vamos lá Fred, quero ver se você me convence.- Acrescentei, mas acho que ele não pegou a referência do Scoob Doo.

— Primeiro, se você cantar agora não terá que cantar quando a Molly trouxer o aparelho de Karaoke, pois eu vou dizer a ela que você já cumpriu a sua parte, segundo, você vai cantar só pra mim, o que eu imagino ser muito menos constragedor do que cantar no meio de um monte de desconhecidos como eu fiz por você - Beleza, ai ele pegou pesado.- E terceiro, estou louco pra ouvir sua voz, meu anjo.

— Essa terceira ai não me pareceu um motivo muito valido não...- Disse com uma sobrancelha arqueada provocando-o.

— Magah...

— Mas as outras até que foram bem convincentes...- Seu sorriso se alargou.- Mas eu não canto muito bem não, então já estou avisando pra ninguém pedir reembolso depois.

— Eu também não canto, mas mesmo assim ganhei uma bela recompensa depois da minha apresentação.

Lembrei daquela recompensa que foi tanto pra ele quanto pra mim e não consegui me lembrar de te-lo ouvido cantar mal.

— Eu canto, só que mais tarde... - Disse escapulindo e entrei no meu quarto disposta a trocar a colcha da cama por algo com menos pelos de gato.

Dois braços me agarram pro trás e Armin beijou minha nuca me arrepiando.

— Saiba, que não vou te largar até você cantar.- Ele sussurrou perto do meu ouvido.

Que covardia isso... Se eu não estivesse tão disposta a me comportar pelo resto do dia eu recusaria de propósito. Mas tudo bem...

— Tá certo, você ganhou..

Ele me largou e sua expressão era engraçada.

— Qual é o gosto dessas palavras na sua boca? - Perguntou curioso.

— Amargas... Agora você quer ouvir ou não?

Ele se sentou na cama e bateu no colchão para eu me sentar ao seu lado.

Agora eu só tinha que pensar em uma música em tempo record que se encaixasse no momento. Pois não dava pra sair cantando um 50 cent's com um beat box doidão. Mirei o olhar na minha estante de livros e sorri ao lembrar de uma música que a personagem de um livro que eu amo canta pro amado dela.

Armin esperava pacientemente eu começar.

— Dessa vez não vai ser Cold Play.- Informei-o - vou variar um pouquinho.

— Você manda.

— Você deveria repetir isso mais vezes.

Ele revirou os olhos sorrindo.

Beleza, é a hora... Puxei um fôlego e comecei a cantar.

— "Agora eu olhei fixamente em você Através do quarto
Até ambos meus olhos foram desvanecidos
Eu estava em uma arremetida
Eu era fora da sorte
Agora eu estou tão contente que eu esperei
Bem você estava quase lá Quase meu... yeah
Dizem que o amor não é justo
Mas eu estou indo muito bem..."

Olhei para seu rosto e pelo sorriso que ele exibia eu não estava rasgando os tímpanos dele com a minha voz. Pelo contrário, ele parecia até encantado.

—" Porque eu juro que é você
Eu juro que é você
Eu juro que é você que tenho esperado Eu juro que é você
Eu juro que é você
Eu juro que é você por quem meu coração bate
E isto não vai parar
Não isso apenas não parará."

Diferentemente do karaokê, agora estávamos totalmente sozinhos, sem nenhuma voz esganiçada (além da minha) pra atrapalhar.

— "Agora você é excelente conforme a noite
Mas quando a luz da manhã vier Confortável como a chuva em domingo Eu sou uma alma afortunada
Que segura sua mão tão apertada Espero que você escute isso um dia
Não engane você mesmo
Esta é minha verdade."

Era um pouco embaraçoso, mas ao mesmo tempo era confortável estar em sua presença. Pergunto-me se foi assim com ele também...

— "Porque eu juro que é você
Eu juro que é você
Eu juro que é você que tenho esperado Eu juro que é você
Eu juro que é você
Eu juro que é você por quem meu coração bate
E isto não vai parar
Não isso apenas não parará."

Continuei sorrindo com a cara de bobo que ele fazia mesmo agora que eu já havia parado de cantar. Acho que o amor afeta a audição também.

Ficamos em silêncio por um tempinho, eu não ia abrir a boca até ele esboçar alguma reação além daquela.

Finalmente ele se mexeu, se aproximou de mim e colocou a mão em meu rosto aproximando o rosto do meu. O beijo foi rapido, porém muito significativo.
Colou sua testa na minha e disse:

— Você é uma boba se pensa que canta mal. E eu amei cada palavra que você cantou, obrigado meu anjo.

— Definitivamente o amor afeta a audição.- Constatei e nós dois sorrimos.

Ele me puxou pela cintura com um abraço e eu deitei em cima dele. Começamos a conversar sobre os mais variados assuntos. Desde o livro que eu mais gostava ( o que rendeu uma pequena lista) até a minha infância ( principalmente sobre as traquinagens que as meninas e eu fazíamos na escola).

Passamos o resto da tarde conversando. Jogando cartas e trocando uns beijos. Aparentemente Armin não era só bom nos jogos eletrônicos, ele mandava bem em qualquer tipo de jogo.

Pedimos pizza para o jantar, já que de modo algum eu iria me aproximar daquela cozinha hoje.

Terminamos com um filme que estava passando na TV e quando dei por mim estava caindo de sono em cima dele.

— Acho que o sono está me vencendo...- Compartilhei sonolenta com ele.

— Você acha? Vamos, eu te acompanho até o quarto.- Ele disse me levantando do sofá.

Fui tropeçando até lá e depois de por o pijama e escovar do dentes voltei para o quarto e Armin estava separando os seus leçois para levar para a sala.

Só de imaginar ele passando a noite naquele sofá depois da viagem que tivemos da casa dos meus pais até aqui fiquei com dó.

— Você pode dormir na cama hoje.- Disse. Ele me olhou surpreso.- O que foi? Ninguém merece passar a noite naquele sofá depois de tantas horas balançando em um ônibus. Além do mais, não é como se fosse a primeira vez que dormimos juntos.

— Como você está generosa hoje.- Ele comentou.

— Só não vem com perversão se não eu te empurro cama a baixo.

— Não farei nada que você não quiser, Anjo.

— Essa parte que me preocupa - Sussurei pra mim mesma.

— O que?- Perguntou curioso.

— Nada.

Deitei na cama e ele voltou depois de alguns minutos no banheiro com a parte de baixo do pijama que eu havia dado a ele. Certo. Ele está claramente me tentando.

Com as luzes desligadas ele entrou debaixo da minha coberta e me encarou com aquele olhões.

— Boa noite Anjo.

— Boa noite Armin.

Fechei os olhos e dormir foi apenas uma questão de minutos já que eu estava me sentindo exausta.

POV ARMIN ON.

Acordei no meio da noite e demorei um tempo até meus olhos se acostumarem com a escuridão. Estava tudo silencioso além da respiração ofegante de Magah. Aquilo não podia ser bom.

— Anjo - Sussurrei tentando acorda-la e pus mão em seu rosto que estava pegando fogo. Me coração gelou.

Ela estava ardendo em febre.


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Notas finais do capítulo

EAI? Me contem o que acharam nos comentários ♥