A Neve Sobre Estrelas escrita por magah


Capítulo 19
♡ Margueritas uuhuuu!


Notas iniciais do capítulo

Gente, aqui estou eu depois de meio século... Não me abandonem! Sabe como é, além de eu ter passado pela época das provas e dos trabalhos na escola eu estava passando por um probleminhas familiares... mas enfim, aqui estou eu com mais um cap pro'ces ♡♡
Espero que vocês gostem, e não esqueçam de me deixar comentários viu?



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– Sentiu falta do meu brilho? - Perguntou Molly assim que eu abri a porta da frente de casa. Percebi que sua touca estava com alguns flocos de neve e que a paisagem atrás era tão branca que quase doía os olhos- Como você não mandou um sinal de vida, muito menos o de fumaça, eu tive que vir aqui... quer dizer, tivemos.

– Aff Molly, você fala de mais - Comentou Heera enquanto me puxava para um abraço apertado- Já estávamos ficando preocupadas com sua falta de notícias, mas achei melhor deixar vocês dois respirarem um pouco, não queriamos atrapalhar nada que pudesse estar acontecendo sabe?- ela acrescentou essa parte baixinho, só para mim escutar.

– Gente que babado é esse que eu não estou sentindo o cheiro da Ceia da Tia Clare? - Perguntou Molly entrando em casa e percebendo a sala de estar vazia sem a agitação rotineira dos meus pais brigando por besteira, e da minha Mãe enfiada da cozinha ouvindo alguma música antiga no seu rádio programado somente pra uma rádio que ela ama- Cade o povo dessa casa? Gente Véspera de Natal.

Olhei para baixo tristemente, tentando evitar a tristeza que Armin me obrigou de um jeito bom a afastar do meu dia. Papai estava bem e estava sendo vigiado pela minha mãe que não iria desgrudar os olhos dele, mesmo assim, sabendo disso, ver a casa vazia no Natal não é lá uma visão muito animadora. E além de tudo isso eu estou um tanto ansiosa e não entendo o motivo. Elas me olhavam, esperando que eu dissesse logo.

– Papai está no hospital e minha Mãe está lá com ele. Ele teve um princípio de infarto, mas agora ele está em observação, não faz nem uma hora que Armin e eu chegamos - Eu disse um pouco triste. Elas me encararam com aquela cumplicidade que só as pessoas mais próximas de alguém sentem, como se dividissem a tristeza de um amigo para que assim a pessoa sofra menos- Não façam essas caras, eu estou tentando ficar de boa.

Mesmo assim elas vieram até mim e me deram um abraço apertado, e eu senti que naquele abraço estava implícito tudo que elas poderiam ter dito e um pouco mais.

– Onde está o seu Guarda costas particular? Agora que ele deveria estar no posto ele não está- Perguntou Molly olhando para os lados com as mãos na cintura o a deixava com uma pose do tipo "Aparece desgraçado antes que eu vá atrás de você! ".

– Ele foi tomar Banho se eu não me engano- Respondi sua pergunta- Deve estar tentando se acalmar depois de eu ter dirigido do hospital até aqui. Vocês devia ter visto a cara de pânico dele -Sorri.

– Ihh... ela deixou ele ver o lado "Maniaca do trânsito"...

– Tá ficando sério! -Completou Heera ao comentário de Molly- Mas e ai, Magah, depois de todo esse tempo não rolou nada?

– Nada de mais...- Me fingi de desentendida.

– Ah! Pelo o amor do Senhor! Cade a ação...- Dessa vez quem resolveu reclamar foi Heera. Molly a acompanhou na indignação balançando a cabeça.

Essas duas andam passando tempo demais juntas. E eu iria contar de qualquer forma o que houve a elas, só que não deixava de ser embaraçoso...

– Bom... Só ouve... uns beijos...- a cada palavra minha voz ia diminuindo um pouco.

– Espera, eu acho que não entendi direito...- Comentou Molly confusa- Quer dizer que... Meu Deus... Me amarrota que eu estou passada!

As duas estavam pasmas, suas feições eram um misto de incredulidade e surpresa. O que foi, elas acham que eu sou o que? Puritana?

– Eu acho que ela disse que eles se beijaram... e pelo "uns beijos" da frase, não foi somente um!- Os olhos de Heera cintilavam como duas safiras perfeitamente lapidadas.

– Deus, oh Deus! Agradeço pela força que o senhor deu a esses dois, pois eles não precisavam mais de um pontapé inicial, precisavam mesmo é de uma voadora! E o senhor me poupou desse trabalho -Ela dizia tudo isso com as mãos unidas como se rezasse. E eu esperava o momento em que ela pararia com a palhaçada- Obrigado senhor! Por desencalhar essa criatura de cabelos púrpuros... pois vamos combinar, a situação já estava ficando crítica...

Ficamos um tempo encarando-a, incrédulas. Vamos combinar que o drama que essa criatura fazia diariamente a qualificava para ser uma otima atriz de novela mexicana.

– Acabou? - Perguntei.

– Pra falar a verdade não, eu tenho por escrito um belo discurso, para o caso de isso acontecer... E eu que pensei que você ficaria pra titia -Essa ultima parte ela tentou disfarçar com uma crise falsa de tosse.

– Dramática - Heera comentou balançando negativamente a cabeça.

Revirei os olhos, decidindo ignorá-la. Sorri ao perceber que elas sempre conseguem me manter distraída dos assuntos que eu quero me afastar sem nem notar que tem essa capacidade.

– Então... como vão passar o natal?- Perguntei mudando do assunto Armin e eu.

– Não pense que a senhorita irá se livrar do nosso interrogatório não, pois não irá - Heera disse com os braços cruzados- Quero todos os detalhes melosos, anda! Senta e começa a falar.

– Ouviu a xerife Cachinhos de ouro- Molly sorriu sentando-se junto com Heera e de frente pra mim. Elas me encaravam e eu comecei a contar, fazer o que, eu não escondo nada dessas loucas...

POV Armin On.

Balancei a cabeça rindo enquanto escutava Magah narrar para as garotas sobre os nossos Beijos. Ah, e ela fazia isso de uma maneira tão encantadora que me deixava com vontade de interrompe-la e tomá-la em meu braços para que ela ficasse com aquela expressão em seu rosto, aquela expressão que ela só fazia quando estava junto a mim... Se eu tivesse talento algum para por seu rosto nesses momentos em um papel e guardá-lo somente para que eu pudesse vê-la. Suas bochechas coradas, seu desviar de olhos com suas sobrancelhas levemente franzidas tentando conter a raiva que ela sentia quando eu a surpreendia.

Mas se tudo desse certo, eu pretendia ver essa expressão e te-lá para mim

Levantei-me dos degraus antes que elas notassem a minha presença e segui para o quarto que era temporariamente meu. Eu tinha um plano em mente, desde Chicago venho tramando-o, tive ajuda da Vó-Char e espero que tudo dê certo!

POV'S Off.

Depois de contar tudo à elas e de aguentar as perguntas incessantes, do tipo: "Como você se sentiu?", até "Ele pós a lingua na sua boca?"- Eu engasguei com essa pergunta, e mudei de assunto logo depois. Eu me aquietei, pois de um modo ou de outro quando eu fico nervosa, só consigo falar gesticulando loucamente. E elas sabiam sem nem mesmo eu dizer que meus sentimentos estavam mudando, eu sabia disso, sabia também que elas estavam felizes por mim. Só que, sinceramente, eu estava um pouco assustada com tudo que estava acontecendo, tinha a impressão que alguém havia apertado o botão "Start" da minha vida amorosa um pouco atrasado. Mas inesperadamente, me deixando atordoada. Não que eu estivesse reclamando, só me sento confusa.

– Mas vocês estão preparando alguma coisa especial não é, vejam esse momento sozinhos com bons olhos e entrem no espirito do natal... Se é que você me entende - Molly Arqueou as sobrancelhas de um modo muito sugestivo.

– Tá na hora de você lavar essa cabeça pra ver se essa poluição mental se desconcentra um pouco, eu ein -Comentei impressionada.

Ela só me olhou e sacudiu a cabeça como se pensasse "Ela tem que aprender o que é bom na vida"

– Mas é sério, vocês tem algo em mente?- Foi a vez de Heera perguntar.

– Bom... Não muito, meus planos incluem assistir uma comédia romântica natalina e me debulhar em lágrimas. Nada muito especial, jantar algumas jujubas, ou um pote de sorvete...

Elas me olharam com tédio, e eu até conseguiria ler a frase que estampava seus rostos: "Onde foi que nós erramos".

– Mas nem que eu sequestre vocês e jogue os dois no meio de uma mata vocês não ficam aqui nessa casa assistindo esses seus filminhos! - Molly se exaltou, notando isso ela pigarreou e abaixou o nivel da voz- Eu não estou brincando, experimente fazer isso e eu dôo o box de livros que eu comprei pra você para a biblioteca da cidade!

Arregalei os olhos, ela não ousaria!

– Sim, eu faria sim!- ela continuou como se lê-se meus pensamentos.

– E eu vou jogar fora um vestido que eu comprei que é lindíssimo, ou melhor, vou pega-lo pra mim- Heera aproveitou a deixa para me ameaçar também.

– Vocês não tem amor no coração, vocês são pessoas más e vocês não vão pro Céu! - Exclamei chateada, pois eu sabia que a intenção era boa e além de tudo, um pequena parte dentro de mim, que sobrevivia lá no fundo, um pouco insegura, e frágil se alegrava a cada demonstração de afeto, me fazia fantasiar com cenas romanticamente melosas de nós dois em pleno natal como em meu filme preferido "Enquanto você Dormia". E muitas vezes eu tinha que me auto-repreender por isso.

– Nós sabemos, querida - Molly disse- Mas é sério, vocês não vão ficar aqui em pleno nata, não é? Olha, eu não sei o que poderia acontecer com vocês dois sozinhos nessa casa sem comida, mas me preocupo principalmente com você queridinha, já posso até visualizar uma Magah do futuro sendo presa por canibalismo enquanto o pobre miserável do Armin é levado de ambulância para reconstruir o seu dedão esquerdo que foi comido por VOCÊ! Ela apontou pra mim como se realmente eu tivesse comido o dedão esquerdo do Armin... Deus me defenda, pensei balançando a cabeça negativamente.

Heera fez o sinal da Cruz enquanto encarava Molly e voltou sua atenção à mim. E enfiou a mão em seu bolso do casaco, tirando de lá o que me parecia dois ingressos e entregou-os à mim.

– Toma aqui, são para um show no gelo, foi a Molly que ganhou, eram para irmão e pra a cunhada demônio dela, só que... Não são mais - As duas deram um olhar cúmplice- São para amanhã, então não vai resolver o problema de vocês hoje, mas eu sei que você é criativa e vai descobrir o que fazer. Qualquer coisa passa lá em casa ou na casa da Molly, nossas mães estão cobrando a visita.

Com certeza eu iria passar na casa delas, a Mãe da Heera era divorciada, e havia se casado novamente, seu marido era bacana, mas era muito reservado, enquanto a Mãe dela era um amor. Molly não puxou esse temperamento doido de ninguém de sua família, todos eram muito diferentes dela, e seu irmão que era um prodígio em pessoa, mas foi fisgado por uma mocréia que estudou conosco muitos anos atrás, a garota era mais rodada que escada rolante de aeroporto. Nunca em situação nenhuma nos demos bem com ela, mas Molly a tratava como uma verdadeira arqui-inimiga. Então já dá pra imaginar a reação da Molly quando alguns anos depois Arthur; o irmão dela apareceu em casa acompanhado de Ambre... foi um dia a se lembrar. Ela recebeu a notícia de uma maneira bem calma...

– Então,amanhã bem cedo estaremos aqui, e eu espero que você tenha alguma novidade pra nos contar -Molly refez sua cara de saliência e se virou seguindo pra saída.

– Esperamos mesmo -Concordou Heera.

Me despedi delas e segui para a cozinha, Acho que eu vou preparar um sunday de tudo que tem na cozinha e comer antes que aquele ladrão de comida pareça.

POV Molly On.

Antes era uma maravilha ir para casa no fim de ano. Agora parecia mais uma tortura.

Ainda mais com aquela criatura renascida do inferno sendo paparicada 24 horas por minha mãe e por Arthur, como podiam ser tão cegos e não enxergarem o cinismo daquela Coisa! Se eu já não ia com a fuça dela no colégio, imagine agora? Aposto que quando ela nasceu o médico olhou e disse- "Leva Jesus, por que o que tem aqui tá podre". Ri comigo mesma, nem mesmo eu sei de onde tiro essas coisas.

Chegando em casa passei pela sala de estar onde minha Mãe com cara de nojo assistia um documentário sobre a moreia de água salgada que deslizava em busca de algum peixe distraído para estraçalhar, enquanto meu Pai dormia na poltrona com o rosto coberto pelo jornal e Arthur e Ambre se lambiam no outro sofá. QUEIMA SENHOR.

– Olha, que impressionante, eu não sabia que tinham feito um documentário sobre você queridinha - Comentei ácidamente atravessando a sala.

Ambre colocou a mão sobre o peito como se eu a tivesse magoado, até parece. Minha mãe me lançou um olhar repreensivo e Arthur me ignorou, parece que essa foi a maneira que ele encontrou para ignorar meus avisos sobre o caráter dessa assombração. Bom, quem avisa amigo é. Percebi que me pai tentava conter a risada disfarçando de ronco por baixo do jornal. Amo esse velho.

– Primeiramente cunhadinha, se eu fosse um animal marinho eu preferiria um tubarão, ou outro grande predador- Ela revidou.

– Ah claro, assim como a Piranha. Realmente combina mais com você...

– Molly! - Foi a vez de Arthur me repreender. Encarei-o e revirei os olhos, onde estava aquele cara que era o meu melhor amigo?

– Será que pelo menos hoje você pode parar de irritar a noiva do seu irmão! - disse minha mãe em um tom severo, Ambre nos encarava com um sorriso debochado no rosto, vaca.

– Não vou incomodar mais a família feliz, adeus assombração- lancei um olhar de ódio para Ambre e segui para o meu quarto.

Nunca tive que guardar o que eu penso sobre ninguém e não seria agora que eu ficaria calada, mas o que mais me indignava era que todos gostavam dela! Se já não bastasse ela ter infernizado a mim e as meninas no colégio ela decidiu fazer hora extra e virar da família. Ela era como uma mosca irritante na minha vida. Mas como eu não sou de ficar quieta observando, se ela quiser mesmo sobreviver a todos os feriados em família ela vai ter que me aguentar.

Agora vou gastar meu tempo com algo mais produtivo como ligar para Dimitry, o que será que aquele gostoso está fazendo... Não vejo a hora de voltar a para Chicago para me jogar nos braços músculosos... uii que Homem.

POV'S Off.

– Olha aqui, ou é isso ou nós vamos comer alguma coisa na rua - Disse eu mostrando o macarrão instantâneo a Armin- Aqui diz que fica pronto em 3 minutos... é mais rápido que procurar alguma coisa por ai.

Já tinham se passado algumas horas desde que as garotas tinham ido embora... e digamos que aconteceu algumas coisas um pouco indesejadas... corei ao me recordar.

FlashBack on

– Caramba Armin! Você se afogou de baixo desse chuveiro aí!- Berrei enquanto batia furiosamente na porta do banheiro. Como ele havia demorado para descer eu tinha tomado o sunday, e bebido uma lata de Soda. Resumindo, agora eu precisava usar o banheiro como se a vida dependesse disso... bom no momento depende mesmo.

– Anda caraaa! - Eu estava praticamente sapateando para segurar o que queria sair de mim...

Escutei o chuveiro desligando e agradeci aos céus por saber que ele tinha me escutado. E ai ele abriu a porta, parecia um... bom... Não me vem nenhum adjetivo que possa descrever ele nesse momento, só posso dizer que ele estava com a toalha amarrada na cintura, com o peito definido ainda molhado ( como ele pode ter esse corpo se não faz nada, olha, até fiquei com vergonha da minha banha), seu cabelo estava jogado em um topete desarrumado como se ele somente tivesse passado os dedos para atrás. E o seu rosto... Agrh, ele me encarava com aquele sorrisinho metidinho.

– Com você me olhando assim, eu que vou ficar com vergonha dessa vez - Disse ele convencido- Mas se você queria tanto entrar, eu podia ter te chamado pra tomar uma ducha comigo- Terminou ele se encostando no batente da porta de um forma muito sedutora... Droga, a coisa tá feia se até eu estou admitindo isso.

– Abaixa a bola, você não é tudo isso, agora sai da frente que eu preciso usar o banheiro -Empurrei-o para sair do caminho.

– Não mesmo, só se você me der um beijinho -Percebi a diversão em seu olhar.

– O que?

– Você ouviu.

– Você é louco.

– Louco por você.

– Vai se catar, agora. SAI. DA. FRENTE.

– Já disse, eu quero um beijo.

– Me recuso! Eu aguento, mas não vou beijar você!

– Tenho todo o tempo do mundo.

Nos encaramos com determinação.

... Dois minutos depois.

MEU SENHOR, minha bexiga está me matando!! Eu não conseguia ficar parada, não faltava muito pra mim fazer um buraco no assoalho.

... meio minuto depois.

Arrrrgh! Acho que eu vou alí moita, já está de noite mesmo, acho que ninguém vai me notar... Meu deus, a que ponto eu cheguei.

– Vai Armin, eu preciso muito mesmo usar o banheiro! Cadê o seu cavalheirismo, poxa!

Agora ele já estava seco, mas a visão ainda era... bacana.

– Não vai te custar nada me dar um beijo, e como nós dois somos teimosos você sabe muito bem que eu posso ficar aqui por muito tempo...

Que ódio me dava quando eu sabia que ele poderia mesmo fazer isso. Mas eu não vou aguentar.

– Okay - Concordei indo em sua direção, dei um beijo em sua bochecha e tentei entrar no banheiro. Ele pos o braço na minha frente impedindo minha passagem.

– Ei, que tipo de beijo é esse, eu quero na boca.

Minha paciência estava no limite, assim como a minha bexiga. Tentei passar para o meu olhar toda a irritabilidade que eu estava sentindo naquele momento e beijei seus lábios. Minha intenção era de lhe dar somente um selinho, mas então ele passou os braços pela cintura e aprofundou o beijo, eu resisti o quanto pude, mas ele era insistente e foi beijando e mordiscando meus lábios de uma maneira tão tentadora que a mais forte das determinações seria vencida. Aquela parte pequenininha dentro de mim que almejava demonstrações de carinho aumentava a cada segundo que eu passava em seus braços. Fiquei na ponta dos pés para alcançar melhor sua boca e entrelacei minha mão em seus cabelos enquanto a outra seguia o caminho de seus músculos. Ele me puxou de encontro ao seu corpo como se não fosse suportável haver nenhum espaço entre nós dois. Poderiam tanto ter se passado alguns segundos como algumas horas, não importava.

Aquilo estava indo longe de mais, notei quando percebi que nada além de um toalha estava separando um Armin como veio ao mundo, de mim. Sem falar que alguém também estava um pouco animado. Separei nossos lábios sem fôlego e encarei com o rosto em chamas seus olhos, que nesse momento estavam em um belo tom de azul cobalto, seu rosto também estava um pouco vermelho, mas o que mais me tirou do sério foi o sorriso bobo em seu rosto. Desviei-me de seus braços e entrei no banheiro trancando a porta, mesmo que agora não sentisse mais aquela vontade de usa-lo.

– Não estou conseguindo mais me controlar... -Sussurrei para mim mesma.

FlashBack off.

Possivelmente esse beijo vai demorar muito pra sair da minha memória...
Mas também, que beijo foi aquele, deixaria meus personagens literários no chinelo - Ri um pouco ao constatar isso.

– Eu não to afim de comer isso, vamos- Declarou ele me puxando pelo pulso alguns minutos depois- E dessa vez eu pago.

– E onde você arrumou dinheiro? Assaltou um cofrinho?- Eu ri desdenhosa tentando faze-lo largar minha mão.

– Pra sua informação, meu amor- Ele me puxou novamente pelo braço me trazendo para frente, e então ele pôs o braço ao redor dos meus ombros, bufei de raiva e deixei que ele ficasse daquele jeito- Enquanto você ia trabalhar com as garotas, eu meio que arrumei um emprego de meio período.

– Sério? Que tipo de emprego?

– Depois que dei um jeito no computador da Vó-Char, ela me indicou pra vários conhecidos dela que precisavam de assistência técnica. Então, agora esse é o meu trabalho, que além de render uma graninha ainda me faz ganhar umas guloseimas. Sem falar que eu tenho o dever de ajudar vocês em alguma coisa.- Terminou ele convencido.

Até eu tinha que admitir que eu estava impressionada. E eu que achava que ele não fazia nada o dia todo. Estavamos passando pelo centro da cidade e a noite estava nublada, com as nuvens carregadas como se a qualquer momento pudesse cair um temporal. Nessa hora eu me orgulhei de ter me lembrado de trazer um touca pro frio - Tudo bem que uma touca de coruja não combinava muito com meu vestido vermelho com minhas meias listradas (nem eu sei por que escolhi essas meias, devia ainda estar um pouco desorientada depois do episódio do banheiro...), felizmente eu lembrei de por um sobretudo preto que bom... cobria tudo mesmo.

E Armin tinha caprichado, com um look quase todo negro, a unica coisa que chamava atenção além de seus olhos azuis era se cachecol, aquele que eu havia lhe dado algum tempo atrás.

– O que você acha desse lugar, me parece divertido- Ele disse assim que parou em frente a um restaurante de comida mexicana chamado Juanito's.

– Tá legal, eu gosto de comida mexicana.

Pra falar a verdade eu AMO comida mexicana, então a minha intenção era deixar ele falido, e também com a fome que eu estou eu comeria um camelo.

O restaurante tinha uma atmosfera muito alegre, misturava enfeites natalinos com os enfeites mexicanos, havia alguns casais sentados em mesas mais a diante enquanto alguns Mariates tocavam e cantavam para um familia. Escolhi uma mesa perto da saída, o restaurante não estava muito cheio já que a maioria da pessoas normais estava em casa com a família.

– O que o casal vai querer? - perguntou a garçonete que usava um sombreiro vermelho com um mal humor evidente.

Encarei-a com desgosto, quem disse que somos um casal?

– Eu quero um burrito a moda da casa e uma marguerita- Pedi, hoje depois de tudo que aconteceu comigo eu me permito beber um pouquinho de álcool- E não somos um casal, fofa.

– O mesmo, e somos sim- Ele respondeu.

– Não somos -Rebati.

– Não ainda.

– Palhaço.

Ele sorriu e quando eu percebi a garçonete já tinha servido a comida e a bebida.

Comecei pela bebida, marguerita sempre me agradou, tem um gostinho apimentado e eu amo pimenta, tomei o drink todo de uma vez.

Armin me encara impressionado enquanto comia seu Burrito, quando terminou de mastigar disse:

– Ei vai com calma com isso ai.

– Que nada, faz tempo que eu não bebo e além de eu amar margueritas é vespera de natal Armin, desencana vai -Reclamei pedindo mais um drink.

Alguns drinks depois e mais dois Tacos eu já estava um pouco mais alegre, comecei a vasculhar uma coisa em minha bolsa.

– Eii! Olha o que e comprei pra você -soluço- é de natal, mas você pode abrir mais cedo, Eu deixo- Dei outro gole na minha quinta marguerita.

Armin estava na quarta e também estava feliz, uau, como ele tá bonito hoje né -Pensei passando o embrulho por cima da mesa.

– Ah, não precisava amor- Ele pegou e abriu- Um pijama do Mario?

Eu cai na gargalhada com a reação decepcionante dele, exatamente o que eu esperava.

– Agora vê se usa um pijama ao invés de dormir semi-nu, apesar de ser uma vista e tanto- Ops, será que eu disse isso em voz alta?

Ele me olhava com os olhos arregalados, é, eu acho que disse...

– Quer dizer que você me acha uma visão e tanto, Magah?- Ele perguntou sedutoramente.

Ergui as sobrancelhas e me levantei bruscamente.

– EII -Berrei chamando atenção de todos no restaurante- Eu quero dizer que eu Amo muito esse cara, e eu quero dedicar um musica pra ele.

Os mariates seguiram para nossa mesa e pareciam aprovar minha animação.

– Que música gostaria, tica?- perguntou um deles com um forte sotaque mexicano.

– Eu não sei!! -Disse levantando e puxando Armin enquanto com a outra mão segurava a marguerita, minha mais nova melhor amiga- Vocês escolhem, uhuuu!

Eles começaram a tocar enquanto eu dançava lindamente, Armin me olhava assustado e o puxei pra mim.

Não sei quanto tempo se passou, só sentia uma felicidade indescritível.

...

Me sentia um pouco desconfortável, mas estava tão quentinha -Humm... - gemi abraçando meu ursinho. Não conseguia me mexer, era como se eu estivesse presa, ou melhor, como se alguém tivesse me segurando junto ao seu corpo forte e quentinho... Espera ai... corpo. Forte. Quentinho?

Arregalei os olhos e dei de cara com Armin que ainda dormia no chão do meu quarto sem camisa, somente com a calça do pijama do Mário que eu havia comprado pra ele. Ai eu percebi que ele não era o unico sem camisa alí, estava de sutiã e usava o shots do baby doll Bom... foi só então que eu fiquei muito P da vida.

– Merda! - Gritei.


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Notas finais do capítulo

E aiii?? Suposições sobre o que aconteceu com os dois pombinhos? Muahahahahaha. Andem me digam ♥



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