Passados Distantes E Futuros Grandiosos escrita por Arianny Articunny


Capítulo 33
Jinchuurikis e caminhos


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!
Acho que nunca fiquei tão feliz de acabar um capítulo. Tipo sério. Eu estava escrevendo esse e o próximo que conta o passado do Naruto simultaneamente, mas não faria sentido algum postar o do passado antes desse. E, gente, que capítulo dificil foi esse. Juro que nunca tive tanto que apagar, reescrever e editar tanto um cap quanto aconteceu nesse. Deu até agonia. Bem mas está aqui. Espero que gostem.
Boa leitura.



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Flash back:on

Isso quer dizer que… Você não odeia mais a vila? -questiona o Hatake seguindo a linha de pensamento que a outra levantou.


—Você fala como se fosse possível. -responde Naruto. -É claro que… -deixou um suspense no ar. -Eu odeio aquele lugar com toda a minha força. Se dependesse de mim eu nunca mais teria colocado meus pés lá, mas como bem sabemos a vida shinobi não nos permite priorizar e seguir nossas próprias vontades. -fala acido, com os olhos brilhando de rancor. -Acabamos por aqui. Se preparem pois logo devem ir dormir. Amanhã sairemos ao amanhecer. -avisa se levantando e se afastando dos outros indo mais pra dentro da floresta. Só então todos repararam que já havia anoitecido. 

Flash back:off

Por mais um tempo ficaram olhando na direção que o Uzumaki loiro havia se embrenhado na floresta, cada um completamente imersos em um turbilhão de pensamentos, principalmente duvidas e teorias. Até Hikari suspirar, atraindo a atenção de todos agora para ela.

—Aiai, fazer o que. Daqui a pouco ele volta. ele tem razão temos que descansar logo, porque se não vocês vão fica reclamando de novo. -pronuncia a garota enquanto ia até sua bolsa ninja e tira dela alguns pergaminhos e volta pra onde estava antes. -Bem é melhor começar a fazer o jantar. Até porque se ele não comer nada fica de mal humor, mas quem não fica? -fala mais pra si mesma dando uma risadinha do seu pensamento.

—Hikari-chi, você parece uma esposa velha falando assim. -aponta Menma parecendo prestes da dar um treco, pela tentativa de segurar o riso, pois seus olhos estavam lacrimejando. Mas logo recebeu um dos pergaminhos na testa, que havia sendo jogado por Hikari.

—Baka Menma! -exclama logo após o outro ser atingido. -Sabe que se não fosse por mim, você sempre comeria qualquer bobagem e o Naruto-kun só comeria carne! -fala dando sermão no mais novo, estava fuzilando ele com o olhar embora estivesse um pouco corada. -Então pare de fazer comentários inúteis e me ajude a arrumar as coisas! -ordena, começando a tirar os itens necessários pra preparar a comida, mas então se lembra de um detalhe importante. -Qual você acha melhor? Sukiyaki ou nikujaga?

—Sukiyaki, porque pelo numero de gente seria menos trabalhoso. -responde o moreno, enquanto tirava uma mesa baixa e uma espécie de fogão portátil, além de uma tábua pra cortar legumes e carnes.

—Verdade. -concorda a garota, enquanto vestia um avental(que também tinha tirado de um pergaminho) e prendia o cabelo. -Menma, pega os vegetais e os temperos enquanto eu pego a carne e as coisas pro molho. Estão naquele pergaminho verde ali. Ah! E não se esqueça do galão de agua! -pede a jovem, indo de novo até a bolsa e tirando mais pergaminhos, mais do que deveria caber na bolsa de fato (pois era uma daquelas pequenas bolsas ninjas pra guardar kunais, pergaminhos pequenos (3, no máximo), remédios e curativos), parecendo procurar um especifico, que após achado, guardou todos os outros. Isso tudo enquanto os outros presentes encaravam a dupla pasmos, sem saber que reação ter ou o que comentar perante a cena. Isso é, quase todos.

—Eii! Parem! O que pensam que estão fazendo?! Nós estamos em uma missão! No meio da floresta, sabiam?? -exclama Sasuke indignado. -E por que diabos ambas as opções são cozidos?!

—Ah, isso? Bem é uma questão nutricional. Cozidos, deviam ser considerados a comida mais completa do mundo! Tem legumes e verduras, carnes ou algo que substitua a proteína e a melhor parte, a parte liquida: o molho! É perfeito pra repor basicamente todos os nutrientes que o corpo precisa! -explica a ruiva animada ao ponto de largar o que estava fazendo e olhar pra eles.

—Ah, entendi… Isso não importa! Por que você ignorou o que eu falei primeiro?! -protesta o Uchiha, sendo ignorado, pois os Uzumakis tinham voltado a fazer a comida, sendo que por algum motivo apesar de ter fogueira estava colocando a larga panela em cima do fogãozinho. -Eu ja disse pra vocês pararem! Nós ninjas nunca fazemos esse tipo de refeição ao ar livre em uma missão! Chama muita atenção, podendo colocar toda a missão em risco, droga! Vocês não sabem disso?! -fala irritado enquanto segurava o pulso de Hikari para fazê-la parar, embora tenha sentido uma sensação estranha ao toca-la.

—Uchiha, se você não quer perder sua mão é melhor me soltar. -avisa a ruiva o olhando nos olhos, mostrando que não eram palavras vazias, e após seu “pedido” ser ouvido continuou a falar. -E nenhuma das suas preocupações vão acontecer. Mesmo se alguém notar a gente aqui ou ser atraído pelo cheiro, mesmo que seja um shinobi, não vai ver um bando de ninjas. Eles vão ver apenas uma grande família feliz acampando.

—O que? Como? -pergunta Lee.

—Um genjutsu? -sugeri Temari.

—Isso é impossível! Genjutus precisam de algum tipo de contato, fisico ou visual pra funcionar. -argumenta Sasuke. -Não existe um genjutsu que afete qualquer pessoa!

—Seria muito ingênuo da sua parte achar isso, Uchiha. Afinal, vocês não sabem de todos os jutsus existentes e que já existiram. -rebate a Uzumaki levantando a cabeça os olhando firmemente. -Se não existisse jutsus desse tipo não acha que, vocês das cinco grandes nações, não teriam descoberto que nós Uzumaki ainda estávamos por aqui muito antes? Sem precisar que nos revelássemos antes. Não acha? -revira os olhos.

—Ela tem razão, Sasuke -fala Kakashi. -Além de que, como em qualquer clã ninja, os Uzumakis com certeza tem seus jutsus exclusivos.

Bem… Será que poderiam explicar sobre esse jutsu de vocês? Isso realmente me deixou curiosa! -exclama Ino extremamene animada, causando risos dos a sua volta.

—Bem, na verdade não é grande coisa. Funciona basicamente como um bushin ilusório. Algo que parece estar lá mas não esta. Assim que começamos a montar o acampamento, ativamos uma barreira. É uma barreira ilusional, como gosto de chama-la. Ela basicamente é como uma capa de disfarce que nos esconde dos olhos de todos aqueles que ela não reconhece. -explica rapidamente Hikari.

—Isso é, ela é capaz de reconhecer e memorizar o chakra, a frequência única, de cada pessoa que estava aqui no momento que foi criada. -completa o outro Uzumaki, surpreendendo os ninjas por até então acharem que ele era igual ao Naruto de antigamente.

—Mas por que nenhum de nós notou nada? -pergunta Temari, intrigada.

—Porque essa barreira não toma forma física ou visível em momento algum como as outras que nos viram usar. Nós basicamente espalhamos nosso chakra impregnado com o jutsu já ativado por todas as direções por uns 100 metros ao nosso redor.  Ninguém, mesmo fora do raio que ela cobre seria capaz de ver aqui dentro, nem com doujutsus. -continuou o garoto, feliz por mostrar que também sabia das coisas.

—Isso não desgasta vocês? Porque pra isso dar certo teriam que emitir a mesma quantidade chakra constantemente e sem parar. Mesmo pra vocês, com reservas enormes, seria loucura. -fala Sai.

—Não. Uma vez lançado com o jutsu ativado o chakra não dispersa. Além de que esse é um jutsu presente em nos nossos rubis. O chakra necessário e gasto pra realiza-lo já esta presente dentro da pedra. Tudo que precisamos é ativa-lo. -fala Hikari.

—Uau. Então vocês são especialistas em genjutsu? -pergunta Ino.

—Na verdade… -começa Hikari, olhando pro amigo ao seu lado. -Tecnicamente todos os Uzumakis são capazes de usar habilmente qualquer técnica das três áreas básicas shinobis. É claro que, como todos, temos naturalmente mais aptidão pra algumas do que outras.

—Já ouvi falar sobre isso. Diziam que seus times eram nomeados com base nos animais que mais representassem suas habilidades. -comenta Kakashi. -Qual o nome do time de vocês?

—Time kitsune, se bem me lembro. -responde Sai.

—Isso aí. -confirma Menma.

—Kitsune… Um time com base em inteligência, manipulação, astucia, ilusões…?-diz Kakashi recebendo um aceno afirmativo de cabeça como resposta. -“Isso é tão a cara dele.” -pensa o albino sorrindo quase imperceptivelmente no final. 

—Isso é… Incrivel! -fala Lee quase gritando de animação.

—E assustador. -fala Sakura. -Lee você não entende? Isso quer dizer que eles são como shinobis perfeitos, capazes de realizar qualquer coisa. Acho que agora entendo porque as 5 nações os temiam. -complementa os olhando de forma que fez arrepios percorrerem a dupla Uzumaki.

—Sakura. Acho que já provamos que não somos ameaças pra vocês. -diz Menma sério, sem nem um rastro do seu habitual sorriso no rosto.

—E-eu… Eu não quis dizer… -se arrepende a Haruno, ao entender o que dissera, ou que pareceu que disse: que a tentativa de extinção deles tinha uma explicação aceitavel.

—Sakura. -Kakashi a interrompe. -É melhor ficar em silêncio e pensar um pouco mais nas suas palavras. O mesmo vale pra você, Sasuke. Nenhum de nós pode garantir o que pode acontecer se você continuar pressionando o Naruto em assuntos que é claro que ele prefere não mencionar.

—Mas…! Você também quer respostas dele! -retruca o Uchiha. -É a mesma coisa!

—Não, não é. Pois as respostas que quero não são pessoais. Sasuke, você também não gostaría que tivéssemos pressionado você em relação ao seu passado não é? -responde o Hatake. -O passado dele não é do tipo que se gostaria de ser relembrado.

—O que você... O que você quer dizer com isso? -pergunta Sasuke confuso e curioso.

—Bem… Antes de continuarem a discutir isso, a propósito, desculpe interromper, mas preciso pedir que você, vá chamar o Naruto-kun, Menma. Avisar a ele que o jantar esta quase pronto e é melhor ele voltar logo. -pede Hikari.

—Se não se importarem… Eu poderia ir? -pergunta Gaara. -Tem algo que gostaria de conversar com ele. De jinchuuriki pra jinchuuriki.

—Ok. Pela gente, tudo bem. -responde Menma. -Boa sorte. -deseja antes do ruivo sair.

—Mas o que… -começa Sasuke mas é interrompido.

—Nada de suas teorias da conspiração agora, Sasuke. -pede Tenten. -Mas por que eu tenho a sensação que você tem um palpite do que se trata, Kakashi-sensei?

—Ele deve ter percebido… -Kakashi começou a falar.

—Percebido o que? –pergunta Ino, curiosa.

—A anomalia. –respondeu. Mas ninguém entendeu nada.

—Anomalia? Relacionada a jinchuurikis…? –fala Shikamaru, pensando alto enquanto analisava as informações e tentava descobrir sobre o que o mais estava dizendo. –Por acaso um jinchuuriki filho de outro é incomum? –pergunta, afinal de acordo com tudo, ou melhor, com o pouco que sabiam era a unica coisa que poderia achar que seria.

—Não, Shikamaru. Além de Naruto nunca houve qualquer caso assim. –responde Kakashi, balançando a cabeça de leve.

—Kakashi-sensei. Por favor nos explique mais sobre os jinchuurikis. Por favor! –pede Sakura olhando com cara pidona ao seu sensei.

—… -Kakashi olha pros jovens pensando no que deveria fazer. Afinal, os conhecimentos sobre jinchuurikis eram sempre tratados com sigilo, ou seja, poucos integrantes da vila tinham classificação para sabe-lo. Ele mesmo só havia sido introduzido nesse mundo de segredos devido a um fato expecifico de seu passado. Ele não gostaria que esses jovens entrassem no mundo sobrio que um conhecimento mais profundo sobre esse assunto abriria as portas. –Antes de qualquer coisa preciso saber o porque de vocês quererem saber mais sobre isso. É pra entender melhor os jinchuurikis que conhecem? –eles acenaram a cabeça positivamente. –Essas informações são segredos de alto escalão em toda vila. Por mais que o que escutarem vá ajudar a entende-los e explicar muita coisa sobre suas personalidades, por mais que cada caso seja único, logo aviso que provavelmente não sera muito agradável.

Ouve um momento de silêncio onde todos concordaram com a cabeça e focaram sua atenção no albino, até os dois Uzumakis após a panela ao fogo do fogãozinho que aparentemente funcionava sem energia ou lenha. O ninja mais velho respirou fundo antes de começar, por mais que tentasse impedir estava curioso sobre a reação dos mais novos.

—Acho que vou começar deixando claro pra vocês o que jinchuuriki significa. –respire e passa mão no cabelo enquanto se sentava mais confortavelmente. –O termo jinchuuriki quer dizer “poder do sacrificio humano”. É isso que eles são. Sacrifícios humanos que em troca de um grande poder perdem tudo, seus laços, sentimentos, até mesmo suas almas. Não por escolha própria, mas porque isso já foi decidido por eles. Porque todos viram recipientes pras bestas ainda crianças.  

—Por quê crianças? Como as familias delas podem permitir isso ou eles pegam qualquer orfão? –pergunta Sakura.

—Crianças podem ser criadas e treinadas pra isso desde o inicio. Afinal é mais facil moldar uma criança do que um adulto. E não, Sakura, não serve qualquer um precisa alguém específico, pois nem todas as pessoas são compatíveis a bijuus, sendo que algumas destas “preferem” hospedeiros com certo tipo sanguíneo, com um tipo de chakra ou pertencente a algum clã como no caso do Uzumaki. Além disso sempre são escolhidas crianças próximas da família do kage ou de algum clã importente, ou adotadas por estes. Por causa do senso de dever contido por eles, para evitar futuras revoltas contra a vila a qual pertence. –responde o ninja mais velho, enquanto via os jovens ficarem chocados com a revelação. –Ambos os jinchuurikis que vocês conhecem são os dois mais jovens jinchuurikis do mundo. Não em relação a idade deles atual mas a idade em que ocorreram os selamentos.

—O Naruto nos contaram que foi no dia que ele nasceu mas e o Gaara-kun? –pergunta Ino curiosa mas sem saber exatamente como tocar no assunto.

—Selaram o Shukaku nele enquanto ele ainda estava no ventre de nossa mãe… -responde inesperadamente Temari olhando pra baixo. –O que provocou o nascimento prematuro dele e consequentemente a morte dela…

—Mas… -Rock Lee para pra pensar em como perguntar isso. –Mas o pai de vocês não é o Yondaime Kazekage…? –foi respondido por um aceno positive de cabeça.

—Kakashi-sensei, afinal qual o problema de terem selado as bijuus neles quando bebês? –pergunta Sai.

—Porque bebês ainda não tiveram tempo de criar uma personalidade própria, pois seriam exatamente como recipientes completamente vazios sendo pro uma essência do mal. –esclarece Kakahi. –No caso deles não sabemos o quanto das personalidades deles são naturais, ou o quanto eles são e poderiam ser manipulados e até, totalmente, controlados pelas feras dentro deles. Por isso ambos cresceram totalmente vigiados.

—Mas Kakashi, você tinha falado sobre os jinchuurikis serem criados de forma próxima aos governantes então por que o Naruto cresceu sozinho? –pergunta Shikamaru, fazendo uma excelente observação.

—É porque não houve um consenso sobre o que fazer no caso dele. Pois o Yondaime tinha diversos inimigos, então declarar publicamente que ele era filho dele estava fora de questão, o fator que ele era um jinchuuriki filho de outra e o receio ao fato dele ser um dos últimos Uzumakis  também não ajudou. De um lado estava Shimura Danzo e os conselheiros querendo treinar ele como arma desde o inicio e de outro estava o Sandaime que queria que o garoto aproveitasse um pouco da vida como uma criança normal. Ficou como um acordo que ele poderia crescer como uma criança normal, mas sem laços profundos, até que se formasse como gennin. –conta o jounin suspirando ao relembrar daqueles dias. Os jovens ficaram chocados ao saber que o interesse do Shimura no jovem não era algo recente e, de brinde, o motivo do Uzumaki nunca ter sido colocado em nenhum time.

ŸEnquanto isso…

Em algum lugar na floresta, um certo loiro estava parado olhando pro céu estrelado absorvendo a calmaria do ambiente, mas supirou fundo ao sentir a aproximação de alguém.

—Naruto? –chama um ruivo saindo das sombras, fazendo o outro se virar e olhar pra ele. –Está tudo bem com as coisas por aí? –perguntou sabendo que o loiro entenderia o que queria dizer

—Sem grandes problemas, Gaara. –responde Naruto. –Estava mesmo me perguntando quanto tempo demoraria pra conversarmos em particular. –ri levemente bem humorado sendo acompanhado pelo outro.

—Verdade. Provavelmente porque só um jinchuuriki é capaz de entender outro. –riu sem graça.

—É mesmo. –continuou rindo. –Não imagino que você tenha vindo aqui pra nada.

—Na verdade foi só pra conversar mesmo. –ruivo deu ombros. –E Hikari mandou te chamar pra jantar.

—Entendi… -responde o Uzumaki antes de seus olhos brilharem de expectativa a algo que ele acabara de pensar. –Quer fazer algo divertido antes de voltar? É um ótimo exercício pra alguém como nós. –propõe sorrindo divertido. Pouco depois ambos chegavam no acampamento sem folego e com um olhar divertido, haviam ido caçar algo na floresta, afinal essa era uma boa forma de diminuir e direcionar a sede de sangue deles por causa das suas bestas internas e mante-las calmas por um tempo. Era um bom subistituto afinal, era melhor isso do que sair matando qualquer um que se meter em seus caminhos afinal as carnes dos animais poderiam virar alimento. Então assim que chegou o loiro foi em direção a noiva entregando a ela um pergaminho vermelho.

—Aqui. Já esta limpo e desossado. –afirma o loiro se sentando do lado da mesma enquanto todos se serviam e começavam a comer. –Sukiyaki? Sério, Hikari, você sempre vai fazer cozidos? –pergunta ele olhando pro seu prato.

—Se isso te incomoda é só não comer. –o fuzila a garota com o olhar enquanto ameaçava tirar o pote da mão dele.

—Não é isso. Só estou preocupado em como vou sobreviver comendo isso pelo resto da vida. –continua o Uzumaki bem humorado, causando um mau humor na outra.

—Nii-san, você esta piorando a situação. –comenta Menma se encolhendo pra longe da garota que estava furiosa com o loiro.

—Oras, seu… -rosna ela com uma colher na mão pronta pra bater no noivo, mas este segurou o pulso dela.

—Você sempre cai. –ri Naruto com o rosto bem próximo do da jovem. –Acho que nunca vou me cansar de brincar com você, Hikari. –sorri apoiando o rosto nas mãos.

—B-baka. –ela disvia o olhar corada por ter caido na provocação dele tão facilmente. –Pelo visto esta de bom humor. –ela sorri de volta pra ele. Os outros olhavam a cena absmados com a nova fasceta apresentada pelo jovem. Então alguém fez um barulho com a garganta pra chamar a atenção do loiro, que suspirou antes de olhar pra equipe 7.

—Primeiramente eu devo lhes pedir desculpas. –fala Naruto. –A personalidade que apresentei na vila não passou de uma encenação em sua grande parte.

—O que?! –exclamou Ino surpresa.

—Por que? –perguntou Shikamaru.

—Porque foi uma Ordem. Minato convenceu o Uzukage-sama que seria necessário eu agir mais como era esperado que eu agisse antigamente na vila pra vocês todos confiarem em mim mais facilmente. –suspirou. –Inclusive a parte da felicidade por ter pais e nenhum ressentimento. E uma Ordem do Uzukage-sama não tem como ser desobedecida.

—Acho que eu não entendi. –fala Choji confuso comendo um saco de batatinha.

—É exatamente o que eu falei. Minato... –foi interrompido por Sasuke.

—Pare de chamar seu pai pelo nome! Ele é seu pai afinal! Fique feliz por ele estar vivo. –reclama.

—Uchiha. Não me teste. –Naruto falou num tom que fez Sasuke gelar. –Quantas vezes vou ter que te avisar pra não falar sobre algo que você não sabe?

—Então nos diga! –retruca o outro.

—Gente eu acho melhor falarmos sobre outra coisa... –fala Menma tentando abrandar a tensão que se formava no ar.

—Naruto, naquela hora porque o chakra da raposa escapuliu? Você não tinha o controle dela? –pergunta Kakashi colaborando com o Uzumaki caçula, enquanto Sasuke se contorcia e tentava voltar ao tópico de qualquer jeito sendo segurado por Sakura e Ino.

—Porque eu na verdade nunca a controlei. –Naruto solta e fez um gesto pros outros o deixarem continuar. –Eu apenas aprendi a usar o chakra e como apelar pro lado bom dela e manipula-lo. Mas agora não posso mais fazer isso.

—Porque? –pergunta Shikamaru.

—Porque tudo voltou a estaca zero no momento em que a dividimos em duas. –falou Menma, recebendo olhares surpresos. –O que? Eu agora sou um Jinchuuriki também. Não podia deixar todo esse fardo pro meu irmão... –falou baixo o final corando um pouco. –Por isso ficou selado em mim o ex lado ruim da raposa.

—Porque essa divisão? –pergunta Neji. –Além de ser por causa do que aconteceu durante a invasão.

—Porque eu... –começou Menma.

—Porque o coração de Menma é puro, ele não contem ódio. Sendo assim ele seria menos afetado e a raposa teria mais dificuldades para manipula-lo e ter aberturas. –interrompeu Naruto. –Claramente o oposto de mim. –o olharam confuso. –Ah! Pelo amor de Kami! Vocês já tiveram a oportunidade de ver como o povo da vila é em relação a mim, não é difícil imaginarem como foi minha infância. Espera, pelo jeito é sim. –revirou os olhos sem paciência.

—Existe uma regra não oficial que todo jinchuuriki antes de virar um recipiente pra besta deve ser lotado de amor. Além de que normalmente são evitados selamentos em crianças muito jovens. Principalmente bebês. Porque teriam grande chance de ser influenciados antes de criar alguma personalidade própria. –participa Gaara explicando um pouco. –Exceto... No meu caso e no dele. –olhando pro companheiro entendendo melhor do que ninguém o inferno que o outro passara. Mas seu relato fez com que o olhassem exigindo alguma explicação do mesmo. –Meu pai selou o Ichibi em mim enquanto eu ainda estava no ventre da minha mãe, o que a fez morrer durante meu nascimento. Depois me criou como um experimento. –contou deixando claro que não estava afim de falar mais do que aquilo sobre o assunto.–Mas e o seu caso Naruto? Você... É um jinchuuriki filho de uma jinchuuriki...

—E o que isso tem de mais? –pergunta Kiba ignorantemente.

—Porque isso é basicamente um tabu. –respondeu Naruto fazendo-os o olharem assustados. –Isso nunca havia sido feito, pois acreditavam que filhos de jinchuurikis, principalmente das mulheres, seriam extremamente compatíveis com o bijuu. Pois a criança já estaria em contato com o chakra da besta desde seus primeiros meses. Meus “pais”, não, meu... –ele travou, como se não conseguisse dizer. –O Yondaime sabia disso e inclusive sobre o risco que o quarto Kazekage tinha submetido sua família com aquele experimento. Poucos dessas informações são ditas pros jinchuurikis em si, para não desanima-los, raramente lhes contam todos os detalhes depois, então não sei se Kushina estava consciente disso na época. Mas com o ataque a Konoha e a extração da Kyuubi ele não viu alternativa e resolveu utilizar o único compatível, o único Uzumaki disponível no momento, independente dos riscos. Ele escolheu um dos selos mais fortes, que custaria a vida do usuário, o único que poderia evitar a manifestação da raposa por muitos anos. –respirou fundo parecendo se preparar pra algo difícil e doloroso. –Sendo um tabu vivo cresci vigiado 24 horas por dia, mantido em cativeiro numa ala especial do hospital até que tivesse idade suficiente para sobreviver razoavelmente sozinho. Foram criadas leis que impediam de falarem sobre o ocorrido, sobre o que eu era e quem eram meus pais, e que também impediam aqueles que eram simpatizantes dos meus “pais” de me adotarem. Eu seria, melhor dizendo era, uma arma da vila, não podia criar laços. O único que impediu que eu houvesse sido criado e treinado pra isso desde o inicio foi o Sandaime, que insistiu para que eu vivesse “livre” na vila e pudesse viver como alguém normal o máximo possível. As leis em sua maioria foram feitas para que isso fosse possível e me “protegessem”. Como se simples palavras fossem proteger alguém da vida de um jinchuuriki. –riu secamente no final.

—Isso não é desculpa pra você trata-lo daquela forma! Seu pai provavelmente te amava e confiava em você! –retruca Sasuke.

—Oh, claro que não é. –respondeu Naruto sarcástico. –Tolo. Acha que alguém como eu sabe alguma coisa sobre o amor ou ser amado? Sou apenas um garoto-raposa que só conheceu o desprezo, a dor e o ódio durante a maior parte da vida. Acha mesmo que suas palavras podem me afetar?

—Você... –Sasuke parecia pronto pra começar uma briga.

—Você não era assim! –gritou Hinata de repente. –Você sempre era barulhento, bagunceiro e solitário mas nunca deixou isso te abalar e sempre tinha um sorriso brilhante!

—Não. Porque acham que era assim que eu realmente me sentia? Principalmente agora que sabem desses novos detalhes. –retrucou fazendo os ninjas de Konoha o olharem incrédulos. –Não vamos falar mais dessa época não estou em condições pra isso. Esse não é o momento pra falar sobre meu passado. –falou tentando encerrar a discussão, sentia a besta em seu interior se contorcer e se impor a cada palavra dita sobre o assunto.

—Pare de fugir do assunto! –acusa a Uchiha.

—Uchiha Sasuke, da pra calar a boca pelo menos uma vez? Se esse assunto continuar eu não poderei responder por mim, maldição. Desde cedo na maldita despedia eu estou contendo o meu ódio, o que obviamente dá estrema vantagem a raposa. Raciocine! Sobre tudo que eu falei anteriormente! Depois que entender a situação talvez a gente converse mas pare de piorar tudo. –fala Naruto irritado e claramente cansado da insistência.

—É melhor pararmos por aqui hoje, pois já esta claro que já resta pouco do controle recém  recuperado. Além de que é melhor descansarmos, teremos um longo dia pela frente amanhã. –se pronuncia Kakahi colocando um pouco de ordem no lugar. Logo todos foram dormir.

 

Continua…

Próximo capitulo: Caminhando no passado.


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Notas finais do capítulo

Aos poucos as peças vão se encaixando e outras entrando em jogo, mas daqui a pouco as coisas fazem mais sentido eu prometo. Os capítulos contando sobre o passado também vão colaborar com isso. Estou pensando, embora já tenha pulado essa parte e ja esteja escrevendo, em fazer um cap contando sobre os primeiros anos de vida do Naruto e um pouco do ponto de vista do Sandaime Hokage. Afinal eu acredito que esteja bem claro que eu alterei bastante a história original e seus pontos chaves. Então pra vocês conseguirem compreender os personagens isso vai ser necessário. Logo, logo posterei outro capitulo frequinho até porque já estou com 2 caps dessa fic em andamento.
Beijinhos, até breve!
OBS: Feliz natal e ano novo pra todos. Juro que minha intenção era postar pelo menos um cap nesse intervalo mas realmente não deu. Desculpinha.



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