A Neve Sobre Estrelas escrita por magah


Capítulo 27
Confortável?


Notas iniciais do capítulo

MEU POVO LINDO DO CORAÇÃO. EU. VOLTAY.

Acho que não demorei tanto quanto o anterior não é? tô melhorando né? não? tá bom...
JÁ TO AVISANDO LOGO DE CARA, PESSOAS COM MENOS DE 16 ANOS, OU QUE SEJAM SENSÍVEIS NÃO LEIAM O CAPITULO A SEGUIR, BLZ? ( sei que vocês vão ler do mesmo jeito, mas já to avisando, vai que né?).
Não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo além de que fiquei vermelha escrevendo.
Bom, podem ler meus monstrinhos ♥




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Molly Pov On

— Então, você vai de ônibus com seu boy arrasador e eu vou com Dimitry na moto.- Disse para Magah pela ligação.

Finalmente eu iria embora daquele manicômio que um dia eu chamei de casa. Não que a viajem pra cá fosse de todo mal, os últimos anos não tinham sido diferentes mesmo, sempre nessa picuinha, nessa falta de harmônia familiar. Eu não esperava uma família tipo comercial de margarina, até por quê nunca fomos assim, mas era tudo uma paz que só mudou quando a praga DA AMBRE começou a sugar nossa felicidade como um tipo de chupa-cabra bizarro. Respira. Se acalma, que logo logo esse problema não vai mais me afetar.

 

— Acho que a Heera também vai fazer isso, mas vou ligar pra criatura só por precaução.- Disse Magah.

 

— Tudo bem então minha florzinha, vou lá terminar de arrumar minhas coisas por que o Dimitry já deve estar chegando e EU tenho que atender aquela porta antes que uma certa cobra sem asas o faça e queira meter as garras nele.- Comentei.

— Cobras tem garras?- Ela perguntou. Mas esse ser humano não tá pegando o espírito mesmo!

— Ela tem, por que é uma alienígena mutante do inferno, entendeu agora criança? 

— Ahh claro! Err, vou indo também então, nem comecei a organizar minhas coisas... e falta apenas duas horas pro embarque. É melhor eu ir mesmo! Beijo! Boa viagem Molly! Falou.- ela disparou apressada.

— Beijo, pra você também!- Me despedi e desliguei.

Joguei o celular na bolsa e fui até o armário pegar as ultimas peças de roupa que eu havia deixado lindamente dobradas e guardei na mochila. Ao mesmo tempo que eu tenho vontade de sair soltando fogos por estar indo embora daqui, eu não consigo não ficar triste. Mais um ano que se passa e eu nada de conseguir mostrar a verdadeira face do mal. Mais um ano e eu que vou sair daqui como a ovelha negra da família, a que traz discórdia, a encrenqueira, a que coloca feijão no pote de sorvete. Tô cansando disso. Daqui a pouco eles marcam logo a data do casamento e tirar esse carrapato vai ser bem mais burocrático que só dar umas vassouradas nela.

Mas Deus vai me mandar uma luz. Não é?

O Bipe do meu celular me chamou atenção e era uma mensagem de Dimitry dizendo que estava vindo pra cá. Peguei a mochila e a bolsa agradecida por não ter trazido meu guarda-roupa como da ultima vez e abri a porta para descer as escadas.

— Ainda bem que aquelazinha está voltando pro buraco que ela saiu. Olha bebê, só por que eu te amo muito, muito mesmo que eu suporto ela. Por que se não ela já estaria toda...

— Ambre, eu já te disse que apesar de tudo ela ainda é minha irmã caramba! E por mais que você não goste dela, infelizmente vai ter que suporta-lá, e ficar xingando ela na minha frente me incomoda.

— Desculpa momozinho, sei que deve ser um fardo muito grande pra você ter um carma desse na sua vida.  E é por isso que eu tô aqui, pra cuidar de você...

"Apesar de tudo", "Infelizmente", "Fardo", "Carma". Tô anotando tudo no meu caderninho. Eu não sei que azar foi esse de pegar esses dois falando de mim. Mas talvez nem seja tão azar assim, vou embora, mas antes digo poucas e boas.

— Carma queridinha é ter uma "Noiva" que nem você.- Disse descendo as escadas e fazendo aspas com as mãos.- Quando você diz que vai "Cuidar" dele você se refere a maneira que as cobras cuidam do ninho antes de atacar eles, ou como as Orcas cuidam das focas antes de joga-las na água e fazer aquela brincadeira macabra até a morte?

— Molly por favor, não to afim de brigar com você de novo!- Disse Arthur já meio puto da vida.

— Juro pra você que eu já me importei muito quando brigava com você, virava a noite culpada tentando pensar em um jeito de arrumar a burrada que tinha feito. Mas agora, fico com mais pena do que triste. Pena de ver que você tá assassinando nosso relacionamento de irmãos por causa disso- Apontei pra Ambre que me lançava um olhar quase assassino.- Triste por não saber se ele vai voltar a ser ao mesmo quando a mascara cair. E se ela não cair por conta própria, o que eu acho muito difícil, eu ainda te tiro dessa lama, pelos velhos tempos e por que eu não consigo ver ninguém que eu gosto afundando. Fazer o que, é só meu ladinho puxado pra Madre Tereza.

— Eu não preciso da sua pena Molly.- Ele me disse com um olhar frio. Meu Deus, que vontade de sacudir esse homem e trazer o antigo Arthur do mundo dos esquecidos!

— Claro que você não precisa, ninguém precisa, mas né...- Respirei fundo e ajustei melhor a alça da mochila.

— E pra você cobra, não vacila não. Por que quando tu menos esperar, eu estarei lá.- Disse chegando bem próximo do ouvido dela.- Boo!

Mandei um beijinho voador para Arthur  que me ignorou lindamente como sempre faz, alias, e segui para a sala. No sofá, sempre lendo seu jornal estava meu Velhinho. Abaixei seu jornal e recebi um sorriso daqueles. Ele era um dos motivos de eu sempre voltar.

— Tô indo Pai...- Sorri acanhada, não passei muito tempo com ele pra evitar encontrar a Ambre.

— Mas já? Nem sentou comigo pra conversar direito Molly!- me repreendeu ele com um meio sorriso nos lábios.

— Desculpa mesmo Pai! Mas bem que o senhor podia comprar um celular com internet pra gente poder se comunicar mais!- Minha vez de repreender.

— Você sabe que eu não levo jeito nenhum pra aquelas geringonças modernas, gosto mesmo é de papel e caneta, fazer o que, sou um homem dos velhos tempos!- Disse ele arrumando a gola da camisa com cara de superior.

— Velhos tempos mesmo, olha a carequinha e os cabelos brancos, vou nem falar das rugas e dos pés de galinha- Provoquei sorrindo.

— Todos os cabelos brancos e os que caíram da minhas cabeça, cada ruguinha que tem nesse rosto aqui foi uma arte que você fez quando criança! Você que devia me pagar um tratamento capilar daqueles malucos de caro! Isso claro, se eu não fosse esse galã todo mesmo com tudo isso.- Respondeu ele e nós dois sorrimos.

— Posso acrescentar que tudo isso deixa o senhor com mais cara de galã ainda, e não vem não que o tanto que eu fiz o senhor se preocupar, fiz também gargalhar.

— Não tenho como negar isso, minha filha!- Ele sorriu novamente e as rugas ao redor dos olhos se aprofundaram mais.- Filha, você tava brigando com o seu irmão de novo, não estava?- Perguntou mudando a expressão sorridente para séria.

Respirei fundo, de longe meu pai sempre foi o mais sensato daquela casa, até mesmo antes de o Arthur virar esse babaca. Então não adiantava muito esconder as coisas dele.

— Tava sim Pai, mas o senhor tem que entender que isso me dói muito, mas não dá pra evitar! Meu sangue ferve toda vez que eu vejo aquela cobra enrodilhada nele. É meu extinto protetor! E eu sei que o senhor não gosta dela também...

— Bom, eu não diria que não gosto dela...

Lancei um olhar enviesado pra ele.

— Tá certo, não gosto mesmo... Mas não falo nada por que foi a escolha dele, e eu respeito isso, apesar de não concordar. E a ultima coisa que você vai ver ver fazendo é ficar paparicando os dois como sua mãe faz, então nem precisa se preocupar.

— Não achei que faria mesmo, e é bom saber que tem alguém do meu lado.- Sorri- Mas eu não vou ficar calada, e vou mostrar a verdadeira Ambre pra ele, guarde minhas palavras Papi.

— Falando em escolha, por que o seu namorado não veio se apresentar pra mim?- Ele perguntou sério.

vish, deu merda!

— Errr... a gente tá marcando um dia ai, a gente vai fazer um rango legal e convidar você e a mãe. É que tá meio recente ainda sabe?

— Não, não sei, pra começo de conversa na minha época vocês nem namorando estariam sem antes me pedir.

*Pausa pra cara de paisagem*. O que dizer se meu pai é conservador? Eu sou toda liberal, ué.

— Mas tudo bem minha filha, pode parar com essa cara. Eu confio na sua escolha também, você nunca foi de namorar e se está sério agora ele deve ser um cara decente.- Ele me lançou um olhar questionador.

— Ah Pai! ele é decentissímo, um Lorde, você vai adorar ele! Mas outro dia a gente faz uma apresentação melhor. A minha carona deve tá chegando e eu ainda preciso me despedir da Mãe, se não ela vai ficar jogando na minha cara que eu fui embora sem me despedir dela até o próximo final de ano.

—Ela deve estar na cozinha, vai lá.- Ele disse e segui rapidinho pra lá.

Minha Mãe sempre foi um caso difícil, se os pais escolhessem os filhos preferidos ( o que pelo que eu saiba é contra o regulamento dos Pais) o Arthur seria o dela e eu o do meu Pai. Nunca tive um relacionamento fácil com ela. Ela é extremamente seria e eu sou ao contrario. Só na aparência que nos parecemos mesmo. Principalmente os olhos cinzentos puxados pro violeta.

— Mãe? Eu tô indo pra casa.

Ela parou de fazer o que quer que estava fazendo e se virou pra mim.

— Ah, boa viajem então. 

— Brigada, fica bem. - Disse.

— Você também.

E só. Assim mesmo, sem chororo, nem abraços e nada. Bem seco. 

Voltei pra sala, abracei meu Pai até escutar a buzina da moto e sai de casa. Olhei uma vez pra trás e jurei ter visto Arthur na janela de cima, mas foi tão rápido que não pude ter certeza.

Dimitry me recebeu com um beijo breve, e deve ter percebido que eu não estava muito legal. 

— Você está bem meu amor?- Perguntou preocupado.

Sorri pra ele, não tinha necessidade de o deixar preocupado. 

— Se puder agarrar você um pouquinho, vou ficar cada vez melhor- Disse pegando o capacete e subindo em cima da moto. Ele acariciou minha mão que esta envolta de sua barriga e arrancou em direção a minha casinha.

Pov Off.

— Bem que eu podia ter um carro né?- Perguntei a Armin que estava colocando algumas roupas dele na minha bolsa de viagem.

— Só se você quiser matar alguém.- Respondeu ele com um sorriso brincando em seus lábios.

Olhei indignada para ele. Não é por que eu não era uma piloto de formula 1 que eu dirigia tão mal assim a ponto de matar alguém!

— Seu Traíra!- soquei seu braço e ele fez uma cara dolorida.- Você ao invés de ficar ai me depreciando podia me incentivar a melhorar.- Isso mesmo Magah, bora usar o seu bom vocabulário.

— A buscar uma escola de pilotagem com um bom seguro também- Ele completou- E eu não estou te depreciando, muito pelo contrário, eu prefiro muito mais te apreciar...

Ele veio por traz de mim beijando minha nuca e eu senti meus pensamentos ficarem enevoados. Esse poder maluco que ele tinha sobre meu corpo estava me tirando da órbita.

— Ei... para com isso Armin- Pedi não muito convincente admito.- A gente tem que terminar isso logo... se não o ônibus vai sem nós.

— No momento isso não me parece uma má ideia- sussurrou ele contra a pele sensível do meu pescoço me fazendo arrepiar.

Juntei todas as minhas forças e o resto de vergonha na cara pra me afastar daquele homem. Voltei a arrumar minhas tranqueiras na bolsa me perguntando por que parecia haver muito mais coisas agora do que quando eu trouxe. Ele parou de ser tarado e voltou a arrumar as coisas.

— Pode parecer errado, mas eu não sinto falta nenhum daquele sofá... apesar de também ter boas lembranças.- Ele comentou alheio em pensamentos.

Na mesma hora me veio a mente o dia em que dividimos o sofá depois daquele filme assombroso e quando acordamos totalmente colados. Na época isso foi totalmente perturbador, mas hoje em dia... Tenho que admitir que me parece muito mais tentador. Pois é, tô assinando minha carteirinha da associação dos pervertidos de plantão. Ele me transformou em um monstro.

— É, bem que aquele sofá não é muito confortável não... Chegando lá a gente dá um jeito de ficar mais confortável.- Disse tranquilizando-o.

Olhei de soslaio e vi um sorriso suspeito surgir em seu rosto. Tenho certeza que pensou merda. Coisa boa é que não foi, posso ter certeza! E eu sofro de uma mal terrível, a curiosidade.

— Fala logo.

— O quê?- Ele me olhou confuso.

— O que foi que você pensou.

— Mas eu não pensei em nada.- E novamente aquele sorrisinho. Ah Armin, quando foi que eu passei a te conhecer tão bem? 

— Fala logo!

— Não.

— Vou ter que arrancar de você então.- E lancei meu melhor olhar sedutor. Senti que ele ficou tenso, contraiu aqueles músculos maravilhosos. Caramba, se eu tenho esse poder só com um olhar, imagina o que eu faço com o resto? Fico feliz em saber que não sou a única a ser refém da atração aqui. Minha deusa interior estava no ritmo ragatanga já, me incentivando a prosseguir...  Ah que mal há em querer ser fatal de vez em quando.

Joguei a muda de roupa de qualquer maneira dentro da bolsa, e fui deslizando o dedo entre por cima das coisas enquanto ia me aproximando dele, usei se braço como ponte para o meu dedo e fui deslizando pela aquela pele lisa que ressaltava sua veias até seus bíceps sem em nenhum momento desviar os olhos dos dele, que agora estavam quase que totalmente tomados pelas íris negras. Me aproximei mais e fiquei tão próxima que pude sentir sua respiração ofegante em minha pele. Continuei acariciando agora seu peitoral em movimento circulares, provocando-o deliberadamente. Pois é, na cara dura!

— Me conta o que passou por essa cabecinha?- Disse baixinho enfiando a mão em seus cabelos puxando-o pra que nossos rostos ficassem mais próximos.- Me diz o que fez brotar esse sorriso no seu rosto...- Sussurei com a boca quase colada na dele.

Ele parecia totalmente enfeitiçado, e eu posso dizer que estava esgotando meu estoque de auto-controle do dia com essas minhas brincadeirinhas. Seu olhar em minha boca era nada menos que sedento, e pra mim quebrar esse auto-controle era dois palitos...

Sua boca foi de encontro com a minha, porém eu recuei e ele me olhou perdido.

— Diz...

— Eu pensei... que nada seria mais confortável que eu e você na cama.- E dessa vez eu o olhei boquiaberta. Ele voltou a sorrir daquele jeito pervertido e eu que pensei que havia parado com isso, mas não pude deixar de corar. Até por que né, eu não imaginei que ele fosse ser tão direto.

— Era isso que você queria ouvir, Magah? Que eu imagino nós dois daquele jeito?- Ele prosseguiu e aproveitou a nossa proximidade para me provocar. Ouvi uma voz na minha cabeça dizendo "Parece que o jogo virou, não é mesmo queridinha?". E eu me toquei da encrenca ( maravilhosa encrenca) que eu havia me metido.

Ele se aproximou mais acabando com todo o espaço que havia entre nós e eu instintivamente dei um passo para trás, mas acabei batendo a perna na cama e caindo atrapalhadamente na mesma. O alertinha na minha mente começou a soar "Perigo, Área de risco!". Mas ele alargou o sorriso e ao invés de parar com a palhacice continuou prosseguindo. Se apoiou sobre mim e acariciou minha cintura, enviando arrepios por todo o meu corpo. Seus olhos pareciam me engolir por inteira e  eu estava nervosa a níveis estratosféricos, por que eu juro que estava a beira de perder o controle de mim mesma.

— Você é tão provocante e ao mesmo tempo tão ingênua...- Seus olhos agora estavam fixos nos meus.- É tão encantadora e surpreendente. Eu diria que nesses últimos dias você vem me levando ao limite, sabia?

Sorri, mesmo com o coração quase saindo da boca.

— Posso ter uma noção...- Provoquei.

Algo no seu olhar faiscou.

— Então me permita matar um pouco essa fome de você.- E tomou minha boca na sua com uma necessidade faminta.

Sua língua explorou todos os cantos da minha boca, enquanto suas mãos passeavam por debaixo da minha blusa como se ele tentasse manter na memória todas as minhas curvas. Minhas mãos acariciavam seus cabelos, braços, tudo que eu pudesse tocar para o ter mais pra mim. A necessidade não era só dele, era minha também.

Senti meu auto-controle levantando e dizendo um "Eu desisto" bem sonoro antes de sair pela porta do quarto.

Armin Tentava se sustentar em um braço para não por todo seu peso em cima de mim. Ele tirou a boca da minha, o que me permitiu voltar a respirar, coisa que eu quase tinha esquecido de fazer e começou um rastro de beijos pelo meu pescoço até ele chegar em uma parte bem sensível e eu soltar uma risadinha involuntária e encolher o pescoço. Ele levantou o rosto pra me observar e balançou a cabeça antes de tomar novamente minha boca na sua, agora com mais doçura, eu o beijei o quanto pude, mas ainda não era o suficiente, simplesmente não era!

A mão que permanecia de baixo da minha blusa de repente se encontrou segurando meu seio ainda protegido pelo sutiã e eu pude sentir o calor da sua mão penetrando o tecido e todo e qualquer sentido de alerta que eu deveria ter morreu na hora. Aquilo era demais e ao mesmo tempo não era. Era um confusão de pensamentos e sensações tão grande que tudo o que eu pude fazer no momento foi parar de pensar e só me permitir sentir.

— Você é tão linda... -Ele sussurrou próximo ao meu ouvido. E a minha deusa interior de ragatanga mudou pra algo mais roxete.

Fiz a menção de puxar sua camisa e ele lendo meus pensamentos parou tudo e a arrancou pela cabeça e em menos de um segundo voltou a fazer o que estava fazendo. E agora eu podia desfrutar dele todo, passei a mão por suas costas e o arranhei de leve quando ele pressionou meu seio me pegando de surpresa e me deixando encantada com tudo aquilo que eu tava sentindo, sensações tão novas e fortes que não tinha nem como controlar. 

Ele se permitiu deitar por cima de mim por um momento para mudar de posição e eu senti todo seu peso, músculos e calor me cobrindo. Suas pernas se encaixaram nas minhas e eu senti algo rígido em baixo da minha cintura e tomei um pequeno susto. Ele tornou a se afastar e meus pensamentos se enevoaram novamente. 

O mundo era um borrão, o que importava estava acontecendo ali...

— Magali, filha! você se atrasar para pegar o ônibus- Minha Mãe disse por de trás da porta.

Eu. Paralisei. Ele. Paralisou.

Eita merda. O que diabos eu estava prestes a fazer??

"Sexo" minha mente respondeu.

— E-er, tô quase terminando de arrumar as c-coisas aqui Mãe...- Juntei toda a minha capacidade silábica pra formar essas palavras.

— Você tá bem filha?- Ela perguntou.

Eu encarei Armin que se encontrava agora alguns sentimentos de mim, totalmente desgrenhado, com as bochechas afogueadas e suspirei profundamente.

— Tô sim...

— Então tudo bem, vê se termina logo, seria uma pena se você perdesse o ônibus.- Ela continuou.

— Aham...

— Tô lá em baixo se precisar.

— Beleza Mãe... Brigada, mas eu tô... bem.

— Ok.

Ouvi os passos da minha Mãe ecoando pelo corredor e soltei o ar que nem tinha percebido que estava segurando. Armin saiu de cima de mim e se sentou ao meu lado, depois de um tempinho eu fiz o mesmo. Nós parecíamos duas crianças que foram pegas rabiscando a parede de casa com giz de cera. Passei a mão pelo cabelo que sem duvidas nenhuma estava um ninho, para tentar dar uma ajeitadinha. Peguei ele me olhando e não consegui segurar o riso.

— Por que você está rindo?- Ele me olhou confuso começando a rir também.

 O lógico seria eu estar. a) Puta da vida com ele e comigo mesma por ter chegado tão perto de fazer aquilo. b) Envergonhada até o ultimo fio de cabelo por quase chegar a fazer aquilo. c) As duas alternativas anteriores.

E sem duvidas d) Querer fazer aquilo e não estar nem um pouco envergonhada por isso. Não. Devia. Ser. Uma. Alternativa. Mas se fosse, era essa que eu marcaria um X.

— Eu tô rindo dessa situação toda.- Disse ainda rindo.- Olha a nossa situação!

Ele olhou pra mim rindo comigo e deitou de costas na cama. Pegou meu travesseiro e colocou no colo discretamente, como se seu não fosse notar. E meu riso aumentou. 

— Você continua linda e agora eu tenho um novo lugar preferido...- Ele se virou pra mim e me lançou um olhar cúmplice. 

Deitei também, ciente de que não voltaríamos a fazer aquilo ali e com o tempo fui parando de rir.

— Acho que eu devia começar dizendo que não deveríamos ter feito aquilo e bla, bla, bla.- Eu disse depois de um breve silêncio.

— E eu deveria pedir desculpa por ter te beijado e tocado em você como continuo querendo fazer e...- Dei um tapa em seu braço, mas ele continuou.- E que também agradeço por termos sidos interrompidos quando o que eu mais queria era continuar...

— Armin!- Eu exclamei.

— E feito você gritar meu nome como acabou de fa...- Eu lancei um olhar fuzilante para ele e ele fechou a boca imediatamente.

— Pensei que esse fosse o intuito da brincadeira meu Anjo.- Seu sorriso era amplo.

Revirei os olhos e balancei a cabeça, ele não tinha jeito mesmo.

— Vamos, temos que arrumar logo as coisas.- Disse tentando mudar o foco da conversa e  eu me ia me levantando quando ele pegou na minha mão, me fazendo olhar para ele. Seu rosto tinha mudado, agora estava sério.

— Meu Anjo, se eu passei dos limites. Me perdoa.- E eu senti minhas bochechas ficarem quentes com a sinceridade de suas palavras e também quando a imagem dele segurando meu seio retornou a mente.- Mas você me leva a loucura, e eu não posso dizer que me arrependo do que estávamos fazendo ou do que iríamos fazer.

Segurei seu rosto entre as mãos, olhando profundamente em seus olhos. 

— Tudo bem, não se desculpe pelo que aconteceu.- Sorri- Eu também não me arrependo. Acontece né? Agora levanta, veste a sua camisa e me ajuda a terminar de arrumar as coisa logo. 

Ele se levantou e antes de pegar a sua blusa que estava jogada no chão perto da porta, cortou caminho e me puxou pela cintura me fazendo colar naquele corpo ainda semi-nu e me beijou com carinho.

— Você quem manda. Mas será que dá tempo de tomar um banho gelado?- Perguntou.

******  

Saímos de casa não muito tempo depois, naquela brincadeirinha perdemos bons minutos que poderíamos ter usado para arrumar as coisa com mais calma. Me despedi dos meus pais com promessas de que retornaria no próximo feriado. Minhã Mãe me fez prometer que me alimentaria direito e que ligaria para a Vó-Char para confirmar. Ela disse algo a Armin que não pude escutar quando estava abraçando-o, me mordi de curiosidade. Meu pai quase não me largou quando foi me abraçar, juro que minha vontade foi a mesma. Dessa vez fui eu quem o fez prometer que se alimentária bem e se cuidaria direitinho. Ele deu um aperto de mão em Armin e eu quase pude escutar os ossos da mão dele estalando tamanha a força do aperto. 

Pegamos um Táxi até a rodoviária a viagem foi rápida (pra quem dormiu a viagem inteira), mas cansativa. E estávamos novamente no Táxi, agora na minha cidadezinha amada, tão familiar e aconchegante com seus prédios altos a perder de vista e o  metro percorrendo as ruas. 

Enfim chegamos em frente ao apartamento de 4 andares com tijolinhos vermelhos. Casa finalmente!

Subimos os lances de escadas carregando as mochilas e assim que finalmente chegamos ao nosso andar pude sentir o cheirinho da comida da Vó-Char e me segurei pra não arrombar aquela porta e abraçar aquela senhorinha de cabelos brancos que eu tanto amava. Eu tinha que tomar um banho e expulsar aquele cansaço todo do meu corpo. Abri a porta e fui recebida pelo Holly que se esfregou pelas minhas pernas miando como nunca. Pegue-o no colo que abracei aquele gatinho preto.

— Também senti sua falta Holly!.

Armin também foi recebido por Holly com entusiasmo . Pelo jeito as meninas já haviam passado por ali, já tinha coisas delas pelo meio da casa e tudo, mas não as encontrei em casa. Entrei no meu quarto e me joguei na minha cama.

— Ah Meu Deus! Eu te amo caminha!- E fiquei rolando de lá pra cá até notar estar sendo observada. 

— Posso participar?- Ele perguntou encostado no batente da porta.

— Se manca Armin. Não acha que já teve de mais por um dia não?- Encarei-o com a sobrancelhas arqueadas.

— Não, mas não custa tentar. Só vim perguntar se você tem uma toalha pra me emprestar, acho que a Dona-Char deve ter guardado em algum lugar...

— Ah tá, espera ai que eu acho.- Me levantei da cama e fui fuçar no meu guarda-roupa com todas as minhas adoráveis roupas de mendigo que eu mal via a hora de usar. Uma mão apareceu por trás de mim e pescou uma calcinha minha que estava jogada no meio das minha roupas.

— Humm...

— Me devolve isso Armin, Deixa de ser abusado!- Tentei pegar a calcinha e ele colocou a mão no alto para que eu não alcançasse.

Pisei no seu pé, ele vacilou, peguei a calcinha, empurrei ele pra fora do quarto e fechei a porta. Tudo isso tão rápido que acho que ele nem teve tempo de pensar.

Ouvi ele batendo da porta.

— Magah, A toalha meu anjo.- Daqui dava pra ver o sorriso em seu rosto se formando em minha mente.

Argh, peguei qualquer uma que estava dentro do guarda-roupa e joguei na cabeça dele. 

— Também te amo.- Ele disse quando eu bati a porta pela segunda vez.

Convencido.

Quando ouvi o barulho do chuveiro ligado, desisti de esperar o banho e fui bater na porta ao lado. A fome tava grande pra esperar aquele folgado sair do banho.

— Vó-Char?- Disse assim que a porta se abriu.

— Não monamur, sou Eu.- Respondeu Molly abrindo a porta da casa da Vo-Char.

— Ah então é ai que vocês estão!- Disse olhando para dentro da casa e encontrando Molly, Dimitry, Heera e o Cabeça de tomate.

— Entra criatura, a Vó-Char tá tirando uma torta do forno. Diz ela que tem algo muito importante pra dizer pra gente. Segura esse mistério.

Entrei e cumprimentei todo mundo até achar ela.

— Magah meu amorzinho!.- Ela exclamou deixando a forma da torta em cima da bancada com a mão enluvada.- Vem me dar uma abraço!

Corri até ela e fui inundada pelo seu cheiro de lavanda que eu gosto tanto, ela continuava do mesmo jeito, beijei seu rosto e percebi um brilho diferente em seus olhos, e não era por causa da minha chegada não. 

— Como você está minha filha? Já oficializou o namoro com o Armin? Ah minha querida é tão bom ver todas vocês bem arranjadas!

Ouvi um coro de risadas atrás de mim, provavelmente todos tinham passado pela mesma coisa.

— Calma Vó.- Sorri disfarçando e fugindo da pergunta.- Uma de cada vez.

— Como anda você e o Armin?

— Eu diria que melhor impossível Dona Char.- O Próprio respondeu entrando pela porta. Mas que banho de gato é esse em?

— Armin!- Ela me largou e foi abraçar ele, olha a traíragem...

Fui me sentar na mesa ao lado de Heera que estava mastigando um Cookie como se não houvesse amanhã.

— E a dieta em dona Heera?- Alfinetei.

— Xiu você também.- Ela respondeu e enfiou o cookie inteiro na boca.

Peguei um também e comecei a comer. Armin veio e se sentou ao meu lado passando o braço por cima dos meus ombros, o banho pode até ter sido de gato, mas que ele estava cheiroso ele estava.

— Agora que todos vocês estão aqui, posso revelar a minha novidade.- Vó-Char disse tão empolgada que estava quase pulando.- Eu vou me casar!

Meu queixo caiu.


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Notas finais do capítulo

EAE? Gostaram? hihihihihi como foi que vocês reagiram? me digam pessoinhas!